31.12.06

 

O Comment do Ano (RPS)

"Blogue do Ano", "Blogger do Ano", "Post do Ano"...
Em final de ano, multiplicam-se as distinções. Não entro nessa. Porque o exercício não é fácil e porque, além disso, para mim (perdoem-me todos os outros) o "Blogue do Ano" é sempre o do Funes, o "Blogger do Ano" é sempre o Funes e o "Post do Ano" são sempre todos os posts do Funes.
Todos, também não. A maioria.

Há um ano, contudo, acabei por eleger aqui o comment do ano. Atribuído ao amigo Everything.
Este ano, portanto, repito a atribuição. Que vai para Arlindo do Rego, indivíduo sem blogue, mas que espreita o dos amigos. Já espreitou mais e já comentou mais. Quase sempre de forma brilhante. Como só ele.
Em Janeiro, Funes escreveu este post sobre as Presidenciais e Arlindo do Rego comentou, centrando-se no terceiro lugar de Mário Soares.
É o Comment do Ano:

O gostinho especial de ver o velho aleivoso derrotado e no 3º lugar. Atrás de um patetóide e poetastro, igualmente vaidoso e inútil.
O meu ódio de estimação, desde sempre: o merdas-pai. Todo aquele paleio social(ista) em contraste com uma vida sorna de nababo, desavergonhado. A presidência, realenga e ostentatória. Do bom e do melhor, à conta da "res publica", indigente.
A imensa vaidade e auto-estima de um merdas que se julga grande coisa e sempre foi um grandessíssimo filho da pátria que o pariu. Aldrabão, faccioso, abusador, vingativo, caluniador, patrono do compadrio e do amiguismo. Cacique-mor no seu pior.

Quanto aos focinhos socialistas, mormente do merdas-filho e dos que sempre andaram à babugem do merdas-pai: foi de estourar de gozo...

 

Num misto de Zandinga, Gabriel Alves e Eduardo Prado Coelho...


...Prevejo que José Sócrates chame Carrilho de novo para o Ministério da Cultura. Não posso apostar que seja ainda neste Governo. Mas a forma como se movimenta no PS não me deixa dúvidas. A não ser que uma qualquer senhora não deixe...

30.12.06

 

Objecto completamente inútil (RPS)


27.12.06

 

SOS (RPS)

Que é isto do "new blogger" e do "old blogger"?
Um gajo tem que fazer alguma coisa?
Mudar alguma coisa?
Mudar para quê?
Isto não funciona bem, assim como está?

 

Algo que descobri hoje (RPS)

Nada é mais estranho para um gajo chamado Raul do que conhecer um gajo chamado Saul.

 

Quem será a próxima? (RPS)

Em 2005...

















Em 2006...










Hoje em dia, qualquer maluca publica um livro a revelar intimidades sobre um gajo. Isto está a ficar perigoso. Pode acontecer a qualquer um.

Nota: Foi o meu amigo Funes quem me fez notar as semelhanças entre as autoras. Pelo menos, entre as obras.



26.12.06

 

Revista da imprensa (RPS)

Ponho em dia a leitura da imprensa do fim de semana comprido e natalício.

Fantástico o obituário de José Cutileiro, no Expresso, sobre um lord inglês, cuja existência desconhecia e cujo nome não recordo agora. O obituário semanal de Cutileiro é do melhor que se pode ler na imprensa portuguesa.

Destaco, ainda, no Público de sábado, Vasco Pulido Valente. Dá-nos conta dos livros que leu este ano e que valem a pena. Sobre uma qualquer edição francesa dedicada ao Caso Dreyfus, escreve VPV:
(...) o dia-a-dia do caso de que nasceu em grande parte a I República Portuguesa e, muito pior, a nefanda personagem do "intelectual", que nunca mais nos largou. Mas também o retrato do pior da França, isto é, da França habitual (...)

 

Tentações (RPS)


22.12.06

 

Crónica de bem dizer (RPS)

A Câmara do Porto decidiu não conceder tolerância de ponto aos seus funcionários no dia 26. A decisão é da Câmara, mas é também de Rui Rio.
É uma decisão particularmente sensata. E deveria servir de exemplo.
Nem sempre estou de acordo com o presidente da minha autarquia, mas, apesar disso, continuo a pensar que a eleição de Rio, em 2001, foi a melhor coisa que aconteceu à cidade nos últimos 170 anos. Desde o fim do Cerco do Porto.

