3.4.06

 

Quando dois é muito (RPS)

Era miúdo, mas ainda me lembro bem do tempo em que o futebol português não tinha problemas. Nesse tempo, Benfica e Sporting dividiam títulos e os lugares principiais do dirigismo. O FCP era um gigante adormecido.

Com o 25 de Abril e com as mudanças sociais e económicas daí decorrentes, a maioria dos clubes na Primeira Divisão passou a ser do Norte, a Associação de Futebol do Porto e outras associações aliadas ganharam votos nas diversas estruturas do futebol e começaram a escolher os lugares mais importantes do dirigismo. O então trissemanário desportivo A Bola começou a falar na necessidade de introduzir mudanças no sistema, coisa que nunca antes tinha achado necessário...
Nesse tempo, o nefasto e nefando Alfredo Farinha começou a sua campanha de ódio ao Norte e, em particular, ao Futebol Clube do Porto, criando uma escola que ainda hoje tem milhares - ou mesmo milhões - de apaniguados. O futebol português começou a ser um poço de problemas. Até hoje.

Claro que o futebol português é um poço de problemas, mas já o era quando eu era miúdo. Só que, nesse tempo, não se falava disso nem havia campanhas contra alvos selecionados. Estava tudo na paz dos anjos. Aliás, ao longo destes últimos trinta anos, tem havido certos períodos, relativamente curtos, em que não há problemas...

Os problemas do futebol português, sendo muitos, podem, contudo, resumir-se a dois:
- falta de nível da generalidade dos seus agentes (nível intelectual, cultural e moral);
- falar-se em demasia de futebol (ao falar-se de futebol, o que mais se ouve é o ruído - e o esterco - produzido por esse ror de agentes sem nível).

São só dois, mas, por vezes, dois é muita coisa.

Comments:
O futebol (jogo em si) não é um problema, mas o que gira à sua volta...tresanda!
 
"Com o 25 de Abril e com as mudanças sociais e económicas daí decorrentes, a maioria dos clubes na Primeira Divisão passou a ser do Norte, a Associação de Futebol do Porto e outras associações aliadas ganharam votos nas diversas estruturas do futebol e começaram a escolher os lugares mais importantes do dirigismo."

Curiosamente, foi por essa mesma altura que o Norte começou a entrar em decadência económica, social e cultural. E a queixar-se muito da hegemonia lisboeta como desculpa para a sua incapacidade.
Não sei se é pura coincidência.
 
Se calhar funcionaria melhor com um novo sistema! Um sistema mais "Simplex"!
 
O principal problema do futebol português - e sejamos audazes (fortuna audaces juvat), do futebol mundial é só um

E um só

Existir !

Proibir a prática de futebol e tudo o que lhe respeite, em forma de Lei Universal, sob pena de morte (com uma bala na nuca, subsidiada pelo Ministério da Cultura) seria a solução, que do ponto de vista humanitário eu abraçaria, mais fervorosamente

Depois tudo o que houvesse tido ligação com futebol era conscienciosamente coincinerado e metido em gigantescos buracos muitaaaaa fuuuuundos (pex: vulcões em actividade...).

Depois, terraplanava-se tudo muito bem terraplanadinho, e cobria-se com parques de estacionamento e espaços verdes (para as criancinhas...)

Em verdade vos digo: às vezes penso que devia de vir o comunismo, ó ó...
 
DADA A RELEVÂNCIA UNIVERSAL DA MENSAGEM, REPITO-A COM CORRIGENDA

Arlindo do Rego said...
O principal problema do futebol português - e sejamos audazes (fortuna audaces juvat), do futebol mundial é só um

E um só

Existir !

Proibir a prática de futebol e tudo o que lhe respeite, em forma de Lei Universal, sob pena de morte (com uma bala na nuca, subsidiada pelo Ministério da Cultura) seria a solução, que do ponto de vista humanitário eu abraçaria, mais fervorosamente

(pum - vá lá - pum pum: já está...)

Depois, tudo o que houvesse tido ligação com futebol era conscienciosamente coincinerado e metido em gigantescos buracos muitaaaaa fuuuuundos (pex: vulcões em actividade...).

(ahhhh, havia de ser melhor que bom....ahhhhh....)

Finalmente, terraplanava-se tudo muito bem terraplanadinho, e cobria-se com parques de estacionamento e espaços verdes (para as criancinhas...)

(ahhh, tudo verdinho, que lindo. E os meninos a correr. E as meninas a saltar. Os passarinhos a passarinhar,, ahhh...)

Em verdade vos digo: às vezes penso que devia de vir o comunismo, ó ó...e por falta de "Estaline" que não claudique, eu cá estou, eu cá estou...
 
Como Miguel Sousa Tavares, acho que são muitos os problemas do futebol português, pobre e corrupto, sem chama e sem glória. Todos os clubes sofrem com estes males, à excepção de um, cujos problemas são apenas os conjunturais e normais no futebol europeu: o FC Porto!
 
Fala-se de futebol e tudo vira facciosismo.
Estou com RPS e reduzo os dois problemas graves a um só, que já é imenso e, aparentemente, insolúvel: o primeiro que menciona - falta de nível, a muitos níveis, das altas esferas dirigentes, a nível geral, nem diria só a nível nacional.
O negócio é muito chorudo e não conhece fronteiras.
 
Suponho que esta seja a tua resposra ao post da SM...
 
O problema do futebol português é o facto de ser português.
[Se me apetecer ainda desenvolverei a ideia em outro local]
 
E ainda hão-de ver o Beira Marzito campeão!Hão-de hão-de! :)))
 
obrigada rps!!!
só agora reparei k tenho ali um link para o meu blog!!!
olha que a nossa amiga é mesmo persuasiva!!!mas vê lá, que sobretudo não quero de forma alguma k venhas a ter problemas...
beijinhos e de novo obrigada.
 
muito bem, não sabia de alguns pontos que referes, aliás não percebo de futebol, de qualquer forma há uma outra questão que não sei bem em qual desses teus dois pontos enquadrar: o futebol é mais uma questão económica do que desportiva, e daqui derivam muitos dos seus problemas.
 
Caro RPS
Por uma vez, estamos de acordo, em tese.O problema é que descendo ao concretozinho, reparamos que os grandes dinossauros do futebol português têm nome e são do Porto: Pinto da Costa e Valentim Loureiro. E qualquer "limpeza" tem de começar ( ou acabar, tanto faz) aí.
PS Alegadamente (como agora se diz) sem perceber de futebol, TR coloca o ponto essencial:a convivência do futebol-desporto com o futebol-negócio. Não creio, no entanto, que os aspectos económicos sejam fatalment maus: enquanto o aspecto desportivo é muitas vezes completamente irracional, sujeito a paixões violentas e a gestos radicais o negócio exige algum comedimento e racionalidade que é um travão a maiores desmandos.
PSII Contentando RPS e AR: jornalistas desportivos: encostá-los à parede e fuzilá-los; com, vá lá, meia dúzia de honrosas excepções !
 
"Os problemas do futebol português, sendo muitos, podem, contudo, resumir-se a dois:
- falta de nível da generalidade dos seus agentes (nível intelectual, cultural e moral);
- falar-se em demasia de futebol (ao falar-se de futebol, o que mais se ouve é o ruído - e o esterco - produzido por esse ror de agentes sem nível).

São só dois, mas, por vezes, dois é muita coisa." - Não preciso acrescentar mais nada.
Beijoquinhas
 
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