30.4.06

 

Mau de mais (RPS)

Mais um. Mais um que se fecha. É sempre mau, mas ser logo este é mau de mais.

29.4.06

 

Vitória Sport Clube (RPS)

Foi numa noite de sábado, em 97 ou 98. Ganhamos 1-0, com um golo na segunda parte, marcado por Artur, mesmo ali à nossa frente. Estavamos atrás da baliza: eu, dois amigos e duas miúdas pré-adolescentes, filhas de amigos da minha família, fanáticas do FCP, cuja guarda me havia sido confiada.
Saímos do estádio e, à passagem pela bancada da claque do Vitória, choviam pedras, latas de bebidas, outros dejectos. Polícia não se via. Tivemos de fugir e dar a volta completa ao Municipal de Guimarães. Cruzámos com outros adeptos vimaranenses, ouvimos umas bocas, mas não houve problema de maior. O pior acabou mesmo por ser o susto e a preocupação, por força de ter duas menores à minha guarda.
Foi a única vez que me vi envolvido em incidentes, enquanto adepto no futebol.

Apesar deste episódio, apesar de Pimenta Machado, apesar de muitos jogos dificéis, alguns com empate ou derrota para o meu FCP, gosto do Vitória Sport Clube, o Vitória de Guimarães. Gosto da cidade, tenho por lá e pelas redondezas pessoas amigas, habituei-me à presença do Vitória entre os grandes e admiro particularmente a massa associativa do clube. Por uma razão: eles amam de facto o seu clube. Parece óbvio, mas não é.
Em terras maiores, mais populosas, mais "importantes", os adeptos do clube local são também - ou são acima de tudo - adeptos de um dos grandes. Em Leiria, por exemplo, juntam-se mais adeptos da União para um jantar na Casa do Sporting do que no estádio para verem o clube que dizem ser seu. E em Braga, se um Braga-Benfica terminar 3-3, o adepto médio do Sporting de Braga - um grunho por definição - festeja fanaticamente seis golos.

É por respeito ao Vitória e aos seus sócios e adeptos que decidi não ir amanhã às Antas, ao Dragão, para a festa do título. Já somos campeões há uma semana, não vou alegremente para o enterro do digno e respeitável Vitória Sport Clube. Enterro tanto mais doloroso quanto na Bet and Win vão continuar equipas miseráveis como o Paços de Ferreira e o Estrela da Amadora, eventualmente até a Académica e a Naval, para não falar das duas equipas da Madeira.

Espero que o Vitória regresse já para o ano.

27.4.06

 

Pelo Parlamento (RPS)

Curioso: estava a SM a postar esses dois textos abaixo, estava eu a pensar dirigir-me ao Parlamento, a seguir ao almoço. Lá fui (mal pude falar com a SMzinha, sempre diligente e apressada) para uma das minhas três ou quatro passagens anuais por lá. Revejo amigos, colegas, conhecidos... mata-se o tempo, tal como fazem muitos deputados e alguns jornalistas e assessores.

Desta vez, havia o aliciante extra de ser tarde de debate mensal, com o PM e o Governo em peso na Assembleia. Foi uma seca. Não sei o que se passou depois, mas, com Alfa às cinco da tarde, só pude assistir aos primeiros 45 minutos, dominados por um chocho confronto entre José Sócrates e Marques Mendes. Passei uma parte do tempo a trocar sms com um amigo meu que é deputado e que me havia localizado na bancada da imprensa. A outra parte passei-a a observar a atitude de vários representantes da Nação.

Antes de sair, ainda passei pelo bar. Está instalado num pequeno vão, frente a um quiosque que vende tabaco e jornais. É naquele espaço exíguo e abafado que se cruzam jornalistas e deputados e, em dias como o de hoje, membros do Governo. Fuma-se. E é naquele espaço que, a cada ida, me surpreendo sempre com os preços praticados. Um café e uma Água das Pedras: 60 cêntimos. Sim, 60: 25 do café e 35 da garrafa de água.

Sempre me perguntei, mas nunca perguntei a ninguém: porque são subsidiados os preços no bar do Parlamento? Se não são, quem lerpa nas margens de lucro?
Cara SMzinha: que tal um post sobre o assunto? Podes incluir o preçário do bar, como fizeste há uns dias com a ementa daquele restaurante.

