8.2.06

 

Confissões de um automóvel-dependente (JCS)

Confesso ser um automóvel-dependente, em tratamento.

De há uns meses a esta parte, passei a utilizar o comboio. Deixo o carro no parque da estação, na outra banda, e depois entro numa das carruagens da Fertagus, e atravesso o Tejo com Lisboa á vista do lado direito, e a foz do outro.
Há música no ar, sempre clássica para limpar a alma.
É também agradável viajar num comboio onde os passageiros não vão, regra geral, em pé, e que no destino é alvo de uma operação de limpeza.
É curioso que até hoje ninguém me pediu o passe, nem presenciei actos de vandalismo. Depois, já na estação de Sete Rios, passo do céu ao inferno. Entro no metro, entre encontrões, de blusão fechado não me roubem o tabaco. Lá vem o pedinte da praxe.
Descobri que ainda assim vale a pena este último sacrifício de contacto urbano. Afinal de contas poupo na gasolina e nas portagens para passar o rio (absurdas neste ponto do país), poupo nas revisões que passam a ser mais espaçadas, poupo nas dores de cabeça do trânsito, ganho horas de leitura.
Tenho por garantido que este exemplo, fornecido pela Fertagus, não se repete na globalidade das empresas de transporte de passageiros. Talvez mais automóvel-dependentes aprendessem a gostar de andar em transportes públicos. E a olhar com indiferença para os homenzinhos verdes da EMEL, a empresa que espalha papéis com coimas pelos vidros do carro e que de quando em vez oferece uma jante amarela aos condutores.

Comments:
JCS, a sua qualidade de vida aumentou substancialmente apesar dos encontrões no metro. É acima de tudo uma atitude inteligente, poupa-se a si, poupa os outros e poupa o planeta. Ganhou horas no seu dia. Eu vou de Alvalade ao Marquês diariamente, às 09h/09.30h e demoro perto de 20m. Leio nesse espaço de tempo. Se apanho um táxi demoro mais de meia hora a fazer o mesmo percurso. Se vou de carro demoro em média 45/50m, quando não, mais. Esta última solução é impensável até porque não tenho onde estacionar no Marquês e não tenho a menor paciência para estar numa fila de trânsito.

A EMEL é o melhor exemplo de uma empresa mal gerida. Devia fazer o seu trabalho bem feito, isto é, multar a valer. Ter mais autonomia para multar e para pôr jantes amarelas nos carros. Não há nenhum país da europa onde se estacione em cima dos passeios como aqui. E quem diz em cima dos passeios, diz em cima das passadeiras, em segunda fila, etc. O problema do trânsito em Lisboa e no Porto para mim é de fácil resolução. É apenas necessário vontade e um decisor firme.
 
O negócio vai alargar, e eu vou te apanhar...
 
Façam como eu... comprem uma moto.
 
Sou fanzoca do comboiozinho simpático aqui mencionado. Uso-o nos meses de verão. No inverno estou em Lisboa e ando de transportes públicos. Realmente, dentro de Lisboa não há nada comparável à Fertagus e ao seu "combóio da ponte".
 
Conversa de mouros.
 
Também gosto muito dos transportes públicos

O contacto directo com a canalha, emociona-me

Afinal, não posso conduzir, sou pobre e não tenho outro remédio

Gostava de morrer, mas agora não
tenho um parente doente e espero um legado taludo

Depois, só taxis pretos com pedido de factura (que deitarei logo fora no primeiro latão...)
 
gostava mesmo era de ter um carrão daqueles...com um Ambrosio que trouxesse sempre Ferrero Rocher...
Cala-te boca, não digas parvoeiras.
 
eu detesto transportes públicos, evidentemente que sou comodista :)))
jocas maradas
 
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