4.7.06
Da náusea no futebol (RPS)
Não. Não vou falar dos talk-shows televisivos de cachecol ao pescoço e bandeirinha com a Fátima Lopes, o Goucha, o Malato e a Merche ou o Gabriel. Muito menos da bandeira à janela e no automóvel ou da indumentária verde-rubra que pulula.
Não vou falar dos painéis de comentadores nem das análises bacocas do professor Marcelo Rebelo de Sousa. Nem vou falar do Carlos Daniel. Nem dos repórteres (?) engolidos pelas multidões (a culpa não é deles, é das chefias e das direcções).
Não vou falar das conferências de imprensa em Marienfeld, antes do treino, nem nos depoimentos na zona mista (nunca percebi este designação). Também não vou reportar-me às declarações do sr. Madaíl e às do triste Eusébio nos finais do jogo. Nem à figura, no banco de Scolari, dum tipo gordo, de bigodaça, que não sei quem é.
Não vou falar, sequer, da clássica pergunta lançada ao adepto anónimo: então, qual é o seu palpite para o jogo? O interesse da questão consegue ser, contudo, superior ao da clássica pergunta imediata: e quem marca? Quando ouço esta, chega a dar-me vontade de pegar numa G-3 ou numa Mauser e ir disparar indiscriminadamente para o local da reportagem. Pergunto-me, entretanto, porque não há, ao menos, um tipo que preveja um resultado de 8-4 ou 12-7. Ou, então, prevendo o 2-0, porque há-de ser com golos de Pauleta e Deco ou de Maniche e Figo? Porque não do Séninho e do Vata, este com a mão?
Venho aqui desabafar, apenas, contra essa intolerável mania de construir frases com suposta graça, a partir de uma qualquer simbologia do país adversário.
Aos holandeses oferecemo-lhes um ramo de tulipas para o funeral ou, então, esprememos a laranja.
Com a Inglaterra comemos os bifes (se perdessemos, a frase seria bifes indigestos).
Agora, vamos cantar de galo com a França, ou meter o galo na capoeira, ou embebedá-los com champagne...
Se fosse com a Argentina, dançar-se-ia o tango, com o Brasil uma das equipas, decerto, curtiria um belo dum sambinha. Ou choraria o fado. A mim é que me apetece chorar.
Não vou falar dos painéis de comentadores nem das análises bacocas do professor Marcelo Rebelo de Sousa. Nem vou falar do Carlos Daniel. Nem dos repórteres (?) engolidos pelas multidões (a culpa não é deles, é das chefias e das direcções).
Não vou falar das conferências de imprensa em Marienfeld, antes do treino, nem nos depoimentos na zona mista (nunca percebi este designação). Também não vou reportar-me às declarações do sr. Madaíl e às do triste Eusébio nos finais do jogo. Nem à figura, no banco de Scolari, dum tipo gordo, de bigodaça, que não sei quem é.
Não vou falar, sequer, da clássica pergunta lançada ao adepto anónimo: então, qual é o seu palpite para o jogo? O interesse da questão consegue ser, contudo, superior ao da clássica pergunta imediata: e quem marca? Quando ouço esta, chega a dar-me vontade de pegar numa G-3 ou numa Mauser e ir disparar indiscriminadamente para o local da reportagem. Pergunto-me, entretanto, porque não há, ao menos, um tipo que preveja um resultado de 8-4 ou 12-7. Ou, então, prevendo o 2-0, porque há-de ser com golos de Pauleta e Deco ou de Maniche e Figo? Porque não do Séninho e do Vata, este com a mão?
Venho aqui desabafar, apenas, contra essa intolerável mania de construir frases com suposta graça, a partir de uma qualquer simbologia do país adversário.
Aos holandeses oferecemo-lhes um ramo de tulipas para o funeral ou, então, esprememos a laranja.
Com a Inglaterra comemos os bifes (se perdessemos, a frase seria bifes indigestos).
Agora, vamos cantar de galo com a França, ou meter o galo na capoeira, ou embebedá-los com champagne...
Se fosse com a Argentina, dançar-se-ia o tango, com o Brasil uma das equipas, decerto, curtiria um belo dum sambinha. Ou choraria o fado. A mim é que me apetece chorar.
Comments:
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Embora não vislumbre bem qual o objectivo do post, chamo a atenção para o facto de os jornais portugueses, enfim alguns, fazerem (sobretudo nas capas) o mesmo que tanto criticam nos "horríveis" tabloides ingleses e agora franceses. Até O Jogo está execrável: depois de uma fotografia de uns bifes, hoje depenamos um galo...
Lanço um desafio a Carlos Romão: captar o instante em que pela bochecha esquerda de RPS rolará uma lágrima de comoção com o desempenho da equipa do sr. Scolari, que RPS não sabe quem, mas que mesmo assim detesta.
Como irá RPS encarar o facto, agora provável, da selecção do seu país vencer a Copa do Mundo…. E no desporto que ele mais ama?
Como irá RPS encarar o facto, agora provável, da selecção do seu país vencer a Copa do Mundo…. E no desporto que ele mais ama?
Como irá RPS encarar o facto, agora provável, da selecção do seu país vencer a Copa do Mundo…. E no desporto que ele mais ama?
Não sei onde foi RC buscar tão absurda probabilidade.
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Não sei onde foi RC buscar tão absurda probabilidade.
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