(roubei o título do post ao meu amigo Funes)

 

Estupor futebolístico (RPS)

- Isso dava um post.
Quem é que, escrevendo num blogue, nunca pronunciou esta frase?...
Ontem, ao almoço, no Rigoleto, em pleno Chiado, eu e o meu caro amigo pc, lamentavamos a interrupção de três semanas da Liga Bet and Win ou lá como se chama agora (para mim continua a ser Campeonato Nacional da Primeira Divisão - quem ganha é Campeão, não é Ligão).
Perguntava-me ele:
- Quem raio faz o calendário da época? É que vejo todos os responsáveis a criticar e dá a sensação que ninguém é responsável pelo calendário...
- Isso dava um post. Já tens assunto para escrever logo, respondi...

Esta manhã espreito o Alto da Penha e verifico que ele não fez o post. Faço eu:

Quem raio faz o calendário da época? É que vejo todos os responsáveis a criticar e dá a sensação que ninguém é responsável pelo calendário!

Não faz sentido: quase um mês sem futebol. Vai ser quase um mês de verdadeiro estupor.

19.12.06

 

Sem tempo nem vontade, recorrendo a terceiros... (RPS)

O tempo escasseia, a disponibilidade mental também. Falta a vontade. Para postar hoje qualquer coisa, recorro a alguns pensamentos políticos recentes, expressos via sms, pelo meu amigo Arlindo do Rêgo.

A UGT (em comparação com a CGTP) faz oposição mínima garantida.

O deputado Diogo Feio tem o cabelo mais feio do Parlamento.

Esteticamente, sempre associei a Odete Santos a uma esfregona gasta. Podia figurar num filme feliniano como mostrenga decrépita.

16.12.06

 

Reforma (RPS)

Todos os dias, a meio da manhã, à hora de abertura do bar, ele aparecia. Pegava no JN, procurava as páginas da necrologia e nelas se detinha por uns cinco minutos. Quando fechava o jornal dizia: vim ver se vinha no jornal, mas não venho... E dava uma risadinha.

De acordo com os mais antigos, era sempre assim, todos os dias, há muitos anos. JN arrumado e lá ia o sr. Moreira embora, no seu passo lento, corpo curvado pelo tempo, mas ar distinto. Andava sempre impecável, ao estilo do seu tempo: fato escuro, gravata com um alfinete brilhante espetado, sempre de pull-over no Inverno. Num dedo, trazia uma aliança e um anel com uma pedra vermelha. O pouco cabelo, sempre muito cortadinho, era branco, e tinha uma careca luzidia - brilhava quase tanto como os olhos azuis que saltavam à vista.

Soube que era o mais antigo "da casa". Nunca percebi bem o que ele fazia nos Serviços Administrativos do primeiro andar. Via-o bater lentamente, numa pesada "azert", umas folhas A4 e a colar selos e fechar envelopes. Ouvi dizer que resistia em reformar-se. Estava nos 70 ou perto disso, mas recusava-se. Alegava ele que se o mandassem embora não durava um ano. Eu estava a entrar na empresa.

Uns tempos depois, não sei se por imperativo da lei ou se por cedência à pressão, o homem lá se reformou. Saiu discretamente, não dei por nada. Só reparei uns tempos depois, quando estranhei a falta dele, a meio da manhã, a ler o JN.

Passados uns meses, chegou a notícia: morreu o sr. Moreira. Soube então que, acabado de se reformar, se tinha fechado em casa. A mulher via-se aflita para o conseguir arrancar de lá. Em pouco tempo, nem da cama o conseguia tirar. Não tinha filhos, mas os sobrinhos passavam por lá com propostas de passeios e de almoços fora que sempre rejeitou. Parece que o coração - fraco há muitos anos - começou a enfraquecer mais e mais. Um dia parou. Tal como ele próprio previra, menos de um ano depois de o terem mandado embora.

Daí para cá, em quase vinte anos de empresa, vários colegas se reformaram. Sempre com uma atitude diferente da do sr. Moreira. Sempre com atitude positiva, porque o tempo e a vida são inexoráveis e vale sempre a pena tentar ver o lado positivo das situações e tirar, em cada uma delas, o melhor partido. Mas em todos eles senti uma mágoa, ainda que disfarçada. Ou mal disfarçada.

