30.12.07
Cumprir ordens (RPS)
Li este fim-de-semana uma entrevista ao senhor da ASAE. Ele utiliza como principal argumento para a sua actuação o facto de estar a cumprir ordens. Foi esse o argumento mais ouvido nos julgamentos de Nuremberga.
24.12.07
O melhor da televisão em 2007 (RPS)
16.12.07
Um Natal, por Arlindo do Rêgo (RPS)
Um texto de Arlindo do Rêgo, datado de 1999, quando se encontrava radicado no litoral alentejano.
Todos os anos a mesma merda. Este ano, não. Graças a uma mútua perrice teimosa, nem fomos ao Norte, nem eles vieram ao Sul. Confesso que gostei. Ao menos não me escarafuncham o bestunto com opiniões bacocas, que não pedi. Para "mandar flores" sugiro o correio dos leitores do jornal "Tal e qual", ou da revista "Proteste". Eu já não tenho apartado - nem paciência. Uma noite de consoada com a família nuclear, sem a azáfama de comidas, doces e decorações, esfalfantes, azougadas, ao cronómetro - para afinal findarem num putativo clímax, nulo... Um desassossego tão absurdo quanto inútil. Não se fez árvore de Natal, que não tem tradição e é feérica como romaria parola - só dois pequenos presépios e um S. Nicolau lapão, para ornar o mundo onírico do rapaz. Presentes: como só a criança os aprecia - teve-os. Jogos, livros, bonecos. Em quantidade. Para esfutricar. Ente adultos suprimiu-se essa prostituição rasca de sentimentos, que alguns - apoucados - macaqueiam, com abomináveis pares de peúgas, jogos de lenços e cachecóis de malha tricotados ao serão. Depois atirei-me para Lisboa, dia 29 - ainda soltando miasmas de um encatarroamento, que me não tem largado. Ferrei-me no Excelsior, da Rua Rodrigues Sampaio: muito conveniente em preço, local e comodidade. Ali ao Marquês, ao Metro, aos táxis: um pincho; à Baixa, dois pinchos. Aliviadamente, por três dias calcorreei a cidade exausta pela furiosa turbamulta do consumo. Paz sorna e rescaldo de festa, por todo o lado. Alguns transeuntes arejavam, molemente, as roupas novas "franchisadas" pelo Menino Jesus do subsídio de Natal. A Baixa, dos Restauradores ao Terreiro do Paço, outrora honesta e limpa, é hoje uma vasta Babel, confusa, suja e replecta de malfeitores e afins. O Chiado, uma desilusão embrulhada nos ouropeis solertes da comunicação social. Os centros comerciais, letárgicos, muito safados de "stocks", prometiam já saldos. Farejei promoções. Desportivamente. Desinteressado. E não apetecendo nada, passeei o meu tédio.
texto retirado daqui ao principal depositário do espólio de Arlindo do Rêgo
Todos os anos a mesma merda. Este ano, não. Graças a uma mútua perrice teimosa, nem fomos ao Norte, nem eles vieram ao Sul. Confesso que gostei. Ao menos não me escarafuncham o bestunto com opiniões bacocas, que não pedi. Para "mandar flores" sugiro o correio dos leitores do jornal "Tal e qual", ou da revista "Proteste". Eu já não tenho apartado - nem paciência. Uma noite de consoada com a família nuclear, sem a azáfama de comidas, doces e decorações, esfalfantes, azougadas, ao cronómetro - para afinal findarem num putativo clímax, nulo... Um desassossego tão absurdo quanto inútil. Não se fez árvore de Natal, que não tem tradição e é feérica como romaria parola - só dois pequenos presépios e um S. Nicolau lapão, para ornar o mundo onírico do rapaz. Presentes: como só a criança os aprecia - teve-os. Jogos, livros, bonecos. Em quantidade. Para esfutricar. Ente adultos suprimiu-se essa prostituição rasca de sentimentos, que alguns - apoucados - macaqueiam, com abomináveis pares de peúgas, jogos de lenços e cachecóis de malha tricotados ao serão. Depois atirei-me para Lisboa, dia 29 - ainda soltando miasmas de um encatarroamento, que me não tem largado. Ferrei-me no Excelsior, da Rua Rodrigues Sampaio: muito conveniente em preço, local e comodidade. Ali ao Marquês, ao Metro, aos táxis: um pincho; à Baixa, dois pinchos. Aliviadamente, por três dias calcorreei a cidade exausta pela furiosa turbamulta do consumo. Paz sorna e rescaldo de festa, por todo o lado. Alguns transeuntes arejavam, molemente, as roupas novas "franchisadas" pelo Menino Jesus do subsídio de Natal. A Baixa, dos Restauradores ao Terreiro do Paço, outrora honesta e limpa, é hoje uma vasta Babel, confusa, suja e replecta de malfeitores e afins. O Chiado, uma desilusão embrulhada nos ouropeis solertes da comunicação social. Os centros comerciais, letárgicos, muito safados de "stocks", prometiam já saldos. Farejei promoções. Desportivamente. Desinteressado. E não apetecendo nada, passeei o meu tédio.
texto retirado daqui ao principal depositário do espólio de Arlindo do Rêgo
13.12.07
Lemas (RPS)
Entre loas e banalidades, tipo "cimeira histórica" (muito usamos o termo "histórico") e "22 anos depois, no cenário majestoso dos Jerónimos...", ouve-se, de passagem, algo com sumo. Di-lo António Martins da Cruz:
A política externa portuguesa, nestes 900 anos, tem sido: ter cuidado e seguir, com cuidado, os mais fortes.
