28.9.07
Série "OK, já chateia, mas é um grande tema" (RPS)
27.9.07
Da corja da bola (RPS)
O árbitro do Estrela da Amadora-Benfica, de ontem, para a Taça da Liga, veio assumir que marcou erradamente um penalty a favor do Benfica, já quase no final do jogo.
Duarte Gomes, árbitro de Lisboa, pede desculpas ao Estrela... e ao Benfica!
Ao Benfica, porquê?!
Depois da confissão, ouvi rasgados elogios ao árbitro. Dizem que credibiliza a arbitragem. Claro: foi com o Benfica.
Se fosse com o FC Porto, seria, obviamente, um corrupto que ainda tinha a lata de pedir desculpa.
Que corja!
Duarte Gomes, árbitro de Lisboa, pede desculpas ao Estrela... e ao Benfica!
Ao Benfica, porquê?!
Depois da confissão, ouvi rasgados elogios ao árbitro. Dizem que credibiliza a arbitragem. Claro: foi com o Benfica.
Se fosse com o FC Porto, seria, obviamente, um corrupto que ainda tinha a lata de pedir desculpa.
Que corja!
25.9.07
Máxima (RPS)
Máxima que li algures por aí:
- Há três fases na vida de uma pessoa: a infância, a juventude e a "estás com excelente aspecto".
- Há três fases na vida de uma pessoa: a infância, a juventude e a "estás com excelente aspecto".
Depressão laranja (RPS)
Conheço alguns tipos "do meu tempo", tipos do Porto e de Gaia, que, adolescentes, eram já intrinsecamente corruptos e mal formados. Faziam fretes a pequenos "capos" e viciavam eleições para Associações de Estudantes. Eram invariavelmente filiados na JSD.
Este parágrafo consta de um post antigo e lembrei-me há pouco de o ter escrito.
Há pouco, lembrei-me também de um Congresso da JSD, há uns bons anos, marcado pela polémica, graças à denúncia de um caso qualquer de falcatruas eleitorais internas, perpetradas por um grupo de militantes. Lembro-me ainda de, a propósito desse episódio, Vasco Pulido Valente ter escrito, n' "O Independente", que a JSD era a maior escola de crime organizado do país (VPV não percebe de futebol).
Lembrei-me de tudo isto ao ouvir, há pouco, Filipe Meneses lançar gravíssimas acusações de falcatruas e ilegalidades a Marques Mendes e à sua entourage. Acredito que não seja tudo verdadeiro, desde logo por Meneses não tem uma relação pacífica com a verdade. Contudo, não tenho dúvidas que o essencial das acusações corresponderá à realidade porque Filipe Meneses sabe bem do que fala: conhece bem os métodos tradicionais dos aparelhos partidários, onde sempre esteve metido. Desde os tempos da JSD.
Se eu fosse militante do PSD, estaria, por este tempo, profundamente deprimido.
Este parágrafo consta de um post antigo e lembrei-me há pouco de o ter escrito.
Há pouco, lembrei-me também de um Congresso da JSD, há uns bons anos, marcado pela polémica, graças à denúncia de um caso qualquer de falcatruas eleitorais internas, perpetradas por um grupo de militantes. Lembro-me ainda de, a propósito desse episódio, Vasco Pulido Valente ter escrito, n' "O Independente", que a JSD era a maior escola de crime organizado do país (VPV não percebe de futebol).
Lembrei-me de tudo isto ao ouvir, há pouco, Filipe Meneses lançar gravíssimas acusações de falcatruas e ilegalidades a Marques Mendes e à sua entourage. Acredito que não seja tudo verdadeiro, desde logo por Meneses não tem uma relação pacífica com a verdade. Contudo, não tenho dúvidas que o essencial das acusações corresponderá à realidade porque Filipe Meneses sabe bem do que fala: conhece bem os métodos tradicionais dos aparelhos partidários, onde sempre esteve metido. Desde os tempos da JSD.
Se eu fosse militante do PSD, estaria, por este tempo, profundamente deprimido.
24.9.07
É só fazer as contas (RPS)
Já me referi, por aqui, muitas vezes, ao excesso de moralismo que se instalou à volta da temática da disciplina no futebol. A hora é dos radicais da disciplina.
Esse pensamento dominante explica, ainda que só em parte, que um futebolista da selecção sub-20 suspenso por 3 jogos pela UEFA seja suspenso por um ano pela FPF.
