28.2.05
Um abraço ao Germano (por RPS)
Tinha jurado não falar dos Óscares. Não há pachorra para os Óscares.
Nada contra a estreia do Marco Vaza – é mesmo contra a torrente informativa à volta dos Óscares. (o que sinto deve ser semelhante ao que muita gente sente quando vê/ouve falar de futebol...).
Mas, justamente por causa desta volúpia informativa à volta dos Óscares, quero enviar um abraço ao Germano Campos. Ele foi o pioneiro destas orgias informativas à volta da noite mágica de Hollywood. Um pioneiro merece reconhecimento.
RPS.
Nada contra a estreia do Marco Vaza – é mesmo contra a torrente informativa à volta dos Óscares. (o que sinto deve ser semelhante ao que muita gente sente quando vê/ouve falar de futebol...).
Mas, justamente por causa desta volúpia informativa à volta dos Óscares, quero enviar um abraço ao Germano Campos. Ele foi o pioneiro destas orgias informativas à volta da noite mágica de Hollywood. Um pioneiro merece reconhecimento.
RPS.
We are proud to introduce....
...mais um residente desta humilde casa. Um homem grande e tímido, operacional da amizade. Infectado com o virus cinéfilo, cultiva o vintage musical , a bola e um bom uisco.
Marco Vaza entra na casa.
Chegas em boa hora.
Marco Vaza entra na casa.
Chegas em boa hora.
Algumas notas sobre os Óscares (por MV)
Ganhou o Clint
- Ainda bem que o Marty não ganhou com este filme. Merece ganhar, mas não com “O Aviador”
- Números musicais, como sempre, insuportáveis. A Beyonce cantou três das cinco canções nomeadas e a que ganhou, dos “Diários de Che Guevara”, teve uma versão inenarrável com o António Banderas e o Santana. Esteve muito bem Jorge Drexler, o autor e interprete, que, quando subiu ao palco para receber o Óscar, cantou um excerto da música e não fez discurso
- Chris Rock está a milhas de Billy Cristal. Deviam chamar o Robin Williams para apresentar a cerimónia
- Cerimónia mais curta, o que é sempre bom
-Alguns dos prémios passaram a ser entregues na plateia. Há quem espere toda a vida para ganhar um Óscar e quando isso acontece, nem sequer sobem ao palco. Não se faz
- A obsessão quase doentia do realizador pela família do homenageado Sydney Lumet. Não era pela sua mulher de há mais de 50 anos, mas pela jovem de formas generosas e com decote revelador. Durante a transmissão houve cerca de 15 planos da jovem
Ganhou o Clint
MV
- Ainda bem que o Marty não ganhou com este filme. Merece ganhar, mas não com “O Aviador”
- Números musicais, como sempre, insuportáveis. A Beyonce cantou três das cinco canções nomeadas e a que ganhou, dos “Diários de Che Guevara”, teve uma versão inenarrável com o António Banderas e o Santana. Esteve muito bem Jorge Drexler, o autor e interprete, que, quando subiu ao palco para receber o Óscar, cantou um excerto da música e não fez discurso
- Chris Rock está a milhas de Billy Cristal. Deviam chamar o Robin Williams para apresentar a cerimónia
- Cerimónia mais curta, o que é sempre bom
-Alguns dos prémios passaram a ser entregues na plateia. Há quem espere toda a vida para ganhar um Óscar e quando isso acontece, nem sequer sobem ao palco. Não se faz
- A obsessão quase doentia do realizador pela família do homenageado Sydney Lumet. Não era pela sua mulher de há mais de 50 anos, mas pela jovem de formas generosas e com decote revelador. Durante a transmissão houve cerca de 15 planos da jovem
Ganhou o Clint
MV
O Porto-Benfica da verdade absoluta (por RPS)
Foi na baliza do topo Norte, nas Antas.
A bola sobrevoou a defesa do Benfica, vinda da meia-direita do ataque do Porto. (terá sido o Pavão?... Não me recordo, mas gostava que tivesse sido o Pavão).
Sentado no camarote número quinze, estava, recorrendo ao futebolês erudito, no enfiamento da jogada. Tinha os olhos na bola: ela a vir para cá, a vir para cá... Não sei como, mas, de súbito, o Lemos estava sozinho com a bola, frente ao guarda-redes. Sem eu dar conta, tinha-se desmarcado, ali por entre o defesa-direito e o central. Eles também não tinham dado conta...
Pois o Lemos esteve ali sozinho com a bola uma eternidade de umas fracções de segundo. Uma eternidade em que a minha função respiratória esteve suspensa e em que visualizei o pior: “vai falhar”, disse para mim, contagiado já pelos complexos e pelo pessimismo que então marcavam a atmosfera daquele estádio.
Mas não... Num ápice, desvaneceu-se aquela visão de terror e frustração: o Lemos não falhou. GOOOOOLOOO !!! - explodimos... Quarenta mil, cinquenta mil, sei lá bem... A caminho dos oito anos, esse era um detalhe que não me ocupava o espírito. Sei que a lotação do estádio era menor do que uns anos mais tarde porque ainda não tinha sido fechada a bancada. Havia uma espécie de praça da maratona, semelhante à do Jamor, mas menos sumptuosa. Contudo, as bancadas abarrotavam de gente. “Condições de segurança” era expressão que ninguém conhecia na época e não havia essa coisa chamada “stewards” nem seres similares de colete florescente. Estávamos em 1971, um adepto de futebol não era olhado como um criminoso em potência e, por isso, não era revistado à entrada do estádio.