Acho que não há nada mais traumatizante na vida que uma pessoa reformar-se.
Por isso, choca-me ver pessoas - muitas com 40 anos ou mesmo 30 - falarem da reforma como uma coisa maravilhosa. Nunca entenderei.

 

Silly Season (RPS)

Hitler.
Com Eva Braun?...

15.12.06

 

Inspecção (RPS)

- A gaja pensa que o tramou, mas quem se tramou foi ela... Mínimos...
- (...)
- E qu'é qu'isso interessa? É arrependida? Em bez de 25 anos leva 24... Médios...
- (...)
- Alguém lhe pagou e dizem que até foi o bosso presidente, o Orelhas... Máximos...
- (...)
- Ainda hoje no jornal bem um gajo qu'andou cum ela e diz que ela se incuntrou cum o Bieira. Num bistes o jornal? Num bistes?... Faróis de neboeiro...
- (...)
- Ooooh!... Andou no alterne? Também outras andaram e são umas senhoras... Abra o capot...

- (...)
- Pois, acho que anda cum seguranças... A irmã que se ponha a pau porque é parecida cum ela e ainda leba na tabuleta... Acelere...
- (...)
- (...)


Enquanto faz a inspecção ao meu veículo, o funcionário do Centro de Inspecção vai debatendo com um colega - cujas asserções não ouço - o assunto do momento.

O mesmo funcionário do Centro de Inspecção que vai debatendo com um colega - cujas asserções não ouço - o assunto do momento, enquanto faz a inspecção ao meu veículo, olha-me, a dado passo, como se me apanhasse a violar uma criança, e proíbe-me, em tom ríspido, autoritário, definitivo, de fumar no interior do meu próprio veículo.

Devia ser nomeado um Procurador para prender este bandido deste funcionário.

O veículo está apto.

13.12.06

 

Paranóias (RPS)

Um brinquedo de Natal que nunca tive...

12.12.06

 

O palavroso (RPS)

O problema nem está no facies horrendum nem nos fatos, camisas e gravatas com que se apresenta.

O problema nem está no grau de conhecimento que tem do fenómeno - não é dos piores que se vê nas pantalhas.

O problema nem está na denominação de origem, ou seja, no facto de sabermos de onde veio, de sabermos o sítio onde nasceu (e cresceu) para o jornalismo desportivo - sítio totalmente desacreditado.

O problema nem está, sequer, nas teorias de conspiração - ora mal sustentadas ora mesmo tontas - com que nos procura surpreender e que avança sempre com incontido ar ladino.

O problema está mesmo na capacidade de expressão. Na capacidade de, em pleno ano de 2006, séc. XXI, portanto, se exprimir num meio chamado televisão.
Ele fala, fala, fala até ao paroxismo.
Ele fala como se escrevia no jornal onde começou, aí por finais de 70.
No jornal onde ele começou, nesses finais de 70, a escrita - espantosamente afamada! - era, genericamente, de péssima qualidade. E, para lá deste aspecto, era já nesse tempo uma escrita fora de tempo: velha, bolorenta, quase gongórica.

São, semanalmente, os 50 minutos mais palavrosos da televisão portuguesa.
Em cada edição de 50 minutos, as ideias utéis e razoáveis que costuma expressar cabem bem em dois ou três.
Porque raio não o gravam e editam três minutos?

10.12.06

 

Definições (RPS)

Absurdo - opinião contrária à minha.
Casaco - peça de vestuário que as crianças vestem quando a mãe tem frio.
Escrivaninha/Secretária - cesto de papéis com gavetas.

 

É de Fiães (RPS)

Leio hoje, no Público de ontem, que a melhor aluna nacional do Secundário - teve média de 20 e 19 vírgula não sei quantos no acesso à universidade - recebeu um prémio. A rapariga é de Fiães - uma terra que, desde há uns tempos, não pára de me surpreender.

9.12.06

 

As 7 Maravilhas (RPS)

Gozando uns dias de descanso, desliguei algo da actualidade noticiosa. Só hoje, pelo Expresso, soube que se vai proceder à eleição das 7 Maravilhas Portuguesas.
A lista final, elaborada a partir de uma lista inicial elaborada por não sei quem, foi estabelecida por sumidades várias, como Diogo Freitas do Amaral e Edite Estrela...

De acordo com as tendências em voga, a eleição - última e definitiva - será da responsabilidade dos portugueses. Serão eles, os portugueses, a ter a última palavra.

