30.6.06
Só eu sei porque vejo o "le Monde" (SM)
18'
Très belle action des "Peker Boys" ! Tevez qui joue très bas sur le terrain décale Sorin dans la profondeur côté gauche, le centre sans contrôle de l'ancien Parisien est contré en corner. Corner qui ne donnera rien !
BALLACK !!!La voilà la première action de la rencontre et quelle action !! Une tête sublime dans la course de l'attaquant allemand. Abbondanzieri est tout heureux de voir la tentative du joueur de Chelsea passer à côté de sa lucarne.
16'
Difficile pour le moment de s'enflammer de la part des deux équipes. Une partie d'échecs est entrain d'avoir lieu au milieu de terrain. Les Argentins prennent petit à petit le dessus mais sans pour autant parvenir à concrétiser leur domination.
14'
Le mail de Nico :« "Xon, ce soir tes Allemands vont tomber. Parole de Dem. » Réponse Nico dans un peu plus de 90 minutes ! Bon live à vous.
14'
Ambiance du match :On entend beaucoup plus de sifflets que d’applaudissement depuis le début de la rencontre. >>>
12'
12'
>>> La raison est simple : les Argentins monopolisent le ballon et les supporters allemands sifflent !
Infos stats – Allemagne :Possession du ballon : 33 %Tirs : 1Frappes cadrées : 1
10'
10'
Infos stats – Argentine :Possession du ballon : 67 %Tirs : 1Frappes cadrées : 1
9'
Coup-franc tiré par Juan Roman Riquelme , aucun joueur Argentin ne parvient à détourner la trajectoire de la balle et c'est finalement Lehmann qui peut se saisir du cuir.
8'
Corner tiré par Juan Roman Riquelme c'est détourné par Sorin au premier poteau mais sans danger pour Lehmann.
Coup-franc tiré par Lukas Podolski à 25 mètres des buts ! Abbondanzieri se capte du cuir en deux temps suite à un petit rebond juste devant ce dernier. Toujours très délicat pour les gardiens.
7'
Réponse au mail de Christophe :Chacun à sa préférence sur le vainqueur de cette rencontre avant le coup d’envoi. Mais pour être très franc c’est vraiment du 50/50.
6'
4'
Ce joueur ne peut pas laisser indifférent ! Heinze est déjà dans toutes les situations les plus chaudes. Il a le sang chaud l'ancien Parisien et ce type de match est du pain béni pour le joueur de Manchester.
Carton jaune pour Lukas Podolski qui laisse traîner les crampons sur son vis à vis.
3'
Conditions de jeuMoins de 3 minutes de jeu et pas moins de 4 grosses fautes ! C'est chaud !!!
3'
Ca se frictionne ! Dès les premières minutes les joueurs veulent s'imposer sur la pelouse et ça nous offre des premières minutes assez tendues. Les 90 minutes s'annoncent déjà passionnantes !
2'
Lubos Michel38 ans – SlovaqueArbitre depuis le 1er janvier 19931.78 m – 75 kg
1'
1'
Direct Live !!!Vous commenter un match c’est bien mais ce n’est pas seulement notre but. Vous avez besoin d’une info, vous voulez réagir et nous faire partager votre sentiment, pas de problème ! En haut un lien e-mail est à votre disposition.
A graçola do dia (RPS)
Dieguito, el pibe de oro (SM)
Defendi-o até nas infelizes declarações sobre Timor e a Austrália; sobre os muçulmanos; delirei em comissões parlamentares que fiz em que esteve presente e falou da não passagem dos aviões norte-americanos por Portugal. Não foi o melhor Ministro dos Negócios Estrangeiros, mas a incoerência que vem mantendo ao longo de mais de trinta anos merece ser festejada.Porque a imperfeição é o sal da vida.
A Ponte de Viana (RPS)
As obras de recuperação na Ponte Eiffel arrastam-se e suspeita-se que não haja recuperação possível. O ministro das Obras Públicas já desmentiu esse cenário, facto que só reforça as suspeitas de toda a gente.
Gosto de pontes desde miúdo e, desde miúdo, que gosto da Ponte de Viana. E também gosto muito de Viana. Espero que a Ponte Eiffel possa e seja devidamente recuperada.