 

Volta, Presidente (SM)


Com ele a bandalheira dos últimos quinze dias não teria acontecido; com ele na Sala das Sessões jamais o quórum de uma votação electrónica não teria sido confirmado. Que saudades de o ver a passear pelos Passos Perdidos de guarda-costas atrás. Que saudades de o ouvir a mandar calar uma (sempre excelente) Odete Santos em fúria. Ou de o ouvir falar- a este beato - de um impressionante número como o 69.

 

A polaca (SM)


Há pouco tempo uma cidadã polaca, jornalista a estagiar no "Jornal de Notícias", foi à Assembleia da República". Na Sala das Sessões disse-lhe aquilo que gosto de dizer a toda a gente:"Este é o Parlamento mais bonito do mundo".É verdade que não conheço muitos, mas este permanece uma paixão.

26.4.06

 

Quando todos saem a ganhar (RPS)

Finalmente! Correram com aquela nulidade sonsa que por lá andava e que agora se remete ao seu soporífero programa da Dois. Soporífero com efeito apenas pontualmente atenuado por obra, graça e esforço dos entrevistados.
O Professor Marcelo saiu a ganhar. E nós também.

25.4.06

 

Abril no seu melhor (RPS)


 

Abril no seu pior (RPS)




24.4.06

 

Uma frase batida (JCS)

Passei boa parte de noite a tentar fazer umas simulações de seguro. Uma vez mais deparei-me com um problema que em tempos parecia um exclusivo da Caixa Geral de Depósitos, mas que hoje é a muleta dos incompetentes.

Quando as coisas se complicam, quando não há vontade, como calar o cliente? Simples. Usa-se a frase “não pode ser, é que o sistema foi abaixo”. Serve para tudo.

Estamos no século XXI, o homem já foi à Lua, já tivemos Santana Lopes como primeiro-ministro, bem como António Guterres que depois de ter abandonado o país (fisicamente claro) foi promovido a defensor dos refugiados do mundo inteiro, temos um plano tecnológico que só não lava roupa, o senhor Gates andou por aí a fazer umas vendas por atacado… mas aquilo que mais se ouve é “não pode ser, é que o sistema foi abaixo”? Como é possível? É que os Portugueses são bem capazes de acreditar em tudo, mas dia sim, dia sim, aqui e ali, ouvirem sempre a mesma resposta… não há necessidade.

Porque raio não vão à Worten, à Fnac, ao Media Market e compram uns computadores que escrevem mais e jogam menos?
Ou se não for possível, recuperem as máquinas de escrever que a burocracia é a mesma de sempre, e ao menos assim o sistema ficará mesmo em baixo. E quem sabe ao puxarem pela cabeça, “nas horas mortas” encontrem outras formas mais originais de enganar o cliente.

23.4.06

 

Campeões (RPS)

Mais um. Mais um título de campeão nacional para o meu clube. O sexto, na última década. O décimo-segundo, nos últimos vinte anos. Se olharmos para os últimos trinta anos, é o décimo-sexto. De facto, foi em 76, com a chegada de Pinto da Costa ao Departamento de Futebol do FCP, que o futebol mudou em Portugal.

Um título sabe sempre bem, mas confesso: este foi o título que menos me entusiasmou. Não deu verdadeiro gozo, aquele gozo que muitos outros deram. A equipa e, em especial, o treinador têm méritos, mas nunca me galvanizaram, nunca fizeram um futebol que me enchesse as medidas. Não gosto da táctica, do sistema de jogo de Adriaanse (embora tenha resultado). E acho que nunca, nestes trinta anos, tantos jogadores medianos foram titulares do Porto.

