26.2.06

 

Para o ano, vou na sexta-feira (RPS)

Na "Essência do Vinho", as portas de entrada e de saída eram separadas. A entrada fazia-se pela porta principal do Palácio da Bolsa e a saída pela porta lateral, na Rua da Bolsa, frente à Ordem de São Francisco. Deu para reparar logo à chegada, enquanto procurava lugar para o carro: as pessoas entravam, aos magotes, muito normalmente e saíam, também aos magotes, muito divertidas, falando alto, com gestos largos. O cenário era agravado pelo facto dos visitantes trazerem, de oferta, um copo e uma garrafa de vinho. Na Rua da Bolsa, o quadro era o de um bando de alcoólicos.

É óbvio que não estava tudo enfrascado, mas lá dentro notava-se a presença de pessoas algo alcoolizadas: olho brilhante, sorriso de orelha a orelha, felicidade estampada no rosto, abraços prolongados entre amigos que se encontravam. Aliás, encontrava-se muita gente conhecida. E caras que conhecemos não sabemos bem de onde. O Porto não deixa de ser uma aldeia e anda tudo ao mesmo - "Vinho de borla? Vou, claro!"
Foi gente a mais. Em certos momentos, não era fácil circular e estava muito calor. Prova aqui, prova ali e mais calor se sentia.
Um tipo que conheço, ligado à organização, disse-me que a sexta-feira, primeiro dia do certame, é o melhor. Imagino que sim, que esteja menos gente.

Gente a mais e calor a mais - os grandes defeitos da Essência do Vinho. Outro: poucos "comes". É que era possível proceder à prova de alguns sólidos, o que, face à variedade e quantidade da oferta vínica, dá muito jeito. Para forrar. Mas a oferta de sólidos era muito limitada, tal como o espaço destinado para o efeito.
Acabou por ser algo saturante, mas não deixou de valer a pena.
Para o ano, vou na sexta-feira.

 

Night and day (RPS)

Porque se produzem e também porque, como sabemos, o alcool afecta a visão, tornou-se lei o enunciado segundo o qual as mulheres são muito mais bonitas à noite do que de dia. É falso. Explico: é verdade, mas só para algumas mulheres. Conheço muitas mulheres que são tão bonitas de noite como de dia. Agora o que eu nunca tinha visto ou reparado, até à tarde deste domingo, é que uma mulher também pode ser muito mais bonita de dia do que à noite.

24.2.06

 

Eu vou! (RPS)




... e hei-de conseguir vir embora...

 

Funes, el memorioso

... continua a haver notícias positivas no blogue de Funes.

23.2.06

 

APAV, a resposta (SM)

Lembram-se do post que o RPS escreveu, "A quem se queixa uma vítima da APAV?"? Pois prometi que reencaminharia a queixa à própria Associação, que respondeu hoje mesmo.

Segue a resposta:

"Boa tarde,

Acusamos a recepção do seu email que mereceu a nossa melhor atenção no nosso esforço constante de melhoria dos serviços prestados às comunidades.

Apresentamos desculpas pelo sucedido. Procuraremos evitar tais situações no futuro.

Agradecendo o contacto, com os melhores cumprimentos,


Sede / secretariado executivo"



Ou seja, nem tudo está podre neste país.

 

Funes, el memorioso

Primeiro Boletim Clínico já disponível. Aqui.

22.2.06

 

Os posts que não vou fazer (RPS)

Há uns dias, postei sobre a prisão do Mário do Big Brother. Nos comments, uma das gajas no corte revelou ter tido a mesma ideia, mas que eu me tinha antecipado. Por telefone, o amigo RC queixou-se do mesmo: mataste-me o post do Big Brother.
No dia seguinte, fiz um post sobre Cavaco Silva. O amigo Everything comentou que já tinha pensado fazer o mesmo.

Acontece a todos: temos uma ideia, mas há alguém que se antecipa. Quando acontece no círculo mais próximo e blogopróximo, deixamos cair o post. A mim também já me aconteceu. E, não sei porque raio, aconteceu por diversas vezes com o amigo Aristóteles. E se ninguém gosta de ir atrás de ideia alheia, fazê-lo com ele é suicidário. Olha este caramelo a tentar imitar o Aristóteles - ouvir-se-ia em tom jocoso.
Com o amigo Funes estas situações só não acontecem porque falamos quase diariamente e, claro, lá se fala da blogosfera... Por vezes, temos ideias semelhantes ou mesmo iguais e, então, distribuimos tarefas: faz tu o da vizinha masoquista que eu faço o da catequista ninfomaníaca.