29.6.06
Rosa Mota (RPS)
Ouvi hoje numa rádio credível que a Rosa Mota faz anos. 48 anos, hoje. 48... Eu sou uns anos mais novo, mas olho para ela sempre como uma miúda de 20 ou 25.
Será que ela mantem aquelas axilas hirsutas? Desde que ela deixou de correr e de festejar vitórias, não o sabemos. Aquele panorama cerdoso sempre fez com que não vibrasse com as (tantas) vitórias que conseguiu. É que ela começava a levantar os braços antes mesmo de cortar a meta.
Em todo o caso, parabéns à Rosa Mota.
28.6.06
Aliados (RPS)
Por vezes, acusam-me de ser do contra. Por vezes, a acusação tem alguma ou, até, total razão de ser. Não é este o caso. Gosto mesmo da nova Avenida dos Aliados.
Pelo que ouço, leio e vejo há uma maioria esmagadora que contesta a mudança. Também me insurgiria se ela tivesse ocorrido porque sim ou porque alguém na Câmara se lembrou disso. Como sabemos, a passagem do Metro obrigou a que se escavasse tudo e, face à nova realidade, a obra original não poderia ser reconstruída. Era preciso fazer tudo de novo.
Naturalmente que se fossem solicitados 20 projectos, teríamos 20 soluções diferentes. Havia que optar e pediu-se apenas, tanto quanto sei, um projecto, assinado por dois nomes conceituados. Nasceu, assim, a nova Avenida dos Aliados. Esteticamente bonita, para o meu olhar que gosta do cinzento e do granito. E adequada ao novos tempos. Em tudo: até na ausência de sombras e de locais onde as pessoas se possam sentar. Os novos tempos são de passar e andar e não de estar. Para isso, a cidade oferece outros espaços.
No exagero da gritaria, já ouvi dizer que "o Porto perdeu a alma". Aceito que se possa não gostar da nova Avenida, mas evite-se a histeria e o disparate. Todos sabemos que a alma do Porto é imortal e, se o não fosse, teria morrido no início do século XX, quando se abriu a anterior Avenida dos Aliados. Todos quanto a choram parecem ignorar que a sua abertura e construção levou à destruição, ao verdadeiro arrasamento de "muito Porto", de tudo quanto existia, então, a norte da Praça da Liberdade. Algo que agora, obviamente, não se fez. A nova Avenida dos Aliados respeita muito mais a cidade do que o fez a anterior. Que também me deixa saudades, mas não me deixa parado no tempo.
a foto foi, obviamente, roubada ao melhor fotógrafo que conheço - no Porto ou em qualquer outro lado.
RPS, o vidente - ou o meu primeiro post sobre o mundial em curso (RPS)
- ninguem joga mal tão bem como o Brasil.
- ninguém joga bem tão mal como a Itália.
Com base nestas (e noutras) verdades, prevejo que a Itália vai ser Campeã do Mundo.
Prevejo ainda que, na final, baterá Portugal.
Prevejo que os scolaris passam sábado e, na meia-final, humilham o Brasil.
E este é, desde o início do Mundial, o meu primeiro post sobre o Mundial. Deverá ser o único, até 9 de Julho.
27.6.06
A minha bandeira (RPS)
Devo confessar, porém, que, em matéria de bandeiras, identifico-me, muito mais, com esta:
... mas nunca colocaria, por exemplo, esta bandeira na minha janela. Se pusesse uma bandeira na minha janela, seria aquela bandeira com que me identifico totalmente. Esta:
México 86 (RPS)
Foi o Mundial de Maradona. Não tenho dúvidas de que Garrincha foi melhor - é, aliás, o melhor de sempre - e de que Pelé bate o argentino na lista dos melhores de sempre, quanto mais não seja pela folha de serviços, os títulos, que não podem ser ignorados quando procuramos avaliar uma carreira de um desportista. Maradona foi, contudo, o melhor jogador que vi jogar.
Foi o Mundial da "mão de Deus", frente à Inglaterra, um episódio que ainda hoje revolta Bobby Robson, o então seleccionador inglês, que se sentiu espoliado. E foi também nesse jogo que Maradona marcou um dos mais belos golos dos Mundiais, correndo meio-campo, sozinho com a bola, ultrapassando sucessivos ingleses.