Na época passada, assistimos ao pior campeonato de sempre, pelo menos, destes últimos trinta anos. E tivemos o pior campeão de sempre. Mas este ano a coisa não melhorou muito. Na verdade, a qualidade de jogo e o nível das equipas no futebol português estão muito por baixo, ao contrário do que vinha acontecendo. Sim, porque temos tido nestes trinta anos grandes equipas e, em especial, grandes equipas no FCP.
Ao longo destes trinta anos sempre ouvi a generalidade dos comentadores e outros observadores afirmar que o nível do futebol português, a qualidade de jogo, andava pelas ruas da amargura. Mentira. Mentira e raiva: esse argumento serviu sempre para apoucar os êxitos e os méritos do FCP. Diziam isso enquanto, na Europa, o Porto fazia grandes campanhas. Porque eles não suportam. É a escola do nefasto e nefando Alfredo Farinha, personagem que me vem sempre à memória nestas horas de triunfo.

Este já cá canta. Espero que venha o próximo já para o ano, mas a jogar melhor.

O Beira Mar subiu à primeira e já há festa na padaria.
Será que a
Gaja de Aveiro não vai postar sobre o assunto?

 

Spyker C8 Laviolette (SM)

Durante anos o Aston Martin do James Bond foi o carro que melhor sintetizou a palavra "atitude". Tenho agora uma nova paixão. O carro da minha vida é o Spyker C8 Laviolette.A Sharon Stone guiou um no último instinto. Preto.Que chega aos 100 km/h em 4,5 segundos. Vai aos 300 kms.E custa apenas 240 mil euros.

 

Pesadelo Animado (JCS)

Começo a ter saudades dos desenhos animados apresentados por Vasco Granja.

Não me alongo sobre o interesse das películas que vinham do frio, nem sobre o facto de não compreender à data o que me diziam os traços que saltitavam no ecrã. Sei que me prendiam ao velho televisor nos raros minutos em que a criançada tinha hipótese de ver algo mais que os enfadonhos telejornais, TV Rural e outros semelhantes.

Hoje, é vasculhar no Cabo, com o polegar mais rápido do Oeste a correr os 99 canais. Lá estão o Panda, O Disney, o Cartoon, até o Baby Tv.

Não cedi, até agora, à tentação de pespegar o meu filho com menos de dois anos a tão alienante máquina que se diz mudou o mundo, e que afinal apenas nos mudou a nós. Provavelmente para pior.
A opção que tomei de seguida não foi a melhor. Descobri numa Fnac, um DVD de um ser inofensivo e colorido com nome de fácil aprendizagem: Noddy. E começou o meu pesadelo.

O dito DVD tem 9 episódios do Noddy no país dos brinquedos. Cada episódio começa e acaba com a música “Abram alas para o Noddy”. Nos melhores dias só oiço a musiqueta 18 vezes. A sério.

Primeiro achei piada, até decorei alguns versos, mas agora já não suporto ver o “Noddy” nos seus impecáveis calções azuis, sapatos vermelhos, lacinho amarelo ao pescoço, e ridículo barrete na cabeça.

Por acaso, descobri mais tarde outras pessoas que, se pudessem, mandavam executar tal figura.
É que o Noddy não erra. O Noddy será um dia beatificado e posteriormente canonizado por ser tão bonzinho. O Noddy tem um carro e um avião. Sem amolgadelas nem riscos, e ambos pegam à primeira. Até tem um amigo policia.

Depois praticamente o que gira á volta da irritante figura são ursinhos, elefantes, sempre-em-pé, ratos cheios de problemas que o Noddy consegue resolver. Sem transpirar, sem se despentear, sem sujar o lacinho. Ou seja uma mentira pegada.

Ainda pensei em fazer um abaixo-assinado, alegando que este ser de tão irreal é prejudicial ás crianças, porque lhes transmite uma noção de mundo completamente errada. Mas desisti. Descobri que o Noddy foi criado por um ilustrador no final da década de 40, a pedido de uma senhora chamada Enid Blyton.

A mesma senhora que criou “Os Famosos Cinco”. A mesma Enid Blyton, que me levou a roubar a minha mãe para comprar todos os seus livros que devorei e guardo desde a infância, criou também o ser que agora me atormenta enquanto adulto.

Por respeito a Enid Blyton, vou guardar o abaixo-assinado e desligar a tomada do DVD.