Para evitar situações destas, tinha decidido revelar aqui a lista dos posts que penso fazer proximamente, mas concluí que seria incauto. A porta está aberta a todos e correria o risco de um estranho me roubar mesmo ideias, facto que me desmobilizaria. Por outro lado, sujeitar-me-ia à pressão de um ou outro amigo mais próximo que gasta tempo por aqui: afinal, quando sai o post dos ananases? Quero comentar!
Assim, e também com o objectivo de ajudar blogueiros em busca de ideias, fiz outra opção: revelo aqui uma lista de posts que nunca farei. São temas e personagens de que não quero falar. Estão os visitantes blogueiros à vontade. Sirvam-se.
- as caricaturas de Maomé e a tensão entre o Islão e o Ocidente
- gripe das aves

- a OPA da Sonae sobre a PT
- a co-habitação Cavaco/Sócrates
- o Co-Adriaanse

- machismo e feminismo
- o caso Cristiano Ronaldo/Merche Romero
- esse filme dos cowboys que anda aí
- as gémeas do XL
- o movimento cívico de Manuel Alegre
- psicologia e psicólogas
- incidências da Liga Bet and Win
- os limites da vila dos Carvalhos e o processo de elevação a freguesia
- os Óscars de Hollywood

 

A quem se queixa uma vítima da APAV? (RPS)

Ontem, uma amiga minha, jornalista de uma rádio credível, tentou saber antecipadamente, junto da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), alguns dados sobre violência doméstica que iriam ser revelados hoje em conferência de imprensa. A APAV não forneceu os dados - só mesmo na conferência de imprensa de hoje.
Hoje, manhã bem cedo, o Público tinha os dados e um dirigente da APAV pavoneava-se com eles nas tv's. A minha amiga disse-me ter sido vítima de boicote.
A quem deve queixar-se um cidadão que é vítima da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima?

21.2.06

 

Alguém sabe o que é feito de Cavaco? (RPS)

Lendo por aí uma notícia qualquer num jornal, ocorre-me que Cavaco Silva toma posse dia 9. Não que não soubesse, mas, confesso: tinha-me esquecido completamente!
As eleições foram há apenas um mês, mas tenho a sensação que já foram há mais de um ano. Já não nos lembramos delas. Nem dele - de Cavaco. O que é feito dele?...
Aposto que se Sampaio e Cavaco combinassem disfarçar e assobiar para o lado, passava o dia 9 e ninguém se lembrava que o homem de Boliqueime tinha de tomar posse.

 

Memória recente de uma boa companhia (RPS)









20.2.06

 

Na choça... (RPS)

Leio no 24 horas que Mário Ribeiro, o Mário do Big Brother, está preso preventivamente em Custóias, por suspeita de participação em assaltos violentos.
Sic transit gloria mundi... Do estrelato para a choça - como muitos outros, no passado, e como muito outros, certamente, depois dele.
Aníbal Pinto, antigo agente do rapaz, diz ao jornal não ter dúvidas de que Mário vai fazer amigos em Custóias - entre os reclusos e mesmo entre os guardas prisionais. Porque, diz o antigo agente, o Mário tem uma personalidade fantástica...


18.2.06

 

Os gémeos de Cocteau (SM)




A colectânea não é nova, mas é principesca. Quatro cd's que incluem o belíssimo "Evangeline", ou o "Bluebeard". Digno da Radio Roundface, hem?

17.2.06

 

Sku... (RPS)

Eram 99 à partida. Dois desistiram. Entre os 97 que terminaram a prova, o nosso homem ficou em 94º.
O nosso homem é Danny Silva, o rapaz de Almeirim que está em Turim, nos Jogos Olímpicos de Inverno. Diz-se por aí que cumpriu o objectivo. Era, pelo vistos, um objectivo modesto. Tudo bem - diga-se então que cumpriu o objectivo. Mas não se tente enaltecer o que não merece sê-lo.

Hoje, às 11 horas, numa rádio credível, ouvi que "Danny Silva ficou à frente dos três últimos". Talvez tenha sido ironia...
E aqui, lê-se que "Danny ainda chegou a estar em segundo lugar nos primeiros metros"... Grande coisa! Ainda se fosse nos últimos metros, ainda vá lá...
Em vários sites, por aí, leio também que o rapaz de Almeirim se viu em dificuldades por causa do mau tempo que se fazia sentir e da forte queda de neve. Bolas! Mas não era suposto? Quereria ele esquiar com clima caribenho ou tropical?... Ao sol?.. Com 35 graus?...

