5.7.06
Estados Unidos 94 (RPS)
Na última semana do Mundial, estava de férias no Gerês. Sem televisão. E com a final a jogar-se de madrugada. Valeu a simpatia dos responsáveis da Pensão Jardim, junto à Capela das Termas, que acederam receber o grupo para ver o Brasil-Itália.
Não tenho muitas lembranças deste Mundial. É assim, o envelhecimento: guardamos melhor as memórias antigas do que as mais recentes. Para além de que, enquanto estudamos, conseguimos ver os jogos quase todos...
Tenho a ideia de que o melhor jogo que vi foi o Brasil-Holanda. 3-2, salvo erro. O Brasil de Bebeto e Romário convenceu-me. Gostava muito do Bebeto. E os laterais brasileiros - Cafú e Roberto Carlos - nesse campeonato eram meia-equipa. Nunca dois defesas-laterias foram tão importantes na produção de jogo de uma equipa.
Nesse campeonato embirrei com a Itália. Não me recordo dos resultados que fez, mas tenho a sensação que ganhou os jogos todos por 1-0 com golo de Roberto Baggio. Jogavam pouco e, na final, como se previa, apostaram no 0-0 desde o primeiro minuto. Só deu para reforçar que puxasse pelo Brasil. Os brasileiros fizeram tudo para ganhar, mas era difícil ultrapassar aquele muro. Foram duas horas de jogo sem golos. O Brasil só conseguiu ganhar no desempate por penalties, graças ao falhanço de... Roberto Baggio. Depois da triste final de 90, outra triste final.
Do USA-94, guardo, ainda, memória de três boas equipas: Suécia (foi terceira classificada, salvo erro), Bulgária (com Kostadinov, do FCP, Iordanov, do Sporting, e a estrela Stoichkov), e, acima de todas, a Roménia. A selecção romena de 94 deu-me do mais belo futebol que vi. Faltava-lhe eficácia, mas sobrava-lhe beleza. E a Roménia, país algo sinistro, deu-me, ainda, um dos meus futebolistas preferidos de sempre: George Hagi, a quem chamavam o Maradona dos Cárpatos. Ele é a minha melhor memória do Mundial de 94.
Não tenho muitas lembranças deste Mundial. É assim, o envelhecimento: guardamos melhor as memórias antigas do que as mais recentes. Para além de que, enquanto estudamos, conseguimos ver os jogos quase todos...
Tenho a ideia de que o melhor jogo que vi foi o Brasil-Holanda. 3-2, salvo erro. O Brasil de Bebeto e Romário convenceu-me. Gostava muito do Bebeto. E os laterais brasileiros - Cafú e Roberto Carlos - nesse campeonato eram meia-equipa. Nunca dois defesas-laterias foram tão importantes na produção de jogo de uma equipa.
Nesse campeonato embirrei com a Itália. Não me recordo dos resultados que fez, mas tenho a sensação que ganhou os jogos todos por 1-0 com golo de Roberto Baggio. Jogavam pouco e, na final, como se previa, apostaram no 0-0 desde o primeiro minuto. Só deu para reforçar que puxasse pelo Brasil. Os brasileiros fizeram tudo para ganhar, mas era difícil ultrapassar aquele muro. Foram duas horas de jogo sem golos. O Brasil só conseguiu ganhar no desempate por penalties, graças ao falhanço de... Roberto Baggio. Depois da triste final de 90, outra triste final.
Do USA-94, guardo, ainda, memória de três boas equipas: Suécia (foi terceira classificada, salvo erro), Bulgária (com Kostadinov, do FCP, Iordanov, do Sporting, e a estrela Stoichkov), e, acima de todas, a Roménia. A selecção romena de 94 deu-me do mais belo futebol que vi. Faltava-lhe eficácia, mas sobrava-lhe beleza. E a Roménia, país algo sinistro, deu-me, ainda, um dos meus futebolistas preferidos de sempre: George Hagi, a quem chamavam o Maradona dos Cárpatos. Ele é a minha melhor memória do Mundial de 94.