Valdano, grande avançado dessa equipa da Argentina, já escreveu sentir-se o homem mais preveligiado do mundo porque pôde ver o golaço de Maradona à Inglaterra como ninguém. Enquanto Maradona avançava com a bola e deixava adversários para trás, ele acompanhava, pelo centro do terreno, a corrida de Diego, esperando que este lhe passasse a bola. Não passou e Valdano diz que, assim, viu o filme todo em posição única, praticamente de frente para o acontecimento.
Na sua biografia, Maradona conta que, bem depois do jogo, o seu colega Negro Enrique, defesa-central dessa selecção, desabafou que todos felicitavam Diego, esquecendo que fora ele quem lhe passara a bola. Diz Maradona: hijo de puta! E explica: ele passou-me a bola na nossa área... Não foi na área, foi a meio-campo, mas isso não apaga o essencial e Diego tem justificadas razões para insultar o colega.
Na final, a Argentina ganhou à Alemanha. Esteve a ganhar 2-0, cedeu o empate e, no prolongamento, fez o 3-2. Marcou Jorge Burruchaga - outro grande jogador - desmarcado por... Maradona, claro.
A Alemanha estava enfraquecida. Chegou ao empate graças ao seu melhor jogador, o admirável Karl-Heinz Rummenigge. Mesmo diminuído fisicamente, coxeando, era ele que ainda resolvia os problemas da equipa. Na final, saltou do banco e a Alemanha quase deu a volta. Rummenigge foi um dos meus jogadores preferidos de sempre e, habitualmente, não consta de tops nem de classificações de históricos do futebol.
O Mundial de 86 foi ainda o Mundial em que a França, campeã da Europa, conseguiu o teceiro lugar. Com Platini, Giresse e Tigana. Foi o Mundial em que o Brasil surgiu mais realista, com dois médios defensivos, Elzo e Alemão, mas pouco eficaz, com Júnior (tal como ele próprio ambicionava) a médio, ao lado de Zico, um craque já em perda. Nos quartos-de-final, Zico falhou o penalty decisivo contra a França. O melhor dos brasileiros terá sido Careca, avançado-centro, companheiro de Maradona no Nápoles. Marcou alguns golos, mas não chegou.
O Mundial de 86 foi também o Mundial de Saltillo. Mais uma vergonha portuguesa. Por culpa dos dirigentes federativos, dos jogadores e do seleccionador.
Os dirigentes federativos eram encimados pelo sinistro e ultramontano Silva Resende, (ex-director de A Bola...), que se manteve, durante a prova... em Portugal...
Entre os jogadores, mandavam na selecção homens como Bento, Carlos Manuel e Diamantino. Todos do Benfica, todos naturais ou ligados ao Barreiro, todos meninos ricos com gosto pela verborreia de cariz esquerdista e revolucionário. Cada um deles sonhava ser um Che Guevara da bola.
O treinador, José Torres, permitiu todas as bandalheiras. Poupemo-lo: é hoje (e de há uns anos a esta parte) um homem gravemente doente.
Volto a Maradona. Além dos golos - o legal e o ilegal - contra a Inglaterra, recordo, ainda, a meia-final com a Bélgica. Diego voltou a fazer, sozinho, um golo fabuloso. E recordo, ainda, outra cena já não sei em que jogo. Maradona vai marcar um canto e implica com a bandeirola. Perturbava-o. Pertubava S. Exc.ª... Diego, então, arranca a bandeirola da relva e atira-a para o chão. O árbitro (ou mesmo o juíz de linha, não tenho bem presente) tem, então, a oportunidade da sua vida: impor-se ao melhor, ao único, a Diego Maradona. Assim, manda o capitão argentino recolocar a bandeirola no lugar. Com gestos lentos, acompanhados de um esgar de riso, mas, simultaneamente, de algum desprezo, Maradona espeta o suporte da bandeira na relva, no seu devido lugar. O árbitro volta a agir: aponta para a pequena bandeira que ainda jazia no solo. Lentamente, Diego pega na bandeira, pousa-a na extremidade da vara e prepara-se para bater a bola. O juíz impede-o, obrigando-o a enfiar devidamente a pequena bandeira no espeto. Diego cumpre as ordens, sempre com aquele esgar, entre o divertido e o superior, como que dizendo, com desprezo, ao juíz: Estás contente, pá? OK, eu deixo que me dês ordens para te ires armar para a tua terra.