O golo do Lemos deixou-me em êxtase, com pele de galinha, olhos molhados. Naquela tarde soalheira de domingo, uma qualquer bênção tinha acabado de cair do céu sobre aquele estádio, sobre aquela gente, sobre mim e, principalmente, sobre o Lemos. Na segunda parte, ele marcou mais três. A baliza do topo sul ficava mais distante do camarote número quinze, tenho uma vaga ideia de um golo após um canto... 4-0 àqueles bandidos, quatro golos do Lemos.
Daí para cá, vi dezenas de “Portos-Benfica” e, com o tempo, foi subindo exponencialmente o número de vitórias do Porto. Grandes tardes ou grandes noites de grandes jogos e grandes vitórias. Mas não houve nem haverá mais um Porto-Benfica como aquele dos quatro golos do Lemos. Nesse final de tarde de domingo, tive a certeza de que o meu clube era o melhor do Mundo.
E que o Benfica, afinal, não valia nada.
RPS
A bola sobrevoou a defesa do Benfica, vinda da meia-direita do ataque do Porto. (terá sido o Pavão?... Não me recordo, mas gostava que tivesse sido o Pavão).
Sentado no camarote número quinze, estava, recorrendo ao futebolês erudito, no enfiamento da jogada. Tinha os olhos na bola: ela a vir para cá, a vir para cá... Não sei como, mas, de súbito, o Lemos estava sozinho com a bola, frente ao guarda-redes. Sem eu dar conta, tinha-se desmarcado, ali por entre o defesa-direito e o central. Eles também não tinham dado conta...
Pois o Lemos esteve ali sozinho com a bola uma eternidade de umas fracções de segundo. Uma eternidade em que a minha função respiratória esteve suspensa e em que visualizei o pior: “vai falhar”, disse para mim, contagiado já pelos complexos e pelo pessimismo que então marcavam a atmosfera daquele estádio.
Mas não... Num ápice, desvaneceu-se aquela visão de terror e frustração: o Lemos não falhou. GOOOOOLOOO !!! - explodimos... Quarenta mil, cinquenta mil, sei lá bem... A caminho dos oito anos, esse era um detalhe que não me ocupava o espírito. Sei que a lotação do estádio era menor do que uns anos mais tarde porque ainda não tinha sido fechada a bancada. Havia uma espécie de praça da maratona, semelhante à do Jamor, mas menos sumptuosa. Contudo, as bancadas abarrotavam de gente. “Condições de segurança” era expressão que ninguém conhecia na época e não havia essa coisa chamada “stewards” nem seres similares de colete florescente. Estávamos em 1971, um adepto de futebol não era olhado como um criminoso em potência e, por isso, não era revistado à entrada do estádio.
O golo do Lemos deixou-me em êxtase, com pele de galinha, olhos molhados. Naquela tarde soalheira de domingo, uma qualquer bênção tinha acabado de cair do céu sobre aquele estádio, sobre aquela gente, sobre mim e, principalmente, sobre o Lemos. Na segunda parte, ele marcou mais três. A baliza do topo sul ficava mais distante do camarote número quinze, tenho uma vaga ideia de um golo após um canto... 4-0 àqueles bandidos, quatro golos do Lemos.
Daí para cá, vi dezenas de “Portos-Benfica” e, com o tempo, foi subindo exponencialmente o número de vitórias do Porto. Grandes tardes ou grandes noites de grandes jogos e grandes vitórias. Mas não houve nem haverá mais um Porto-Benfica como aquele dos quatro golos do Lemos. Nesse final de tarde de domingo, tive a certeza de que o meu clube era o melhor do Mundo.
E que o Benfica, afinal, não valia nada.
RPS
27.2.05
Setenta e duas horas em Los Angeles
Foi o tempo que lá estive, há cerca de um ano e meio.
LA é uma terra cool. Uma cidade descontraída, onde as calças de ganga rapidamente dão lugar ao smoking. Para logo este dar a vez às tanguinhas...Por ali, reina gente desempoeirada, suficientemente desassombrada para dar o cadeirão máximo ao musculado Arnaldo. Para quem vem da agitada Nova Iorque ou da diplomática Washington, a cidade é um desvario.
LA -na tarde de ontem.
Colocaram-me num hotel de quatro estrelas em Santa Mónica, onde só se ouviam batidas de basebol.Estava a 500 metros do Pacífico.
Nao há dúvidas que um povo é um povo e o seu oceano.Ainda assim demorei umas horas a confirmar que os californianos esclarecidos ligam mais a Pequim que a Paris. Temas como a crise textil ou a politica de imigração face ao México são muito valorizados entre os especialistas universitários em política externa.
O que verdadeiramente interessava é que - what the hell - para quem vinha de reuniões engravatadas na Costa atlântica, soube mesmo bem receber permissão para um code-dress mais informal.
LA não é o French Quarter de New Orleans - que saudades !
Mas é uma cidade em bermudas, conscientemente afastada da depressão da Costa Leste. É o condado onde mais se investe em tecnologia e em fama fácil,
o que nos leva a...
LA é uma terra cool. Uma cidade descontraída, onde as calças de ganga rapidamente dão lugar ao smoking. Para logo este dar a vez às tanguinhas...Por ali, reina gente desempoeirada, suficientemente desassombrada para dar o cadeirão máximo ao musculado Arnaldo. Para quem vem da agitada Nova Iorque ou da diplomática Washington, a cidade é um desvario.
LA -na tarde de ontem.
Colocaram-me num hotel de quatro estrelas em Santa Mónica, onde só se ouviam batidas de basebol.Estava a 500 metros do Pacífico.
