31.7.06

 

Churchill, o anti-lisboeta (RPS)

Estou a ler a biografia de Churchill. A oficial, de Martin Gilbert. Vou a um terço.
Antes de começar, dei uma volta pelo índice remissivo. Procurei Salazar. Nada. Procurei Portugal. Nada. Procurei Lisboa. Uma referência, na página 68! Transcrevo:

Em Dezembro (de 1896) Churchill foi a Calcutá (...). Mas quando chegou a Calcutá, encontrou-a (escreveu numa carta à mãe) «cheia de pessoas supremamente desinteressantes». (...) Mas estava satisfeito por ter visto a cidade «pela mesma razão que o Papá deu por ter ficado contente por ter visto Lisboa: seria desnecessário voltar a vê-la».

30.7.06

 

Rivoli (RPS)



Vamos a factos:
a) a Câmara do Porto decidiu alterar o modelo de gestão do Rivoli, Teatro Municipal;
b) diversos agentes culturais da cidade e representantes de associações culturais manifestaram-se contra a decisão da autarquia.

Até aqui, nada de estranho. O que eu estranho é que vários dos agentes culturais da cidade e representantes de associações culturais admitam, agora, organizarem-se de modo a ganharem a concessão para gerirem o espaço.
Então eles vão candidatar-se a algo a que se opõem?!...

28.7.06

 

Temos que adivinhar... (RPS)

Continuo convencido da competência e qualidade do treinador Agostinho Oliveira. Mesmo depois do recente fracasso no Europeu de Esperanças.
Parece-me, contudo, que face à dimensão do fracasso e às evidentes responsabilidades do treinador, Agostinho Oliveira deveria ser afastado do cargo. Foi. Na verdade, os factos falam por si. Contudo, a generalidade da imprensa apressou-se a frisar que foi uma exigência do sr. Scolari. Mensagem subliminar: percebem quem manda?... Ninguém deve ousar afrontar o sr. Scolari...

Afastado Agostinho, adivinhem quem foi o sr. Scolari, por interposto sr. Madaíl, buscar. Pois... Esta figura:


Que critérios presidiram à escolha? É este tipo de informação que aqueles que gostam de futebol gostam e têm direito a saber. Mas não sabemos, como não sabemos porque razão pode um ou mais jogadores de topo ser vetado da selecção. A regra é conhecida: qualquer decisão ou opção dos srs. Madaíl e Scolari é para ser aceite, nunca questionada.
Como não sabemos, temos que nos deitar a adivinhar.

Será por ser descendente de um crack dos anos 40?
Será porque o seu nome do meio tem um "y", o que dá um ar internacional à coisa?
Será pelo facto de ser joguete de um qualquer empresário, permitindo isso que várias pessoas (os srs. Madaíl e Scolari, por exemplo...) abichem algum?
Será por ser bem falante e vestir fatos caros?
Será por ser sportinguista?
Será por ter conseguido o resultado quase impossível de enterrar o Belenenses?

Pode ser uma ou mais destas razões, mas aposto noutra possibilidade: como esta figura andou, algum tempo, a enganar o FCP, deve ser uma recompensa pelos serviços prestados à causa do anti-portismo.

27.7.06

 

Salazar (RPS)

Despertei para a política faz hoje exactamente 36 anos.
No colégio, os meninos mais velhos diziam que tinha morrido o Salazar e notava uma certa excitação no ar. Apercebi-me de que as professoras que nos acompanhavam no Verão também conversavam sobre o assunto, fosse lá o que fosse. Apeteceu-me, mas não fiz perguntas.

Em casa, para minha surpresa, ouvi de novo o nome de Salazar. E a televisão só falava nessa pessoa, fosse lá quem fosse. Quis perceber o que se passava e, como a televisão tinha sido desligada por ordem superior, tive mesmo que perguntar.
Não sei exactamente o que me disseram, mas fiquei com a ideia de que era um homem muito importante, que mandava em Portugal, mas que estava muito velhinho e doente. E que várias pessoas importantes também mandavam em Portugal e eram do Governo. E também fiquei a saber que no lugar do Salazar estava agora outra pessoa muito importante, o Marcelo Caetano. Sim, esse sabia mais ou menos quem era e até tinha um ar simpático.

Fui para a cama a pensar naquilo. Furioso com o meu Pai, por não me deixar ver televisão. Como se não bastasse, ligou-a depois de dos obrigar a ir para a cama. Fiquei sentido.
Bolas! Aquele tal Marcelo Caetano era o que mandava?! Eu julgava que era o Presidente da República, o Tomás. Por acaso, era velhinho. Porque não morrera ele?...
E será que o meu Pai conhecia estes homens que mandavam? É que ele conhecia tanta gente e a verdade é que lá em casa mandava ele: nem me deixava ver televisão... Mas era estranho: eu tinha a clara sensação de que o meu Pai não gostava muito daqueles homens importantes porque, no final do jantar, ele via o noticiário da televisão e fazia uns comentários que, embora eu não entendesse, não me pareciam nada simpáticos. E, em vários ocasiões, a minha Mãe repreendia-o: Mário, está calado, olha os miúdos...
Era frustrante nunca me explicarem tudo. E, para mais, passava-se algo importante. Jurei a mim mesmo que iria entender tudo: amanhã tenho de ler bem o Janeiro, pensei. Li. Fiquei a perceber algumas coisas, mas deparei com novas dúvidas. Comecei a não fazer todas as perguntas, mas continuei atento à televisão e a aguardar pelo "Janeiro" do dia seguinte.