Maradona fez o que o árbitro mandou. Mas toda a gente viu e percebeu que, por aquele tempo, era ele, Diego, o dono do Mundo.
26.6.06
Petro-saudades (RPS)
21.6.06
Dúvida jurídica (RPS)
19.6.06
Crendices e bruxarias más e crendices e bruxarias boas (RPS)
Caído Oliveira em desgraça, multiplicaram-se as críticas não só à actuação e opções do treinador, mas também às crendices que, pelos vistos, revelava. Achei curioso que antes do fracasso do Mundial ninguém tivesse falado disso, principalmente os autores de prosas indignadas pelo facto de Oliveira, alegadamente, esmagar alhos no balneário. Será que, lá no fundo, também tinham fé na bruxaria? Ah!... Também se falou de uns ossos de galinha. Preta, presumo.
Mesmo recentemente, a propósito de críticas feitas ao sr. Scolari, houve gente que veio, de novo, com a história dos alhos de Oliveira, entre eles alguns blogueiros de espírito muito acutilante...
Ora nunca vi a esses - a esses blogueiros de espírito muito acutilante e aos comentadores encartados com coluna e tempo de antena televisivo - qualquer crítica às crendices do sr. Scolari. Mesmo os que, por vezes, o criticam, deixam passar esse ponto em claro. Porquê?
É conhecida a devoção do sr. Scolari à Senhora de Fátima e à Senhora do Caravaggio. Sejamos bondosos: olhemos isso como respeitáveis actos de fé esclarecida e centremo-nos, antes, na figura do padre Bauer. Ao que li, é um padre amigo do sr. Scolari e com quem o sr. Scolari fala amiúde por telefone, a fim de receber inspiração. Até aí, tudo bem. Se eu fosse seleccionador, também passaria horas ao telefone com os meus amigos mais próximos. O que já me pasma é que a imprensa destaque a importância das bençãos que o padre Bauer concede telefonicamente à equipa dos srs. Scolari e Madaíl. Por telemóvel, Bauer benze os equipamentos dos jogadores!!! E também... água!!!... Não sei se aquela com que os jogadores gargarejam nas paragens do jogo, se outra, eventualmente colocada numa improvisada pia baptismal no balneário.
Todos os relatos que li sobre as façanhas do padre Bauer foram escritos sem um pingo de espírito crítico. Nem os críticos dos alhos de António Oliveira reagiram.
São chocantes o acriticismo e a condescendência da generalidade dos portugueses face a tudo quanto é brasileiro. Para o português médio, qualquer brasileiro(a) que guinche, grunha ou gema qualquer coisa num palco é um grande artista. Qualquer brasileiro(a) que articule três ideias simples é um gajo do caraças, um intelectual.
Esta realidade - indesmentível - pode explicar a diferença de tratamento dada às crendices dos dois treinadores. Mas não explica tudo. O ponto é que António Oliveira era, pelo seu passado, pela sua biografia, um treinador identificado com o FCP e o brasileiro faz, desde que chegou, guerra ao FCP.
O tipo é esperto: neste país, quem fizer guerra ao FCP tem cobertura garantida.
18.6.06
I like it a lot (SM)
Gosto de trovoadas (RPS)
16.6.06
Dúvida futebolística (RPS)
Espanha 82 (RPS)
A caminho de Espanha, o escrete passou por cá, para um estágio. Insuportável a euforia à volta dos brasileiros e a colagem dos jornalistas nacionais aos nossos irmãos... Pela TV e rádios passavam jornalistas brasileiros em série. Falavam de uma super-equipa, apesar de dois nomes muito contestados: Valdir Peres, o guarda-redes, e Serginho, o ponta-de-lança. O Mundial mostraria que não estavam, de facto, ao nível dos restantes.
Lembro-me de ter começado a ver o Brasil-URSS a pensar deixa cá ver se eles são assim tão bons... Os primeiros 45 minutos mostraram logo que não - eram um bluff. De tudo quanto se dizia, confirmou-se apenas a má qualidade do guarda-redes, com um monumental frango que deixava os soviéticos (uma equipa simpática e de qualidade, que assentava nos ucranianos do Dínamo de Kiev) a ganhar por 1-0.
