14.2.06
O Porco da Bola (RPS)
Gosto de futebol, falo muito sobre futebol com os meus amigos que também gostam, incluindo este que, com algum pedantismo, gosta de dizer que detesta. Cada vez, contudo, suporto menos a produção da Comunicação Social sobre futebol. E não é por pedantismo.
De relatos radiofónicos nunca fui apreciador, apesar de reconhecer mérito a quem os faz minimamente bem.
Quanto à TV, há uma boa década que, na maioria das ocasiões em que vejo um jogo, baixo o som para níveis quase imperceptíveis ou acciono mesmo a tecla mute.
Em relação à imprensa, aos jornais, deixei de comprar os desportivos aí por volta de 93-94. Talvez ainda tenha comprado, pontualmente, durante algum tempo, O JOGO, mas a verdade é que há largos anos que o meu contacto com os diários desportivos acontece muito raramente e num folhear preguiçoso e distraído - no local de trabalho ou num café, onde passo às vezes, que tem sempre um jornal no balcão. Só há uma excepção: a 19 de Setembro de 1995, comprei A Bola(*).
Não suporto graus zero - no que quer que seja. Portanto, também no jornalismo e no futebol. Assim, o meu consumo de Futebol na Comunicação Social é hoje feito, basicamente, nos espaços generalistas - os grandes diários e os normais serviços noticiosos televisivos. Chega-me.
Com tudo isto, nem é preciso dizer que não suporto ver aqueles programas-debate televisivos sobre futebol. Presumo que hoje há o de domingo à noite na TVI, o das segundas na SIC e mais dois na RTP-N: um com adeptos de cachecol numa pequena bancada, outro que recorre ao tradicional friso de três comentadores.
Sei isto porque, por vezes, detenho-me alguns minutos - ou apenas segundos?... - num destes programas. Confirmo sempre o que já sabia: a coisa bateu no fundo. Bateu? Julgava eu que sim, mas, entretanto, no zapping nocturno de ontem verifico (re-verifico) que se pode ir sempre mais fundo. Quem vejo eu?... O rosto do maior escarro jornalístico-televisivo-futebolístico que já nos foi dado presenciar.
A coisa está mesmo, em pleno, ao nível da pocilga, com a recuperação, para o écran, do rosto dos Porcos da Bola.
Quem deu a cara pelos Porcos da Bola é, forçosamente, um Porco da Bola. E um Porco da Bola - bolas! - é um porco.
(*) Na véspera, o FCP tinha ganho 5-0 na Luz e conquistado (mais uma) Supertaça. Não quis perder o supremo gozo de ler o órgão oficial... O jornal relegava esse facto desportivo para segundo plano, destacando antes a morte de um seu funcionário, um fotojornalista.
De relatos radiofónicos nunca fui apreciador, apesar de reconhecer mérito a quem os faz minimamente bem.
Quanto à TV, há uma boa década que, na maioria das ocasiões em que vejo um jogo, baixo o som para níveis quase imperceptíveis ou acciono mesmo a tecla mute.
Em relação à imprensa, aos jornais, deixei de comprar os desportivos aí por volta de 93-94. Talvez ainda tenha comprado, pontualmente, durante algum tempo, O JOGO, mas a verdade é que há largos anos que o meu contacto com os diários desportivos acontece muito raramente e num folhear preguiçoso e distraído - no local de trabalho ou num café, onde passo às vezes, que tem sempre um jornal no balcão. Só há uma excepção: a 19 de Setembro de 1995, comprei A Bola(*).
Não suporto graus zero - no que quer que seja. Portanto, também no jornalismo e no futebol. Assim, o meu consumo de Futebol na Comunicação Social é hoje feito, basicamente, nos espaços generalistas - os grandes diários e os normais serviços noticiosos televisivos. Chega-me.
Com tudo isto, nem é preciso dizer que não suporto ver aqueles programas-debate televisivos sobre futebol. Presumo que hoje há o de domingo à noite na TVI, o das segundas na SIC e mais dois na RTP-N: um com adeptos de cachecol numa pequena bancada, outro que recorre ao tradicional friso de três comentadores.
