9.7.06
O culpado está em casa (RPS)
Quando Zidane concretizou o penalty, fiquei com a certeza: a equipa dos srs. Madaíl e Scolari nunca mais dá a volta a isto.
Os scolaris estavam, de facto, a jogar bem, de igual para igual, com a França, mas nesse exacto momento percebi o que se ia passar. Claro que isso foi irrelevante para os acontecimentos. Relevante foi o facto de a mesma ideia que eu tive (e, decerto, milhares de adeptos anónimos como eu) se ter interiorizado, também, na cabeça de cada um dos jogadores. Eles sabiam que nunca mais davam a volta àquilo. Os corpos trabalharam para um lado, mas as cabeças diziam-lhes que não ia dar.
Nenhum dos scolaris se poupou, mas a maioria entrou em sub-rendimento: Deco, desde logo, mas também Costinha, Figo, Miguel, Ricardo Carvalho... Para além de Cristiano Ronaldo, apenas Fernando Meira e Nuno Valente estiveram em bom nível. É significativo: quando Meira e Valente estão entre os melhores, é óbvio que a coisa não esteve ao nível que deveria ter estado.
As insinuações (nem acusações foram, foram só insinuações torpes) lançadas por vários responsáveis, jogadores e até anónimos adeptos portugueses contra o árbitro do Portugal-França são do campo do miserável.
A equipa que representa a Federação Portuguesa de Futebol perdeu com a França porque a França é e foi melhor.
Não vou comentar as declarações terceiro-mundistas do sr. Scolari no final do jogo com a França. Sugiro, apenas, que as comparem com as que o Sr. Sven Goran Eriksson produziu no final do Portugal-Inglaterra.
Uma irmã minha, desligada do futebol e do Mundial, perguntou-me o que pretenderiam o treinador e os jogadores dizer sobre o árbitro. E desabafou: é como aos domingos, aqui. Pois foi. Só me pergunto onde estarão aqueles críticos dos que criticam os árbitros ao domingo...
Em todo o caso, a doutrina passou. Após o Alemanha-Portugal, um adepto, em plena Avenida dos Aliados, dizia, boçal e primário, à reportagem da SIC: foi a FIFA que nos comeu, "cumerum-nos" a cabeça, porque se "num fousse" a FIFA íamos à final.
É a doutrina Scolari, a doutrina do patinho feio a quem todos querem mal, a propagar-se.
Curiosamente, ninguém peguntou se em 2004 éramos grandes, enormes. É que nesse ano uma equipa portuguesa foi Campeã da Europa e do Mundo...
Não há um culpado único para a derrota com a França. A equipa falhou. Apenas isso.
Mas as pessoas, nestas horas, adoram encontrar um responsável. Percebo o exercício, mas deixem lá o árbitro e a FIFA em paz. Encontre-se, então, o culpado dentro de casa. Há por onde escolher. A pessoa do treinador, por exemplo. Sim, ele também é culpado porque, se os jogadores falharam mentalmente, deveria o treinador ter sabido alterar esse estado de espírito que se instalou com o golo da França. Nem durante o intervalo conseguiu inverter a situação. O treinador acabou por falhar naquilo que é a sua especialidade: motivar o grupo, fazê-lo acreditar que ganhar é possível.
Outro personagem a quem podem ser atribuídas responsabilidades pelo fracasso é, obviamente, o guarda-redes Ricardo Pereira. O guarda-redes não soube parar o penalty de Zidane, falhando, assim, estrondosamente, naquela que é a sua especialidade.
Todas as responsabilizações individuais têm, contudo, um traço de injustiça se esquecermos a figura a quem têm de ser atribuídas as maiores responsabilidades. A (triste) figura é esta:
A verdade é que a equipa que representa a Federação Portuguesa de Futebol jogou sempre com dez. Eram sempre dez scolaris em campo. No jogo frente a França, então, foi confrangedor. Parece que vai embora. Não fará falta.
Ele é o terror das defesas da Albânia, Linchenstein, Andorra e Arzebeijão. Azar o dele: não deixaram que estas selecções fossem ao Mundial da Alemanha.
Ah!... Deixaram jogar Angola. E ele lá marcou...
Os scolaris estavam, de facto, a jogar bem, de igual para igual, com a França, mas nesse exacto momento percebi o que se ia passar. Claro que isso foi irrelevante para os acontecimentos. Relevante foi o facto de a mesma ideia que eu tive (e, decerto, milhares de adeptos anónimos como eu) se ter interiorizado, também, na cabeça de cada um dos jogadores. Eles sabiam que nunca mais davam a volta àquilo. Os corpos trabalharam para um lado, mas as cabeças diziam-lhes que não ia dar.
Nenhum dos scolaris se poupou, mas a maioria entrou em sub-rendimento: Deco, desde logo, mas também Costinha, Figo, Miguel, Ricardo Carvalho... Para além de Cristiano Ronaldo, apenas Fernando Meira e Nuno Valente estiveram em bom nível. É significativo: quando Meira e Valente estão entre os melhores, é óbvio que a coisa não esteve ao nível que deveria ter estado.
As insinuações (nem acusações foram, foram só insinuações torpes) lançadas por vários responsáveis, jogadores e até anónimos adeptos portugueses contra o árbitro do Portugal-França são do campo do miserável.
A equipa que representa a Federação Portuguesa de Futebol perdeu com a França porque a França é e foi melhor.