25.7.06

 

Semi-clandestinidade (RPS)



Por motivos que não interessam para aqui, há três anos acompanhei grande parte do Campeonato Nacional Feminino de Hóquei em Patins. Era uma realidade que desconhecia totalmente. Vi jogos pobres e desinteressantes, em pavilhões sem grandes condições e praticamente vazios. A assistência era invariavelmente constituída por familiares e amigos das jogadoras da casa, mais um ou outro forasteiro. Constatei o mérito de quem se dedicava à causa - atletas, treinadores, dirigentes - mas verifiquei tratar-se de uma modalidade semi-clandestina.

No último fim de semana, no Europeu sénior masculino (hóquei ao mais alto nível) Portugal foi derrotado pela Espanha, nas meias-finais, por copiosos 5-1.
Já nem falo dos tempos do Estado Novo. Mesmo há dez-quinze anos seria um escândalo. Pelo menos, falar-se-ia do assunto. Hoje, coisas destas passam completamente despercebidas.
As coisas mudaram mesmo. O hóquei em patins masculino de alto nível transformou-se numa modalidade semi-clandestina.

 

DJ Bartleby (RPS)





Nunca lá fui, tão pouco sabia que se encontrava encerrado. Mas a verdade é que o Academia Bar, na Rua de São João, à Ribeira, vai reabrir.
O facto em si não tem relevo especial. Importante mesmo é que reabre com o DJ Bartleby.
É já na sexta, 28.

24.7.06

 

Teste ideológico (RPS)






Depois de fazerem este teste, ficam a saber como se posicionam ideologicamente no mundo.
Eu estou ali, naquele ponto vermelho.

(roubado no speak out!)

 

Do meu Livro de Leitura da 3ª Classe (RPS)

Num dia corri o mundo,
E aqui voltei, à tardinha...
- Ó Portugal, doce Pátria!
Não há terra igual à minha.

22.7.06

 

Imperdível (RPS)

Geralmente, todos o são, mas o artigo da Helena Matos, de hoje, no Público, é-o mais do que nunca.

20.7.06

 

Coisas da Madeira (RPS)

Lê-se na imprensa que, nos últimos tempos, o presidente da Assembleia Regional da Madeira impediu a permanência no espaço de vários jornalistas, pelo facto de não estarem vestidos de forma adequada.
De tudo quanto li, sobrou-me uma dúvida e retive uma declaração.
A dúvida que subsiste é sobre se haverá, na Assembleia Regional, um regulamento de indumentária definido ou se o senhor presidente da Assembleia faz uma avaliação discricionária, caso a caso.
A afirmação que retenho é do presidente da Assembleia Regional, um tal Miguel Mendonça, cuja existência ignorava, até à data:
- Quando vier outro presidente, pode permitir que se ande de fio dental ou com outras abreviaturas ou sumarizações indumentárias.

 

Um ano de Bright Nights (RPS)






O Bright Nights faz um ano e ainda nos vai dar uma prenda. Amanhã, no Mutantes.

19.7.06

 

Coisas que não entendo mesmo (RPS)

Fiz parte do último ou do penúltimo grupo de cidadãos portugueses que cumpriu exame nacional da 4ª. classe. Acho que se designava por "exame oficial". Mais tarde, fiz exames nacionais do 9º. ano e, depois, nos 11º. e 12º. anos, cumpri múltiplos exames nacionais a várias cadeiras (alguns repetidamente...). Nunca, por esse tempo, se falou de erros nos exames, provas mal feitas, questões sobre matérias não leccionadas.
Nos últimos anos, tornou-se habitual: há sempre uma ou duas ou três provas com erros na sua elaboração. Não consigo entender. Se, por exemplo, nos últimos cinco anos tivesse havido um problema numa prova.... tudo bem... Mas há, anualmente, erros ou imprecisões em várias provas. É das coisas que ultrapassa totalmente o meu entendimento.

18.7.06

 

Beleza (RPS)

Lisboa, cedo pela manhã, com a luz do Porto. Nunca Lisboa fica tão bonita.