Sei isto porque, por vezes, detenho-me alguns minutos - ou apenas segundos?... - num destes programas. Confirmo sempre o que já sabia: a coisa bateu no fundo. Bateu? Julgava eu que sim, mas, entretanto, no zapping nocturno de ontem verifico (re-verifico) que se pode ir sempre mais fundo. Quem vejo eu?... O rosto do maior escarro jornalístico-televisivo-futebolístico que já nos foi dado presenciar.
A coisa está mesmo, em pleno, ao nível da pocilga, com a recuperação, para o écran, do rosto dos Porcos da Bola.
Quem deu a cara pelos Porcos da Bola é, forçosamente, um Porco da Bola. E um Porco da Bola - bolas! - é um porco.
(*) Na véspera, o FCP tinha ganho 5-0 na Luz e conquistado (mais uma) Supertaça. Não quis perder o supremo gozo de ler o órgão oficial... O jornal relegava esse facto desportivo para segundo plano, destacando antes a morte de um seu funcionário, um fotojornalista.
Comments:
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Ora então vejamos:
Este post concentra talvez as duas maiores fixações do universo futebolístico de RPS: o ódio ao jornalismos desportivo e, umbilicalmente ligada, a teria da conspiração perpétua anti-FCP.
Mas para que não se diga que não dei a minha opinião ou que me deixei fica em meias tintas digo que:
1.Também não gosto dos nossos diários desportivos, mas penso que, para lá de alguns pormenores, dificilmente poderão ser muito diferentes. O mercado é pequeno e sinceramente, não vejo notícias suficiente para encher tantas páginas;
2.Mesmo assim, penso que O Jogo é o mais bem feito e informo que o Record, ao sábado, publica uma revista que, quando calhou de ler, me deu algumas alegrias interiores (sim é onde o Mourinho escreve ou escrevia - e sim, é dirigida por António Tadeia, um grande jornalista, que sabe muito de futebol).
3.O David Borges é um grande jornalista! Não sou eu que o digo - são os patrões que o convidaram para director da TSF ou da Antena 1 ou para director do Record ou para director de sei lá o quê. Reparem que eu disse jornalista, não disse jornalista desportivo. O David Borges aceitou participar num programa já formatado à medida de outrém, que se correr bem o mérito é do formato e se correr mal a culpa é dele. O David Borges merece ser reconhecido pelo seu trabalho profissional, independentemente de se concordar ou não com a sua opinião.
4.Tenho que reconhecer que 9 em cada 10 programas não tenho pachorra para o ver até ao fim - e logo à 2ª feira em que se concentra a boa televisão. Mas acho que se deve distinguir três pessoas que têm um curriculo feito no meio desportivo e que se expõem há anos e anos - como cruelmente o mostra a RTP Memória - com curiosos da bola - como eu, para não pensarem que me ponho numa posição de superioridade (aliás o que me irrita, sobretudo no programa da RTPN é a sua arrogância perante os treinadores, que são todos uns nabos e treinam os grandes clubes por alguma conspiração maléfica que, felizmente, afecta todos e assim se anula).
5.Nuno Ferrari foi um ícone. A sua morte, em pleno Estádio da Luz, em noite de desastre da sua equipa, foi um acontecimento jornalístico, talvez só comparável ao que foi o desaparecimento de Pavão - capitão do FCP - em plenas Antas, mas esses eram outros tempos. Nuno Ferrari era não só um artista genial com a máquina fotográfica como, unanimemente, era reconhcido como um homem bom. Secretamente teria desejado que comungasse as minhas cores sportinguistas. Mas nestes tempos de cartoons assassinos, nem por um instante admitiria que o facto de ser benfiquista lhe diminuisse o seu valor.
Sim, RPS, naquela noite a notícia da morte de Nuno Ferrari era mais importante, mesmo mais importante que uns improváveis 5 a 0 do Porto ao Benfica na Luz e o RPS jornalista, que não o adepto fanático, certamente o reconheceria!