Enfim, uma farsa... É da História: uma tragédia, quando se repete, é sempre sob a forma de farsa. Aconteceu hoje em Turim. É que antes da farsa de Danny, o presidente do nosso Comité Olímpico quis cumprimentar o atleta e desejar-lhe boa sorte. No caminho, o Comandante Vicente de Moura escorregou na neve, caiu e feriu-se com alguma gravidade. Pode ler-se aqui.

Vá lá que o Danny de Almeirim, pelo menos, aguentou-se sempre em pé.

 

Para o amor, com data marcada, é preciso algum espírito

A frase é de Yasser AbuMoailek, Middle East Correspondent do Seoul Times em Gaza.

" The worsened economic and political situations in the region has cast its dismal shadow on the Strip, and with an Israeli massacre that left 15 Palestinians killed in Gaza Strip alone two days ago, Gazans were not in a mood to celebrate Valentine's Day as they should. "

Convém lembrar que, mesmo fora do mundo árabe , há casamentos que acabam aos tiros.

 

Pipoca Amarga

" Nós gostamos é dos cabrões. Dêm-nos luta e têm-nos na mão. Sejam uns doces e...bye bye! "

Encontrei neste blog esta grande tirada numa aparente versão lisboeta dos lanches tipo "Sexo e a Cidade". É apenas a oitava de onze conclusões sobre homens e mulheres. Sem desprezar a necessidade de um "love me or leave me", parece-me que a coisa é muito mais cinzenta do que quer fazer crer a postadora.

Por exemplo, onde cabe um "cabrão doce" no maniqueísmo da Pipoca ?

16.2.06

 

Um ano e uma semana de Fado Falado (RPS)

Nota prévia
A transcrição de escuta telefónica que aqui se reproduz não está apensa a qualquer processo judicial. Também não foi obtida junto do senhor Procurador-Geral ou de qualquer dos seus rapazes do Ministério Público.
(...)
RPS - Eh pá... O blogue está a fazer um ano... É para o mês que vem, em Fevereiro...
JPF - Pois é, pá... Já estive a ver isso e a pensar... É no dia16... Temos que comemorar...
RPS - Acho que sim...
JPF - Podias vir cá...
RPS - Ou tu cá...
JPF - Por acaso... Podia-se comemorar aí e cá...
RPS - Acho bem... Pensa nisso tu porque eu já escrevo... (toma, patrão!)
JPF - Era giro ir aí...
RPS - ... e era justo ser no Porto. É o gajo do Porto quem mais produz... (toma lá mais uma!)
JPF - 16... 16... 16... Já deve estar o Fantasporto...
RPS - Não sei, acho que sim...
JPF - Por acaso, estou a pensar ir ao Fantas... Com o MV, a SM... Devem coincidir as datas...
RPS - Eh, pá! Era porreiro! Juntava-se tudo, era uma verdadeira sinergia... Sim... 16 é quinta, 18 é sábado... Já deve haver Fantas a 18...
JPF - É isso... Vamos ver bem as datas e vamos falando...
(...)


Nem há Fantas a 18 - começa a 20 - nem o Fado Falado abriu a 16 de Fevereiro.
Há dois dias, comecei a pensar neste post e fui aos arquivos. Verifiquei, então, que 9 de Fevereiro de 2005 foi a data em que o JPF colocou aqui o seu primeiro post. Por isso, fazemos hoje um ano e uma semana.

Por essa altura, andava eu pelo país a acompanhar o cortejo fúnebre-eleitoral de Pedro Santana Lopes. Os meus primeiros posts surgiram a 18 e versavam a campanha e as eleições.
Entre o renitente e o expectante, comecei a escrever. A blogar activamente. De acordo com alguns teóricos, passei de voyeur a exibicionista. Cedia, assim, ao convite do JPF e aos apelos (algo veementes...) da Mary John que, depois de me aliciar para o vício, parou completamente de blogar!!! Estranho processo de transferência...
Em todo o caso, eu adoro a Mary John - é uma verdadeira fixe, para além de ser uma das dez mulheres mais lindas do mundo.

Durante alguns meses, os meus posts era enviados por mail ao JPF e ele colocava-os. Fui recusando a proposta dele de aceder aqui para postar directamente, sob a alegação de que "qualquer dia farto-me disto"... Acabei por lhe pedir o username e a password. Mais tarde, registei-me como blogger. E cá estou, um ano e uma semana depois. Até me fartar, se me fartar.
E agora espero não me fartar de esperar que o JPF e os outros (os que têm iniciais ali em cima à esquerda) venham cá ao Porto comemorar um ano e "X" dias de Fado Falado.