17.7.06

 

De rir (RPS)

Acabo de ficar a saber, pelo Telejornal da RTP, que, reunidos em Bissau, os países da CPLP se comprometem a trabalhar pelo objectivo de erradicar a fome até 2015.
Não fosse eu um ser frio, cínico e insensível e desatava a chorar. Assim, rio.
Se lá estivesse, recusava assinar qualquer protocolo sabendo que jamais será cumprido. Mas, em boa verdade, eu não percebo nada sobre política internacional e de cooperação.

16.7.06

 

O país vivendo habitualmente... (RPS)

O Benfica jogou com o Sion, equipa suíça que este ano ascendeu à primeira divisão daquele país. Perto do final do jogo, Rui Costa, com um bom remate de fora da área, marcou o segundo golo benfiquista, fixando o resultado: 3-2 para os suíços. Hoje, na primeira página de A Bola, há uma foto de Rui Costa e um enorme título com dizeres tipo: Rui, o maestro, joga, faz jogar, corre e marca até à glória...

Luís Filipe Scolari renovou com a Federação Portuguesa de Futebol até 2008...

As autoridades de Saúde recomendam o uso de roupas frescas e leves e a ingestão de água, em tempo de calor...

O ex-árbitro Jorge Coroado e o árbitro Paulo Costa envolveram-se em insultos e agressões físicas num crematório de um cemitério de Lisboa, durante o funeral do ex-árbitro Vítor Correia. Depois de separados, Coroado, retirado por várias pessoas para o exterior, andou às voltas no seu automóvel, preparando uma emboscada a Paulo Costa.

Mcjaku fez-me saber, via sms, que está enfadado com os meus posts e, em particular, saturado das minhas críticas ao treinador da FPF.

14.7.06

 

Futebol na Literatura (RPS)

(...) O que me inveja não são esses jovens, esses fintabolistas, todos cheios de vigor. O que eu invejo, doutor, é quando o jogador cai no chão e se enrola e rebola a exibir bem alto as suas queixas. A dor dele faz parar o mundo. Um mundo cheio de dores verdadeiras pára perante a dor falsa de um futebolista. As minhas mágoas são tantas e tão verdadeiras e nenhum árbitro manda parar a vida para me atender, reboladinho que estou por dentro, rasteirado que fui pelos outros. Se a vida fosse um relvado, quantos penalties eu já tinha marcado contra o destino? (...)

Mia Couto,"O Fio das Missangas"

(grato à amiga que me enviou por mail)

13.7.06

 

... e acabaram-se os posts sobre o Mundial! (RPS)

Em vésperas do Euro 2004, a comitiva da Federação Portuguesa de Futebol foi, como é da praxe, recebida pelo Primeiro-Ministro, na residência oficial de São Bento. A dado ponto da sua intervenção, decerto já saturado das suas próprias palavras de circunstância que iam construindo um discurso dormente, de chacha, Durão Barroso foi genuíno e pediu o óbvio: tragam a Taça. Ouve um certo zum-zum na sala, e o Primeiro-Ministro repetiu o tragam a Taça, já num tom de quem diz: tragam a Taça, foda-se! Estão à espera de quê?
A exigência era óbvia. Éramos o país organizador, éramos comandados por um treinador campeão do Mundo, tínhamos acabado de ser Campeões da Europa em clubes e a maioria dos jogadores dessa equipa campeã estava lá. Que mais preciso era?...

Lá fomos e só não trouxemos a Taça porque, no jogo decisivo, a equipa baqueou mentalmente, as melhores unidades - Ronaldo, Deco e Figo - estiveram em sub-rendimento e o nosso guarda-redes deu um frango, permitindo o único golo do adversário.
Se nos esquecermos das circunstâncias em que a final foi perdida, ser vice-campeão da Europa não foi mau resultado face ao historial de Portugal neste tipo de provas. Pode dizer-se que a equipa dos srs. Madaíl e Scolari cumpriu os mínimos.

Também agora, no Mundial da Alemanha, se cumpriu os mínimos. Havia a obrigação de chegar às meias-finais. Aos quartos-de-final, então, a obrigação era total e absoluta.
Se o grupo das quatro equipas finais tinha quatro equipas europeias, a vice-campeã do continente tinha que lá estar. Mesmo que Brasil e Argentina tivessem chegado a essa fase, havia ainda a nossa vaga, na dupla europeia.
Por outro lado, a equipa era treinada por um campeão do Mundo. É alguém, certamente, que sabe de futebol e que tem experiência deste tipo de provas e também em trabalhar grupos de vedetas, o que não é fácil. Alguém imagina Jaime Pacheco a dar instruções a Figo?...
A tudo isto acresce que, no grupo de jogadores, há quatro ou cinco que seriam titulares em qualquer outra selecção. Pelo menos, discutiriam seriamente um lugar, mesmo na Argentina e no Brasil. Estão, neste grupo, Maniche, Figo, Deco e Cristiano Ronaldo. Talvez Ricardo Carvalho também.
O problema de Portugal é, para lá do fraco valor do guarda-redes, como se viu no último jogo, e da falta de um ponta-de-lança de classe, o facto de não ter substitutos à altura dos titulares. A equipa funciona em alto rendimento com aqueles dez e com todos a renderem o máximo. Se um ou dois saem da equipa nota-se logo, como se nota um imediato abaixamento do nível se dois ou três jogadores não estão a render o máximo.