A questão aqui é só uma: que razão leva a que a FPF e os seus órgãos dirigentes sejam tão rigorosos e duros para com um acto de indisciplina de um futebolista sub-20 e tão condescendentes para com um acto de indisciplina do seleccionador nacional?
Se houvesse coerência e honestidade entre a escumalha que vai mandando no futebol, facilmente se determinava o que fazer ao seleccionador Scolari. Nem é preciso ser um ás a Matemática:
Se 3 jogos UEFA = 1 ano (12 meses) suspensão FPF
então...
4 jogos UEFA = 16 meses suspensão FPF
Tratando-se de um seleccionador (o condutor dos homens) o caso merece agravamento:
16 meses x 2 = 32 meses
Esse pensamento dominante explica, ainda que só em parte, que um futebolista da selecção sub-20 suspenso por 3 jogos pela UEFA seja suspenso por um ano pela FPF.
A questão aqui é só uma: que razão leva a que a FPF e os seus órgãos dirigentes sejam tão rigorosos e duros para com um acto de indisciplina de um futebolista sub-20 e tão condescendentes para com um acto de indisciplina do seleccionador nacional?
Se houvesse coerência e honestidade entre a escumalha que vai mandando no futebol, facilmente se determinava o que fazer ao seleccionador Scolari. Nem é preciso ser um ás a Matemática:
Se 3 jogos UEFA = 1 ano (12 meses) suspensão FPF
então...
4 jogos UEFA = 16 meses suspensão FPF
Tratando-se de um seleccionador (o condutor dos homens) o caso merece agravamento:
16 meses x 2 = 32 meses
22.9.07
Porto-Lisboa (RPS)
No bar do Alfa Pendular, cruzo com conhecida figura pública.
Minutos depois, comento o facto numa troca de sms com Arlindo do Rego. Responde ele:
"Fulana de Tal"? O teu comboio é um mercadorias?...
Minutos depois, comento o facto numa troca de sms com Arlindo do Rego. Responde ele:
"Fulana de Tal"? O teu comboio é um mercadorias?...
21.9.07
Coluna vertebral (RPS)
Esta noite, sonhei com uma imagem que guardo desde a infância.
No relvado de um qualquer estádio, vejo Vítor Damas, de cabeça ensanguentada, enfrentando uma turba de violentos adeptos do Leixões. Tiveram os colegas de o arrastar, a custo, da confusão.
Vítor Damas nunca aplaudiria um golo contra o Sporting.
No relvado de um qualquer estádio, vejo Vítor Damas, de cabeça ensanguentada, enfrentando uma turba de violentos adeptos do Leixões. Tiveram os colegas de o arrastar, a custo, da confusão.
Vítor Damas nunca aplaudiria um golo contra o Sporting.
19.9.07
Aqueles que por obras valorosas... (RPS)
Não é de hoje. Sempre achei o Panteão Nacional um local muito mal frequentado.
Invertebrados (RPS)
Os acontecimentos desta noite, em Alvalade, são uma vergonha.
Aplaudirem um golo do adversário?! Até eu que não sou sportinguista fiquei incomodado.
Não há um “lagarto” teso, com espinha dorsal, que se rebele?
Aquilo não é fair-play é ausência total de killer-instinct, é falta de coluna vertebral.
Quem se comporta assim não merece ganhar nada.
Vão discutir atrasos de bola ao guarda-redes ao c… que os f…!
Aplaudirem um golo do adversário?! Até eu que não sou sportinguista fiquei incomodado.
Não há um “lagarto” teso, com espinha dorsal, que se rebele?
Aquilo não é fair-play é ausência total de killer-instinct, é falta de coluna vertebral.
Quem se comporta assim não merece ganhar nada.
Vão discutir atrasos de bola ao guarda-redes ao c… que os f…!
17.9.07
Mais Funes (RPS)
Não surpreenderá, mas é uma novidade.
Há mais Funes na blogosfera.
Para além do espaço clássico (quase a completar 3 anos), têmo-lo também aqui.
Há mais Funes na blogosfera.
Para além do espaço clássico (quase a completar 3 anos), têmo-lo também aqui.
16.9.07
Só pode piorar (RPS)
Não suporto o hino nacional. Detesto aquela sonoridade bafienta de marcha militar e, quando atento na letra, envergonho-me. Mas tem de haver um hino, entendo isso. Bem fazem os espanhóis que escolheram um hino, horroroso, é certo, mas sem letra. Se tem, nunca a ouvi cantada. Deveríamos fazer o mesmo - só ouvir a música custaria menos.