22.4.06

 

A ementa (SM)

Em tempos sonhei que o jornalismo havia de me pôr na estrada a visitar, experimentar e dar estrelinhas a restaurantes deste país com nariz. Agora que sei que nunca serei uma routard gastronómica experimento à mesma e vou engordando à medida. Ora tomem lá a ementa do dia no luca, lá para os lados da rua de Santa Marta, numa capital ao sul.Em frente ao Hospital, mas não há problema de indigestão, por certo.



21 de Abril de 2006


PRATOS DO DIA
Todas a pastas e recheios são feitas diariamente na casa

Steack Haché
Puré de Batatas, Legumes Salteados,
Ovo Escalfado à 60º
9,80


Lombo de Bacalhau Confitado em
Azeite Extra Virgem
Mash de Batatas Amanteigado,
Creme de Couve-Flor
12,30


Fettuccine com Porcini Marinado
Molho de Tomate, Presunto, Manteiga de Ervas,
Aipo, Salva, Alho e Piri-Piri
8,90


Salada Caprese
Muzzarela de Búfala, Variedade de Alfaces
Batata Branca Cozida e Tomate Confitado
9,50


Pode fazer acompanhar a sua Pasta com uma

Salada Mista
2,90


SOBREMESAS DO DIA

A sua escolha de Gelados: (2 bolas):

Leite
Caramelo
Maracujá
Côco
Chocolate Branco
Líchias
Lima/Limão

2,20


Tiramisu de Morango
Creme de Mascarpone, Morangos Marinados,
Marmelada de Alperce, Crumble de Amêndoas,
Gelado de Mel e Caramelo de Vinagre Balsâmico
5,30




Levem bela companhia, que a ocasião merece.

21.4.06

 

Blogando por aí... (RPS)

Blogando por aí, em ocioso dia de folga, deparo-me com surpreendentes confissões de Funes, o Galanteador...

 

Está-se bem em Lisboa (RPS)

Eu estou, habitualmente. E tudo melhora quando nos podemos desligar do trabalho por umas horitas e vemos uma grande banda do Porto com companhia do Porto.

20.4.06

 

No limite... (RPS)


foto roubada por aí


... no limite de poder ser acusado de difusão de imagens pornográficas?
... no limite de poder ser acusado, mais especificamente, de difusão de conteúdos pedófilos?

... no limite do mau gosto?
... no limite do razoável?

... em que limite?

... e onde estão os limites?
... como se definem os limites?...



19.4.06

 

Top 5 dos melhores futebolistas portugueses da actualidade (RPS)

1.


2.


3.


4.


5.

18.4.06

 

Sandokan, 76 (SM)


O genérico improvável, música com cítara e sintetizadores, um indiano a sério como protagonista contra os ocupantes ingleses em 1852. Um amigo a descender vagamente de portugueses.

Este é o meu Sandokan; tive caderneta e cromos.E não eram dos meus irmãos, não. A recuperação dos clássicos em dvd é uma autêntica aventura.

Vi fotos actuais do Kabir Bedi, mas fiquei chocada. Fica aqui como me lembro dele: eternamente apaixonado pela pérola de Labuan - Mariana - e fiel aos malaios que o escolheram como o Tigre de Mompracem.

 

Orfeuzinho (RPS)

O Orfeuzinho é, hoje por hoje, o melhor café do Porto.
Ou talvez seja mais adequado afirmar que o Orfeuzinho é, hoje por hoje, o café de que eu mais gosto no Porto.

Também gosto da expressão "... é, hoje por hoje, ..." . Tem algo de Gato Fedorento. Se eles utilizassem a expressão em cinco ou seis sketches seguidos a coisa pegava.

O único defeito do Orfeuzinho é fechar à hora de jantar.
Hoje por hoje, poucos cafés estão abertos à noite, no Porto.

 

Boas blogo-novas (RPS)


Soube aqui que o food-i-do está de volta. Não acho nada food-i-do. Acho muito bem, foi uma boa notícia. Uma boa blogo-notícia.