O resultado final da equipa da FPF no Mundial é, assim, aceitável e dentro do que se exigia: quarta classificada. Tudo o que fosse menos que isto seria um fracasso. O sr. Scolari cometeu, assim, uma enorme desonestidade intelectual (bem so seu jeito) ao dizer, na altura do sorteio da fase final, que o grupo de Portugal era muito difícil. O grupo era uma balela e a equipa tinha obrigação de jogar melhor e de ter marcado mais golos, nos três primeiros jogos.

Depois disso, a vitória frente à Holanda foi justíssima, e conseguida no terreno do emocional. Os portugueses são bons nessa guerrilha em que muitos jogos se transformam. Nesse jogo, os holandeses foram piores, mais fracos em tudo.
Frente à Inglaterra, bem vistas as coisas, não acho que a equipa da FPF merecesse ganhar o jogo. Aliás, não ganhou: ficou 0-0, em 120 minutos. Esperava outra atitude da equipa, depois da expulsão de Rooney. Do tipo: eles estão com menos um, vamos para cima deles. O pensamento foi outro: eles estão com menos um, que bom, não vão marcar e safamo-nos nos penalties. Assim foi.
Do jogo da França, já falei e não há que dizer: a França foi melhor. Frente à Alemanha, aconteceu o inevitável e só me pergunto como só aconteceu já tão tarde, ao sétimo jogo: apareceram, no seu esplendor, Ricardo e Petit.

Vice-campeão da Europa e quarto do Mundo: bons resultados, sem dúvida. É o que fica para a história. Se olharmos para as circusntâncias, fica o sabor de algum desencanto. No Mundial, frente à França, os scolaris "morreram" aos 33 minutos de jogo. Na final do Euro-2004, frente à Grécia, a vitória estava ali mesmo à mão. Por isso é que há dois anos, como agora, foi despropositada e disparatada a dimensão da "festa". Mas a questão das "festa" e das manifestações patrioteiras é muito vasta. Levar-nos-ia longe. Mas chega. Estou farto! E ainda vem aí a renovação de contrato do sr. Scolari...

12.7.06

 

Dúvida jurídica (RPS)

Pode um casal dirigir-se a uma Conservatória do Registo Civil e alterar o seu regime de bens?
Ou terá o casal, para o efeito, de se divorciar e casar de novo, estabelecendo o novo regime de bens pretendido?

 

Dúvida histórico-toponímica (RPS)

Tenho uma dúvida antiga, que se me reaviveu num comment que deixei hoje no blogue das Gajas: quem raio foi o Dr. Lourenço Peixinho?
E por que raio é que em Aveiro fica tudo - ou quase tudo - na Avenida Dr. Lourenço Peixinho?

11.7.06

 

Novo dicionário pós-Mundial (RPS)


Arrepiante - reacção que muitos, em particular comentadores televisivos e radiofónicos, dizem sentir, após ouvirem o hino nacional tocado e cantado num estádio de futebol. (eu, que nunca experimentei a sensação na pele, comparo-a ao orgasmo feminino: posso imaginar, mas não sei exactamente como é)

Derrota - resultado negativo, mas que é alvo de festejos.

Eriksson; Sven Goran - treinador sueco da selecção inglesa que não merece ser vitoriado pelos adeptos. É que, quando eliminado, mesmo ingloria ou injustamente, não se desculpa com os árbitros ou alegadas nebulosas máfias.

Espanha - selecção favorita aos melhores lugares, mas que faz sempre pobre figura.

FIFA - Organização mafiosa cuja existência se denuncia, apenas de modo velado, após uma eliminação.

França - a melhor selecção africana da História, ainda que reforçada por dois ou três europeus.

Frango - termo que designa um falhanço de um guarda-redes. É um termo arcaico. Caiu em desuso após a convocatória vitalícia do guarda-redes Ricardo Pereira para a selecção portuguesa. Foi substítuida por termos e expressões como "mal-batido", "infelicidade", "azar", "má hora".

Máfia - O mesmo que FIFA. Mas só depois de sermos eliminados.

Pauleta - alcunha de família açoriana, que tem passado de geração para geração e que, em linguagem matemática, designa a unidade negativa.
Pauleta = -1. (p. ex.: a expressão 2x+8/-1 traduz-se por "dois xis mais oito sobre pauleta")

Quarto lugar - lugar da classificação que, antigamente, sabia a pouco e a frustração.

Terceiro lugar - lugar da classificação que, tal como terceiro, antigamente, sabia a pouco e a frustração, mas que hoje é efusivamente comemorado pelas equipas mais poderosas do planeta.