A generalidade dos portugueses, todavia, adora o hino.
Os portugueses não são especialmente patriotas. São, contudo, patrioteiros. Ou seja, patriotas balofos. O "portuga" médio, no intervalo para café, diz aos colegas de trabalho "quem me dera ser espanhol... se fossemos, vivíamos muito melhor, estavamos cheios de dinheiro" ou queixar-se, junto dos amigos, de que "este país é uma tristeza", sendo que "este país" são sempre os outros.
Ao mesmo tempo, ao primeiro acorde de violino, ao primeiro esguicho sentimental sobre a pátria e a portugalidade, o português médio sente muito orgulho no país.
O português médio sonha ser espanhol e está "farto deste país", mas, sem pensar na contradição, adora o hino nacional. E, claro, adora ver as selecções nacionais perfiladas num relvado ou num pavilhão a cantar o hino.
Mesmo antes de Scolari, os jogadores da selecção de futebol começaram a ouvir o hino alinhados de mãos dadas ou abraçados. O "portuga" médio adorou.
Agora, contudo, entrou em campo a selecção de râguebi. Jovens de boas famílias, bem relacionados nos centros de poder e "opinion-makers", cairam no goto da imprensa e de muita gente. Acresce que, sendo amadores e estando o futebol e os futebolistas, apesar da sua popularidade, algo mal vistos, à selecção de râguebi foi associada uma aura de superioridade moral. E, sendo amadores, o português médio não tem motivo para, lá no fundo, lhes invejar os milhões como acontece com o Cristiano Ronaldo e o Figo.
Foi neste "caldo" que a generalidade das pessoas delirou com o modo como os jogadores da selecção de râguebi ouviram e cantaram o hino nos jogos do Mundial. Eles decidiram urrar a letra do hino abraçados, com espamos sucessivos e um facies de doentes psiquiátricos em crise violenta. A generalidade dos portugueses viu, contudo, naquele entremez, naquele espectáculo animalesco mal encenado um sinal supremo de patriotismo.
E, sendo assim, isto só pode piorar. Como já nos ensinou Eça (na transcrição que deixo abaixo) o verdadeiro "portuga" não admite que alguém ponha em causa o seu patriotismo. Assim, depois do espectáculo dos "lobos", preparemo-nos para ver mais tristes espectáculos do género.
(...) Dâmaso levou as mãos á cabeça. Uma tourada! Então o sr. Afonso da Maia preferia touros a corridas de cavalos? O sr. Afonso da Maia, um inglês!...
- Um simples beirão, sr. Salcede, um simples beirão, e que faz gosto n'isso (...) Mas sabe o sr. Salcede qual é a vantagem da toirada? É ser uma grande escola de força, de coragem e de destreza... Em Portugal não ha instituição que tenha uma importancia igual à tourada de curiosos. (...)
O marquês entusiasmado bateu as palmas. Aquilo é que era falar! Aquilo é que era dar a filosofia do toiro! Está claro que a tourada era uma grande educação física! E havia imbecis que falavam em acabar com os touros! Oh, estupidos, acabais então com a coragem portuguesa!...
(...)
Craft, do canto do sofá, onde Carlos se fora sentar e lhe falava baixo, respondeu, convencido:
- O que, o touro? Está claro! o touro devia ser n'este pais como o ensino é lá fora: gratuito e obrigatorio.
Dâmaso no entanto jurava a Afonso compenetradamente que gostava tambem muito de touros. Ah, lá n'essas cousas de patriotismo ninguem lhe levava a palma...
A generalidade dos portugueses, todavia, adora o hino.
Os portugueses não são especialmente patriotas. São, contudo, patrioteiros. Ou seja, patriotas balofos. O "portuga" médio, no intervalo para café, diz aos colegas de trabalho "quem me dera ser espanhol... se fossemos, vivíamos muito melhor, estavamos cheios de dinheiro" ou queixar-se, junto dos amigos, de que "este país é uma tristeza", sendo que "este país" são sempre os outros.
Ao mesmo tempo, ao primeiro acorde de violino, ao primeiro esguicho sentimental sobre a pátria e a portugalidade, o português médio sente muito orgulho no país.