 

Grande


Estreia em Portugal o filme Walk The Line, sobre a vida deste grande grande senhor.

Johnny Cash tinha mais música nas veias que a média das bandas de garagem em todo o mundo. Desconheço se o filme está ao nível.

Na Radio Roundface, fica a homenagem numa canção de 94 que descobri, depois de, como muitos da minha geração ter sido confrontado com Cash através dos U2 . Primeiro numa canção de Zooropa chamada "The Wanderer" e muito muito depois ouvindo isto.
Ou isto para quem gosta de Depeche Mode. É uma das melhores versões que já ouvi.


Mas na Radio Roundface, a canção chama-se Down There By The Train.

Gostava de envelhecer como este tipo, sentado numa sala, à guitarra, com a lareira acesa, a gravar discos.

 

Plano de comemorações

O FF é um blogue sito num bairro sem fiscal. E, regra geral,
em duas cidades ou mais.

O Plano de Comemorações será divulgado até ao final da semana.

 

Um ano de vida

Fazemos um ano.
Estive para ser outra coisa, mas ficou Fado Falado.
E hoje acho que o FF já é um filho feito.

A ideia permanece ligada ao conceito inicial que me ocorreu. Este é um espaço de liberdade. Um prédio feito de amigos e de ideias. Onde gostamos de receber outros e com esses os que quiserem vir.

Ao longo destes meses, terão sido escritos aqui posts absolutamente admiráveis. E outros estúpidos, claro. Prometo que um dia destes os vou juntar para uma espécie de best of...

O FF é um blogue plural. Quando deixar de o ser, morreu.
Até lá, vão passando por cá...

15.2.06

 

The killing "macheney" (SM)



Este homem anda a treinar-se para acertar no alvo; porque o que ele quer é dar uma chumbada no presidente eleito. E não é porque não goste dele; é porque acha que Bush diz poucos disparates.

I'm the man, I'm the man, anda ele aí a dizer.E nós dizemos, afunda-te, afunda-te!

 

Over and Over Again


É o som que podem ouvir na Radio Roundface .

Agora, ajudem este vosso blog querido.

Se alguém nos indicar uma boa forma de arrumar a música no template, com dicas de introdução de som na página, está formalmente convidado para uma surpresa a agendar muito em breve por este blog.

 

Amores de papel (JCS)

Está findo o dia dos namorados.

Dos amores bacocos (como quase todos os amores) restam memórias para muitos, como ilhas isoladas no meio da multidão.

Dos amores universais que atravessam o tempo, os poetas deixam retratos de dores e paixões por corresponder, e outras arrebatadas até à insanidade.

Foi assim que descobri aqui , murmuros e suspiros, antigos e afinal tão actuais. Paixões que passam por Silves e amores árabes.Mas não só.

 

Said Destiny

É assim que num feliz trocadilho nos chamamos em inglês. Vejam lá isto. Vamos lá ver se este link se aguenta.

14.2.06

 

O Porco da Bola (RPS)

Gosto de futebol, falo muito sobre futebol com os meus amigos que também gostam, incluindo este que, com algum pedantismo, gosta de dizer que detesta. Cada vez, contudo, suporto menos a produção da Comunicação Social sobre futebol. E não é por pedantismo.
De relatos radiofónicos nunca fui apreciador, apesar de reconhecer mérito a quem os faz minimamente bem.
Quanto à TV, há uma boa década que, na maioria das ocasiões em que vejo um jogo, baixo o som para níveis quase imperceptíveis ou acciono mesmo a tecla mute.
Em relação à imprensa, aos jornais, deixei de comprar os desportivos aí por volta de 93-94. Talvez ainda tenha comprado, pontualmente, durante algum tempo, O JOGO, mas a verdade é que há largos anos que o meu contacto com os diários desportivos acontece muito raramente e num folhear preguiçoso e distraído - no local de trabalho ou num café, onde passo às vezes, que tem sempre um jornal no balcão. Só há uma excepção: a 19 de Setembro de 1995, comprei A Bola(*).
Não suporto graus zero - no que quer que seja. Portanto, também no jornalismo e no futebol. Assim, o meu consumo de Futebol na Comunicação Social é hoje feito, basicamente, nos espaços generalistas - os grandes diários e os normais serviços noticiosos televisivos. Chega-me.