PS As minhas desculpas pelo tamanho desmesurado do comment. Não sou jornalista, confesso a minha inabilidade em dizer o que queria dizer em menos palavras; mas, bem vistas as coisas, também o post é anormalmente grande para alguém que preza - e bem - a economia da escrita.
Este post concentra talvez as duas maiores fixações do universo futebolístico de RPS: o ódio ao jornalismos desportivo e, umbilicalmente ligada, a teria da conspiração perpétua anti-FCP.
Mas para que não se diga que não dei a minha opinião ou que me deixei fica em meias tintas digo que:
1.Também não gosto dos nossos diários desportivos, mas penso que, para lá de alguns pormenores, dificilmente poderão ser muito diferentes. O mercado é pequeno e sinceramente, não vejo notícias suficiente para encher tantas páginas;
2.Mesmo assim, penso que O Jogo é o mais bem feito e informo que o Record, ao sábado, publica uma revista que, quando calhou de ler, me deu algumas alegrias interiores (sim é onde o Mourinho escreve ou escrevia - e sim, é dirigida por António Tadeia, um grande jornalista, que sabe muito de futebol).
3.O David Borges é um grande jornalista! Não sou eu que o digo - são os patrões que o convidaram para director da TSF ou da Antena 1 ou para director do Record ou para director de sei lá o quê. Reparem que eu disse jornalista, não disse jornalista desportivo. O David Borges aceitou participar num programa já formatado à medida de outrém, que se correr bem o mérito é do formato e se correr mal a culpa é dele. O David Borges merece ser reconhecido pelo seu trabalho profissional, independentemente de se concordar ou não com a sua opinião.
4.Tenho que reconhecer que 9 em cada 10 programas não tenho pachorra para o ver até ao fim - e logo à 2ª feira em que se concentra a boa televisão. Mas acho que se deve distinguir três pessoas que têm um curriculo feito no meio desportivo e que se expõem há anos e anos - como cruelmente o mostra a RTP Memória - com curiosos da bola - como eu, para não pensarem que me ponho numa posição de superioridade (aliás o que me irrita, sobretudo no programa da RTPN é a sua arrogância perante os treinadores, que são todos uns nabos e treinam os grandes clubes por alguma conspiração maléfica que, felizmente, afecta todos e assim se anula).
5.Nuno Ferrari foi um ícone. A sua morte, em pleno Estádio da Luz, em noite de desastre da sua equipa, foi um acontecimento jornalístico, talvez só comparável ao que foi o desaparecimento de Pavão - capitão do FCP - em plenas Antas, mas esses eram outros tempos. Nuno Ferrari era não só um artista genial com a máquina fotográfica como, unanimemente, era reconhcido como um homem bom. Secretamente teria desejado que comungasse as minhas cores sportinguistas. Mas nestes tempos de cartoons assassinos, nem por um instante admitiria que o facto de ser benfiquista lhe diminuisse o seu valor.
Sim, RPS, naquela noite a notícia da morte de Nuno Ferrari era mais importante, mesmo mais importante que uns improváveis 5 a 0 do Porto ao Benfica na Luz e o RPS jornalista, que não o adepto fanático, certamente o reconheceria!
PS As minhas desculpas pelo tamanho desmesurado do comment. Não sou jornalista, confesso a minha inabilidade em dizer o que queria dizer em menos palavras; mas, bem vistas as coisas, também o post é anormalmente grande para alguém que preza - e bem - a economia da escrita.
Parabéns pelo comment Mc Jaku. Apoiado a cem por cento. O ódio do RPS aos "Donos da Bola" devia concentrar-se no Jorge Schnitzer - mas esse foi amigo do Pedroto.
Nem sei o que dizer...lol...
Quanto ao jornalismo que se faz actualmente em Portugal...sinceramente, acho que ´´e mais sensacionalismo que jornalismo...
Quanto ao futebol...mantenho em silencio para nao dizer asneiras...lol
Beijocas
Quanto ao jornalismo que se faz actualmente em Portugal...sinceramente, acho que ´´e mais sensacionalismo que jornalismo...
Quanto ao futebol...mantenho em silencio para nao dizer asneiras...lol
Beijocas
Uma correcção: nunca ninguém me ouviu dizer que detestava futebol.