O português médio sonha ser espanhol e está "farto deste país", mas, sem pensar na contradição, adora o hino nacional. E, claro, adora ver as selecções nacionais perfiladas num relvado ou num pavilhão a cantar o hino.
Mesmo antes de Scolari, os jogadores da selecção de futebol começaram a ouvir o hino alinhados de mãos dadas ou abraçados. O "portuga" médio adorou.
Agora, contudo, entrou em campo a selecção de râguebi. Jovens de boas famílias, bem relacionados nos centros de poder e "opinion-makers", cairam no goto da imprensa e de muita gente. Acresce que, sendo amadores e estando o futebol e os futebolistas, apesar da sua popularidade, algo mal vistos, à selecção de râguebi foi associada uma aura de superioridade moral. E, sendo amadores, o português médio não tem motivo para, lá no fundo, lhes invejar os milhões como acontece com o Cristiano Ronaldo e o Figo.
Foi neste "caldo" que a generalidade das pessoas delirou com o modo como os jogadores da selecção de râguebi ouviram e cantaram o hino nos jogos do Mundial. Eles decidiram urrar a letra do hino abraçados, com espamos sucessivos e um facies de doentes psiquiátricos em crise violenta. A generalidade dos portugueses viu, contudo, naquele entremez, naquele espectáculo animalesco mal encenado um sinal supremo de patriotismo.
E, sendo assim, isto só pode piorar. Como já nos ensinou Eça (na transcrição que deixo abaixo) o verdadeiro "portuga" não admite que alguém ponha em causa o seu patriotismo. Assim, depois do espectáculo dos "lobos", preparemo-nos para ver mais tristes espectáculos do género.
(...) Dâmaso levou as mãos á cabeça. Uma tourada! Então o sr. Afonso da Maia preferia touros a corridas de cavalos? O sr. Afonso da Maia, um inglês!...
- Um simples beirão, sr. Salcede, um simples beirão, e que faz gosto n'isso (...) Mas sabe o sr. Salcede qual é a vantagem da toirada? É ser uma grande escola de força, de coragem e de destreza... Em Portugal não ha instituição que tenha uma importancia igual à tourada de curiosos. (...)
O marquês entusiasmado bateu as palmas. Aquilo é que era falar! Aquilo é que era dar a filosofia do toiro! Está claro que a tourada era uma grande educação física! E havia imbecis que falavam em acabar com os touros! Oh, estupidos, acabais então com a coragem portuguesa!...
(...)
Craft, do canto do sofá, onde Carlos se fora sentar e lhe falava baixo, respondeu, convencido:
- O que, o touro? Está claro! o touro devia ser n'este pais como o ensino é lá fora: gratuito e obrigatorio.
Dâmaso no entanto jurava a Afonso compenetradamente que gostava tambem muito de touros. Ah, lá n'essas cousas de patriotismo ninguem lhe levava a palma...
15.9.07
E mai'nada! (RPS)
13.9.07
Rir (RPS)
Sou insuspeito de simpatia pelo sr. Scolari. Os que comigo privam sabem que a contratação do brasileiro até me pareceu adequada, mas que comecei a defender o seu afastamento do cargo desde (pelo menos) o Verão de 2003.
Sinto-me, assim, à vontade para dizer que, como previ desde logo, se está a dar ao «Caso Scolari» mais importância do que ele merece.
De há uns anos para cá que se instalou, em redor do futebol, um discurso pateta, em nome do fair-play, que depressa resvala para o moralismo. Num mesmo registo se condena a violência organizada das claques e um acto pontual de indisciplina de quem está no calor do jogo.
Sou condescenente quando os protagonistas desses actos são futebolistas, mas acho que a um treinador se exige mais. Entendo que Scolari deve ser castigado, mas recuso-me entrar no coro que ouço por aí.
Esse coro fez-se ouvir bem, esta manhã, no "Fórum" da TSF. Diverti-me bastante. Era ouvinte atrás de ouvinte a malhar e a pedir a cabeça do homem. Deu-me vontade de rir porque aposto que todos eles foram comprar bandeiras para por na janela da «marquise» (adoro este termo), assim que o sr. Scolari os mandou.
Mas a melhor que ouvi foi a um tipo que ligou em defesa do sr. Scolari. Perguntou ele:
- Só se fala do que fez o Scolari... E o que fizeram os sérvios? Porque é que ninguém fala disso?