Com tudo isto, nem é preciso dizer que não suporto ver aqueles programas-debate televisivos sobre futebol. Presumo que hoje há o de domingo à noite na TVI, o das segundas na SIC e mais dois na RTP-N: um com adeptos de cachecol numa pequena bancada, outro que recorre ao tradicional friso de três comentadores.
Sei isto porque, por vezes, detenho-me alguns minutos - ou apenas segundos?... - num destes programas. Confirmo sempre o que já sabia: a coisa bateu no fundo. Bateu? Julgava eu que sim, mas, entretanto, no zapping nocturno de ontem verifico (re-verifico) que se pode ir sempre mais fundo. Quem vejo eu?... O rosto do maior escarro jornalístico-televisivo-futebolístico que já nos foi dado presenciar.
A coisa está mesmo, em pleno, ao nível da pocilga, com a recuperação, para o écran, do rosto dos Porcos da Bola.
Quem deu a cara pelos Porcos da Bola é, forçosamente, um Porco da Bola. E um Porco da Bola - bolas! - é um porco.

(*) Na véspera, o FCP tinha ganho 5-0 na Luz e conquistado (mais uma) Supertaça. Não quis perder o supremo gozo de ler o órgão oficial... O jornal relegava esse facto desportivo para segundo plano, destacando antes a morte de um seu funcionário, um fotojornalista.

 

Cartier-Bresson, o Valentim dos tempos modernos (SM)



Porque os machos do blog eram incapazes de falar do dia de hoje; tenho a certeza que Henry Cartier Bresson, se fosse vivo e se tivesse um blog, falaria do comercial São Valentim. Pelo menos teria um bom motivo para publicar esta foto.

13.2.06

 

1906 (RPS)

Passam hoje cem anos sobre o nascimento de Agostinho da Silva. Um homem que tenho em elevadíssima conta.
Curiosamente, este ano assinalam-se os centenários de nascimento de outras figuras. Desde logo, o do notável D. António Ferreira Gomes, Bispo do Porto. Também o de Marcelo Caetano, um homem marcado pelo fracasso político, personagem que não admiro, mas, reconheça-se, um tipo superior intelectualmente e com importante obra na sua área, o Direito ou o ensino do Direito.
Não fora assinalar-se também o centenário de uma figura menor - Humberto Delgado - dava para perguntar: que raio de fenómeno originou a produção de tanta massa cinzenta em 1906?...

 

Bola fora de Freitas do Amaral (RPS)

Não vou deter-me na questão dos cartoons do Profeta. Neste assunto, partilho, pelo menos na generalidade, com opiniões expressas por personalidades como Fernando Gil, Vasco Pulido Valente, Miguel Sousa Tavares e Funes, o memorioso. Sei que o assunto é de enorme importância, mas - confesso - estou saturado do tema (já nem suporto ir ao blogue do Funes).
Não vou, por isso, deter-me, também, no infeliz comunicado, de há uns dias, do nosso MNE. Mas quero dizer que a ideia, expressa por Freitas do Amaral durante o fim de semana, em Évora, de organizar um campeonato euro-árabe de futebol para aproximar os povos e as civilizações é patética.
Quem seriam os árbitros? Quem os nomearia? Que polícia trataria da segurança dos jogos? Se fosse necessária uma intervenção policial sobre mulçumanos, o que seria dito? Que interesse competitivo teria um Espanha-Koweit ou um Inglaterra-Síria?
Não tenho dúvidas da superior inteligência de Freitas do Amaral. Isso não me impede de discordar dele com frequência. Estou, aliás, habituado a discordar do Diogo, mas não estou propriamente habituado a ouvir-lhe cretinices.
Esta foi uma verdadeira bola fora. Aliás, vê-se que de bola o tipo não percebe nada. Pelos vistos, também não anda a bater bem da bola.

12.2.06

 

Joint Venture


Recusando a OPA aqui descrita, o anfitrião anuncia que mais logo estará em curso uma operação conjunta FF/AP para combater o terrorismo imberbe que assalta um dos mais instrutivos jogos do mundo.

Lutando contra jovenzinhos munidos de pocket pc's e ajuda via SMS/Google, uma destemida equipa, composta por 2 Rangers honorários de Lamego e suas aias, para além de uma dupla de residentes deste blog vão mostrar que basta haver Abadia em Imperial para a batalha ser gloriosa e nada TRIVIAL.

Consta que lá estará também a nossa mais querida yemenita adoptiva...

O duelo será próximo do Parlamento de Portugal.
Que melhor sítio para continuar a Revolução ?

 

Ela está de volta

O velho Woody acertou na mouche.No tema e nas donzelas.
Match Point é atípico no homem mas intemporal na matéria.