Bem pelo contrário: adorei sempre jogá-lo e espero voltar a jogá-lo, quando a saúde mo permitir.
Do que eu me queixei sempre foi dos meus amigos que, em matéria de conhecimentos de futebol, não me consideram um igual e não me deixam participar nas suas discussões, retorquindo sempre às minhas pertinentes observações e dúvidas sobre bolas que entram na baliza depois de baterem em helicópteros que sobrevoam o estádio com um seco e cruel: "está calado".
Bem pelo contrário: adorei sempre jogá-lo e espero voltar a jogá-lo, quando a saúde mo permitir.
Do que eu me queixei sempre foi dos meus amigos que, em matéria de conhecimentos de futebol, não me consideram um igual e não me deixam participar nas suas discussões, retorquindo sempre às minhas pertinentes observações e dúvidas sobre bolas que entram na baliza depois de baterem em helicópteros que sobrevoam o estádio com um seco e cruel: "está calado".
Não, prophéssor, o Porco não é um escarro, passou a vómito quando declarou numa entrevista (creio que a' O Independente) que a ter alguma simpatia por algum clube era, pasme-se, pelo PORTO.
LOL
LOL
eheheh
não entendo nada de futebol, sem pedantismo !!!!!
mas amei saber que existe " o rosto do maior escarro jornalístico-televisivo-futebolístico"... eheheheheeh
repara eu não entendo de futebol nem conheço esse escarro.... mas adorei ler " a tua loucura"
jocas maradas
pssttt nada de se chatear, se é porco, é porco, ponto final:))))))
não entendo nada de futebol, sem pedantismo !!!!!
mas amei saber que existe " o rosto do maior escarro jornalístico-televisivo-futebolístico"... eheheheheeh
repara eu não entendo de futebol nem conheço esse escarro.... mas adorei ler " a tua loucura"
jocas maradas
pssttt nada de se chatear, se é porco, é porco, ponto final:))))))
RPS, não tenho mais nada a dizer senão: quando Vc. quer enxovalhar o futebolo-jornalismo não se poupa.
Rebusca as mais preciosas pérolas do seu vocabulário, para com elas enfeitar o senhor gajo que o deixou chateado, desculpe o termo.
Rebusca as mais preciosas pérolas do seu vocabulário, para com elas enfeitar o senhor gajo que o deixou chateado, desculpe o termo.
Genericamente estou de acordo ctg. Acrescento que os porcos não o podem ser porque apenas falam mal do Porto. São porcos porque são e ponto. Um reparo para a tua critica à primeira página de "A Bola" no dia seguinte aos cinco a zero do Benfica Porto para a super taça: é que cinco a zero sempre pode vir a ser notícia novamente, boa ou má, depende; mas o fotojornalista que morreu em trabalho não era um simples funcionário. Era Nuno Ferrari, um grande jornalista ( ou será que um fotojornalista deixa de ser jornalista quando é benfiquista?), que esteve presente em quase todos os grandes momentos do futebol português da segunda metade do sec XX ( inclusive dos grandes sucessos do FCPorto antes do Mourinho - sim pq o Porto não é só "O Mourinho"). Portanto eu achei bem aquela homenagem que, se calhar, só é possível num jornal privado, independente do erário público e que está imune aos reaccionários que são os clientes do serviço público embeiçado. Fico revoltado quando um tipo como tu ainda se refere a essas tangas. Eu, benfiquista, sou também pluralista e gosto do futebol e não reagi mal quando um primo meu, hoje e então funcionário da SAD do Porto levou o meu Alexandre ás antas ver o Pinto da Costa e este lhe ofereceu um galhardete do clube e um postal com cinco jogadores, cinco bolas em perfeita e feliz reinação com a tal vitória do porto sobre o Benfica. Eu tenho estômago. Eu tenho capacidade de encaixe. Eu sei levar cinco a zero. Eu aceito a superioridade dos outros. Eu gosto de futebol. Eu percebo-te. Eu quero que o porto perca sempre mas eu não perco o norte por isso mesmo. 1 Abraço.
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