E rematou o estimado ouvinte:
- Ninguém sabe como é que os sérvios são? Ninguém sabe o que aquela gente está a fazer há anos nos Balcãs?
post-scriptum I: também acho bastante piada a quem continua a usar a expressão "alegada agressão".
post-scriptum II: obrigado, sr. Scolari porque hoje ainda não ouvi falar dos McCann.
Sinto-me, assim, à vontade para dizer que, como previ desde logo, se está a dar ao «Caso Scolari» mais importância do que ele merece.
De há uns anos para cá que se instalou, em redor do futebol, um discurso pateta, em nome do fair-play, que depressa resvala para o moralismo. Num mesmo registo se condena a violência organizada das claques e um acto pontual de indisciplina de quem está no calor do jogo.
Sou condescenente quando os protagonistas desses actos são futebolistas, mas acho que a um treinador se exige mais. Entendo que Scolari deve ser castigado, mas recuso-me entrar no coro que ouço por aí.
Esse coro fez-se ouvir bem, esta manhã, no "Fórum" da TSF. Diverti-me bastante. Era ouvinte atrás de ouvinte a malhar e a pedir a cabeça do homem. Deu-me vontade de rir porque aposto que todos eles foram comprar bandeiras para por na janela da «marquise» (adoro este termo), assim que o sr. Scolari os mandou.
Mas a melhor que ouvi foi a um tipo que ligou em defesa do sr. Scolari. Perguntou ele:
- Só se fala do que fez o Scolari... E o que fizeram os sérvios? Porque é que ninguém fala disso?
E rematou o estimado ouvinte:
- Ninguém sabe como é que os sérvios são? Ninguém sabe o que aquela gente está a fazer há anos nos Balcãs?
post-scriptum I: também acho bastante piada a quem continua a usar a expressão "alegada agressão".
post-scriptum II: obrigado, sr. Scolari porque hoje ainda não ouvi falar dos McCann.
Em viagem
O amigo RPS decidiu alargar de forma unilateral a pegada etária que nos separa - daqui a dois meses eu apanho-te, rapaz.
Um dos nossos passatempos preferidos, extra-FF, é trocar memórias. Cromos sociais, políticos, desportivos, históricos. Às vezes, viajo com a bagagem dele. Outras vezes, penso, dou-lhe boleia pela minha - mais recente - memória. É muito natural que ele tenha a caderneta mais cheia. Mas, por estes dias em que ando nos Estados Unidos, lembro-me da aversão dele a viagens fora do que ele chama de "mundo civilizado". Eu gosto de correr mundo, todo o que conseguir. É para a troca com ele...
Pois, aqui estou eu, de novo na pátria do suposto primeiro mundo. E, no entanto, passei todas as tardes da ultima semana a ouvir elogios de catedráticos à beleza de Lisboa e do Porto.
Esta noite, neste quarto solitário de Boston, apetece-me esquecer o lado feio, sujo e perigoso destas nossas e minhas cidades do coração.
Apetece-me a felicidade de ser português.
E agora volto ao silêncio do meu quarto americano.
Até já.
Um dos nossos passatempos preferidos, extra-FF, é trocar memórias. Cromos sociais, políticos, desportivos, históricos. Às vezes, viajo com a bagagem dele. Outras vezes, penso, dou-lhe boleia pela minha - mais recente - memória. É muito natural que ele tenha a caderneta mais cheia. Mas, por estes dias em que ando nos Estados Unidos, lembro-me da aversão dele a viagens fora do que ele chama de "mundo civilizado". Eu gosto de correr mundo, todo o que conseguir. É para a troca com ele...
Pois, aqui estou eu, de novo na pátria do suposto primeiro mundo. E, no entanto, passei todas as tardes da ultima semana a ouvir elogios de catedráticos à beleza de Lisboa e do Porto.
Esta noite, neste quarto solitário de Boston, apetece-me esquecer o lado feio, sujo e perigoso destas nossas e minhas cidades do coração.
Apetece-me a felicidade de ser português.
E agora volto ao silêncio do meu quarto americano.
Até já.
12.9.07
Cenas da vida real (RPS)
O processo tinha sido difícil. Não havia filhos nem outros factores que pudessem complicar, mas as partes tinham-se guerreado por longo tempo. Numa atmosfera algo pesada, o caso chegava, contudo, ao fim.