10.2.06

 

Colosseo (SM)


Já ouvi de tudo, que foi óptimo, que não foi nada de especial, que o concerto foi só despejar canções, com pouca conversa pelo meio. Mas eu estive lá, vi e ouvi. E estou como o Cavaco: gostei tanto e a emoção é tanta que estou sem palavras.

 

Ramos Horta versus Saramago. (JCS)

Freitas do Amaral, o nosso Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros declarou esta noite que Portugal está disposto a apoiar uma eventual candidatura de Ramos Horta a secretário-geral da ONU.

Fica bem ao nosso país. Pagamos tributo a quem tanto nos tem dado, e sobretudo reconhecemos oficialmente que já não há no nosso país mais ninguém para promover. Ou há petróleo na questão? Se assim for, tem o meu apoio.

Mas já agora, Nobel por Nobel, porque não o nosso Saramago?
Pelo menos tem casa cá.
Mas vive em Espanha.
Pois. Vai dar no mesmo.

9.2.06

 

Duelos (RPS)

Mesmo distante da qualidade deste amigo enquanto divulgador literário ou editorial (e noutras áreas, certamente), deixo aqui uma sugestão de leitura. Um livro que, há uns tempos, encontrei por acaso na Latina, enquanto procurava um outro para oferecer (entretanto, já o ofereci também a dois amigos).
O autor é Eduardo Nobre e o título Duelos & Atentados. Uma das capas é esta...



... porque a contracapa é também capa - do outro lado estão os Atentados.
Na parte dos Atentados, são relatados o Regicídio de 1908 e outros episódios similares que atingiram famílias reais europeias entre finais do século XIX e princípios do século XX.

Mas o livro vale pelo relato dos duelos. Duelos que se multiplicavam nos conturbados tempos finais da Monarquia em Portugal. Envolviam, habitualmente, deputados, membros do Governo, jornalistas, colunistas, escritores, notáveis de vária ordem... Eram proibidos por lei, mas vinham relatados na imprensa. Aliás, o autor baseia-se muito nos relatos dos jornais da época.
Particularmente fascinante é inteirarmo-nos da polémica que antecedeu o famoso duelo travado na Arca d'Água entre Ramalho Ortigão e Antero de Quental, por causa da Questão Coimbrã. Venceu Antero e continuaram amigos...

A foto da capa é de Joshua Benoliel (1873-1932). Era jornalista e fotógrafo e foi o "pai" do fotojornalismo em Portugal. Registou múltiplos duelos. Alguns não começavam sem que os oponentes se apercebessem da sua presença "escondida" no alto de um muro ou de uma árvore. Eles necessitavam de que a opinião pública soubesse que tinham lavado a honra ofendida...
O nome é estranho, mas Benoliel era português. Descendia de uma família hebraica, radicada em Cabo Verde.

 

É so por ter sido ela a pedir (RPS)

Num post em cadeia, solicita-me a Anamargens que revele cinco estranhos hábitos ou vícios. E a "coisa" já vem de outro apeadeiro.
A tarefa é díficil. Mais difícil para um tipo comum, sem bizarrices. Mais difícil, ainda, porque um hábito que tenho é o de quebrar cadeias. Mas, enfim, assim de repente...
1 - fazer zapping e ver dois filmes ao mesmo tempo.
2 - acumular jornais e revistas "para ler depois"...
3 - dormir uma horita ao final da tarde.
4 - passar com o carro junto aos passeios em dias de chuva.
5 - meter gasolina em estações de serviço com gasolineiro.
E já está.
Como, de acordo com as regras (se não cumprirmos somos penalizados?...), tenho de passar o desafio a cinco pessoas, remeto-o para a Mana Tesoura, a FriFri, a Gaja Manca, a Gaja Mouca e o Menino Kalé.

8.2.06

 

Confissões de um automóvel-dependente (JCS)

Confesso ser um automóvel-dependente, em tratamento.

De há uns meses a esta parte, passei a utilizar o comboio. Deixo o carro no parque da estação, na outra banda, e depois entro numa das carruagens da Fertagus, e atravesso o Tejo com Lisboa á vista do lado direito, e a foz do outro.
Há música no ar, sempre clássica para limpar a alma.
É também agradável viajar num comboio onde os passageiros não vão, regra geral, em pé, e que no destino é alvo de uma operação de limpeza.
É curioso que até hoje ninguém me pediu o passe, nem presenciei actos de vandalismo. Depois, já na estação de Sete Rios, passo do céu ao inferno. Entro no metro, entre encontrões, de blusão fechado não me roubem o tabaco. Lá vem o pedinte da praxe.
Descobri que ainda assim vale a pena este último sacrifício de contacto urbano. Afinal de contas poupo na gasolina e nas portagens para passar o rio (absurdas neste ponto do país), poupo nas revisões que passam a ser mais espaçadas, poupo nas dores de cabeça do trânsito, ganho horas de leitura.
Tenho por garantido que este exemplo, fornecido pela Fertagus, não se repete na globalidade das empresas de transporte de passageiros. Talvez mais automóvel-dependentes aprendessem a gostar de andar em transportes públicos. E a olhar com indiferença para os homenzinhos verdes da EMEL, a empresa que espalha papéis com coimas pelos vidros do carro e que de quando em vez oferece uma jante amarela aos condutores.