17.4.06

 

Os meus 23 para o Mundial (RPS)


Guarda-redes - Vítor Baía, Paulo Santos, Moreira
Defesas - Paulo Ferreira, Miguel, Ricardo Carvalho, Fernando Meira, Pedro Emanuel, Marco Caneira, Nuno Valente
Médios - Costinha, Manuel Fernandes, Maniche, Tiago, Deco, Carlos Martins
Avançados - Figo, Quaresma, Simão, Cristiano Ronaldo, Pauleta, Nuno Gomes, Hélder Postiga

14.4.06

 

Uma luz na escuridão (RPS)

Vai um pasmaceira pela blogosfera... Com honrosas excepções, claro, mas o tom geral é de inactividade. E a inactivadade é contagiante... Quando um tipo não sabe o que escrever, cita os outros. É o que eu vou fazer. Mas não cito por citar: cito o meu amigo Funes que, com a lucidez de (quase) sempre me deu o melhor que li hoje. Um ponto de luz na escuridão geral.
Ficam alguns excertos...

Dos últimos duzentos ou trezentos governos que tivemos, não houve um só que não proclamasse a sua infinita paixão pela educação e não visse na educação a matriz redentora da nossa salvação colectiva.
(...)
Erro puro. A educação não conta para nada.
(...)
Do ponto de vista cultural, não consta que Fernando Pessoa ou Saramago (o detestável), por exemplo, sejam inferiores aos escritores que frequentaram as boas escolas estrangeiras.
Que eu saiba, nem um só talento a sério saiu das grandes escolas mundiais.

(...)
A educação não conta para nada.
O problema do país não é falta de educação. É a pobreza mediana e a consequente indisponibilidade total para o risco.
Como o demonstra a América - uma nação de analfabetos, feita por analfabetos - um país não se faz com gente culta ou especialmente culta. Faz-se com gente disposta a correr riscos.
E gente disposta a correr riscos é o que não há em Portugal.
(...)
Este país não tem solução.

13.4.06

 

A falta de quorum (RPS)

- Não fazem nenhum!
- Querem é tratar da vida deles!
- É uma cambada de aldrabões!
- Andam mas é a governar-se!
- São todos iguais!
- Anda tudo ao mesmo!

Estes são desabafos comuns, que escutamos quando se fala de políticos. Odeio-os. Aos desabafos. Odeio este tipo de discurso sobre os políticos. Por duas razões, que passo a expôr...

Habitualmente, as pessoas que têm este tipo de desabafo querem é não fazer nenhum e governarem-se. No fundo, têm inveja daqueles que, do seu ponto de vista, se governam.
A quem diz frases destas, costumo perguntar o que já fez pelo bem comum. Exorto essas pessoas a colaborarem para tornar a política melhor, exorto-os a participarem na vida política do país, do concelho a que pertencem, da freguesia onde moram. Encolhem os ombros ou riem-se muito...
Eu admiro quem se dedica a política. É que eu jamais o fiz e jamais o faria porque sou comodista, egoísta e individualista. Jamais trocaria um noite de Verão numa esplanada por uma reunião da Assembleia Municipal. Jamais abdicaria de um feriado ocioso por uma visita às obras do bairro social, seguida de uma reunião com o secretário de estado da Habitação. Jamais abdicaria de um fim de semana de amor e sedução para integrar a comitiva do PR numa visita oficial ao Brasil e à Venezuela.
Eu nem às reuniões do condomínio vou - estou-me a cagar.

A segunda razão que me afasta do discurso anti-políticos - discurso fácil, populista e demagógico - prende-se com o facto de ser um discurso extremamente perigoso para a Democracia. Já não sei a quem ouvi, mas ouvi: a História mostra que este tipo de discurso serviu todos os totalitarismos.
Quando o colectivo interioriza o discurso, está disposto a abdicar de coisas fundamentais, como liberdades e direitos, em nome de qualquer disciplina ou moralização.

Vem isto a propósito do triste episódio da falta de quorum, ontem, no Parlamento.
119 (111?... 117?... Que interessa o número exacto?...) deputados estavam ausentes na hora das votações. Acredito que cada um deles tivesse boas razões para estar ausente. Mas, então, o Parlamento deveria ter fechado nesse dia. Antecipava-se as férias num dia.
É de episódios deste tipo que se alimenta o discurso fácil, populista e demagógico contra os políticos. E alimentá-lo, assumir comportamentos que lhe dão sustentação, é a maior irresponsabilidade que um político pode cometer.

dois post-scriptum
- neste triste e miserável episódio surge uma agravante: a esmagadora maioria dos faltosos tinha assinado a folha de presenças. fazíamos isso na faculdade.
- continuo a achar que a nossa classe política é muito má, mas os portugueses não são melhores.