Já perto do final da conferência, o meu amigo, no cumprimento do seu dever profissional, avisa-a:
- A senhora vai ter que retirar do seu nome o apelido do seu marido… O nome de casada…
O meu amigo nota o ar de surpresa dela e o risinho trocista dele e encontra, então, naquela tarefa chata e burocrática, espaço para se divertir um pouco. O divertimento passa por ter sucessivas intervenções que vão provocando, alternadamente, mudanças de disposição nos dois.
- Mas eu não sabia!... – diz ela.
- Eu sabia… - diz ele com ar de grande satisfação.
- Pois, mas é o que diz a lei… – sentencia o meu amigo, questionando-a, a seguir, sobre as razões dela em querer manter o nome do ex que, declaradamente, considera um estafermo.
- É por razões da minha actividade profissional. Convém-me manter o nome que uso há anos. Mas, se não pode ser…
Ela parece conformada e ele quase estoura de gozo, O meu amigo diz, então:
- Bom… A lei abre uma possibilidade…
Reacende-se a esperança nela, enquanto ele contrai a face…
- Mas como?... – pergunta ela…
- O seu marido pode dar consentimento nesse sentido, se a senhora o solicitar…
A cara dela fecha-se automaticamente. Ela não vai humilhar-se a esse ponto. Ele parece atordoado. O meu amigo intercede a favor dela e, de modo imperativo, dispara para ele:
- O senhor consente?
Ela fica em suspenso e ele balbucila:
- Bom… Eu não vinha preparado para uma pergunta dessas... Julgava que era mesmo obrigatório prescindir do nome…
- Mas tem que decidir – diz o meu amigo.
O homem recompõe-se e diz não ter condições para, naquele momento, dar uma resposta. Readquire um ligeiro ar de gozo, imaginando a possibilidade de ela lhe pedinchar o apelido. A ex-cônjuge, por sua vez, não esconde a desolação.
Com o ar mais pesaroso que consegue encenar, o meu amigo volta-se para ela:
- Bom… Poderão conversar mais tarde sobre o assunto e, chegando a acordo, podem solicitar aqui a realização de nova conferência… Se não houver acordo, eu nada mais poderei fazer…
- Pois, eu entendo… - murmura ela, em desabafo, meio distraída. E arruma a questão:
- Não interessa. Se não posso, não posso.
O caso parece encerrado, mas o meu amigo ainda atira:
- Não será bem assim… Julgo que poderá, ainda, abrir-se uma outra possibilidade...
Ela volta a sorrir, ele volta a ficar carrancudo.
- Sim?! Qual?!... – pergunta ela.
- Pode fazer um requerimento, mas ao tribunal, não ao Registo Civil. Poderá invocar razões ponderosas, como julgo poderem ser as suas, e o requerimento será, então, submetido à apreciação de um juiz.
Ela sai com alguma esperança evidente no rosto. Ele sai sisudo, temendo que o caso do apelido vá para tribunal.
NOTA: se o meu amigo fizesse um blogue ou aceitasse os convites que lhe fazem, esta e outras belas histórias seriam muito mais bem contadas.
Já perto do final da conferência, o meu amigo, no cumprimento do seu dever profissional, avisa-a:
- A senhora vai ter que retirar do seu nome o apelido do seu marido… O nome de casada…
O meu amigo nota o ar de surpresa dela e o risinho trocista dele e encontra, então, naquela tarefa chata e burocrática, espaço para se divertir um pouco. O divertimento passa por ter sucessivas intervenções que vão provocando, alternadamente, mudanças de disposição nos dois.
- Mas eu não sabia!... – diz ela.
- Eu sabia… - diz ele com ar de grande satisfação.
- Pois, mas é o que diz a lei… – sentencia o meu amigo, questionando-a, a seguir, sobre as razões dela em querer manter o nome do ex que, declaradamente, considera um estafermo.
- É por razões da minha actividade profissional. Convém-me manter o nome que uso há anos. Mas, se não pode ser…
Ela parece conformada e ele quase estoura de gozo, O meu amigo diz, então:
- Bom… A lei abre uma possibilidade…
Reacende-se a esperança nela, enquanto ele contrai a face…
- Mas como?... – pergunta ela…
- O seu marido pode dar consentimento nesse sentido, se a senhora o solicitar…
A cara dela fecha-se automaticamente. Ela não vai humilhar-se a esse ponto. Ele parece atordoado. O meu amigo intercede a favor dela e, de modo imperativo, dispara para ele:
- O senhor consente?
