31.1.07

 

Referendum (RPS)

Concorda com a despenalização de Anderson Polga, se realizada por opção do Sporting Clube de Portugal, nas primeiras 72 horas, pelo Conselho Disciplinar da Liga de Clubes de Futebol Profissional?

(roubado aqui)

29.1.07

 

Campanha (RPS)

Nesta campanha, a melhor propaganda do "Sim" é feita nas acções do "Não".
Nesta campanha, a melhor propaganda do "Não" é feita nas acções do "Sim".

28.1.07

 

Problemas... (RPS)

É recorrente ouvirmos dizer e lermos que o grande problema de Portugal está nas elites.
Não tenho dúvidas de que esse é um grave problema.
Mas acho que também temos um grave problema de povo.

 

Este indivíduo repugna-me! (RPS)


25.1.07

 

Que mais te irão fazer, pobre coitada?... (RPS)


 

Desastre Royal (RPS)

José Cutileiro chamou a atenção para o assunto, no Expresso, e eu falei disso aqui.
Parece que, depois das declarações irresponsáveis na China, Madame Segolénè Royal produziu outras mais no Canadá, como se pode verificar aqui.
Podemos ficar a saber disto no blogue do JMA ou nos sites da imprensa internacionais. Por cá, não vi referência a nenhum dos episódios. É que ela agrada a uma certa esquerda - burguesa e instalada - que define e publicita o main-stream (e a esta gente até terão agradado as declarações de Pequim).

Se ela conseguir, em França, ter a boa imprensa que tem por cá, ganha as Presidenciais.

Lá que é um regalo para o olho, é. Mas, politicamente, vai-se revelando um desastre.

24.1.07

 

Dúvida para a História (RPS)

Morreu hoje - ou ontem, mas soube-se hoje - o historiador A. H. Oliveira Marques.
Nunca me cruzei com ele para lhe colocar uma dúvida que carrego desde que, na minha adolescência, me apercebi da existência dos seus livros: por que raio assinava A.H.?

 

Now, I wanna dance. I wanna win. I want that trophy. So, dance good. (RPS)


23.1.07

 

Várias de Uma, mas não de uma qualquer (RPS)









21.1.07

 

Mais flexi que segurança... (RPS)

O Presidente da República disse, na Índia, que devemos começar a debater a flexigurança. Houve quem se abespinhasse pelo facto de o ter dito na Índia (!!!) como se isso fosse grave. Grave, verdadeiramente grave é que o tenha dito: na Índia, cá ou na Conchinchina.

Claro que Cavaco Silva só sugeriu que se debatesse, não tomou posição, mas as mesmas palavras não têm exactamente o mesmo valor quando ditas por diferentes pessoas. A verdade é que o PR deu um empurrão a algo que constitui mais um ataque aos direitos dos trabalhadores.

A flexigurança é, obviamente, mais flexi que segurança. Estamos a entrar num tempo e numa lógica - a que nem Cavaco nem Sócrates parece quererem resistir - em que ter emprego minimamente estável, salário, folgas, férias e assistência na doença é visto como um privilégio. Do meu ponto de vista é um direito. Fundamental. Atentar contra isso é gravíssimo, mas não parece preocupar grandemente as pessoas. Acham muito mais importante o aborto e o referendo.

19.1.07

 

Peregrinação histórica

Acabou a viagem do Presidente da República e empresários à Índia. Acompanhada por uma página online quase omnipotente, a visita será decerto estudada no futuro. Aqui fica o meu contributo.
Ainda assim, há uma coisa de que Cavaco não se pode orgulhar. Soares foi o primeiro Presidente a levar à Índia uma banda larga. De elefante, mesmo.

18.1.07

 

Da beleza tonta. E também da ligeireza e irreponsabilidade de um certo pensamento esquerdista main-stream. (RPS)

(...)
Na Pequim violadora dos direitos do homem, a candidata ao Eliseu Ségolène Royal disse que queria um mundo multipolar, livre da hiperpotência que decide por todos. Um dos seus anfitriões gabou-lhe a elegância e achou que ela ficava muito bem de encarnado.
(...)
Pensar, como George Bush, que quem não esteja connosco está contra nós, é mau. Não saber, como Ségolène Royal, quem está connosco e quem não está, é pior.