Nao há dúvidas que um povo é um povo e o seu oceano.Ainda assim demorei umas horas a confirmar que os californianos esclarecidos ligam mais a Pequim que a Paris. Temas como a crise textil ou a politica de imigração face ao México são muito valorizados entre os especialistas universitários em política externa.
O que verdadeiramente interessava é que - what the hell - para quem vinha de reuniões engravatadas na Costa atlântica, soube mesmo bem receber permissão para um code-dress mais informal.
LA não é o French Quarter de New Orleans - que saudades !
Mas é uma cidade em bermudas, conscientemente afastada da depressão da Costa Leste. É o condado onde mais se investe em tecnologia e em fama fácil,
o que nos leva a...
Hollywood
Atravessada pelas enormes avenidas que rasgam a cidade a regra e esquadro, Hollywood - acreditem - já não alberga os grandes estúdios. Mudaram-se todos para fora da cidade, onde é possível reconstruir cenários e trabalhar com mais recursos.
O que resta é o espírito, um pouco para turista.
O Passeio da Fama é o que é. Estrelinhas impregnadas na calçada, á beira da estrada, assim como na Rua do Ouro, do Rossio ao Terreiro do Paço. Mais interessante fica por ali o Teatro Chinês, com as marcas de pés e mãos de um chorrilho de estrelas. A Bette Davis tinha um pé mais pequeno que um seixo do Mondego ! O resto é um pouco tanga. Dá para o souvenir - lá dinheiro sabem eles fazer.
Alcançar o improvável tem sido a história daquela gente.
Talvez por isso ao lado do Kodak Theatre onde neste domingo serão entregues os Oscares, está um Trilho da Fama que de trabalho árduo a sorte pura percorre todos os factores que levam á Fama até desembocar numa cama de mármore 2x2 - "best way to get it" !
Espantar o povo é também uma especialidade da casa. Dez dias antes da minha chegada a LA, inauguraram a razão que me há de levar de volta à cidade :
Walt Disney Concert Hall - Esta coisinha custou 274 milhões de dólares - o dobro do projecto do Parque Mayer.
Frank Gehry - por que raio és tão caro ?
O que resta é o espírito, um pouco para turista.
O Passeio da Fama é o que é. Estrelinhas impregnadas na calçada, á beira da estrada, assim como na Rua do Ouro, do Rossio ao Terreiro do Paço. Mais interessante fica por ali o Teatro Chinês, com as marcas de pés e mãos de um chorrilho de estrelas. A Bette Davis tinha um pé mais pequeno que um seixo do Mondego ! O resto é um pouco tanga. Dá para o souvenir - lá dinheiro sabem eles fazer.
Alcançar o improvável tem sido a história daquela gente.
Talvez por isso ao lado do Kodak Theatre onde neste domingo serão entregues os Oscares, está um Trilho da Fama que de trabalho árduo a sorte pura percorre todos os factores que levam á Fama até desembocar numa cama de mármore 2x2 - "best way to get it" !
Espantar o povo é também uma especialidade da casa. Dez dias antes da minha chegada a LA, inauguraram a razão que me há de levar de volta à cidade :
Walt Disney Concert Hall - Esta coisinha custou 274 milhões de dólares - o dobro do projecto do Parque Mayer.
Frank Gehry - por que raio és tão caro ?
Abreviar,Cuidar,Chorar : três verbos entre Roma e Xuño
25.2.05
Essa é que é essa...
Martian gases pose life question (BBC)
Poema para a provável solidão do Sanguíneo
A que vens, solidão, com teu relógio
de ponteiros de visgo, de bater de feltro?
Ombro nenhum ao meu ombro encostado,
a que vens, ó camarada solidão?
Companheira, amiga, até amante,
até ausente, ó solidão, te amei,
como se ama o frio até o frio dar
a chama que tu dás, ó solidão!
A que vens, enfermeira? Não sabes que estou morto,
que se digo o meu sim ou o meu não
é só para que os outros me julguem mais um outro,
é só para que um morto não tire o sono aos outros?
A que vens, solidão? Vai antes possuir
os que amam sem esperança e sem saber esperam,
dá-lhes o teu conforto, encosta-lhes ao ombro
o teu ombro nenhum, ó solidão!
Alexandre O'Neill - Poemas com endereço, 1962.
de ponteiros de visgo, de bater de feltro?
Ombro nenhum ao meu ombro encostado,
a que vens, ó camarada solidão?
Companheira, amiga, até amante,
até ausente, ó solidão, te amei,
como se ama o frio até o frio dar
a chama que tu dás, ó solidão!
A que vens, enfermeira? Não sabes que estou morto,
que se digo o meu sim ou o meu não
é só para que os outros me julguem mais um outro,
é só para que um morto não tire o sono aos outros?
A que vens, solidão? Vai antes possuir
os que amam sem esperança e sem saber esperam,
dá-lhes o teu conforto, encosta-lhes ao ombro
o teu ombro nenhum, ó solidão!
Alexandre O'Neill - Poemas com endereço, 1962.
24.2.05
Desafio
A partir de hoje até Domingo, queremos saber qual o melhor filme que viram nos ultimos 12 meses ( e já agora porquê). Comentem ou maileing. E já agora, depois da necessária consulta aos nomeados, apostem para os Oscares...
Palavras que eu amo (1)
Photo:Leandro Ribeiro
Mãos dadas
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história.
Não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela.
Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida.
Não fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.
Carlos Drummond de Andrade, "Sentimento do Mundo", 1940.