Não há pachorra.

8.12.06

 

Porrada (RPS)


 

Genéricos (RPS)

Transcrevo aqui um post da Rosário Andrade que nos deve fazer pensar.

Quando falei com mãe Joaquina, ela estava quase sem fala. Tinha ido aviar a receita para o medicamento do colesterol e tinha deixado na Farmácia mais de 80 euros (duas caixas, preço ao utente depois do desconto para pensionistas!!!!) ! Eu até estou pasmada!- dizia-Oitenta euros, tu ja viste bem? para o colesterol!
Indignei-me eu também. A estatina em questão existe como genérico e não há razão nenhuma, a não ser secretos e escuros interesses, para alguém dar essa dinheirama toda. Aqui o generico desse medicamento (e mesma dose) custa £3.60! Não sei o preço em Portugal mas não deve andar muito longe disso... um pouco mais elevado, talvez! Creio que da próxima vez que for a Portugal terei de ter uma conversa clinica e civilizada com o médico de familia.
Por outro lado, leio nos dados oficiais do Department of Health que a prescrição de genéricos na época 2005-2006 em Inglaterra foi de 81%! Enquanto no nosso triste pais se insiste na (conveniente) dúvida sobre os genéricos, aqui pensa-se em estratégias para aumentar ainda mais a percentagem de prescrição dos mesmos.
Note-se que a prescrição de genéricos não pode atingir os 100%, uma vez que há medicamentos que possuem diferentes bioabilidades, isto é, há um pequeno número de medicamentos (teofilina, nifedipina, diltiazem, etc) cujas diferentes marcas têm diferentes caracteristicas e mudar entre eles provoca diferentes niveis do principio activo no sangue. Há ainda outros medicamentos, tais como os usados para as doenças inflamatórias do intestino que possuem caracteristicas especificas e os comprimidos desagregam-se em partes determinadas do intestino. Excepto essas situaçoes, não há razão nenhuma para deixar de prescrever um genérico quando disponivel.
O SNS é um monstro com muitas cabeças mas completamente acéfalo... e ninguém consegue colocar-lhe uma coleira para dominar o bicho... e porque há uma (mais uma vez conveniente) falta de informação, os utentes não reclamam os seus direitos e não usam a melhor arma que se pode ter: o poder de decisão sobre o próprio tratamento, o que aqui chamamos "patient empowerment".

7.12.06

 

Amores de quarta-feira (RPS)

Quatro anos de diferença entre duas pessoas são muitos anos, são grande diferença quando se é criança ou adolescente. Entre amigos, os mais velhos acabam dar a conhecer muitas coisas aos mais novos e a influenciá-los em algumas atitudes, opções ou comportamentos. Por exemplo, o meu velho amigo Zé, com quem comecei a privar no início da minha adolescência, deu-me a conhecer a Mensagem do Pessoa. O "cimento" do nosso relacionamento não foi, contudo, a literatura, mas a paixão mútua pelo futebol, que jogámos por muitos anos, e que foi e é sempre tema de intermináveis conversas entre nós. Foi assim que o meu velho amigo Zé - seria eu um puto em fase onanista obstinada - me fez ver que deveríamos sempre "torcer" ou "puxar" pelas equipas portuguesas, nas competições europeias.

Em 78, ainda a viver as emoções do título de campeão conquistado pelo Porto de Pedroto, depois de 19 anos de jejum - e que para quase duas gerações de adeptos era o primeiro título - o Porto ia estrear-se na prestigiada Taça dos Clubes Campeões Europeus, que eu, de miúdo, ouvia enaltecer, a par dos feitos nela conseguidos pelo Benfica. O sorteio correu muito bem: calhou-nos o AEK - uns gregos, bah!... - com o primeiro jogo fora. Eu - e provavelmente muitos outros portistas - olhávamos para o quadro de jogos já a pensar quem daria jeito para a segunda eliminatória.

A história é conhecida: fomos lá e levámos com 6-1. Na segunda mão, fui às Antas, na esperança de um milagre, e, a meio da primeira parte... eles marcaram... Ainda fizémos quatro golos, mas 4-1 não foi, claro, suficiente.
No dia seguinte, ou poucos dias depois, em pleno e quente Setembro, estávamos todos juntos, em mais um tardada de piscina, e recordo-me do velho Zé - ajudado pelo velho Rui, seu irmão, um anti-portista assumido - me chagar a cabeça, dando-me um festival por causa do AEK. Ele lia um artigo qualquer do então trissemanário A Bola em que o autor chacoteava da prestação do Porto na Taça dos Campeões e a comparava à História Trágico-Marítima. O velho Zé tentava ler alguns excertos em voz alta, mas não o conseguia fazer de tanto rir. Entrou em convulsões. Julgo mesmo que se terá rebolado pelo chão.
Fiquei vacinado quanto a patriotismos futebolísticos.