(José Cutileiro, in Expresso 13/01/2006)

 

Bálsamo (RPS)

No final de mais um dia de canídeo, é o humor ácido de Arlindo do Rego que me distende. O bálsamo chega por sms:
Se a riqueza e o consumismo são maus, José Sócrates faz bem em empobrecer-nos. O meu lado forreta apoia-o. De resto, cagar é grátis.

17.1.07

 

Ilusão de óptica

O convite a algumas personalidades para defender figuras históricas num programa de televisão encerra um enorme risco. Agora que a discussão vai ser mais mediatizada, convinha não confundir Vasco da Gama com Ana Gomes ou Afonso Henriques com Leonor Pinhão. Não votando, a minha escolha está publicada aqui.

De toda a forma, a coisa mais ridícula que se ouviu na última noite veio curiosamente de Gonçalo Cadilhe. A ideia de que o nome de Portugal nos quatro cantos do mundo lembra logo o do Infante é verdadeiramente extraordinária.

Por outro lado, Cadilhe coloca-se no pedestal do viajado, obrigando os desafiadores da sua tese à dispendiosa empresa de dar a volta ao mundo para provar o contrário. Eu por mim iria só pela viagem, se ele me pagasse. Ainda assim, com umas míseras duas dezenas de países visitados, arrisco dizer que Cadilhe, no mínimo, conhece pouco da História do próprio Infante. Ou então foi ilusão de optica que ficou da leitura dos resumos escolares.
Acontece.
Os alemães também se esqueceram de Hitler nas suas votações neste programa.

16.1.07

 

Espanto! (RPS)

Sozinho em casa, janto e "pico" os telejornais. Acabo por fixar na RTP. No fim, colam de imediato "Os Grandes Portugueses". Deparo-me, então, com um painel de "defensores" de figuras históricas. Petrifico perante tal friso de horror. Conheço mal Gonçalo Cadilhe e Hélder Macedo. Odete Santos e Jaime Nogueira Pinto merecem-me, com os múltiplos reparos que lhes possa fazer, alguma consideração. O resto é de fugir para evitar o vómito.

Entre todos, vejo Ana Gomes. Entronizada defensora de Vasco da Gama.
De quem??? Deve haver engano. Então, a tolinha que vê homens agrilhoados na Base das Lages está certa de que Gama não transportou prisioneiros ilegais nas suas naus?


 

A viagem de Cavaco Silva à India, vista pela imprensa portuguesa de referência em várias regiões, com ou sem Scut e estádios grandes

Indianos preferem Pinto da Costa a Cavaco

Feliciano Duarte acompanha Cavaco Silva na visita à Índia

Dois empresários de Leiria acompanham Cavaco Silva à índia

Cavaco leva Pestana à Índia

P.S: No Sofá, Clipping Cavaco...

15.1.07

 

Comentário à crítica das críticas recorrentes de críticos surpreendentes

O post anterior de RPS é demasiado importante para ficar por um comment. Como diriam os comentadores encartados, toca um " cerne da questão" na nossa civilização ocidental: o lugar da Igreja de Roma ( para usar o termo do RPS) na sociedade actual, em toda a dimensão dos seus valores e comportamentos.

RPS tem razão nalguns pontos e noutros temo que a questão esteja transviada.

Em primeiro lugar, fiquei um pouco confuso sobre a Igreja que defendes no teu post. Referes-te ao produto histórico já conhecido - com dois mil anos de história - ou abarcas a construção eterna, que os crentes professam, capaz de abarcar séculos e séculos vindouros, independentemente de geografia e economia conjunturais ?
Quem defende a capacidade de evolução da Igreja parece-me mais próximo da segunda versão. Ou seja, da ideia de que vista num ângulo de juizo final (em minúsculas, não haja confusões) o trajecto da Igreja foi naturalmente uma escrita direita por linhas tortas.