 

O maior palhaço do momento, no futebol português (RPS)


Tinha um projecto (hoje em dia poucos fazem alguma coisa, mas quase todos têm projectos) que sujeitou à votação e foi recusado. Compreensivelmente, decidiu sair. Depois pediram-lhe muito para ficar e o gajo deu a cambalhota.
E agora? Vai trabalhar executando o projecto rejeitado? Ou vai arranjar outro?

Grande palhaço. O maior do momento, no futebol português.
E aquele indisfarçavel ar de menino queque da linha causa repulsa.

12.4.06

 

Direito (RPS)

Conversa num jantar de amigos...
- O problema dos padres é que a maioria foi para o sacerdócio por ser a única alternativa que tinha a andar à frente de um carro de bois...
- Para mim, a alternativa foi o Direito...

11.4.06

 

Cavaco&Jerónimo/Jerónimo&Cavaco (RPS)

Por causa do declínio eleitoral e da consequente perda de lugares no Parlamento, o PCP deixou, há uns anos, de conseguir eleger, na Assembleia da República, qualquer representante para o Conselho de Estado. O Presidente Sampaio resolveu, então, incluir o secretário-geral dos comunistas, à época Carlos Carvalhas, no grupo de cinco elementos por si designados.
Discordei da opção de Sampaio, embora a compreenda, desde logo porque tem tudo a ver com a maneira de ser do homem. Acresce que Sampaio é um homem estruturalmente de esquerda, foi sempre de uma ala esquerda do PS e tinha no PCP, apesar das divergências ideológicas com a linha dura dos comunistas, vários amigos próximos - presumo que não exactamente Carvalhas, mas, por exemplo, João Amaral e Lino de Carvalho.

Nas escolhas de Cavaco Silva para o Conselho de Estado não consta, obviamente, Carlos Carvalhas nem Jerónimo de Sousa. Porque raio haveria Cavaco de escolher um dirigente comunista para o aconselhar?
Mas parece que há muita gente que não vê o óbvio. Ouviram-se vários desabafos, logo quando Cavaco Silva divulgou a sua escolha e, agora, a sondagem Renascença-SIC-Expresso do fim de semana mostra que 41 por cento dos portugueses entendem que Cavaco deveria ter escolhido Jerónimo.

Só gostaria de perguntar a esses 41 por cento se acham que, caso Jerónimo tivesse sido eleito PR, também iria convidar Cavaco. Ou Balsemão, ou Marcelo ou Marques Mendes.
Claro que não. Não faria sentido. Como sentido não faria agora que Cavaco metesse comunas no Conselho de Estado.

9.4.06

 

Desesperadas (RPS)

Sim, eu sei, a Longoria é uma verdadeira bomba...




... mas eu sou mesmo é fã da Hatcher...








7.4.06

 

Don Coglione (SM)

Eleições ao rubro em Itália. Soberbo estudante italiano que criou um site na internet sobre as mais recentes declarações de Silvio Berlusconi - que são coglione aqueles que votarem no centro-esquerda: fica o endereço: sonouncoglione.splinder.com .

É certo que Prodi não é resposta a Berlusconi, viu-se o que fez na Comissão Europeia. Mas mais vale um líder fraco e sem chama, do que um líder que mente e chama nomes ao povo.

 

Frustração (RPS)

Pela quarta vez na vida, fui a uma passagem de modelos. Ou desfile de moda. Ou hapenning de moda, a designação mais adequada para a noite de ontem. Pela segunda vez na vida, fui a convite da Julibel Fernandes, ver produções da Galateia (em Sta. Catarina, perto do Marquês, quem sobe do lado esquerdo).
A Julibel é uma pessoa amiga e tem estes gestos simpáticos comigo. Apesar do meu distanciamento e ignorância face ao mundo da moda, ela convidou-me novamente. E eu não poderia recusar: desta vez, o evento servia também para assinalar os dez anos de carreira da estilista.
Decidi então que, na noite de ontem, iria ao Centro de Congressos do Porto-Palácio.
Nas vésperas do evento, soube que haveria uma estrela da noite: Merche Romero!!! Fiquei entusiasmadíssimo, claro! Não que fosse fazer um frete, mas, nestas circunstâncias, o serão de quinta-feira tornava-se muito mais apetecível.