 

Os mails do grupo (RPS)

De vez em quando, lá chega um mail de um deles ou de uma delas. Eles e elas (e eu) são cerca de uma dezena de elementos de um grupo que se junta, enquanto tal, de quando em vez.
O grupo já foi maior e já andou mais junto, mas a vida vai mudando e as coisas vão, naturalmente, sofrendo transformações. Sem dramas.
Ainda assim, o grupo (às vezes com a aparição de um ou outro elemento mais tresmalhado) junta-se em iniciativas de carácter lúdico ou cultural. E tudo começa com um mail de um deles que resolveu ter a iniciativa.
A proposta tanto pode passar por uma francesinha seguida de cinema como por uma ida ao teatro ou a outro tipo de espectáculo. Por uma noite de copos, por um cafezinho aqui ou ali ou por um fim de semana algures por aí. Em qualquer caso, eu tenho três tipos de resposta:
a) OK, alinho.
b) não alinho porque não gosto do programa. Depois vou ter com vocês.
c) não posso mesmo - e segue-se a explicação para o impedimento.

Mas há gente que gosta de complicar. Neste grupo, há um elemento (feminino) que nunca está de acordo com a proposta ou com, pelo menos, parte dela. Assim se a proposta é francesinha seguida de cinema, ela contrapõe cinema seguido de francesinha.
Se é para sexta, ela quer no sábado.
Se é no fim de semana de 22, ela quer no de 29.
Se é bailado, ela prefere marionetes.
Se é praia, ela prefere campo.
Se é à tarde, ela prefere à noite.
E é certo e sabido que, tratando-se de restaurantes, ela nunca quer aquele que foi proposto.

Como se isto não bastasse, sabemos como são os grupos: todos têm as suas tensões internas. E tratando-se de mulheres a coisa agrava-se. Assim, mal ela contrapõe, vem logo a outra fazer finca pé: Não! Ou é francesinha no Capa Negra ou não vou...
Abertas as hostilidades, os diversos elementos vão-se alinhando num ou noutro lado, mas a coisa não fica por aqui. É que surge sempre o elemento pacificador, que tenta a conciliação de interesses e avança uma terceira proposta.
Com isto, só aumenta a confusão e, logo depois, vem o hesitante que, não sabendo bem o quer, avança ainda uma quarta hipótese na secreta esperança que nada se decida, algo que o tranquiliza muito.

Irra! Se a proposta me agrada eu vou, se não me agrada simplesmente não vou. É assim tão complicado?
Com tudo isto, já deixei de fazer propostas. Qualquer dia, deixo de responder.

 

Terroristas ou outra coisa e tal (JCS)

Num escritório da baixa, carregado de jornalistas, registava-se grande confusão. Um tema em debate: O que são terroristas? A Eta é uma organização terrorista? O Ira também? E o Bush será terrorista?

As opiniões dividem-se. Entre os que preferem classificar a Eta como separatista, Bush como um anormal, e o IRA como uma coisa do passado.

Eu prefiro considerar terrorista, toda a organização ou líder que aposta em aterrorizar alguém, uma entidade ou país. Não excluo que algumas sogras podem fazer parte da lista de terroristas.

7.2.06

 

Descoberta médico-científica (RPS)

O nome indica isso, mas ficar afónico não nos tira apenas a voz. Tira-nos também o desejo de blogar.

6.2.06

 

Dúvida futebolística (RPS)

Um resultado de 4-0 num jogo de futebol é uma goleada. Já um resultado de 1-0 ou 2-0 não o é. E um 3-0? Um resultado de 3-0, num jogo de futebol, é uma goleada?