Supondo que defendes a primeira, estou de acordo com o essencial. Mas talvez discorde dos argumentos.

A proposta de Cristo é a da liberdade( cf. Gál. 5, 14 ) . Mas a Igreja - uma construção humana e falível - nem sempre a cultivou ou praticou. Como é óbvio, a Inquisição é o grande telhado de vidro. É o facto, amigo RPS, que permite questionar se de certa maneira - e por largo tempo histórico para efeitos de contagem da primeira opção - a Igreja não impôs extraordinariamente os seus princípios, regras e valores. Aliás, penso mesmo que muitos milhões de católicos gostariam que da Praça de São Pedro surgissem palavras mais vinculativas para a sociedade em relação ao comportamento moral de povos e "estadistas". Mas da mesma forma, espero, benevolente, que os críticos que anonimamente citas, RPS, saibam usar as aspas no verbo "impôr", por ser hoje uma arte muito mais subtil que nos séculos anteriores.

O que os críticos da Igreja Católica não se esquecem - sobretudo os que menos leram - é de cobrar penitência pela Inquisição, esquecendo toda a acção restante, muita dela inatacável e sobretudo desconhecida. O benefício da dúvida, o arrependimento e o perdão são dos valores menos seguidos pelos católicos - mas porventura ainda menos pelos anti-clericais ferrenhos. É para eles esta carta de JP II.

A verdade, RPS, é que são apenas dois os tipos maioritarios de gente que critica a Igreja: os baptizados que se afastaram dela - geralmente por dissonância conjuntural - e os ateus encartados e ferozes. Os minoritários são geralmente gente pouco citada nos cafés - são intelectuais não crentes, tolerantes e, regra geral, humanistas.

Certo, amigo, é que pessoas com pouca fé - mesmo personalidades de grande notoriedade mundial - podem também ter opinião sobre a Igreja Católica. Quem quiser que os ouça. Se a Igreja é grande, passará por isso. Se tiver telhados de vidro, sofrerá. O que referes, RPS, releva da tal importância objectiva da Igreja Católica no mundo. É por isso que os sem-fé se preocupam. Mas são talvez mais os que, sendo crentes, se inquietam com a hierarquia da Igreja.

Pequenas observações finais:

1) o tempo da Igreja - tens toda a razão RPS - não é, por exemplo, o mediático. Contudo, parece-me óbvio que vivemos numa aceleração de conteúdos que pode magoar seriamente o dito Magistério, contudo sem o destruir.

2) a Igreja não é de facto uma democracia. Mas parece conter cada vez mais momentos, diria, de "democracia controlada". É o caso dos Conclaves. No caso de um pontificado longo, a nomeação de cardeais pelo Papa é obviamente o exercício ( exclusivo e político) de uma "quota do líder" e uma prerrogativa inabalável de um bom sucessor de Pedro. E no entanto, numa sala fechada á chave, há uma votação secreta, em que um homem vale um voto, venha de onde vier...

3) Tens razão, Dina : a Igreja não é nada coerente. E isso faz muita confusão a quem professa valores de igualdade. Mas é preciso notar que, pelo reverso, a coerência não é uma virtude em si mesma. Não é marcador de humanidade ou de especial autoridade moral.Em campos distintos, apesar de para mim incomparáveis, Hitler e João Paulo II foram sempre muito coerentes.

P.S. - No Sofá: os possíveis portugueses melhores que os outros, Chet Baker, a Índia que eu posso contar, Samuel Beckett e os templates. Sampaio e Berardo. Babel e o Iraque.

14.1.07

 

Críticas recorrentes de críticos surpreendentes (RPS)

Com o triste debate por causa do triste referendo do aborto, ouvem-se com mais insistência as críticas à Igreja. À Igreja de Roma. Mas não é o aborto, o referendo e os argumentos em jogo que importam aqui. Aqui, olho para as críticas recorrentes dirigidas à Igreja e, também, para os críticos.

