4.1.07

 

Jornalismo de boleia











Acontece. A todos nós, infelizmente.

A manchete do Expresso era uma história que descobri uns dias antes do Natal na Net, com base numa suposta revelação da televisão do Hezbollah, que é mundialmente conhecida pela sua imparcialidade e rigor.
A Al-Manar tinha feito uma noticia segundo a qual um avião português teria feito uma rota proibida (Telavive-Beirute) no dia em que mataram o ministro Gemayel.
Montada a teoria da conspiração em circuitos de imprensa, caíram inevitavelmente na rede uns debates deste nível.

Mas soubemos entretanto que o avião do Ministro dos Negócios Estrangeiros levava dois jornalistas da Lusa e outros dois da RTP. O curioso é que até são dos órgãos de comunicação social com mais verba para viagens em serviço, no que isso pode significar também de independência editorial (vidé reportagens sobre a adesão da Roménia e Bulgária) .

Mas o que esta história nos revela de realmente perturbador são dois graus, sim,de dependência.

Dependência do Governo face à propaganda, num género "levamos os que achamos que são nossos..." porque não há espaço para levar uma pool.Mas também - e sobretudo - a dependência quase total do nosso jornalismo em relação a estas boleias oficiais.

Sem elas, as empresas não têm verba para os jornalistas portugueses irem muito além de Badajoz. Durão Barroso ( com o labor mediático dos ultimos 2 meses) já o percebeu. E Guterres ( com a oferta de uma boleia à RTP para ver os refugiados do Chade) também.
E, claro, pode-se sempre entrar na boleia da Net...

Comments:
quem pode pode, quem é convidado é convidado, quem nao é, lixa-se.
 
E há jornalistas que dão o cú para dizerem, depois, ao sogro e ao vizinho que estiveram "no estrangeiro".
 
O jornal Expresso fazer manchete disto é que devia ser notícia para se perceber mais uma vez o nível do jornalismo que por lá se faz!
 
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