18.7.07
Monteiro, o lúcido (RPS)
Vindo da Juventude Centrista, chegou a líder do CDS, transformando-o em PP. Decerto para limpar a sua imagem de betinho, lembro-me de se ter metido de imediato numa qualquer acção de propaganda num mercado ou numa feira. Dentro do seu blazerzinho e camisa às riscas, Manuel Monteiro distribuiu beijinhos e "bacalhaus" por toda a gente. Uma repórter televisiva perguntou-lhe algo sobre como se sentia ele naquele meio, ao qual era evidentemente estranho. Respondeu:
- Disparate! Eu sou do povo, 'tá a ver?...
Com o seu arzinho apatetado, lá andou uns tempos a fazer o que Portas o mandava fazer. Quando percebeu, era tarde e "foi comido". Alguém disse, então, que a criatura foi morta pelo criador. Foi. E foi um alívio. Aparente, apenas. É que se lhe seguiu Portas. Disse, então, o meu amigo Zekez: o Portas conseguiu o feito de me fazer sentir saudades do Monteiro.
- Disparate! Eu sou do povo, 'tá a ver?...
Com o seu arzinho apatetado, lá andou uns tempos a fazer o que Portas o mandava fazer. Quando percebeu, era tarde e "foi comido". Alguém disse, então, que a criatura foi morta pelo criador. Foi. E foi um alívio. Aparente, apenas. É que se lhe seguiu Portas. Disse, então, o meu amigo Zekez: o Portas conseguiu o feito de me fazer sentir saudades do Monteiro.
Perdendo votos em relação a Monteiro (muito não terão noção disso), mas ganhando visibilidade e influência, Portas apagou Monteiro do mapa. Este fez o seu partido, mas sem sucesso.
Tenho notado, contudo, que Monteiro vai por aí dizendo coisas muitas vezes com sentido. E, no rescaldo das eleições de Lisboa, disse a coisa mais lúcida e acertada que alguma terá dito na vida.
Admitindo sair da presidência do seu partido, Monteiro disse que o PND poderia ter alcançado um outro resultado nas eleições com outro líder que não ele. Explicou: "As pessoas consideram-me um político do passado. Foi isso que eu retive da campanha. Senti que as pessoas querem caras novas". Foi mais longe e, penso eu, acertou em cheio: "O país está cansado de Marcelos Rebelos de Sousa, de Paulos Portas, de Monteiros e de Marques Mendes e nós não temos consciência disso, em vez de andarmos entretidos com as nossas palmas e com as notícias que saem no jornal".
Este Monteiro não é grande espingarda, coitado, mas também não é tão mau quanto parecia.
Comments:
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Caro RPS,
dou-lhe razão nessa questão da lucidez, sem dúvida. Mas paira agora uma grande dúvida no ar. É que fala-se por aí num novo movimento chamado Aliança Democrática Portugal, e pensa-se que Monteiro possa estar nessa linha. Já há na blogosfera alguma coisa nesse sentido. Por isso, deixo as minhas reticências em relação a Monteiro (em relação ao seu afastamento).
Os meus cumprimentos.
dou-lhe razão nessa questão da lucidez, sem dúvida. Mas paira agora uma grande dúvida no ar. É que fala-se por aí num novo movimento chamado Aliança Democrática Portugal, e pensa-se que Monteiro possa estar nessa linha. Já há na blogosfera alguma coisa nesse sentido. Por isso, deixo as minhas reticências em relação a Monteiro (em relação ao seu afastamento).
Os meus cumprimentos.
Realmente o homem acertou!
Estamos todos fartos destes exemplares de políticos.
Há tanta coisa que se recicla...
*.*
Estamos todos fartos destes exemplares de políticos.
Há tanta coisa que se recicla...
*.*
Esta linha do "coitadinho de mim que maço toda a gente" a mim não me engana...
E "o país está cansado de Marcelo e afins" dá-me vontade de rir. Eu rio-me sempre quando alguém fala em nome do povo como se fossemos uma massa compacta e amorfa.
E "o país está cansado de Marcelo e afins" dá-me vontade de rir. Eu rio-me sempre quando alguém fala em nome do povo como se fossemos uma massa compacta e amorfa.
Discordo. estou mais com a Marta R.
Monteiro é um bacoco.
O problema não está nos Marcelos, nos Monteiros, nos Mendes. Todos eles, isoladamente são capzes de ser excelentes pessoas.
O problema está no regime.
A longo prazo, em qualquer sistema político, a única autoridade legítima é a autoridade moral que, pode, porventura (embora isso não seja indispensável) ver-se sufragada pelo voto popular.
O problema do actual regime português é que se funda na autoridade e legitimidade pelo voto. E, tal como o sistema está armado, a conquista da legitimidade pelo voto implica, fatal, definitiva e necessariamente, a alienação da legitimidade moral.
Não há saída dentro do regime.
Não é um problema de nomes.
Monteiro é um bacoco.
O problema não está nos Marcelos, nos Monteiros, nos Mendes. Todos eles, isoladamente são capzes de ser excelentes pessoas.
O problema está no regime.
A longo prazo, em qualquer sistema político, a única autoridade legítima é a autoridade moral que, pode, porventura (embora isso não seja indispensável) ver-se sufragada pelo voto popular.
O problema do actual regime português é que se funda na autoridade e legitimidade pelo voto. E, tal como o sistema está armado, a conquista da legitimidade pelo voto implica, fatal, definitiva e necessariamente, a alienação da legitimidade moral.
Não há saída dentro do regime.
Não é um problema de nomes.
A saída está fora deste regime esquizofrénico e... fora com este regime! Estamos a caminhar para um beco sem saída. sinto muita raiva e incomodadda em relação a tudo que se está a passar e não é preciso perceber muito de política para compreender que algo não está a correr nada bem.
O "pão nosso" que se multiplica de dia para dia: hipocrisia, mentiras, acusações, ditos e não ditos, inspecções... Eis a nossa fartura!!!
O sr.Funes é realmente um génio. Eu voto em si : ))
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O "pão nosso" que se multiplica de dia para dia: hipocrisia, mentiras, acusações, ditos e não ditos, inspecções... Eis a nossa fartura!!!
O sr.Funes é realmente um génio. Eu voto em si : ))
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