O que ouvimos, habitualmente? Que a Igreja está parada no tempo, não se modernizou, não evolui. Que, por não evoluir, as pessoas se afastam dela. Um chorrilho de disparates... A Igreja, obviamente, evolui. Ao seu ritmo, que não é, claro, o ritmo dos tempos. Sábia, entende que se evoluísse ao ritmo dos tempos já se tinha diluído. Uma instituição que dura quase dois mil anos e que, com todas as crises e problemas, mantém grandes níveis de adesão e de influência só pode mesmo ser sábia. E tamanha perenidade só se verifica pelo facto de saber evoluir ao ritmo certo.

Outra crítica recorrente - e cretina - é a de que a Igreja impõe ou pretende impor os seus princípios, regras e valores. A Igreja, obviamente, apenas propõe e as pessoas aderem à proposta se quiserem - são totalmente livres de a recusar.
Daqui, muitos concluem - com horror - que a Igreja não é democrática. Que deconchavo de argumento! Mas era suposto?... O que se pretende? Decidir indulgências por maioria qualificada? Votar na nomeação de Bispos ou na do Padre Raimundo para a Paróquia de Águas Santas? Referendar encíclicas papais? Só as futuras ou mesmo as anteriores, tipo "Concorda com a Rerum Novarum, de Leão XIII?"... E quem tinha direito a voto, nestes actos? Todos? Só os baptizados?...

A Igreja não está, obviamente, acima da crítica, mas dava jeito que não se ouvisse e lesse tantas vezes críticas tão ligeiras, tão inconsistentes, tão ocas de sentido. Patetas, mesmo. Mas o mais curioso de tudo é que este tipo de críticas - muitas vezes reproduzidas em registo agastado - é feito habitualmente por pessoas que dizem não ter fé e que não querem saber da Igreja para nada! Se não querem, se estão fora, se a Igreja não lhes diz nada, porque se preocupam tanto e são tão críticos? Eu, por exemplo, estou-me nas tintas para o que dizem e fazem os pastores da IURD.

É surpreendente, de facto. Ou talvez não tanto quanto isso... Há uns tempos, li um livro, uma história romanceada sobre a sucessão de Pio IX, em 1878. Para além de nos dar um retrato muito interessante dos bastidores do Vaticano e do Conclave, o livro fornece muitos dados sobre a história desse tempo em que a Itália tinha acabado de ser unificada - 1870 - e o Estado italiano mantinha um grave diferendo político e diplomático com o Papa e o Vaticano.

Reza a história que, nas vésperas do Conclave, a seguir à morte de Pio IX, Gambetta, chefe do Governo de França, republicano radical e anti-clerical, se envolveu em jogadas de bastidores, tentando influenciar a votação. Gambetta tinha um cardeal preferido (um tal Bilio, italiano, que veio a ser derrotado por outro italiano, Pecci, futuro Leão XIII) e, para além de ter dado indicações directas aos cardeais franceses com direito a voto, teve várias iniciativas diplomáticas a favor do seu preferido. Sobre esses episódios, conclui o autor do livro: provam, pelo menos, que os adversários do clericalismo curam mais das questões religiosas do que deixam transparecer...

13.1.07

 

Aguadeiros do progresso

A Motorola acaba de apresentar um telemóvel que se pode carregar a pedalar.
É uma ideia a vários níveis extraordinária.
Sugiro que seja incluído um novo item no caderno de encargos do novo operador móvel de telefone. Seguindo os princípios SCUT/discriminação positiva , os utilizadores de telemóvel em planícies devem ser beneficiados, obrigando a desviar electricidade produzida pelos ciclistas de vilas e cidades com colinas ou até por Cândido Barbosa. Pedalando a descer, claro.

11.1.07

 

Começou a parvalheira

Abriu em definitivo a alegada campanha para o referendo da IVG. A partir de agora teremos que aturar a quota parte de disparates que cada lado não dispensará neste "combate político".
Ora aqui está uma pérola poética:

Não ficas a guardar
o silêncio
do corpo.