 

Dúvida bloguística (RPS)

Serão milhentas, muito variáveis, as motivações que levam de uma pessoa a criar um blogue ou a escrever no blogue de um terceiro. Mas, genericamente, podemos ter como certo que quem escreve num blogue escreve e espera feed-back.
Há quem não adira à moda e prefira, por exemplo, escrever para a gaveta. É uma opção respeitável. Por acaso, nunca o fiz, mas toda a minha vida conheci pessoas que escreviam/escrevem para a gaveta.
Agora já não entendo bem como é que uma criatura faz um blogue em que não permite comentários. É como escrever para a gaveta, dirão. Mas qual é a vantagem de o fazer num blogue?
Não há gavetas lá em casa?

4.2.06

 

Estou à espera de mais uma bilha de gás. (JCS)

Publicidade enganosa, é o que nos oferece a Galp energia.
Estou há semanas a encomendar bilhas de gás-pluma, e ainda não me apareceu aquela deusa da televisão.
Quando abro a porta lá está o tipo de casaco seboso, bigodinho mal rapado a perguntar: Sô Zé, cá tá a bilhazita que pediu.
Pago a contragosto, e ainda me pede uns trocos pá bica.
Já para não falar da garagem que parece ser propriedade do Bin Laden. Só falta o rastilho.
E a deusa? E os danos morais por ainda não ter aparecido? Já não fazem publicidade como antigamente. Era pasta Medicinal Couto e pronto. Não havia outra. Não havia enganos. Agora é o que se vê.

3.2.06

 

Dúvidas filosóficas (RPS)

Antes de abdicar e de corrigir a rota, fiz, na Secundária, a área de Científico-Naturais. Depois, entrei no mundo do Superior pelo (ainda hoje fascinante) submundo das Matemáticas. Foram dois anos em que aprendi coisas importantes e interessantes, mas - inevitável - sobraram-me lacunas noutras áreas. São, assim, por exemplo, muito limitados os meus conhecimentos de Filosofia. Por isso, não encontro resposta para uma dúvida que me assalta. E que me faz desaguar noutras dúvidas.

Haverá alguma razão objectiva para que, na Maison des Crepes (num shopping perto de si...), o crepe número 25 se designe por Aristóteles?
Terá sido determinante para a escolha da designação o facto de conter framboesa?
Caso se chamasse Platão ou Anaxágoras, a designação perderia sentido?
Nenhum outro filósofo clássico será digno de nome de crepe?
Porque dá Aristóteles nome a um crepe doce, enquanto dois outros nomes do pensamento, Voltaire e Galileu, são designação de crepes salgados?

Bolas! Vai um tipo, calmamente, comer um Aristóteles barradinho a framboesa e sai de lá angustiado, com um nó no cérebro.

2.2.06

 

Preciso de um advogado (RPS)

Eu, a Sofia e a Berta estamos juntos há dois anos e meio. Somos felizes, apesar de todas as dificuldades que enfrentamos.
Começa pela porteira do prédio, que nos olha de soslaio e remexe a nossa caixa do correio, passa pelos amigos que se afastaram e afastam, e termina nas nossas próprias famílias: o meu pai deserdou-me, a mãe da Berta chama-lhe puta devassa e os irmãos da Sofia já lhe rasgaram os pneus do carro várias vezes.
Nos nossos empregos - quando os temos... - enfrentamos multiplas dificuldades e, em espaços públicos, temos de nos conter permanentemente. Ainda há dias, numa esplanada, o empregado fez-me um reparo por eu estar com a Sofia sentada na minha perna esquerda e a Berta na minha perna direita.

O nosso sonho era casarmos e termos muitos filhos, como a maioria das outras pessoas. Mas esta sociedade hipócrita impede-nos de sermos felizes.
Saturados com tanta pressão e tanta incompreensão, decidimos... não desistir! Mais: vamos lutar por aquilo a que temos direito e exigimos casar.
Como não temos grandes posses, precisamos da ajuda de um advogado. Um causídico chico-esperto a quem possa ser útil algum protagonismo mediático. Satisfaremos com este bem essencial os seus honorários.

Estamos certos de que a Constituição nos dá razão. Neste mundo de hipocrisia e falsidade, parece ser a única coisa que no-la dá. Tanto, que agora na cama somos quatro: eu, a Sofia, a Berta e um exemplar da Constituição da República Portuguesa.

1.2.06

 

Uma premonição e um apelo (RPS)

Daqui a vinte anos - ou 15, ou 25 - os meus sobrinhos (provavelmente, mais o Guilherme que o António) vão fazer, nos seus blogues, um post memorioso e saudoso sobre a figura do Noddy, que marcou as suas infâncias. E eu vou gostar de ler. E vou sentir muitas saudades desta hoje figurinha insuportável:





APELO
Senhores da RTP: têm mesmo que o pôr na Dois, em cima das 20? Eu quero ver os telejornais.

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