Começou a segunda parte e tudo mudou. Vi, então, a super-equipa de que se falava. Vi, provavelmente, o melhor futebol que alguma vez vi. Classe pura, técnica, beleza, jogadas estonteantes, golos fora do comum. Como os dois marcados nesse jogo à URSS, por Sócrates e Éder. Em Espanha, o Brasil marcou 15 golos. Uns oito-dez, pelo menos, foram golos de levantar estádios. Parecia que não sabiam fazer coisas normais...
Valdir Peres; Leandro, Óscar, Luisinho e Júnior; Cerezo, Falcão, Zico e Sócrates; Serginho e Éder. Era este o onze-base. Valdir Peres e Serginho eram, de facto, muito fracos. E faltava um extremo-direito. Paulo Isidoro era o homem, suplente pronto a entrar. Mas... quem haveria Telé Santana de tirar da equipa? Não havia quem tirar...
Recordo que terminado o Brasil-URSS liguei o 390384. Ou seria já o 3750384? Não sei ao certo. Em todo o caso, perguntei ao meu amigo Zé: viste esta merda, pá? Ele tinha visto e, como eu, estava banzado.
Como, apesar das preferências e antipatias que tenho, à partida, por determinadas selecções, sou, nos Mundiais, acima de tudo, pelo bom futebol, comecei a torcer pelo Brasil. Fizeram mais dois grandes jogos - Escócia e Nova Zelândia - com goleadas e chegaram à segunda fase. Juntaram-se, então, no mesmo grupo as minhas três selecções preferidas naquele momento: o Brasil, pela qualidade do futebol, a Argentina, porque sim, e a Itália, equipa com que simpatizava desde o Mundial anterior e que tinha vários jogadores que me enchiam as medidas, como Antognoni, Tardeli, Cabrini, Scirea e Altobelli.
A Argentina era uma equipa em baixa e Maradona falhara rotundamente. Os argentinos perderam com a Itália e com o Brasil. Estas duas selecções iriam, assim, lutar pelo lugar na final. Quem vencesse ia lá. Foi a Itália e foi justo. Porque tinha uma grande equipa e porque o Brasil jogou com uma sobranceria que o matou. Sobranceiro-mor: Júnior, culpado único no terceiro golo de Paolo Rossi e da Itália. Naquele jogo, talvez só Falcão não merecesse ser eliminado. Jogou que fez impressão. Era um grande jogador, como Éder, Leandro e, claro, os incontornáveis Zico e Sócrates.
Na final, exultei com a exibição de Itália (infelizmente sem Antognoni, lesionado) e com a vitória sobre a Alemanha, por 3-1. Na minha memória - e na de muitos outros, certamente - estão duas imagens: Tardeli a festejar, fora de si, o golo que marcou, e Sandro Pertini, o presidente italiano, com oitenta e tal anos, festejando euforicamente cada golo, ao lado do Chanceler alemão, Helmut Schmidt, e do Rei Juan Carlos.
O Mundial de Espanha foi aquele que mais acompanhei. Presumo mesmo que vi todos os jogos. Vi-os e vivi-os. Também tinha tempo. Melhor: não tinha, mas não me apetecia mesmo estudar. Falhei a entrada para a Universidade, mas que importância tem isso se vi o melhor Mundial de sempre?
14.6.06
Tantos dias em Agosto... (RPS)
Professores (RPS)
Não me choca que os Pais possam ter um papel nessa avaliação. Não o único papel nem o papel principal nem sequer um papel decisivo, mas algum papel.
Vem isto a propósito do clima de crise que se instalou entre Professores e Governo ou Ministério da Educação. Várias pessoas amigas e familiares meus (na maioria mulheres, por sinal) são professores. Noto-os bastante agastados e compreendo muitas das suas razões. Simultanemente, detecto-lhes alguns tiques corporativos.
Do outro lado, do lado da ministra da Educação, compreendo muitos dos seus reparos, a generalidade das suas intenções, mas parece-me que a senhora encontrou um registo algo provocador que explica, em parte, as reacções negativas da classe.