Nem a dor
nem a culpa
quando a vida fenece

Queres de ti lapidar
as rosas sanguíneas

Os rubis do teu útero
quando o tempo se esquece

Escreveu isto Maria Teresa Horta - uma das chamadas "Três Marias", das Novas Cartas Portuguesas, de 72. Parece coisa daqueles tipos que vendem poemas nas cidades. Uma noite, em plena Ribeira, um tipo abeirou-se do meu grupo para escrever versos a la minute. Era a sua zona de ataque, para além do Piolho - alguém sabe deste tipo ?

"Os rubis do teu útero"... será que esta gente das campanhas não tem noção do ridículo ?

10.1.07

 

Barça! (RPS)











Fazer "equipas ideais", eleger "os melhores" constituiu sempre um interessante - e vulgar - exercício em conversas entre adeptos de futebol. Nos últimos tempos, pululam por aí eleições e nomeações do género, patrocinadas pelas mais diversas entidades, que nos são normalmente apresentadas pela Comunicação Social como um exercício muito sério e importante. Não são, claro, embora, por vezes, nos digam coisas importantes. É o caso de uma recente eleição de um "onze-ideal" do Barcelona, eleito pelos adeptos do Barcelona. Como os mortos não votaram, foram eleitos apenas jogadores pós-80, mais Crujff, que é da década de 70. Lá estão Maradona, Ronaldinho, Romário, Guardiola, Deco...
Como todos notaram - e muitos com pasmo - do "onze" não constam Ronaldo e Figo. Obviamente que não. Porque a Catalunha não paga a traidores. Pelo menos, o Barça não paga a traidores.
É por estas e outras que, se eu tenho um segundo clube, é, seguramente, o Barcelona.

9.1.07

 

Já abriu! (RPS)



... obra da Fabiana. Como dei com o nariz na porta, fiquei pela montra. Mas hei-de voltar. É logo a primeira, à esquerda.

8.1.07

 

Num abrir e fechar de blogues

Ela fechou a loja.
Diz que tem projectos na manga e não tem tempo.
Percebo-a. Sofro do mesmo mal.
Mas exactamente por causa disso decidi criar mais uma janelinha, a juntar a esta.
Numa altura em que a blogosfera entra numa aparente crise de crescimento, parece-me interessante esta opção.
Aqui, nada mudará. Estamos quase em tempo de efemérides !
Ali, serão coisas mais minhas, menos colectivas e imediatas, um espreguiçar e um aninhar.
E, por vezes, quiçá,poderemos ter simultâneos de programação.

 

Misogenia (RPS)

Foi já há uns dias, não me recordo como começou a troca de sms. Foi com o Iraque ou com o atentado da ETA. Ou com a Somália. Sei lá... Mas isso não é importante. O importante é que sms-puxa-sms e o "diálogo" desembocou na temática da misogenia. Todo o homem tem um lado misógino.
A última mensagem coube a Arlindo do Rêgo, que assim a grafou:
eu gosto DE mulheres, mas não gosto DAS mulheres.

7.1.07

 

Domingo, às 15 horas. Três da tarde. (RPS)

Aconteceu há sete anos: Porto-Atlético, para a Taça de Portugal, num domingo às 15 horas. Três da tarde. Foi no velho Estádio das Antas, chovia torrencialmente, mas eu não podia perder um jogo do Porto, num domingo, às 15 horas. Três da tarde.

Hoje repetiu-se: Porto-Atlético, para a Taça de Portugal, num domingo às 15 horas. Três da tarde.. Fui, claro. Que saudades do futebol ao domingo à tarde... Todos os jogos às três... Que saudades de ouvir, no rádio do carro, no regresso a casa, os resultados e os comentários dos outros jogos. E, quando o Porto jogava fora, que saudades de ouvir em casa a parte final do relato e ir conferindo o totobola...

Hoje, o Porto perdeu. Não é a primeira vez que acontece uma anedota deste tipo. Em 99, aconteceu com o Toreense. Uns anos antes, com o Tirsense. E esteve também quase a acontecer com o União de Lamas. É tão disparatado que não é grave. E foi justo. Os jogadores do Atlético mereceram a festa que fizeram no fim do jogo e mereceram, também, os aplusos que ouviram dos adeptos do Porto.