Comments:
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O Mundial de 1994 foi para mim o melhor campeonato a que assisti depois do de 1982. Pese o facto de ter tido uma triste final. Foi um mundial espectacular, de boas equipas mas sobretudo de grandes jogadores. Do Brasil, Romário no seu auge (mas também Bebeto, Cafu e Roberto Carlos, como RPS bem sublinhou); da Itália, Roberto Baggio, no seu auge, que não era coisa pouca (e ainda Baresi e Maldini); da Suécia, o melhor guarda-redes desse mundial, Thomas Ravelli, e um bom colectivo, que só foi eliminado pelo Brasil nas meias-finais, por 1-0; da Bulgária, Stoichkov (mas também Kostadinov, do FC Porto, Balakov e Iordanov do Sporting e o careca Leshkov, que eliminou a Alemanha nos quartos de final, com um grande golo); da Argentina, Batistuta (e Maradona num triste fim, com um ultimo belo golo e uma posterior exclusão por acusar coca nas análises); e da Roménia, que foi a minha equipa preferida, Gheorge Hagi no seu melhor (mas também Popescu, Raducioiu e Dumitrescu); da Holanda, Bergkamp, e julgo que ainda Gullitt e Van Basten mas não tenho a certeza. O Roménia 3-Argentina 2 nos oitavos de final foi um dos melhores jogos a que assiti na vida.
O Brasil foi o mais regular e mereceu o titulo. Mas a Roménia caiu contra a Suécia nos quartos de final algo ingloriamente, nos penaltyes, depois de os ter deixado fazer 2-2 perto do fim, com o jogo controlado. A Suécia seria terceira, a Bulgária quarta e a Itália segunda, à custa da defesa e dos golitos salvadores do Baggio. O país organizador, os Estados Unidos, deu vexame, nos resultados e nas exibições.
O Brasil foi o mais regular e mereceu o titulo. Mas a Roménia caiu contra a Suécia nos quartos de final algo ingloriamente, nos penaltyes, depois de os ter deixado fazer 2-2 perto do fim, com o jogo controlado. A Suécia seria terceira, a Bulgária quarta e a Itália segunda, à custa da defesa e dos golitos salvadores do Baggio. O país organizador, os Estados Unidos, deu vexame, nos resultados e nas exibições.
"Nesse campeonato embirrei com a Itália. (...) Jogavam pouco e, na final, como se previa, apostaram no 0-0 desde o primeiro minuto."
A história vai repetir-se no Domingo. Mas, desta vez, o resultado final ser-lhes-á favorável.
A história vai repetir-se no Domingo. Mas, desta vez, o resultado final ser-lhes-á favorável.
Quem diz que a Itália jogou pouco, em 94 como este ano, sinceramente percebe muito pouco de futebol. Digo futebol e não jogar à bola em peladinhas.O Mundial americano não ficou na minha memória de grandes jogos,futebolísticamente falando. A melhor equipa, para mim, abram a boca de espanto, foi a Nigéria, eliminada ingloriamente pela Itália a uns minutos do fim. Foi o único jogo em verdadeiramente a Itália esteve em dificuldades ( na verdade houve outro, na fase inicial, com a Noruega, em que jogaram quase todo o jogo com 10 por expulsão do guarda redes Pagliuca). Arrigo Sacchi, um dos melhores treinadores dos meus tempos de apreciador de futebol tirou Baggio (Roberto) e a Itália aguentou-se e lá meteu um golo de livre por Baggio ( Dino).Na final, a Itália não teve metade dos problemas que teve contra a Nigéria.
Confirmo que o Roména - Argentina foi um jogo excepcional, sobretudo por parte da Roménia, a jogar sem o seu ponta de lança, Raducioiu, que deu uma das melhores lições de contra ataque de que tenho memória.
A Suécia, sem grandes jogadores, mas com uma boa equipa e um grande guarda redes, foi longe. Na meia final contra o Brasil foram gamados: o seu melhor jogador, o ex benfiquista Jonas Thern, foi expulso ainda na primeira parte.
O Brail de então não tinha grande história, a não ser que tinha bom guarda redes, o que era uma novidade, e dois grandes avançados Romário e Bebeto. Raí não era mau jogador, mas era uma imitação para pior do irmão, Sócrates.O resto era uma equipa de Dungas e Mazinhos: defendia e dava porrada.