Scolari - Sinónimo de Deus. É omnipotente, omnisciente, omnipresente. Não erra, não falha, não pode ser contestado nem sequer questionado. É tratado como campeão, mesmo quando fica em quarto.

10.7.06

 

Zizou e Materazzi (RPS)



Sei que ele é francês, mas Zidane mereceu o título de melhor jogador do Mundial.
Não acho que o devessem sacrificar, imolar pelo erro cometido na final. Não será essa a opinião dos moralistas e dos catões da bola, mas eu nunca estou de acordo com os moralistas e os catões da bola. Se Zidane fizesse daquilo jogo sim-jogo não... Um erro, mesmo crasso, não pode fazer esquecer tudo o resto.

Diz-me um amigo que Zizou terá reagido mal a provocações lançadas por Materazzi, entre as quais o epíteto de "terrorista".
Zizou foi um anjinho. Se queria responder, usava as armas do adversário. Se possível, de modo ainda mais acutilante e violento, humilhante e achincalhador.
Eu, no lugar de Zizou, lembraria a Materazzi a carreira do pai enquanto treinador do Sporting.

 

O mundo mudou e eu não (RPS)

Apanhei a "festa" da chegada da selecção, via TV, no momento eu que discursava Luís Figo. Vi, depois, umas imagens do aeroporto, nos noticiários. Que pobreza... Que se festejava? As duas derrotas nos dois últimos jogos? O frango de Ricardo? O auto-golo de Petit, ele que era dos mais efusivos?...

Do mesmo modo, não entendi a festa alemã pelo terceiro lugar. Não ambicionavam o primeiro? Não fizeram tudo por isso? Não sairam frustrados do jogo decisivo, com a Itália? Que festejavam, então?...
Não entendo. Ou, então, foi o mundo que mudou e eu não. Retrógado, acho que só devemos festejar vitórias. Acho que a frustração da derrota não deverá impelir ninguém a entrar em festejos. A derrota implica dignidade, resignação, pudor, algum luto. Não encontro isso nos festejos de rua.

Desde o Euro-2004 que percebi que o mundo mudou e eu não: Portugal perdeu a final e o povo foi para a rua festejar. Festejar o quê? A derrota na final?... Tratando-se da selecção, eu fiquei indiferente à derrota. Mas vi milhares que tanto amavam a selecção felizes com a derrota!!!

Lembro-me do FCP perder a final da Taça das Taças em 84 e ninguém saiu à rua para festejar. Vi o Benfica perder duas Taças dos Campeões e não vi nenhum benfiquista festejar nas ruas.

Pois é, o mundo mudou e eu não. Devo ser mesmo uma besta parada no tempo.

PS - para ajudar à dignidade da coisa, o hino nacional foi cantado por Roberto Leal...

9.7.06

 

O culpado está em casa (RPS)

Quando Zidane concretizou o penalty, fiquei com a certeza: a equipa dos srs. Madaíl e Scolari nunca mais dá a volta a isto.
Os scolaris estavam, de facto, a jogar bem, de igual para igual, com a França, mas nesse exacto momento percebi o que se ia passar. Claro que isso foi irrelevante para os acontecimentos. Relevante foi o facto de a mesma ideia que eu tive (e, decerto, milhares de adeptos anónimos como eu) se ter interiorizado, também, na cabeça de cada um dos jogadores. Eles sabiam que nunca mais davam a volta àquilo. Os corpos trabalharam para um lado, mas as cabeças diziam-lhes que não ia dar.
Nenhum dos scolaris se poupou, mas a maioria entrou em sub-rendimento: Deco, desde logo, mas também Costinha, Figo, Miguel, Ricardo Carvalho... Para além de Cristiano Ronaldo, apenas Fernando Meira e Nuno Valente estiveram em bom nível. É significativo: quando Meira e Valente estão entre os melhores, é óbvio que a coisa não esteve ao nível que deveria ter estado.

As insinuações (nem acusações foram, foram só insinuações torpes) lançadas por vários responsáveis, jogadores e até anónimos adeptos portugueses contra o árbitro do Portugal-França são do campo do miserável.
A equipa que representa a Federação Portuguesa de Futebol perdeu com a França porque a França é e foi melhor.
Não vou comentar as declarações terceiro-mundistas do sr. Scolari no final do jogo com a França. Sugiro, apenas, que as comparem com as que o Sr. Sven Goran Eriksson produziu no final do Portugal-Inglaterra.

Uma irmã minha, desligada do futebol e do Mundial, perguntou-me o que pretenderiam o treinador e os jogadores dizer sobre o árbitro. E desabafou: é como aos domingos, aqui. Pois foi. Só me pergunto onde estarão aqueles críticos dos que criticam os árbitros ao domingo...
Em todo o caso, a doutrina passou. Após o Alemanha-Portugal, um adepto, em plena Avenida dos Aliados, dizia, boçal e primário, à reportagem da SIC: foi a FIFA que nos comeu, "cumerum-nos" a cabeça, porque se "num fousse" a FIFA íamos à final.
É a doutrina Scolari, a doutrina do patinho feio a quem todos querem mal, a propagar-se.
Curiosamente, ninguém peguntou se em 2004 éramos grandes, enormes. É que nesse ano uma equipa portuguesa foi Campeã da Europa e do Mundo...