23.2.05
Parking the Mayor
Carmona tem conseguido endireitar quase tudo o que Santana deixou torto.
Discretamente, o erro chamado Túnel irá avançar. Sem cortar a direito, o professor conseguiu um consenso com o PS sobre o Parque Mayer.
Apesar da factura e da falta de estratégia para o coração da cidade.
Carmona mostrou ser um homem sério e dialogante. Não sei se isso vale votos actualmente em Portugal. Uma candidatura de Carmona seria porventura mais interessante para a psicologia eleitoral do que para o aparelho que vai agora esfaquear-se .
No dossier Mayer, o PS mostrou (até agora) responsabilidade. Vamos ver o que nos propõe no fim do ano. Sendo que muito se decide esta semana.
Carrilho pode ser o homem de Sócrates, se António Costa não quiser ou for para o Governo - acho inevitável o seu regresso, dado que o PS não se pode dar ao luxo de o ter estacionado em Estrasburgo.
Nesse caso, a escolha será clara - Carrilho parece já ter o endorsement de Mega Ferreira. E poderá ir buscar votos à esquerda intelectual do Bloco - que já passou a CDU em Lisboa. Como está visto, o BE só entra em coligações consigo próprio.
Discretamente, o erro chamado Túnel irá avançar. Sem cortar a direito, o professor conseguiu um consenso com o PS sobre o Parque Mayer.
Apesar da factura e da falta de estratégia para o coração da cidade.
Carmona mostrou ser um homem sério e dialogante. Não sei se isso vale votos actualmente em Portugal. Uma candidatura de Carmona seria porventura mais interessante para a psicologia eleitoral do que para o aparelho que vai agora esfaquear-se .
No dossier Mayer, o PS mostrou (até agora) responsabilidade. Vamos ver o que nos propõe no fim do ano. Sendo que muito se decide esta semana.
Carrilho pode ser o homem de Sócrates, se António Costa não quiser ou for para o Governo - acho inevitável o seu regresso, dado que o PS não se pode dar ao luxo de o ter estacionado em Estrasburgo.
Nesse caso, a escolha será clara - Carrilho parece já ter o endorsement de Mega Ferreira. E poderá ir buscar votos à esquerda intelectual do Bloco - que já passou a CDU em Lisboa. Como está visto, o BE só entra em coligações consigo próprio.
Alma portuguesa
“ (...) a crença de que os nativos eram uns mandriões, uns indolentes, que não serviam para nada e que só queriam saber de beber e fornicar.
Beber e fornicar, sem dúvida. Os primeiros portugueses, ao chegarem por aqui em 1500, horrorizaram-se com aqueles bárbaros nus que praticavam alegremente todas as variantes sexuais previstas no catálogo: poligamia, incesto, sodomia, homossexualismo. E, quinze minutos depois, logo se juntaram aos bárbaros nessas variantes, sob o alarido dos papagaios e maritacas.”
(Ruy Castro, in “Estrela Solitária - um brasileiro chamado Garrincha")
Vale a pena ler.
O Mané Garrincha é o melhor jogador de futebol de todos os tempos. Na escrita, o Ruy Castro podia jogar ao lado do Mané.
RPS
Beber e fornicar, sem dúvida. Os primeiros portugueses, ao chegarem por aqui em 1500, horrorizaram-se com aqueles bárbaros nus que praticavam alegremente todas as variantes sexuais previstas no catálogo: poligamia, incesto, sodomia, homossexualismo. E, quinze minutos depois, logo se juntaram aos bárbaros nessas variantes, sob o alarido dos papagaios e maritacas.”
(Ruy Castro, in “Estrela Solitária - um brasileiro chamado Garrincha")
Vale a pena ler.
O Mané Garrincha é o melhor jogador de futebol de todos os tempos. Na escrita, o Ruy Castro podia jogar ao lado do Mané.
RPS
22.2.05
"É um muro"
José Sócrates, visto pela sua assessora de imprensa.
Não foi numa conversa de amigos. Foi ao Le Monde.
Não foi numa conversa de amigos. Foi ao Le Monde.
Mau marketing ou mau produto ? (RPS)
Átrio do Hotel D. Pedro.
Noite eleitoral do PSD.
Peço a Einhart da Paz que me fale, que fale na minha emissão.
Tem de pedir autorização a Miguel Relvas. À minha frente, envia um sms para dezanove pisos acima.
Uma hora depois, vejo o brasileiro ao longe. Chama-me com o olhar...
- Não dá, cara...
- OK. Você é que perde.
Einhart faz um esgar de riso, surpreendido, olha-me de lado, atira:
- O que você me queria perguntar?...
- Queria saber se você não sabe nada de marketing ou se o produto era mesmo mau...
- Ei cara... Ainda bem que o Relvas não deixa eu falar...
RPS
Noite eleitoral do PSD.
Peço a Einhart da Paz que me fale, que fale na minha emissão.
Tem de pedir autorização a Miguel Relvas. À minha frente, envia um sms para dezanove pisos acima.
Uma hora depois, vejo o brasileiro ao longe. Chama-me com o olhar...
- Não dá, cara...
- OK. Você é que perde.
Einhart faz um esgar de riso, surpreendido, olha-me de lado, atira:
- O que você me queria perguntar?...
- Queria saber se você não sabe nada de marketing ou se o produto era mesmo mau...
- Ei cara... Ainda bem que o Relvas não deixa eu falar...
RPS
Boxe Pop
Às sete décadas e meia de vida, Clint está um toiro emocionado. Um duro embevecido pela vida.
Já suspeitava, mas desta vez o homem excedeu-se.Este é o meu tipo preferido de arte - imensa,concisa, humana, paradoxal.