A final foi ainda pior que a do Mundial anterior. É costume culpar a Itália por isso. Não concordo. O Bradil foi tão ou mais defensivo e conservador. Teve mais sorte nos penalties...
PS Lamento informar os meus colegas e amigos, mas o defesa esquerdo da selecção era o Branco que, por exemplo, marcou um golo decisivo contra a Holanda. Se não estou enganado, o Robero Carlos apareceu na selecção olímpica na Austrália. Mas posso estar enganado. E o Cafu é o mesmo que capitaneou o escrete agora em 2006...
Confirmo que o Roména - Argentina foi um jogo excepcional, sobretudo por parte da Roménia, a jogar sem o seu ponta de lança, Raducioiu, que deu uma das melhores lições de contra ataque de que tenho memória.
A Suécia, sem grandes jogadores, mas com uma boa equipa e um grande guarda redes, foi longe. Na meia final contra o Brasil foram gamados: o seu melhor jogador, o ex benfiquista Jonas Thern, foi expulso ainda na primeira parte.
O Brail de então não tinha grande história, a não ser que tinha bom guarda redes, o que era uma novidade, e dois grandes avançados Romário e Bebeto. Raí não era mau jogador, mas era uma imitação para pior do irmão, Sócrates.O resto era uma equipa de Dungas e Mazinhos: defendia e dava porrada.
A final foi ainda pior que a do Mundial anterior. É costume culpar a Itália por isso. Não concordo. O Bradil foi tão ou mais defensivo e conservador. Teve mais sorte nos penalties...
PS Lamento informar os meus colegas e amigos, mas o defesa esquerdo da selecção era o Branco que, por exemplo, marcou um golo decisivo contra a Holanda. Se não estou enganado, o Robero Carlos apareceu na selecção olímpica na Austrália. Mas posso estar enganado. E o Cafu é o mesmo que capitaneou o escrete agora em 2006...
Apenas uma adenda ao meu comentário. A história da (não) qualificação da França para o Mundial dava um post autónomo e com mais interesse que este suporífero Mundial. Foi assim:
a 2 jogos do final da qualificação, a França, que tinha uma grande equipa, com Cantona, Ginola e a maioria da equipa que viria a ser campeã do mundo, estava praticamente qualificada: precisava de 1 ponto nos 2 jogos que faltava disputar, em casa, contra Israel e a Bulgária. Era canja e cumprir calendário. Jogo com Israel e a meio da 2ªparte a França ganhava por 1-0. Então Rosenthal,o único israelita conhecido, que jogava no Liverpool, empata. Ainda chegava. No fim do jogo, surpresa, Israel faz o 2-1. Escândalo, mas ainda bastava um empate com a Bulgária, a oponente directa.
A França entra dileberadamente ao ataque, massacra, mas só mete um golo. A faltar uns minutos para o fim do jogo, a Bulgária empata. Ainda dava. Mas, golpe de teatro, aos 94 minutos, de contra-ataque(!) Kostadinov faz o 2-1 fatal e coloca a Bulgária no Mundial, onde haveria de fazer boa figura.
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a 2 jogos do final da qualificação, a França, que tinha uma grande equipa, com Cantona, Ginola e a maioria da equipa que viria a ser campeã do mundo, estava praticamente qualificada: precisava de 1 ponto nos 2 jogos que faltava disputar, em casa, contra Israel e a Bulgária. Era canja e cumprir calendário. Jogo com Israel e a meio da 2ªparte a França ganhava por 1-0. Então Rosenthal,o único israelita conhecido, que jogava no Liverpool, empata. Ainda chegava. No fim do jogo, surpresa, Israel faz o 2-1. Escândalo, mas ainda bastava um empate com a Bulgária, a oponente directa.
A França entra dileberadamente ao ataque, massacra, mas só mete um golo. A faltar uns minutos para o fim do jogo, a Bulgária empata. Ainda dava. Mas, golpe de teatro, aos 94 minutos, de contra-ataque(!) Kostadinov faz o 2-1 fatal e coloca a Bulgária no Mundial, onde haveria de fazer boa figura.
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