Não há um culpado único para a derrota com a França. A equipa falhou. Apenas isso.
Mas as pessoas, nestas horas, adoram encontrar um responsável. Percebo o exercício, mas deixem lá o árbitro e a FIFA em paz. Encontre-se, então, o culpado dentro de casa. Há por onde escolher. A pessoa do treinador, por exemplo. Sim, ele também é culpado porque, se os jogadores falharam mentalmente, deveria o treinador ter sabido alterar esse estado de espírito que se instalou com o golo da França. Nem durante o intervalo conseguiu inverter a situação. O treinador acabou por falhar naquilo que é a sua especialidade: motivar o grupo, fazê-lo acreditar que ganhar é possível.

Outro personagem a quem podem ser atribuídas responsabilidades pelo fracasso é, obviamente, o guarda-redes Ricardo Pereira. O guarda-redes não soube parar o penalty de Zidane, falhando, assim, estrondosamente, naquela que é a sua especialidade.

Todas as responsabilizações individuais têm, contudo, um traço de injustiça se esquecermos a figura a quem têm de ser atribuídas as maiores responsabilidades. A (triste) figura é esta:



A verdade é que a equipa que representa a Federação Portuguesa de Futebol jogou sempre com dez. Eram sempre dez scolaris em campo. No jogo frente a França, então, foi confrangedor. Parece que vai embora. Não fará falta.
Ele é o terror das defesas da Albânia, Linchenstein, Andorra e Arzebeijão. Azar o dele: não deixaram que estas selecções fossem ao Mundial da Alemanha.
Ah!... Deixaram jogar Angola. E ele lá marcou...

8.7.06

 

O melhor (RPS)



Joga que faz impressão.
Teria lugar em qualquer selecção do mundo.
Foi, no Mundial da Alemanha, o melhor jogador da equipa que representa a Federação Portuguesa de Futebol.

 

Coreia e Japão 2002 (RPS)



A imagem que retenho deste Mundial é a do seleccionador português, António Oliveira, de canadianas, junto ao banco de suplentes, a gritar, sem convicção, umas quaisquer instruções parao campo. Aquela era a imagem de Portugal: de muletas, cada um a berrar para o seu lado.
Depois da barraca do primeiro jogo, com Vítor Baía e a defesa a comprometer, percebeu-se que não havia equipa. Portugal ganhou, a seguir, à Polónia, por 4-0, criando a ideia, falsa, de que o primeiro jogo tinha sido um acidente. No jogo decisivo, frente à Coreia, Portugal voltou a perder. 1-0, num jogo em que Vítor Baía livrou a selecção de uma goleada.
Há uns meses, numa entrevista à RTP-N, Sérgio Conceição disse que nessa equipa havia vários jogadores que nunca estiveram com o seleccionador e que, quando assim é, não se conseguem grandes resultados.
Nestas entrevistas, os jogadores nunca dizem tudo e, assim, Sérgio Conceição não disse que na selecção dominava um grupo constituído por Vítor Baía, Jorge Costa e ele próprio, entre outros, facto que outro grupo, liderado por Luís Figo e Rui Costa, contestava por ambicionar deter esse domínio.
O sr. Gilberto Madaíl resolveu o diferendo, com recurso a uma solução clássica: correr com os gajos do Porto. E, sem Vítor Baía, Luís Figo tinha caminho aberto para ser o recordista de jogos na selecção.
As principais responsabilidades devem ser atribuídas ao treinador. Se não era capaz de unir o grupo, afastava quem não estava com ele. Oliveira teve medo. Quis estar sempre de bem com todos e com a imprensa lisboeta.

O Brasil foi Campeão do Mundo. Ronaldo corrigiu a prestação do Mundial anterior e brilharam, ainda, Rivaldo, Cafú e Roberto Carlos. Lembro-me do jogo dos terceiros e quartos, com a Turquia a ganhar, felizmente, aos irritantes coreanos, levados ao colo pelas arbitragens, ao longo da prova. Nos oitavos-de-final, a Coreia eliminou a Itália de forma escandalosa.
A Argentina ficou pela primeira fase, caindo aos pés da Inglaterra e da Suécia. A França apareceu completamente irreconhecível e também só fez três jogos. Perdeu com o Senegal e, pela primeira vez na história dos Mundiais, um país colonizado ganhou ao país colonizador.