Mostra-nos os meios caminhos do amor, o não declarado (Lost in Translation?) o defeito e a insegurança.
Lembra-nos que o coração é um músculo. E que a perda se instalou novamente em nós-humanos, desde que vimos como pode o nosso mundo desabar em poucas horas.
No meio da inocência - sempre aí.
Million Dollar Baby, dir.Clint Eastwood,com Clint Eastwood, Hilary Swank e Morgan Freeman.
Aqui da incubadora
Ganhando forças, ainda que mal vestido (vamos gradualmente) Fado Falado agradece os posts que tem recebido.
Alguns exemplos:
Rejubilemos! Finalmente o Fadista Conversador decidiu dizer aos olhos do mundo aquilo que dele pensa.
Como diriam os críticos profissionais (citados nas contracapas): Um Blog a que se deve estar atento. (RC)
bem vindo, companheiro blogueiro! na ressaca da noite eleitoral (e como esta expressão me soa banal) não consigo exprimir grande coisa. estou em branco. como os votos. um beijo num primeiro post. :) mj (mary john)
As várias vozes deste blog são também as dos leitores.
Convidei algumas pessoas para cantar aqui na viela.
O primeiro residente a dar a cara -RPS - é um amante da liberdade e um espírito vivo. Regressado a casa após larga quilometragem pelo país, deve estar ainda a fazer o que muitos vão agora começar - lavar roupa suja.
Novos residentes serão apresentados nos próximos dias.
É bom ter amigos assim.
É só que vos digo.
Alguns exemplos:
Rejubilemos! Finalmente o Fadista Conversador decidiu dizer aos olhos do mundo aquilo que dele pensa.
Como diriam os críticos profissionais (citados nas contracapas): Um Blog a que se deve estar atento. (RC)
bem vindo, companheiro blogueiro! na ressaca da noite eleitoral (e como esta expressão me soa banal) não consigo exprimir grande coisa. estou em branco. como os votos. um beijo num primeiro post. :) mj (mary john)
As várias vozes deste blog são também as dos leitores.
Convidei algumas pessoas para cantar aqui na viela.
O primeiro residente a dar a cara -RPS - é um amante da liberdade e um espírito vivo. Regressado a casa após larga quilometragem pelo país, deve estar ainda a fazer o que muitos vão agora começar - lavar roupa suja.
Novos residentes serão apresentados nos próximos dias.
É bom ter amigos assim.
É só que vos digo.
21.2.05
Notas finais
1.Com a aparência de uma demissão, Portas quer um congresso.Com a simulação de continuidade, Santana também. Portas não tem oposição, mas na casa ao lado é a balburdia.
Cavaco há de dar sinais nos próximos dias, talvez mais do que por fontes próximas.
Manuela Ferreira Leite há de tomar partido.Registam-se as cautelas esta noite de Luis Filipe Menezes, Rui Rio, Dias Loureiro, João Jardim, Morais Sarmento. E Marcelo, de certa forma. Mas na sua própria linha.
2. Na esquerda, o inchaço é brutal. O Bloco de Esquerda começou esta noite a sua oposição ao PS. Ouça-se Fernando Rosas, na RTP. O PCP viu ratificada a reforma de Carvalhas. Faltava-lhe o que mais há em Jerónimo - charme e austeridade ideológica, duas heranças de Cunhal.
3.A descida da abstenção tem que ser estudada com mais detalhe. Mas parece-me que neste domingo quem quis protestar não ficou em casa.
4.Por último, Sampaio. Um vencedor, em quase todos os cenários. Será ?
Cavaco há de dar sinais nos próximos dias, talvez mais do que por fontes próximas.
Manuela Ferreira Leite há de tomar partido.Registam-se as cautelas esta noite de Luis Filipe Menezes, Rui Rio, Dias Loureiro, João Jardim, Morais Sarmento. E Marcelo, de certa forma. Mas na sua própria linha.
2. Na esquerda, o inchaço é brutal. O Bloco de Esquerda começou esta noite a sua oposição ao PS. Ouça-se Fernando Rosas, na RTP. O PCP viu ratificada a reforma de Carvalhas. Faltava-lhe o que mais há em Jerónimo - charme e austeridade ideológica, duas heranças de Cunhal.
3.A descida da abstenção tem que ser estudada com mais detalhe. Mas parece-me que neste domingo quem quis protestar não ficou em casa.
4.Por último, Sampaio. Um vencedor, em quase todos os cenários. Será ?
20.2.05
Flash 22.00
A noite é laranja.
O Fado Falado não telefonou ao Marques Mendes. Mas ele percebeu a mensagem.
Mudar de vida é obviamente um lema fácil. Também Sócrates utilizou o verbo na campanha.
Dá a impressão que hoje em dia ganhar o poder é estar na hora certa no lugar certo.
Sócrates esperou pela sua, sempre em "solidariedade". Mendes vai reclamar a sua oportunidade.
Pacheco Pereira acaba de saudar o gesto. Significativo.
Mas a noite não está ainda fechada no PSD. Santana, prudente, está a ouvir todos, ao longe como sempre. Quer ser o último a falar. Marcelo sabe disso e até agora na RTP ainda não falou do PSD futuro. Tal como Morais Sarmento na TVI.
Com uma diferença - Marcelo já enterrou o santanismo e Sarmento ainda insiste no tiro a Sampaio.
Marcelo criticou o discurso laranja contra o Presidente da República, diz que PSL estava fisicamente arrasado na ultima semana e, deliciosamente, diz que não percebe por que raio PSD e PP não se apresentaram em coligação.