Deus meu, que desilusão... Vou eu numa excitação para o Porto-Palácio, entro no espaço olhando em volta à procura, à procura, à procura e... nada! Talvez esteja nos bastidores, pensei eu, decidido a esperar até ao final do espectáculo. Esperei, enquanto o tempo de sono me ia fugindo. Nada.
Foi mesmo uma frustração total: a Merche não levou o Cristiano Ronaldo.
E eu vim embora sem o autógrafo que tanto queria.

6.4.06

 

A frase do dia (RPS)

"Eu não vou a (restaurantes) vegetarianos porque sou activista dos direitos das plantas"
(comentário de Aristóteles, aqui)

Não sei se é original. Em todo o caso, é a frase do dia.

 

Duas maldições (RPS)


nota prévia: embora possa parecer, este post não é sobre futebol, mas sim sobre maldições e malapatas

A história é conhecida no mundo da bola.
Saído do Porto, onde foi campeão em 59, Bella Gutmann, austro-húngaro, treinador de futebol, assinou pelo Benfica. Levou o clube à conquista de duas Taças dos Campeões, em 61 e 62.
Nesse Verão, Gutmann negociava a renovação de contrato com o Benfica, mas entrou em conflito com a direcção do clube. Bateu com a porta e despediu-se com uma profecia: sem mim, não voltarão a ser campeões europeus.

Veio outro treinador e o Benfica, pelo terceiro ano consecutivo, foi à final dos Campeões. Perdeu com o Milão (ou AC Milan) por 2-1. Na Luz, todos se lembraram, então, das palavras do velho.
Na década de sessenta, o Benfica foi a mais duas finais - 65 e 68. Perdeu ambas. Tal como perdeu as duas restantes em que esteve, nos anos de 88 e de 90.
A final de 90 jogou-se em Viena. Era o local certo para tentar afastar a malapata, para tentar apagar a profecia do velho treinador. Na véspera do jogo, a comitiva do Benfica fez uma romagem ao cemitério da capital austríaca, onde Gutmann foi enterrado. O velho deve ter-se rido na tumba porque o Benfica perdeu com o Milão, por 1-0.

É esta a história da maldição de Bella Gutmann, a história da profecia que parece ter mesmo lançado uma malapata sobre o Benfica.
Mas há uma maldição similar, lançada bem mais recentemente. Similar porque não foi lançada sobre um clube, mas sobre um treinador. Eu conto: no final de uma manhã de Maio de 2004, rádios, tv's, agências noticiosas e sites informativos difundiam a notícia: José Mourinho é o novo treinador do Chelsea. Olhando, entre o fixamente e o meio-perdido, o terminal do seu computador, Barbed Wire sentenciou: só voltas a ser Campeão Europeu no Porto, seu filho da puta!

Olhem que ele há cada uma!...

5.4.06

 

Lucidez (RPS)

Não tenho números rigorosos, mas, num ano e picos que isto leva, devo ter feito cerca de trezentos posts. Não terei mais de trinta sobre futebol.
É paradoxal: não gosto de postar sobre um assunto de que gosto muito. E não gosto por culpa dos comentários. Amigos, blogamigos, as pessoas mais lúcidas, as mais inteligentes, produzem os maiores disparates. E o debate afunila, como se verificou nos últimos dias.
Poucos entendem que é nos posts sobre futebol - nos poucos que faço - que atinjo o meu máximo de lucidez. Lucidez em elevado grau, um grau pouco comum, em mim próprio ou em qualquer humano.

 

Azia, que azia.... (SM)

Não comento, não estive lá. Não sei onde é Camp Nou. Eu sei lá o que é o Barcelona. Sei que vivo em Benfica e é um pau. Porque é estão a cochichar?

 

Moretto, pá, Moretto! (SM)

A gente vai lá, a gente vai lá. Eusébio apareceu a sorrir ao intervalo. A gente vai lá malta.