Acho que as duas partes têm algumas boas razões para assumirem as posições que têm assumido e, assim, não consigo estar ao lado dos Professores contra a Ministra nem ao lado da Ministra contra os Professores.
Acho, também, que os Professores mereciam melhores sindicatos e melhores dirigentes sindicais.
13.6.06
Marchas de Santo António (RPS)
Mas há quem leve aquilo a peito. Há três ou quatro anos, por esta altura, entrei na sede da minha empresa, em Lisboa, e assisti a uma discussão entre vários colegas meus sobre as Marchas de Santo António. Surrealista: debatia-se acaloradamente a justiça (ou falta dela) da classificação desse ano. Lembrei-me disto esta manhã, ao ouvir, bem cedo, numa rádio credível, que Alfama tinha ganho as Marchas pelo terceiro ano consecutivo. Vê-los assim tão empolgados no tema, fez-me pensar que se lá fosse uma Marcha da Pasteleira, da Corujeira ou do Bairro do Regado e limpasse aquilo (aposto que limpava mesmo) íamos ver os lisboetas merdosos dizerem que estava tudo feito.
12.6.06
Argentina 78 (RPS)
Após a separação no final da 4ª classe, o meu percurso escolar voltou a cruzar-se com o do meu amigo Manel, no 10º ano. Corria o ano de 78. Naqueles cinco anos anteriores, enquanto crescíamos, tinhamo-nos visto irregularmente, mas começamos a falar como se continuássemos a conversa de véspera. E, mesmo antes de falar de gajas, já estávamos a discutir futebol. Percebi, então, algo que ainda hoje se verifica: em futebol (como em algumas outras coisas mais) o Manel está sempre disponível para aderir à moda mais recente, à corrente dominante. Se a corrente tiver, então, a marca lisboeta de A Bola ou de alguns comentadores da nossa praça, ele assina logo por baixo.
O Manel, como todos os fãs da Holanda, nunca conseguiu, contudo, dar-me uma explicação cabal para o facto de a Holanda, sendo assim tão supra, ter perdido duas finais mundiais consecutivas. Azar - é a explicação mais comum. Não colhe, obviamente.
Nesse Mundial, a Holanda tinha - claro - uma grande equipa e, entre outros, um grande jogador: Resenbrinck. Mas a Argentina era melhor. Pelo menos, conseguia ser pontualmente melhor. Se o Mundial tivesse dezasseis equipas, com duas voltas e um total de 30 jogos, talvez aquela Holanda fosse campeã do Mundo, mas o Mundial exige aquele "pico" no momento certo, aquela superação no momento decisivo e a Argentina conseguiu isso e foi superior na final. Para meu contentamento: se os grandes rivais do Brasil eram os argentinos, então eu era pela Argentina. Ainda hoje, no início de cada Mundial, eu sou pela Argentina, embora, em cada Mundial, "vá sendo" por aquela selecção que joga melhor e/ou dá mais espectáculo.
Nos jogos da Argentina, o ambiente impressionava. Era belíssimo o espectáculo cénico do lançamento de confetis, visto aí pela primeira vez, na entrada das equipas em campo, embora, depois, o relvado ficasse feio, sujo.
Recordo Mário Kempes, a estrela argentina, numa equipa com outros grandes jogadores: o central Passarella, Luque, Bertoni, o defesa-esquerdo Tarantini... E o melhor de todos eles ou, pelo menos, o meu preferido, um médio que me enchia as medidas: Osvaldo Ardiles. No final do Mundial, foi comprado pelo Tottenham.
O Brasil esteve algo melhor do que quatro anos antes. Rivelino estava no ocaso da carreira, mas brilhou Dirceu. Zico, muito falado e idolatrado, não apaixonou. Os brasileiros ficaram em terceiro, ganhando à Itália, onde encontrei mais um ídolo: Antognoni. Jogava bonito, a meio-campo. Os italianos tinham outros bons jogadores, alguns deles viriam a ser campeões quatro anos depois: Scirea, Cabrini e, formando o trio de ataque, Causio, Rossi e Bettega.
Cubillas, já com mais de trinta, jogou e marcou vários golos. Para mim, era a prova que (já não)faltava: era - foi - mesmo um dos melhores do mundo.
