2.4.07

 

Um nada muito verdadeiro *

Torres Novas é para mim uma cidade especial. Vivi lá uns dez anos. Muita gente dá-me como torrejano - foi isso que me chamou por exemplo um jornal da terra quando ganhei um grande prémio nacional de reportagem. Não sou. Lamento mas não sou mais que um lisboeta de coração muito disperso na geografia.

Mas agora, com a realização do Conselho Nacional do CDS numa fatia do ringue/rinque do chamado Pavilhão dos Desportos local, lembrei-me de um dos momentos profissionais mais aflitivos que enfrentei. Numas eleições autárquicas cujo ano não recordo, decidi fazer uma série de entrevistas a dirigentes partidários sobre cultura, educação e juventude. O CDS designou uma rapariga para o programa, com o cabeça-de-lista na regie a controlar.

A verdade é que ao fim de 15 minutos a rapariga bloqueou. Zipps. Vupts. Nada. A senhora não discorria sobre nada. Era eu a fazer perguntas e o silêncio do outro lado. Como não tinha muita publicidade e nem sequer um disco levei, imaginem o que eu sofri para acabar o programa e sobretudo para não rebolar no chão. Até há poucos dias, não tinha ouvido de algum colega uma experiência semelhante. Mas conforta-me saber agora que na CNN já aconteceu qualquer coisa de parecido. Ora, cliquem lá...


* com um abraço para o RC que um dia esbarrou numa pequena mas inesquecível "grande vaga"...

Comments:
Pode acontecer a qualquer entrevistada, fascinada com o charme de JPF.
 
Uma vaga... um grande vazio... um nada... Há respostas assim e às vezes dizem tudo.

Abraços do Alto da Penha.
 
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