7.7.06

 

Terceiros e quartos (RPS)

O pior jogo que uma equipa ou um jogador pode jogar é o jogo dos terceiros e quartos. É o cúmulo da depressão para que tem de se equipar, correr e suar. A FIFA devia acabar com este jogo.
Exponho esta opinião porque a tenho há largos anos - nada tem a ver com as circunstâncias deste Mundial.
O jogo dos terceiros e quartos só teria sentido num estádio de portas abertas, mas completamente vazio.
Como pode haver festa no jogo dos terceiros e quartos?

 

França 98 (RPS)



A França e os franceses sempre se acharam melhores e maiores do que aquilo que são ou alguma vez foram. Tudo nos mostra que raramente foram superiores no que quer que seja. Mas, claro, há excepções. A França campeã do Mundo de 98 era uma equipa superior. Digo mais: uma equipa quase perfeita. Tanto, que puxei por eles na final, contra um Brasil tristonho e com Ronaldo eclipsado. A França cilindrou por 3-0, com Zidane, um dos melhores futebolistas da História, a marcar dois golos.
Deste Mundial, recordo, ainda, uma bela equipa da Croácia, terceira classificada.
A minha Argentina, com Batistuta, um grande jogador, foi vingada pela Holanda (contas antigas...) já não me recordo se nos oitavos se nos quartos.
Do França 98 tenho ainda o registo de um campeonato de melhor qualidade do que os dois anteriores.

6.7.06

 

Maravilhas de um quotodiano comum (RPS)

É maravilhoso termo-nos já esquecido dos 250 euros que, em Dezembro, pagámos pelos óculos, e recebermos um vale dos Correios no valor de 187,50 euros.

5.7.06

 

Estados Unidos 94 (RPS)

Na última semana do Mundial, estava de férias no Gerês. Sem televisão. E com a final a jogar-se de madrugada. Valeu a simpatia dos responsáveis da Pensão Jardim, junto à Capela das Termas, que acederam receber o grupo para ver o Brasil-Itália.
Não tenho muitas lembranças deste Mundial. É assim, o envelhecimento: guardamos melhor as memórias antigas do que as mais recentes. Para além de que, enquanto estudamos, conseguimos ver os jogos quase todos...
Tenho a ideia de que o melhor jogo que vi foi o Brasil-Holanda. 3-2, salvo erro. O Brasil de Bebeto e Romário convenceu-me. Gostava muito do Bebeto. E os laterais brasileiros - Cafú e Roberto Carlos - nesse campeonato eram meia-equipa. Nunca dois defesas-laterias foram tão importantes na produção de jogo de uma equipa.

Nesse campeonato embirrei com a Itália. Não me recordo dos resultados que fez, mas tenho a sensação que ganhou os jogos todos por 1-0 com golo de Roberto Baggio. Jogavam pouco e, na final, como se previa, apostaram no 0-0 desde o primeiro minuto. Só deu para reforçar que puxasse pelo Brasil. Os brasileiros fizeram tudo para ganhar, mas era difícil ultrapassar aquele muro. Foram duas horas de jogo sem golos. O Brasil só conseguiu ganhar no desempate por penalties, graças ao falhanço de... Roberto Baggio. Depois da triste final de 90, outra triste final.

Do USA-94, guardo, ainda, memória de três boas equipas: Suécia (foi terceira classificada, salvo erro), Bulgária (com Kostadinov, do FCP, Iordanov, do Sporting, e a estrela Stoichkov), e, acima de todas, a Roménia. A selecção romena de 94 deu-me do mais belo futebol que vi. Faltava-lhe eficácia, mas sobrava-lhe beleza. E a Roménia, país algo sinistro, deu-me, ainda, um dos meus futebolistas preferidos de sempre: George Hagi, a quem chamavam o Maradona dos Cárpatos. Ele é a minha melhor memória do Mundial de 94.

4.7.06

 

Da náusea no futebol (RPS)

Não. Não vou falar dos talk-shows televisivos de cachecol ao pescoço e bandeirinha com a Fátima Lopes, o Goucha, o Malato e a Merche ou o Gabriel. Muito menos da bandeira à janela e no automóvel ou da indumentária verde-rubra que pulula.
Não vou falar dos painéis de comentadores nem das análises bacocas do professor Marcelo Rebelo de Sousa. Nem vou falar do Carlos Daniel. Nem dos repórteres (?) engolidos pelas multidões (a culpa não é deles, é das chefias e das direcções).

Não vou falar das conferências de imprensa em Marienfeld, antes do treino, nem nos depoimentos na zona mista (nunca percebi este designação). Também não vou reportar-me às declarações do sr. Madaíl e às do triste Eusébio nos finais do jogo. Nem à figura, no banco de Scolari, dum tipo gordo, de bigodaça, que não sei quem é.

Não vou falar, sequer, da clássica pergunta lançada ao adepto anónimo: então, qual é o seu palpite para o jogo? O interesse da questão consegue ser, contudo, superior ao da clássica pergunta imediata: e quem marca? Quando ouço esta, chega a dar-me vontade de pegar numa G-3 ou numa Mauser e ir disparar indiscriminadamente para o local da reportagem. Pergunto-me, entretanto, porque não há, ao menos, um tipo que preveja um resultado de 8-4 ou 12-7. Ou, então, prevendo o 2-0, porque há-de ser com golos de Pauleta e Deco ou de Maniche e Figo? Porque não do Séninho e do Vata, este com a mão?

