23.3.07
Engenhocas
Não tenho todos os dados para ajuizar o que rodeou a publicação de uma investigação sobre o dossier de licenciatura de José Sócrates, aparentemente concluída quase dez anos antes de este ser eleito primeiro-ministro. Mas tenho a certeza que esta decisão do Público merece ser debatida de forma saudável e aberta.
Com a ressalva anterior, tenho algumas dúvidas sobre as razões técnicas que levaram à sua publicação. A Direcção do Público fala inicialmente em blogues e sobretudo em boatos que o jornal diz não dar à estampa, mas que explica na sua nota editorial. Embora reconheça múltiplos méritos no trabalho, não percebi ainda duas ou três coisas:
- se o Público não considera que o currículo académico é importante para avaliar a competência de alguém, por que quis validar com uma investigação séria o tal boato ( ou post de blogosfera, não sei bem) desencadeado por quem tem exactamente a opinião contrária ?
- E nesse sentido, porque não lançar o debate de facto sobre a relação entre competência e currículo académico ?
- Quando um boato se espalha e chega à blogosfera, deve ser sempre investigado jornalisticamente? Vamos imaginar que o boato se relacionava com considerações de ordem íntima. Será que aí também se aplica a frase da nota editorial que sustenta que não se devem ignorar que os boatos existem “ e que a melhor forma de acabar com eles é confirmá-los ou infirmá-los” ?
Estas dúvidas sustentam-se sobretudo na sensação de que, se há falhas na licenciatura do homem, não percebi bem de que tipo são.
Há folhas que uma secretária não carimbou ? Há pautas forjadas ? Foi beneficiado nas equivalências ? Sócrates foi dispensado de cadeiras ? Pediu para não as fazer ou pagou para isso ? Recompensou a Independente no exercício das suas funções governativas ? Ganhou eleições por isso ?
Pode ser que alguém esclareça isto…
Com a ressalva anterior, tenho algumas dúvidas sobre as razões técnicas que levaram à sua publicação. A Direcção do Público fala inicialmente em blogues e sobretudo em boatos que o jornal diz não dar à estampa, mas que explica na sua nota editorial. Embora reconheça múltiplos méritos no trabalho, não percebi ainda duas ou três coisas:
- se o Público não considera que o currículo académico é importante para avaliar a competência de alguém, por que quis validar com uma investigação séria o tal boato ( ou post de blogosfera, não sei bem) desencadeado por quem tem exactamente a opinião contrária ?
- E nesse sentido, porque não lançar o debate de facto sobre a relação entre competência e currículo académico ?
- Quando um boato se espalha e chega à blogosfera, deve ser sempre investigado jornalisticamente? Vamos imaginar que o boato se relacionava com considerações de ordem íntima. Será que aí também se aplica a frase da nota editorial que sustenta que não se devem ignorar que os boatos existem “ e que a melhor forma de acabar com eles é confirmá-los ou infirmá-los” ?
Estas dúvidas sustentam-se sobretudo na sensação de que, se há falhas na licenciatura do homem, não percebi bem de que tipo são.
Há folhas que uma secretária não carimbou ? Há pautas forjadas ? Foi beneficiado nas equivalências ? Sócrates foi dispensado de cadeiras ? Pediu para não as fazer ou pagou para isso ? Recompensou a Independente no exercício das suas funções governativas ? Ganhou eleições por isso ?
Pode ser que alguém esclareça isto…
Comments:
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Respondo só à primeira pergunta:
- se o Público não considera que o currículo académico é importante para avaliar a competência de alguém, por que quis validar com uma investigação séria o tal boato ( ou post de blogosfera, não sei bem) desencadeado por quem tem exactamente a opinião contrária ?
Porque o que está em causa não é a competência ou incompetência do primeiro-ministro. É saber se José Sócrates é ou não mentiroso.
É que um mentiroso está desqualificado para a política. Seja qual for a sua competência.
- se o Público não considera que o currículo académico é importante para avaliar a competência de alguém, por que quis validar com uma investigação séria o tal boato ( ou post de blogosfera, não sei bem) desencadeado por quem tem exactamente a opinião contrária ?
Porque o que está em causa não é a competência ou incompetência do primeiro-ministro. É saber se José Sócrates é ou não mentiroso.
É que um mentiroso está desqualificado para a política. Seja qual for a sua competência.
De acordo, caro Funes. O problema é que a investigação não parece provar de forma clara uma mentira. Poderia haver uma série de crimes - tráfico de influências, corrupção, etc. Mas certo é que não vejo bem quem é que mentiu. O reitor, que lançou a nota acima do regente da cadeira ? Talvez a própria universidade e os seus cursos sejam de facto uma mentira. Há umas pontas, parece-me claro, mas depois nada...
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