Papas (RPS)
O Ratzinger tem uma inteligência e uma solidez intelectual fora do comum.
10.6.06
Coisas da Ísis (RPS)
Vou passar esta camisa a ferro, Rodrigues.
Hoje há um concerto da Ágata, Christie.
Eu não faria mal a uma mosca... E você Betty, faria?
Tás fora do tom, Jobim.
Ela solicitava colaboração para criar novas frases do género. Lembrei-me de uma:
Achas que o Scolari abdica do Figo, Maduro?
Se alguém quiser colaborar...
9.6.06
De volta à rotina (RPS)
Com tudo isto, tenho andado longe da blogosfera. Os posts que têm aparecido estavam prontos, em draft. Sinto falta da rotineira ronda do final da tarde, pelos meus blogues. Mas este fim de semana, vingo-me. Só espero que esteja bom tempo, muito calor mesmo, para irem todos para a praia, emporcalharem-se na areia, escorrendo suor, e deixarem a cidade deserta e silenciosa. Eu vou para o fresco do meu cyber, blogar.
É bom voltar à rotina.
8.6.06
Alemanha 74 (RPS)
Estava verdadeiramente em pulgas. Ia começar o Mundial! Estava eu de férias e vinham aí muitos jogos na televisão (muitos mesmo, bastante menos que hoje em dia, mas eram mesmo muitos na escala da época) e o Brasil ia jogar! Infelizmente, Pelé já não estava, mas havia o Jairzinho, o craque que se benzia quando marcava golos! E o Yazalde, do Sporting, ia jogar pela Argentina! Que raiva o Perú não ter sido apurado! Queria ver o Cubillas, o meu grande ídolo do FCP, a jogar no Mundial, para mostrar que era muito melhor que esse sportinguista do Yazalde! É que eu tinha ficado a saber que, quatro anos antes, Cubillas havia sido uma revelação e um dos melhores no Mundial do México. Marcara, inclusivamente, um golo ao poderoso Campeão do Mundo, o Brasil.
Brasil-Jugoslávia foi o jogo de abertura do Mundial de 74. Que desilusão... O jogo (0-0) e o Brasil. Não me recordo dos resultados seguintes, mas lembro-me da desilusão que foi para mim o pobre futebol dos brasileiros. Não me lembro de Jairzinho ter marcado um golo (embora tenha verificado que sim) e recordo o nome de um jogador que retive como o melhor: Rivelino. Marcava livres e estourava com o pé esquerdo. Outro jogador - Valdomiro - era fonte de todas as polémicas, com muitos a dizerem não ter categoria para a selecção.
Retenho, ainda, que foi nesta altura que os comentadores da televisão me começaram a irritar(não me lembro de quem se tratava). Eles não só não escondiam a sua posição pró-Brasil, como produziam um estúpido discurso no sentido de que os portugueses tinham obrigação de apoiar a selecção brasileira porque o Brasil e os brasileiros eram um povo-irmão. Nem 10 anos tinha, mas esse discurso irritou-me e cheirou-me a bafio. Atenção: não só o Estado Novo tinha já ruído, como se vivia inclusivamente em pleno período revolucionário.
Pela mesmíssima razão - a atitude dos comentadores - foi nesse Mundial que comecei a embirrar com a Holanda. Sei hoje que tinham uma grande equipa, com Crujff à cabeça, mas eu tomei-os de ponta. É que, com a desilusão brasileira, os opinion-makers da época começaram a fazer um insistente discurso pró-Holanda. Parece que tinhamos todos de ser pela Laranja Mecânica. Claro que passei a torcer pela Alemanha, logo no final da primeira fase. E Gerd Muller, o goleador da equipa, passou a meu ídolo. No recreio do colégio, sentia-me com grande apetência para marcar golos como ele.
A Alemanha venceu a Holanda na final e eu fiquei contente.
Desse Mundial, recordo ainda os palhaços da companhia: a selecção do Zaire.
Contra o Brasil (corre por aí o vídeo) um defensor saiu da barreira disparado, antes de Rivelino marcar um livre, e pontapeou a bola.