Para Marcelo, uma coligação com o PP travaria uma maioria absoluta do PS !
Aqui , Marcelo e Pacheco Pereira divergiram esta noite - mas confirmaram que Manuela Ferreira Leite era a sucessora natural no Governo, mesmo que não no partido.
O resto é o habitual. Menezes disse nada, para depois de amanhã ver como param as modas. Rui Rio, que tantas vezes, em nome de principios, ameaçou a estabilidade na Câmara e na liderança do PSD (lembram-se do caso Pôncio ou do PDM do Porto?), vem agora apelar à serenidade.
A machadada de Santana anuncia-se para as 22.30.
O Fado Falado não telefonou ao Marques Mendes. Mas ele percebeu a mensagem.
Mudar de vida é obviamente um lema fácil. Também Sócrates utilizou o verbo na campanha.
Dá a impressão que hoje em dia ganhar o poder é estar na hora certa no lugar certo.
Sócrates esperou pela sua, sempre em "solidariedade". Mendes vai reclamar a sua oportunidade.
Pacheco Pereira acaba de saudar o gesto. Significativo.
Mas a noite não está ainda fechada no PSD. Santana, prudente, está a ouvir todos, ao longe como sempre. Quer ser o último a falar. Marcelo sabe disso e até agora na RTP ainda não falou do PSD futuro. Tal como Morais Sarmento na TVI.
Com uma diferença - Marcelo já enterrou o santanismo e Sarmento ainda insiste no tiro a Sampaio.
Marcelo criticou o discurso laranja contra o Presidente da República, diz que PSL estava fisicamente arrasado na ultima semana e, deliciosamente, diz que não percebe por que raio PSD e PP não se apresentaram em coligação.
Para Marcelo, uma coligação com o PP travaria uma maioria absoluta do PS !
Aqui , Marcelo e Pacheco Pereira divergiram esta noite - mas confirmaram que Manuela Ferreira Leite era a sucessora natural no Governo, mesmo que não no partido.
O resto é o habitual. Menezes disse nada, para depois de amanhã ver como param as modas. Rui Rio, que tantas vezes, em nome de principios, ameaçou a estabilidade na Câmara e na liderança do PSD (lembram-se do caso Pôncio ou do PDM do Porto?), vem agora apelar à serenidade.
A machadada de Santana anuncia-se para as 22.30.
Flash 21.00
1. Porque ganhou o PS ?
Marcelo (RTP) - " O Ps ganhou porque ocupou parte do centro-direita" .
Ideologicamente não surpreende, com Sócrates na liderança do PS.
Mas eleitoralmente confesso a minha surpresa.
CDU e BE não penalizaram os socialistas e como lembrou António Barreto esta poderá ser a maior vitória de sempre da esquerda em Portugal desde o 25 de Abril. Tudo isto com o PC de costas voltadas para o PS e o Bloco a dizer coisas como as que ouvi agora a Miguel Portas na TVI - "a democracia não é um voto de 4 em 4 anos". Certo. Mas estaria o Bloco em condições de dar estabilidade a 4 anos de Sócrates ?
2. E agora Santana ?
A cabeça está, sempre esteve pedida.
Resta saber que tipo de consolo vai querer a "criança", para citar a expressão de um dirigente do PSD esta noite.
3. Um homem só ?
Portas reconstruiu o PP, goste-se ou não. Tudo gira em seu torno. Até a oposição interna tinha representação na sua famosa "equipa de governo". Portas sai desta noite, falhando as fasquias, sem votos laranja, mas também sem cisões. "O Partido está todo com ele", disse Nobre Guedes na TVI. Nem todos podem dizer isto.
4. Citações
Maria do Carmo Seabra , na TVI - " Não percebo estes resultados"
Marcelo, na RTP - "O eleitorado dá sempre razão a uma dissolução"
Nobre Guedes, na TVI- "Há um comentador que deve estar a abrir uma garrafa de champagne"
Marcelo (RTP) - " O Ps ganhou porque ocupou parte do centro-direita" .
Ideologicamente não surpreende, com Sócrates na liderança do PS.
Mas eleitoralmente confesso a minha surpresa.
CDU e BE não penalizaram os socialistas e como lembrou António Barreto esta poderá ser a maior vitória de sempre da esquerda em Portugal desde o 25 de Abril. Tudo isto com o PC de costas voltadas para o PS e o Bloco a dizer coisas como as que ouvi agora a Miguel Portas na TVI - "a democracia não é um voto de 4 em 4 anos". Certo. Mas estaria o Bloco em condições de dar estabilidade a 4 anos de Sócrates ?
2. E agora Santana ?
A cabeça está, sempre esteve pedida.
Resta saber que tipo de consolo vai querer a "criança", para citar a expressão de um dirigente do PSD esta noite.
3. Um homem só ?
Portas reconstruiu o PP, goste-se ou não. Tudo gira em seu torno. Até a oposição interna tinha representação na sua famosa "equipa de governo". Portas sai desta noite, falhando as fasquias, sem votos laranja, mas também sem cisões. "O Partido está todo com ele", disse Nobre Guedes na TVI. Nem todos podem dizer isto.
4. Citações
Maria do Carmo Seabra , na TVI - " Não percebo estes resultados"
Marcelo, na RTP - "O eleitorado dá sempre razão a uma dissolução"
Nobre Guedes, na TVI- "Há um comentador que deve estar a abrir uma garrafa de champagne"
Flash 20.00
1."Muda de vida, se há vida em ti a latejar" - o povo desamorfou-se, saiu de casa, assim parece. É a melhor notícia da noite.