 

Papoilas Saltitantes em Camp Nou (SM)

Ser benfiquista (Luís Piçarra):

«Sou do Benfica
E isso me envaidece
Tenho a genica
Que a qualquer engrandece
Sou de um clube lutador
Que na luta com fervor
Nunca encontrou rival
Neste nosso Portugal.
(Refrão - Repete uma vez)
Ser Benfiquista
É ter na alma a chama imensa
Que nos conquista
E leva à palma a luz intensa
Do sol que lá no céu
Risonho vem beijar
Com orgulho muito seu
As camisolas berrantes
Que nos campos a vibrar
São papoilas saltitantes

 

Quem tem medo fica em casa (SM)


Ter papoilas saltitantes no meio da frase do hino é no mínimo suspeito, mas são muito homenzinhos, que eu sei.

 

A ponte mais bela do mundo (RPS)





4.4.06

 

Desonestos e incompetentes (RPS)

Não consigo olhar para o rosto de um árbitro de futebol e ver um homem honesto.
Se há uma excepção, chama-se (chamava-se?) António Porém Luís, um homem de Leiria. Vi-o apitar quando eu era miúdo ou entrava na adolescência e ele era quase um veterano. De resto, não há árbitros honestos.

Alguns podem achar esta visão exagerada, mas é a visão de um sócio e adepto do FCP, o clube mais roubado do futebol português: mais roubado pelos árbitros, mais perseguido pela má Comunicação Social e pelos comentadores. Incluindo os comentadores de arbitragem, gatunos na reforma do apito, mas no activo através do verbo ou da pena - indigentes.



Os árbitros de futebol não me merecem respeito, mas num ponto merecem defesa: não podem ser julgados através do visionamento dos lances pela televisão. É desproporcional, além de que esse método não é necessário para detectar, em cada jogo, "n" erros. Vê-se a olho nú, sem necessidade de recurso às imagens de dezenas de câmaras e de slow-motions. Porque, antes de desonestos, os árbitro de futebol em Portugal são, na esmagadora maioria, incompetentes. Muito incompetentes.

3.4.06

 

Quando dois é muito (RPS)

Era miúdo, mas ainda me lembro bem do tempo em que o futebol português não tinha problemas. Nesse tempo, Benfica e Sporting dividiam títulos e os lugares principiais do dirigismo. O FCP era um gigante adormecido.

Com o 25 de Abril e com as mudanças sociais e económicas daí decorrentes, a maioria dos clubes na Primeira Divisão passou a ser do Norte, a Associação de Futebol do Porto e outras associações aliadas ganharam votos nas diversas estruturas do futebol e começaram a escolher os lugares mais importantes do dirigismo. O então trissemanário desportivo A Bola começou a falar na necessidade de introduzir mudanças no sistema, coisa que nunca antes tinha achado necessário...
Nesse tempo, o nefasto e nefando Alfredo Farinha começou a sua campanha de ódio ao Norte e, em particular, ao Futebol Clube do Porto, criando uma escola que ainda hoje tem milhares - ou mesmo milhões - de apaniguados. O futebol português começou a ser um poço de problemas. Até hoje.

Claro que o futebol português é um poço de problemas, mas já o era quando eu era miúdo. Só que, nesse tempo, não se falava disso nem havia campanhas contra alvos selecionados. Estava tudo na paz dos anjos. Aliás, ao longo destes últimos trinta anos, tem havido certos períodos, relativamente curtos, em que não há problemas...

Os problemas do futebol português, sendo muitos, podem, contudo, resumir-se a dois:
- falta de nível da generalidade dos seus agentes (nível intelectual, cultural e moral);
- falar-se em demasia de futebol (ao falar-se de futebol, o que mais se ouve é o ruído - e o esterco - produzido por esse ror de agentes sem nível).

São só dois, mas, por vezes, dois é muita coisa.

1.4.06

 

Silas, o da Obra (SM)



Este é o Silas do Código da Vinci; mas alguém acredita que o loiro Paul Bettany tem um cilício atracado à perna?E que mata tudo à conta de um Bispo e de um misterioso Professor?

O filme sai em Maio; o site de apresentação é um verdadeiro mimo.


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