Venho aqui desabafar, apenas, contra essa intolerável mania de construir frases com suposta graça, a partir de uma qualquer simbologia do país adversário.
Aos holandeses oferecemo-lhes um ramo de tulipas para o funeral ou, então, esprememos a laranja.
Com a Inglaterra comemos os bifes (se perdessemos, a frase seria bifes indigestos).
Agora, vamos cantar de galo com a França, ou meter o galo na capoeira, ou embebedá-los com champagne...
Se fosse com a Argentina, dançar-se-ia o tango, com o Brasil uma das equipas, decerto, curtiria um belo dum sambinha. Ou choraria o fado. A mim é que me apetece chorar.

 

Esqueci-me do logo... (RPS)

... do logo do Itália 90, no respectivo post. Fica aqui.

Não tem graça nenhuma. Aliás, depois do Naranjito, é impossível haver um logo ou uma mascote que se aceite.

3.7.06

 

Angústia (RPS)

Com a excepção de momentos maus com a saúde de amigos ou familiares e de certos momentos antes ou durante alguns jogos do FCP, sinto a verdadeira sensação de angústia aqui:


Aeroportos já não é coisa agradável. Esperar pelas malas é um desespero. E, não sei porque raio, as minhas são quase sempre as últimas. Saio de lá desfeito, como se tivesse levado uma tareia.

 

Itália 90 (RPS)

Lembro-me de estarmos no Veneza, no Café Veneza, em Gaia, frente à Câmara, e do Zé desabafar:
- O meu irmão está sempre a dizer mal do futebol, a dizer que é um desporto sem interesse nem espectáculo, e que só vale a pena ver ténis e a NBA, e eu começo a dar-lhe razão...
Foi, de facto, um Mundial horrível. O pior de sempre. Com as equipas sempre em contenção, com as defesas sempre a anularem os ataques. Por esses anos, o futebol andava assim. Por exemplo, nas finais dos Campeões. A final PSV-Benfica é o paradigma do futebol-torpor dessa época.

Não me recordo de um bom jogo no Itália 90. Recordo-me da final, jogo sem interesse, com Alemanha e Argentina a jogarem sem risco nem chama. Em particular a minha Argentina, com Maradona já em perda (presumo, até, que nesse jogo estivesse lesionado) e desde o início a tentar prolongar o zero-zero. A Alemanha era, claramente, mais forte, mas tudo se decidiu num penalty duvidoso, marcado por Andreas Brehme, defesa-esquerdo.

A Itália, país organizador, jogava em casa e surgia como favorita. Jogou muito pouco. Teve Schillachi como goleador da prova, mas era um jogador vulgar. Conseguiu esse título ao marcar um penalty-fantasma, no jogo dos terceiros e quartos. Os italianos, salvo erro, venceram a Inglaterra de Bobby Robson, selecção onde pontificava esse louco chamado Paul Gascoigne. Gazza (era o seu nickname em Inglaterra) era uma espécie de Wayne Rooney, um hooligan, portanto, mas simpático. Era talentoso e Robson entregou-lhe o papel de patrão da equipa. Antes do Mundial, em Abril, estive em Londres e fui a Wembley ver um Inglaterra-Checoslováquia, jogo de preparação. Sim, eu estive na Catedral do Futebol, bem antes das profundas obras de remodelação! Na altura, a grande questão que se colocava em Inglaterra era saber se o seleccionador Robson faria de Gazza titular. Fez. A Inglaterra venceu esse jogo por 4-2. Gascoigne marcou um golo e fez três assistências para os outros, salvo erro duas para Steve Bull e uma para Gary Lineker. Gazza ganhou o lugar nessa noite e eu estava lá.

Não tenho memória do Brasil de 90. Parece-me incrível, mas tenho apenas ideia de jogar o Careca e o Branco, defesa-esquerdo que jogou no FCP.
Desse Mundial, recordo ainda o baile dado por Roger Milla, da surpreendente selecção dos Camarões, ao guarda-redes Higuita, da Colômbia. Mais do que guarda-redes, Higuita era um cabotino em campo. Adorava sair da área com a bola nos pés, estiloso, fazer umas fintas e lançar o ataque. No campeonato colombiano poderia dar resultado, mas no Mundial saiu-lhe caro. Milla, um veterano que brilhou no Itália 90, roubou-lhe a bola e partiu isolado para a baliza. Retenho a imagem do brilho do seu friso de dentes, na face negra. O irritante Higuita, desesperado, com o pânico estampado na face, tentou agarrá-lo ou placá-lo, mas acabou de borco na relva. Foi a melhor coisa desse Mundial.

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