Por força da minha actividade profissional, com quase vinte anos, pude conhecer algumas figuras públicas - políticos, governantes, fazedores de opinião, jornalistas de renome, cançonetistas de vários géneros, vedetas da rádio, tv e disco... Muitos deles, em momentos, por exemplo, importantes para o Porto, eram questionados - na tv, na rádio, em jornais - sobre o jogo que mobilizava as atenções. Eram sempre todos pelo Porto. Sempre muito portistas porque o Porto representa Portugal, porque nestas horas o mais importante é o país, e blá, blá, blá... Atrás dos holofotes, contudo, torciam pelo adversário. Vi muitos ficarem furibundos com as vitórias internacionais do Porto.

Eu aceito que se seja contra o Porto. Nada mais natural - é tão natural ser do Porto como ser contra, ser do Benfica ou do Sporting como ser contra. Eu torço por uma equipa de acordo com a simpatia que por ela tenho. O critério do país de origem não serve para mim. Não percebo porque razão tanta gente entra na hipocrisia do "puxar pelos portugueses", deleitando-se, depois, com os fracassos desses portugueses.
Não gosto do Sporting, mas também não detesto o Sporting (só pontualmente). Acresce que simpatizo com vários jogadores desta equipa. Por isso, me irritou ver o jogo deles, na terça-feira.
Já Benfica é-me sempre odioso. Nem o Real Madrid o consegue ser tanto. Ontem, no Dragão, festejei, com muitos milhares de pessoas, os golos do Manchester. Se o Benfica ganhasse e o Porto fosse eliminado, passar-se-ia muito compreensivelmente o contrário.

Não se pode detestar um clube ao domingo e amá-lo à quarta-feira.
Nunca acreditei em amores de quarta-feira.

5.12.06

 

Toponímia de baixa patente (RPS)

Capitão Pombeiro, Tenente Valadim, Alferes Malheiro, Sargento Abílio. Nomes de ruas do Porto. Que fizeram estas baixas patentes de tão notável, a ponto de serem nome de rua?

Também se verifica o fenómeno em Gaia: Praceta Alferes Pereira, Rua Cabo Borges. Ainda, na praia da Aguda, próximo da Zizi, uma Rua Guarda "qualquer coisa"...
Em Gaia, contudo, uma alta patente, mas desconhecida. Não sei quem é, ninguém me sabe dizê-lo: General Torres. Nome de rua e também nome de apeadeiro. General não é uma patente baixa, mas quem raio foi o General Torres?!

4.12.06

 

Futebolices (RPS)

Os críticos crónicos do futebol português, que apontam sempre a falta de competitividade da nossa Liga, que terão a dizer da Liga francesa?...

Jaime Pacheco ainda não teve tempo para moldar o Boavista à sua imagem. Mas vai no bom caminho: mesmo sem se notar muito, quatro jogadores do FCP estão em tratamento.
Da anterior passagem da figurinha pelo Bessa, ficou famosa a mensagem que transmitia antes da equipa subir ao relvado - com ar alucinado e sinalizando com a mão a zona do pescoço, berrava: daqui p'ra baixo, é tudo canela!
Dizem que funciona... com cérebros petits...

Com as excepções da época de 94, no Benfica, e da época de 2002, no Sporting, JVP está, em Braga, a fazer a sua melhor temporada de sempre.

 

FSC e Camarate (RPS)



É algo irritante ouvir aquele discurso de laranjinha médio falar sobre Francisco Sá Carneiro e sobre Camarate. Mas tenho alguma admiração por ele - que não tinha propriamente no seu tempo. E sobre Camarate, uma coisa é certa: aquela investigação foi vergonhosa. E aquilo, embora pudesse não visar o então PM, cheira a atentado que tresanda.

3.12.06

 

Verdade absoluta sobre seguros (RPS)

O seguro cobre tudo, excepto o que aconteceu.