O importante do jogo de hoje é que foi num domingo, às 15 horas. Três da tarde. Como era dantes. É verdade que a nossa casa já não é a enorme casa do meu Avô, nem a mesa da sala tem, ao domingo, tanta gente: uns partiram e os que chegaram vieram em menor número. O cheiro que vem da cozinha é parecido, mas não é exactamente o mesmo. Nada pode ser exactamente igual ao que era. Mas os jogos de futebol deveriam ser sempre ao domingo, às 15 horas. Três da tarde.

6.1.07

 

Linhas Tortas

- Pena ter sido o Tribunal Arbitral do Desporto a obrigar Nuno Assis a uma correcção que se tornava evidente: não pode dar tantos toques numa bola.

- Pena (para os portistas ) o Marselha não ter levado Ricardo Costa: destes imprescindíveis é que os adversários do FCPorto precisam.

- Pena (para os sportinguistas ) que Figo não termine a carreira em Alvalade. Não desesperem: no final desta década será ele no Sporting e Oliveira no Porto. Já no meu Benfica... estou para ver...

4.1.07

 

Disparate (RPS)

Apercebi-me de que hoje, algures, um bando de gente - entre alguns trafulhas conhecidos e, acredito, algumas pessoas bem intencionadas - debateu a questão da profissionalização dos árbitros de futebol.

Alguém acredita que a profissionalização dos árbitros de futebol acaba com os erros dos árbitros? Ou com as roubalheiras - reais ou imaginárias - dos árbitros? Ou com as discussões sobre o traballho dos árbitros? Ou com as tentativas de aliciamento dos árbitros?

Que disparate.

 

Sometimes I'm thinking that I love you/But I know it's only lust (RPS)


 

Jornalismo de boleia











Acontece. A todos nós, infelizmente.

A manchete do Expresso era uma história que descobri uns dias antes do Natal na Net, com base numa suposta revelação da televisão do Hezbollah, que é mundialmente conhecida pela sua imparcialidade e rigor.
A Al-Manar tinha feito uma noticia segundo a qual um avião português teria feito uma rota proibida (Telavive-Beirute) no dia em que mataram o ministro Gemayel.
Montada a teoria da conspiração em circuitos de imprensa, caíram inevitavelmente na rede uns debates deste nível.

Mas soubemos entretanto que o avião do Ministro dos Negócios Estrangeiros levava dois jornalistas da Lusa e outros dois da RTP. O curioso é que até são dos órgãos de comunicação social com mais verba para viagens em serviço, no que isso pode significar também de independência editorial (vidé reportagens sobre a adesão da Roménia e Bulgária) .

Mas o que esta história nos revela de realmente perturbador são dois graus, sim,de dependência.

Dependência do Governo face à propaganda, num género "levamos os que achamos que são nossos..." porque não há espaço para levar uma pool.Mas também - e sobretudo - a dependência quase total do nosso jornalismo em relação a estas boleias oficiais.

Sem elas, as empresas não têm verba para os jornalistas portugueses irem muito além de Badajoz. Durão Barroso ( com o labor mediático dos ultimos 2 meses) já o percebeu. E Guterres ( com a oferta de uma boleia à RTP para ver os refugiados do Chade) também.
E, claro, pode-se sempre entrar na boleia da Net...

3.1.07

 

Carolina ou a noticia que parece mentira

"Já no Hospital de S.João, do Porto, o bebé do ano, conforme o designaram no serviço de Pediatria, é uma menina abandonada sexta-feira na casa de banho do quarto piso do centro comercial Dolce Vita(...) O Instituto Nacional de Emergência Médica, alerrtado para a presença da recém-nascida no local, levaria a menina para o hospital, já durante a madrugada. A menina procura a mama e ainda tinha o cordão umbilical (...)A situação da menina, a que as enfermeiras puseram o nome de Carolina, já foi comunicada ao Tribunal de Menores."

in DN, 2.01.07, por Alfredo Mendes.