2. A maioria dos portugueses decidiu apostar num clube que joga para o título. O país dá uma grande guinada à esquerda. Fica claro quem perdeu.
3.Pacheco Pereira acaba de dizer que esta será uma noite no fio da navalha também para o Presidente da República (Sic Noticias)
4. Maria João Avillez (Sic Noticias)- "Custa-me a crer que o país sociológico seja este, com o PP em 5ºlugar".
Next flash - 21h
2. A maioria dos portugueses decidiu apostar num clube que joga para o título. O país dá uma grande guinada à esquerda. Fica claro quem perdeu.
3.Pacheco Pereira acaba de dizer que esta será uma noite no fio da navalha também para o Presidente da República (Sic Noticias)
4. Maria João Avillez (Sic Noticias)- "Custa-me a crer que o país sociológico seja este, com o PP em 5ºlugar".
Next flash - 21h
Votos de um bom domingo - um x dói ?
Ide votar, gente.
Eleição rima com auscultação. Respirem fundo à entrada ou à saída da cabina de voto.
Ou então não respirem - como no
Raio-X.
Logo à noite, falamos das mazelas.
Eleição rima com auscultação. Respirem fundo à entrada ou à saída da cabina de voto.
Ou então não respirem - como no
Raio-X.
Logo à noite, falamos das mazelas.
19.2.05
Revista a imprensa...
Há hoje no Público um transgressor do silêncio oficial que a lei obriga (porque decerto não abriga) aos que reflectem.
18.2.05
Alguém me responde ?...
Os blogs vão estar neste sábado muito caladinhos sobre política. Parece ser dia de reflexão...mas esta lei aplica-se aos blogues ? E sobre o estado da censura e da democracia , é possivel escrever ? E sobre o ridículo desta praxe também ?
Dia de reflexão, por RPS
Um holograma com variações de humor...
Um adolescente à beira dos cinquenta anos...
Um estalinista afável...
Um beato ateu...
O inefável Portas...
Os tempos estão esquisitos....
RPS
Um adolescente à beira dos cinquenta anos...
Um estalinista afável...
Um beato ateu...
O inefável Portas...
Os tempos estão esquisitos....
RPS
A não perder
Os melhores sons da campanha eleitoral, aqui.
O bem e o mal
Liguem a rádio, pela meia-noite.
Entraremos na esquizofrenia de não se falar do que se falou.
Ou melhor - fazê-lo para dentro, dentro de portas.
Pela meia-noite sobrar-nos-á
o eco das caravanas
pendões que a natureza vai degradar.
Seremos todos respeitadores da hipocrisia.
Cumpriremos a lei.
Pela meia-noite a politica será vicio privado.
Estaremos algures em jardins
reflectindo entre o bem e o mal.
Entraremos na esquizofrenia de não se falar do que se falou.
Ou melhor - fazê-lo para dentro, dentro de portas.
Pela meia-noite sobrar-nos-á
o eco das caravanas
pendões que a natureza vai degradar.
Seremos todos respeitadores da hipocrisia.
Cumpriremos a lei.
Pela meia-noite a politica será vicio privado.
Estaremos algures em jardins
reflectindo entre o bem e o mal.
A fundo, por RPS
Um guerreiro-menino não esmorece. E ele que desbaratou quatro dias de campanha, faz do último um dia louco:
10.00 - Beja,
11.30 - Évora
Almoço em Cantanhede
Tarde nas ruas de Coimbra
e dois comícios - dois - à noite: em Leiria e... na Figueira da Foz... (carinho para o guerreiro-menino!...)
Não deixo de o admirar, como a outros em situações similares: já de pouco serve e eles vão, dão tudo...
RPS
10.00 - Beja,
11.30 - Évora
Almoço em Cantanhede
Tarde nas ruas de Coimbra
e dois comícios - dois - à noite: em Leiria e... na Figueira da Foz... (carinho para o guerreiro-menino!...)
Não deixo de o admirar, como a outros em situações similares: já de pouco serve e eles vão, dão tudo...
RPS
Campanha, por RPS
Margarida Sousa Uva levou Alexandre O´Neill para a campanha do PSD, em 2002, com o poema do cherne...
Ontem, no Pavilhão Atlântico, O´Neill deve ter entrado sozinho. Ninguém anunciou a sua presença, mas a atmosfera foi de Feira Cabisbaixa...
Ao almoço, em Alenquer, já Santana advertia para sondagens que iriam aparecer, lembrando outras que falharam... À noite, Santana, tal como Dias Loureiro, recorria a expressões como "dever cumprido" e "consciência tranquila"... Tal qual um treinador de futebol de uma equipa na linha de água.
Incolor e inodora como a água, a curta mensagem de Marcelo - sem qualquer referência ao líder. Remate chocho numa campanha praticamente sem notaveis...
O PSD começou a interiorizar a derrota, no final de uma campanha errática, inconstante, incerta. Uma campanha à semelhança do líder.
Positivo, o apoio da Jota e as rondas a norte.
Positivas, também, muitas das intervenções de Santana Lopes. Com tiradas certeiras para o PS, para Sócrates, para Guterres, para a governação socialista...
Muitos eleitores concordam, certamente, com esses argumentos. A dificuldade de Santana Lopes esteve - está - em convencer muitos eleitores de que foi um bom Primeiro-Ministro.
De que pode sê-lo a partir de agora...
RPS
Ontem, no Pavilhão Atlântico, O´Neill deve ter entrado sozinho. Ninguém anunciou a sua presença, mas a atmosfera foi de Feira Cabisbaixa...