 

Pela noite... (RPS)

01h30, no táxi
Taxista: Se me saísse o euromilhões, cumpraba três bombas, das nucleares, e era uma pó estádio da luz - cheio -, outra pó estádio de albalade, também cheio, e outra pó goberno.
Cliente: Bombas nucleares? Oh amigo... assim íamos todos c'o caralho...
Taxista: Então das outras... Eu num posso é cum Lisboa...

02h30, algures num estabelecimento
Noctívago: Já fumei quatro brocas, mais uma liambazinha caseira... Daqui a pouco vou centrar: vou à linha e centro...

04h30, algures noutro estabelecimento
Cliente problemático para o segurança que o agarrava e encaminhava para a porta:
Larga-me! Tu não sabes com quem te estás a meter!...
Cliente mirone, um minuto depois, a sair da zona reservada onde o segurança dialogava com o cliente problemático: o gajo está a dizer que é procurador...

05h30, na estação da BP da Católica
Cliente (com não mais de 30 anos) em conversa com o funcionário: O problema do Salazar era não dar liberdade de expressão... No resto, isto estava muito melhor...

2.12.06

 

Nunca mais é Janeiro (RPS)

Não me lembro de acreditar no Pai Natal. Lembro-me de ter cinco anos, de o Natal estar próximo, e de a minha Mãe me ter pedido que não revelasse a verdade às minhas irmãs. Cumpri - não foi por mim que, anos mais tarde, vieram a saber da verdade.
Mesmo sem acreditar no Pai Natal, nunca senti, em toda a vida, emoção e ansiedade tão gostosamente intensas como sentia, por esse tempo, ao acordar na manhã de 25 de Dezembro.

Confirmado o óbvio - porta da sala fechada à chave - acordávamos os meus Pais. Algum espírito consumista fazia-se sentir já nesse tempo, facto que - entendo-o hoje - era para nós tanto mais supreendente quanto o dia a dia era algo espartano. Não por qualquer tipo de dificuldades económicas, que de modo algum existiam, mas - percebi-o mais tarde - por uma questão de princípio e de regra. Por exemplo, um mês de praia dava direito a um gelado. Um dia só. Poucos mais comíamos em todo o Verão. Uma vez por semana, havia pastéis comprados à doceira que passava pelo areal de Francelos. Iogurte era produto encarado como uma extravagância com dia e hora marcados: às sextas-feiras ao lanche. Qualquer espécie de sumo estava unicamente reservada para dias de festa. Água e leite. Este tipo de contenção e comedimento aplicava-se noutras áreas, como à roupa ou ao material escolar.

Mas no Natal era diferente. A verdade é que o meu Pai se passava com as prendas de Natal. Já mais crescidito, ainda tive tempo de me aperceber disso, antes de ele morrer, e confirmei-o nos anos seguintes pelas conversas da minha Mãe. Muito mais austero que a minha Mãe, era ele que ultrapassava alguns limites pelo Natal.

Mas os Natais continuaram felizes e fartos. Por muitos anos. Confesso que, de há uns tempos (dez anos? quinze anos? sei lá...) a esta parte os meus sentimentos se alteraram. Por algumas razões que não identifico - nem isso me atormenta - e também pelo facto do espírito consumista ter crescido a um ponto que nos abafa.

A meio de Novembro, nas rádios e tv's, por exemplo, já há publicidade alusiva ao Natal. Por estes dias, já há iluminações nocturnas por todo o lado. Em miúdo, os primeiros sinais de Natal sentiam-se com o aproximar do dia 7 de Dezembro. No dia do aniversário materno, árvore e presépio tinham que estar prontos. Estavam, desde a véspera e, então, sabíamos que um dia destes iríamos sair à noite. Mais uma emoção natalícia: depois do jantar, uma voltinha de carro, pelo Porto, para ver as "luzinhas de Natal". Só no Porto e em Lisboa havia iluminações. Em Gaia, por exemplo, nem sequer faria sentido que as houvesse nesse tempo porque, praticamente, não havia comércio, para além de cafés, tascas e mercearias.

Hoje, por todo lado, as luzes ferem. As pessoas acotovelam-se. A insuportável música natalícia entra-nos pelos ouvidos em todo o lado, incluindo no meio das ruas. Tropeça-se em pais-natais a cada esquina.
Hoje, sábado, tive que circular a meio da tarde, de automóvel, pela baixa do Porto. Insuportável.
Nunca mais é Janeiro.

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