2.1.07

 

2007 (RPS)

Por essa blogosfera, deparo-me com sucessivos posts sobre 2007. O tom geral é de pessimismo. O meu amigo zekezcarvalho, num excelente post, não foge à regra e faz seu o pessimismo do nosso comum amigo Arlindo do Rego.
De facto, que podemos esperar de um país em que, como aí é dito, existe "uma população que, em assustadora percentagem, tem como supremo objectivo na vida ganhar o Euromilhões para poder consumir à doida sem ter de trabalhar"?

Tendo cada vez mais a achar que a culpa não é tanto "dos políticos" - é mesmo "do povo". Este povo que se prepara para se engalfinhar, a muito curto prazo, em dois grandes debates - nacionais e apaixonantes: o do aborto e o dos "Grandes Portugueses". O do aborto será um remake de 98 - um nojo! Nos "Grandes Portugueses", teremos, para além da análise comparativa das grandezas de Afonso Henriques e de Camões, um apaixonante tema-extra para discussão: Salazar é um "Grande Português"? Salazar era fascista? Ou era apenas autoritário?

Já estou enjoado.

 

Passas do Algarve


Cavaco vingou o bolo-rei. Pelo segundo ano consecutivo, o reveillon foi-lhe favorável.

Não sem medo de sorrir - promessa cumprida até um último esgar levemente de Pai Natal - o sr. Presidente da República decidiu partilhar com a Nação três desejos formulados na madrugada anterior. Os restantes nove ficam na barriga do magistrado, que por acaso anda tão delgada que dispensa apertar de cinto.

Como quem despacha em público as passas do privado, aí vai uma aula de prioridades - desenvolvimento económico, educação e justiça. Numa peça política notável para a vacuidade política da época, Cavaco já deu a táctica da tribuna para o banco. O sr.Primeiro-Ministro, que não quer fazer substituições a pedido da central, deve ter engolido em seco este make-no- mistake para 2007.

Porque das duas uma : ou isto foi uma brilhante encenação, em que um aparece a dizer o que combinou com o outro ; ou então a cooperação estratégica passará a significar para Sócrates uma azia provocada por estas passas do Algarve.

Cuidado, sr. engenheiro dos nervos de aço - as prioridades vêm de quem se apresenta pela direita. Ou será do centro-esquerda ?


1.1.07

 

Olha! Já não quer dialogar com a ETA!... (RPS)

No rescaldo dos atentados de 11 de Março, em 2004, em Madrid, os espanhóis não gostaram que Aznar lhes tivesse mentido, quando insistiu, horas a fio, de que era a ETA a responsável pelo sucedido. Isso contribuiu para a sua derrota eleitoral, três dias depois, a par de uma atitude massiva de cobardia do povo espanhol. Venceu a lógica - que ouvi, também, com pasmo e desilusão, a alguns colegas e amigos - de que "é melhor não nos metermos com essa malta muçulmana terrorista porque eles fodem-nos"...

Este tipo de atitude e de lógica de pensamento vai muito para lá das raias do miserável. É inqualificável. Mas essa lógica - e não apenas a do castigo a um Aznar mentiroso - imperou e permitiu, nas Legislativas espanholas, que ascendesse ao poder uma segunda figura do PSOE que, não fora o atentado de 11 de Março, seria arrumada e esquecida pelos próprios socialistas espanhóis.

É comum dizer-se que a Europa é um anão político e apontar como causa a inexistência de líderes europeus fortes. É verdade. Blair é o único líder europeu com verdadeiro estatuto de líder europeu. A Europa dos últimos anos só produz anões políticos e Zapatero é, talvez, o mais gritante exemplo dessa realidade.

Há uns meses, Zapatero resolveu dialogar com a ETA. Atitude errada, moral e politicamente. Por estes dias, chegou a prova: um atentado. Li na imprensa que o Governo espanhol emitiu um comunicado informando que o senhor Zapatero deu ordens para suspender de imediato qualquer negociação com a ETA.

Para lá das considerações morais que possam ser enumeradas sobre o acto de dialogar com terroristas e chantagistas violentos, é claro que o resultado político da iniciativa foi "zero". A ponto de quem a lançou lhe ter posto fim.
Pode ser um bom gestor da economia espanhola, mas Zapatero é um reles anão político.

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