Ela fica em suspenso e ele balbucila:
- Bom… Eu não vinha preparado para uma pergunta dessas... Julgava que era mesmo obrigatório prescindir do nome…
- Mas tem que decidir – diz o meu amigo.
O homem recompõe-se e diz não ter condições para, naquele momento, dar uma resposta. Readquire um ligeiro ar de gozo, imaginando a possibilidade de ela lhe pedinchar o apelido. A ex-cônjuge, por sua vez, não esconde a desolação.
Com o ar mais pesaroso que consegue encenar, o meu amigo volta-se para ela:
- Bom… Poderão conversar mais tarde sobre o assunto e, chegando a acordo, podem solicitar aqui a realização de nova conferência… Se não houver acordo, eu nada mais poderei fazer…
- Pois, eu entendo… - murmura ela, em desabafo, meio distraída. E arruma a questão:
- Não interessa. Se não posso, não posso.
O caso parece encerrado, mas o meu amigo ainda atira:
- Não será bem assim… Julgo que poderá, ainda, abrir-se uma outra possibilidade...
Ela volta a sorrir, ele volta a ficar carrancudo.
- Sim?! Qual?!... – pergunta ela.
- Pode fazer um requerimento, mas ao tribunal, não ao Registo Civil. Poderá invocar razões ponderosas, como julgo poderem ser as suas, e o requerimento será, então, submetido à apreciação de um juiz.
Ela sai com alguma esperança evidente no rosto. Ele sai sisudo, temendo que o caso do apelido vá para tribunal.
NOTA: se o meu amigo fizesse um blogue ou aceitasse os convites que lhe fazem, esta e outras belas histórias seriam muito mais bem contadas.
11.9.07
Cair em graça (RPS)
Por acaso, gosto muito mais de rugby do que de basket. Mas é notório que a selecção de rugby caiu muito mais no goto da imprensa do que a selecção de basket. Mais vale cair em graça...
8.9.07
Eles andem aí... (RPS)
Electrelane (RPS)
5.9.07
Traição (RPS)
É assim (RPS)
Chegou-me às mãos, por acaso, o livro de Zita Seabra "Foi Assim". Li-o em quatro dias e reforcei algo que sinto há muito: respeito um comunista, mas tenho grande dificuldade em respeitar um ex-comunista. E a dra. Zita Seabra, em particular, não merece respeito. É assim.
3.9.07
Movies, again (RPS)
Andam por aí, na blogosfera, listas de "filmes da minha vida" ou "preferidos" ou "marcantes". Isso levou-me a fazer, há uns dias, uma listagem, ainda que sem me impor um limite quanto ao número de filmes.
Ocorreu-me, entretanto, fazer uma lista contrária. Uma lista dos "piores filmes" que já vi. É impossível. Vê-se tanta merda, desde logo na televisão...
Mas consigo fazer uma lista deste tipo. Trata-se de uma lista de "Três filmes que tiveram grande sucesso e que eu achei verdadeiras bostas". Eis:
- África Minha
- A Vida é Bela
- As Pontes de Madison County
Ocorreu-me, entretanto, fazer uma lista contrária. Uma lista dos "piores filmes" que já vi. É impossível. Vê-se tanta merda, desde logo na televisão...
Mas consigo fazer uma lista deste tipo. Trata-se de uma lista de "Três filmes que tiveram grande sucesso e que eu achei verdadeiras bostas". Eis:
- África Minha
- A Vida é Bela
- As Pontes de Madison County
Capoeira Indoor
Tomaz Morais conta que na Russia ofereceram prostitutas à selecção nacional de raguebi. Os rapazes têm muitas famas de noite, mas não quiseram o proveito por amor à bandeira. By the way: ganharam o jogo no dia seguinte.
A história vem a propósito de Cristiano Ronaldo. Consta que esbanjou umas libras para conhecer a anatomia de uma brasileira. Ela confessa agora: levá-lo-ia ao golo de borla. O extraordinário desta noticia por desmentir não é a eventual zanga do Manchester: ele que ganhe os jogos e não faça flexões na véspera.
Agora, as alegadas proezas de Anderson parecem mostrar que a adaptação ao futebol inglês tem que se lhe diga.
O verbo e a palmada "abundam" na cronica. Terá a célebre "escola do Porto" algo a ver com isto ?
E que dizer dos estranhos relatos da exibição do tímido Nani, especialista agora em "capoeira indoor", notoriamente ambientado ?