Também pode servir de lema de vida a qualquer mortal.
A política externa portuguesa, nestes 900 anos, tem sido: ter cuidado e seguir, com cuidado, os mais fortes.
Também pode servir de lema de vida a qualquer mortal.
11.12.07
Quando a cabeça não tem juízo... ou não o sabem encontrar (RPS)
"Para Carlos Martins, ser o melhor da rua dele era-lhe suficiente. Para mim, não chegava sequer que ele fosse o melhor de Lisboa - ele podia ser o melhor do mundo".
Não posso estar mais de acordo com Joel Neto, que escreve, hoje, um grande texto na pág.54 do JN.
Não posso estar mais de acordo com Joel Neto, que escreve, hoje, um grande texto na pág.54 do JN.
10.12.07
Eu vou (RPS)
6.12.07
Como nos livrarmos de uma nota falsa sem corrermos riscos ou... estamos sempre a aprender (RPS)
Esta nota é falsa. Se não é, parece. Em todo o caso, dá jeito que seja.
É que pode cair-nos uma nas mãos. Que fazer para a passar?
Ora, dirão, comprar algo com ela e esperar que quem nela pegue não detecte. Pois, mas pode sempre detectar e podemos mesmo passar por falseadores.
Aprendi recentemente a melhor forma de resolver a situação.
Aproveitamos, por exemplo, uma refeição num restaurante. Temos, contudo, de apontar a conta para a casa dos 20 euros - vinte e qualquer coisa. Pedida a conta, colocamos na bandeja duas notas de 20.
Se tudo correr bem, no troco não virão duas notas de cinco, mas uma de dez. Sorrateiramente, trocamos a nota que nos entregaram na bandeja pela nota falsa. Depois, chamamos a atenção do funcionário para a nota falsa com que fez o troco, mostrando-nos profundamente indignados.
Trazemos uma nota verdadeira e despachamos a falsa "na maior", passando o odioso para um terceiro.
Estamos sempre a aprender.
É que pode cair-nos uma nas mãos. Que fazer para a passar?
Ora, dirão, comprar algo com ela e esperar que quem nela pegue não detecte. Pois, mas pode sempre detectar e podemos mesmo passar por falseadores.
Aprendi recentemente a melhor forma de resolver a situação.
Aproveitamos, por exemplo, uma refeição num restaurante. Temos, contudo, de apontar a conta para a casa dos 20 euros - vinte e qualquer coisa. Pedida a conta, colocamos na bandeja duas notas de 20.
Se tudo correr bem, no troco não virão duas notas de cinco, mas uma de dez. Sorrateiramente, trocamos a nota que nos entregaram na bandeja pela nota falsa. Depois, chamamos a atenção do funcionário para a nota falsa com que fez o troco, mostrando-nos profundamente indignados.
Trazemos uma nota verdadeira e despachamos a falsa "na maior", passando o odioso para um terceiro.
Estamos sempre a aprender.
4.12.07
RPS, o amigo dos animais (RPS)
Corrupção sonolenta (RPS)
Há uns anos, num debate futebolístico na TVI, Pinto da Costa e João Botelho "pegaram-se", tendo o presidente portista mandado uma piada qualquer sobre dinheiros públicos gastos em mau cinema. O marido de Leonor Pinhão perguntou-lhe, então, com acinte, se havia já visto algum filme de sua autoria. Jorge Nuno respondeu que sim, embora tivesse adormecido.
No meu caso, não é piada. Há uns dias, só não adormeci no mais recente filme de Botelho porque cotovelo amigo não permitiu.
Em todo o caso, percebi bem que Pinto da Costa é um mafioso, Reinaldo Teles um putanheiro bronco e os juízes uns corruptos a mando do presidente do FC Porto.
No meu caso, não é piada. Há uns dias, só não adormeci no mais recente filme de Botelho porque cotovelo amigo não permitiu.
Em todo o caso, percebi bem que Pinto da Costa é um mafioso, Reinaldo Teles um putanheiro bronco e os juízes uns corruptos a mando do presidente do FC Porto.
2.12.07
Eu, Madame Funes e o marido despeitado e vingativo (RPS)
Scolari ainda não foi embora, mas têm surgido outras boas notícias.
Por exemplo, João Loureiro deixou o Boavista, revelando querer dedicar-se mais à sua família. É bom para a família dele, presumo, mas tamém para todos nós, se a decisão implicar, que ele, de facto, desapareça dos média.
Outra boa notícia da semana foi o anúncio do fim dos Madredeus. Por sms e telefonicamente partilhei a minha alegria com Madame Funes. Despeitado, o marido dela anunciou a decisão de comprar toda a discografia do grupo disponível no mercado.
Não moro naquela casa, felizmente.
Por exemplo, João Loureiro deixou o Boavista, revelando querer dedicar-se mais à sua família. É bom para a família dele, presumo, mas tamém para todos nós, se a decisão implicar, que ele, de facto, desapareça dos média.
Outra boa notícia da semana foi o anúncio do fim dos Madredeus. Por sms e telefonicamente partilhei a minha alegria com Madame Funes. Despeitado, o marido dela anunciou a decisão de comprar toda a discografia do grupo disponível no mercado.
Não moro naquela casa, felizmente.