Ao almoço, em Alenquer, já Santana advertia para sondagens que iriam aparecer, lembrando outras que falharam... À noite, Santana, tal como Dias Loureiro, recorria a expressões como "dever cumprido" e "consciência tranquila"... Tal qual um treinador de futebol de uma equipa na linha de água.
Incolor e inodora como a água, a curta mensagem de Marcelo - sem qualquer referência ao líder. Remate chocho numa campanha praticamente sem notaveis...
O PSD começou a interiorizar a derrota, no final de uma campanha errática, inconstante, incerta. Uma campanha à semelhança do líder.
Positivo, o apoio da Jota e as rondas a norte.
Positivas, também, muitas das intervenções de Santana Lopes. Com tiradas certeiras para o PS, para Sócrates, para Guterres, para a governação socialista...
Muitos eleitores concordam, certamente, com esses argumentos. A dificuldade de Santana Lopes esteve - está - em convencer muitos eleitores de que foi um bom Primeiro-Ministro.
De que pode sê-lo a partir de agora...
RPS
9.2.05
Contributos para um karaoke laranja
Para meninos guerreiros...mas só depois do adeus
(sobre letra de José Niza)
Quis saber quem sou,
o que faço aqui,
quem me abandonou,
de quem me esqueci,
perguntei por mim,
quis saber de nós,
mas o mar não me trás tua voz.
etc , etc...(trautear em caso de depressão às 20 de dia 20. Há quem ache que há um antigo líder que também canta isto quando se vê numa reunião de quadros partidários)
tu te deste em amor,
eu nada te dei...etc,etc...
(olhar em volta, procurando os Notáveis...)
e depois de nós,
o dizer adeus,
o ficarmos sós,
teu lugar a mais,
tua ausência em mim,
tua paz que perdi,
minha dor que aprendi...
(fechar os olhos, expressão de dor tipo facada nas costas)
de novo vieste em flor,
te desfolhei,
( são de facto uns ingratos ... lá terei que ir para outra guerra...)
E depois de nós,
o adeus
o ficarmos sós.
(e abandonados... venha o próximo !)
Três ironias finais :
(sobre letra de José Niza)
Quis saber quem sou,
o que faço aqui,
quem me abandonou,
de quem me esqueci,
perguntei por mim,
quis saber de nós,
mas o mar não me trás tua voz.
etc , etc...(trautear em caso de depressão às 20 de dia 20. Há quem ache que há um antigo líder que também canta isto quando se vê numa reunião de quadros partidários)
tu te deste em amor,
eu nada te dei...etc,etc...
(olhar em volta, procurando os Notáveis...)
e depois de nós,
o dizer adeus,
o ficarmos sós,
teu lugar a mais,
tua ausência em mim,
tua paz que perdi,
minha dor que aprendi...
(fechar os olhos, expressão de dor tipo facada nas costas)
de novo vieste em flor,
te desfolhei,
( são de facto uns ingratos ... lá terei que ir para outra guerra...)
E depois de nós,
o adeus
o ficarmos sós.
(e abandonados... venha o próximo !)
Três ironias finais :
- José Niza foi deputado do PS.
- O grande Paulo de Carvalho compôs o famoso hino do PSD - "Paz, Pão, Povo e Liberdade".
- "E Depois do Adeus" ficou em último lugar no Festival da Eurovisão em Abril de 74. Dezoito dias antes da revolução, Paulo de Carvalho é citado a dizer nessa noite - "A política prejudicou a canção"...O mundo dá de facto muitas e inesperadas voltas...
Charme em Xeque
Sintoma da falta de memória, a palavra "histórico" tornou-se um must da poeira mediática. Só que a História (h grande) prefere pó a sério, do que injecta peso ao passado.
Nesse sentido, a cimeira de Sharm-El-Sheik vale o que vale. Abbas e Sharon falavam ontem à tarde numa "nova era"para hoje de manhã. Mas o histórico do conflito joga contra os dois.
O Hamas continua guardião do status quo. Em privado, Israel confessa-se no mesmo sentido.
Talvez por isso não foi assinado qualquer documento de cessar-fogo.Talvez por isso os Mártires de Al-Aqsa o tenham quebrado num colonato judeu da Cisjordânia.
"Devíamos reunir mais" disse Abu Mazen a Ariel, que logo convidou Abbas para a sua quinta. É a crawfordização do processo de paz. À lareira, longe dos checkpoints e dos cintos de explosivos. Arafat deve estar a ver a sua História andar para trás.
Nesse sentido, a cimeira de Sharm-El-Sheik vale o que vale. Abbas e Sharon falavam ontem à tarde numa "nova era"para hoje de manhã. Mas o histórico do conflito joga contra os dois.
O Hamas continua guardião do status quo. Em privado, Israel confessa-se no mesmo sentido.
Talvez por isso não foi assinado qualquer documento de cessar-fogo.Talvez por isso os Mártires de Al-Aqsa o tenham quebrado num colonato judeu da Cisjordânia.
"Devíamos reunir mais" disse Abu Mazen a Ariel, que logo convidou Abbas para a sua quinta. É a crawfordização do processo de paz. À lareira, longe dos checkpoints e dos cintos de explosivos. Arafat deve estar a ver a sua História andar para trás.
Primeiras Palavras
As várias vozes deste blog vão chegar nos próximos dias. Algumas estão ocupadas no rasto dos que nos querem governar. Outras irão passar por aqui, assim como uma tasca de fim de linha. Cada um com seus fados. Falados ou contados, se alguém acredita.