Contra a Jugoslávia (9-0), por volta dos 20 minutos e já a perder por 3-0, o treinador do Zaire resolveu proceder - com estrépito - à substituição do guarda-redes. O suplente, fazendo aplicados exercícios de aquecimento, entrou em campo, preparando-se para suster o livre directo que os jugoslavos iam marcar. Marcaram e... 4-0. Não se mexeu, só a viu entrar.
6.6.06
México 70 (RPS)
Eram muito menos meninos que nos outros meses do ano e eu não entendia porque razão a maioria não ia para o Colégio. Também não me preocupei muito com isso e resolvi curtir o momento, à sombra do êxito de ter feito a primeira classe com uma prova final muito elogiada lá em casa. Só no ano seguinte levantei o problema, tendo a minha Mãe explicado que era preciso pagar e que nem todos os pais podiam. Achei que os meus Pais eram ricos e senti-me um verdadeiro previlegiado.
Naquele Junho/Julho, apercebi-me de que alguns meninos - alguns dos meninos mais grandes - falavam muito de futebol. Será que também vão com o avô e o tio deles às Antas? - pensei para mim... Redobrei a atenção e retive dois nomes que eles repetiam muito: Pelé e Jairzinho. Pus a hipótese de serem jogadores do Porto. Na verdade, não sabia muitos nomes: Pavão, Rolando, Bernardo da Velha, Custódio Pinto... Só quatro nomes sabia eu e eles, os jogadores do Porto no campo, eram muitos mais. É isso, devem ser jogadores do Porto - pensei.
Tudo se esclareceu numa tarde de domingo, ali num apartamento em Costa Cabral, em casa de amigos dos meus Pais. Estranhamente, os homens interromperam o tradicional jogo de cartas e as mulheres cederam-lhes os sofás. Os filhos dos amigos dos meus Pais, todos mais velhos, também falavam em ver a final e falavam também no Brasil, no Pelé e no Jairzinho. Comecei a fazer perguntas, redobrei a atenção nas conversas e percebi minimamente o que se passava. Concluí, desde logo, que havia futebol sem o Futebol Clube do Porto.
Não me concentrei muito no jogo, seduzido pelos brinquedos que os outros, de súbito, tinham deixado livres. Mas retive alguma informação: que aquilo era a final do Campeonato do Mundo, que o Brasil era uma equipa fabulosa e tinha ganho o campeonato e que Portugal não entrava porque "somos uns nabos", segundo disse um dos amigos do meu Pai...
Retive duas imagens: Jairzinho a festejar um golo, benzendo-se, e um jogador a receber uma Taça, no meio de grande euforia.
Nesse dia percebi, também, que Pelé e Jairzinho dividiam opiniões:
- Qual Pelé, qual quê?! O Jairzinho é o melhor deles todos!
- Desculpa lá, pá... O Pelé é o Pelé!
No dia seguinte, junto dos meninos mais grandes, disse alto: ontem vi o Brasil. É campeão do mundo...
Na altura, não conhecia a expressão "estar a cagar para...". Mas foi isso que eles me fizeram.
4.6.06
Vale a pena ler (RPS)
Provavelmente, esqueci-me de mais alguém. Paciência.
Festivais (RPS)
Não foi o cartaz nem as diversões que me levaram ao RinR em 2004 e agora, este fim de semana, mas razões de ordem "social" e profissional. E porque pude, nas duas vezes, ir à borla. Apesar daquilo tresandar a brasileirice, há que reconhecer: a organização impressiona. É interessante observar isso, procurar detalhes. E, claro, observar as atitudes e comportamentos do público heterogéneo. Gostei dos dois concertos que resolvi ver. Carlos Santana, na sexta, muito bom, no género, que nem é o meu, e visto com um grupo de velhos amigos que não se juntava há algum tempo; e, ontem, Red Hot Chili Peppers: conhecia algumas coisas, mas não me mobilizava. Convenceram-me em palco.
Agora, há que esperar por quarta-feira e pelo Act 2 do Super Bock. Ali, ao detestável Parque Tejo, só se pode mesmo ir pelos concertos porque o Parque Tejo é detestável. Com calor que fazia na noite de 26 de Maio é pior ainda. Por isso, entrei à hora de Placebo e saí no fim. Não foi memorável, de modo algum, mas nunca os tinha visto e gostei. Cheira-me que na quarta também valerá a pena.