Não vou comentar as declarações terceiro-mundistas do sr. Scolari no final do jogo com a França. Sugiro, apenas, que as comparem com as que o Sr. Sven Goran Eriksson produziu no final do Portugal-Inglaterra.
Uma irmã minha, desligada do futebol e do Mundial, perguntou-me o que pretenderiam o treinador e os jogadores dizer sobre o árbitro. E desabafou: é como aos domingos, aqui. Pois foi. Só me pergunto onde estarão aqueles críticos dos que criticam os árbitros ao domingo...
Em todo o caso, a doutrina passou. Após o Alemanha-Portugal, um adepto, em plena Avenida dos Aliados, dizia, boçal e primário, à reportagem da SIC: foi a FIFA que nos comeu, "cumerum-nos" a cabeça, porque se "num fousse" a FIFA íamos à final.
É a doutrina Scolari, a doutrina do patinho feio a quem todos querem mal, a propagar-se.
Curiosamente, ninguém peguntou se em 2004 éramos grandes, enormes. É que nesse ano uma equipa portuguesa foi Campeã da Europa e do Mundo...
Não há um culpado único para a derrota com a França. A equipa falhou. Apenas isso.
Mas as pessoas, nestas horas, adoram encontrar um responsável. Percebo o exercício, mas deixem lá o árbitro e a FIFA em paz. Encontre-se, então, o culpado dentro de casa. Há por onde escolher. A pessoa do treinador, por exemplo. Sim, ele também é culpado porque, se os jogadores falharam mentalmente, deveria o treinador ter sabido alterar esse estado de espírito que se instalou com o golo da França. Nem durante o intervalo conseguiu inverter a situação. O treinador acabou por falhar naquilo que é a sua especialidade: motivar o grupo, fazê-lo acreditar que ganhar é possível.
Outro personagem a quem podem ser atribuídas responsabilidades pelo fracasso é, obviamente, o guarda-redes Ricardo Pereira. O guarda-redes não soube parar o penalty de Zidane, falhando, assim, estrondosamente, naquela que é a sua especialidade.
Todas as responsabilizações individuais têm, contudo, um traço de injustiça se esquecermos a figura a quem têm de ser atribuídas as maiores responsabilidades. A (triste) figura é esta:
A verdade é que a equipa que representa a Federação Portuguesa de Futebol jogou sempre com dez. Eram sempre dez scolaris em campo. No jogo frente a França, então, foi confrangedor. Parece que vai embora. Não fará falta.
Ele é o terror das defesas da Albânia, Linchenstein, Andorra e Arzebeijão. Azar o dele: não deixaram que estas selecções fossem ao Mundial da Alemanha.
Ah!... Deixaram jogar Angola. E ele lá marcou...
Comments:
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esse cara é um bosta!
p q o p!!! até meteu nojo jogarmos sempre com 10 e a outra equipa com 3 centrais!
esqueceste-te de dizer que ele também é o terror da Arábia Saudita em periodo de Ramadão!!!
ITÁÁÁÁÁÁLIA!!!!!!
p q o p!!! até meteu nojo jogarmos sempre com 10 e a outra equipa com 3 centrais!
esqueceste-te de dizer que ele também é o terror da Arábia Saudita em periodo de Ramadão!!!
ITÁÁÁÁÁÁLIA!!!!!!
Claro! O Baía teria feito a diferença! Viu-se no Mundial 2002... Nem passámos para os oitavos de final... Se calhar, nessa altura a culpa também foi do Pauleta que marcou 3 dos 6 golos de Portugal...
1- O Scolari tem razão e, porque a tem, escusava de ter ocultado a sua verdadeira identidade.
2- Vai ser interessante analisar nas próximas semanas as quebras de venda da marca do queijo anunciada pelo Pauleta
2- Vai ser interessante analisar nas próximas semanas as quebras de venda da marca do queijo anunciada pelo Pauleta
Pelo menos não se viu nesta equipa a miserável prestação do jogo contra os Estados Unidos, no Mundial da Coreia, quando o medo e a falta de ambição levou a selecção a jogar para o empate perante um adversário bem mais modesto. E a raça de Figo vai prolongar-se com Ronaldo, um jovem que joga para a frente e não tem receio de arriscar. Os sinais são bons e o futebol continuará a ser, para nosso infortúnio, o principal emblema de excelência do país. Com mais objectividade, responsabilidade e sem a cultura manhosa da dissimulação, pode ser que, um dia, um quarto lugar seja para nós uma decepção.
MANUEL CARVALHO in Público
MANUEL CARVALHO in Público
Quanto às desculpas, 100% de acordo, embora ache que um resultado pela diferença mínima não quer dizer automaticamente que uma equipa tenha sido melhor que outra. Pode apenas ter tido aquilo que qualquer equipa vencedora tem mesmo de ter para o ser: um pouco de sorte (para além do resto, óbvio).
Quanto ao Ricardo, nem merece resposta tal a dor de cotovelo.
Agora essa embirração com o Pauleta, é que não percebo... estava aqui a pensar e... quem é que queres do FCP em vez dele?... É que não estou mesmo a ver... o Hugo Almeida vai para o Werder Bremen... só se for... não acredito... queres naturalizar o Adriano? A sério? És genial!
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Quanto ao Ricardo, nem merece resposta tal a dor de cotovelo.
Agora essa embirração com o Pauleta, é que não percebo... estava aqui a pensar e... quem é que queres do FCP em vez dele?... É que não estou mesmo a ver... o Hugo Almeida vai para o Werder Bremen... só se for... não acredito... queres naturalizar o Adriano? A sério? És genial!
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