8.12.06

 

Genéricos (RPS)

Transcrevo aqui um post da Rosário Andrade que nos deve fazer pensar.

Quando falei com mãe Joaquina, ela estava quase sem fala. Tinha ido aviar a receita para o medicamento do colesterol e tinha deixado na Farmácia mais de 80 euros (duas caixas, preço ao utente depois do desconto para pensionistas!!!!) ! Eu até estou pasmada!- dizia-Oitenta euros, tu ja viste bem? para o colesterol!
Indignei-me eu também. A estatina em questão existe como genérico e não há razão nenhuma, a não ser secretos e escuros interesses, para alguém dar essa dinheirama toda. Aqui o generico desse medicamento (e mesma dose) custa £3.60! Não sei o preço em Portugal mas não deve andar muito longe disso... um pouco mais elevado, talvez! Creio que da próxima vez que for a Portugal terei de ter uma conversa clinica e civilizada com o médico de familia.
Por outro lado, leio nos dados oficiais do Department of Health que a prescrição de genéricos na época 2005-2006 em Inglaterra foi de 81%! Enquanto no nosso triste pais se insiste na (conveniente) dúvida sobre os genéricos, aqui pensa-se em estratégias para aumentar ainda mais a percentagem de prescrição dos mesmos.
Note-se que a prescrição de genéricos não pode atingir os 100%, uma vez que há medicamentos que possuem diferentes bioabilidades, isto é, há um pequeno número de medicamentos (teofilina, nifedipina, diltiazem, etc) cujas diferentes marcas têm diferentes caracteristicas e mudar entre eles provoca diferentes niveis do principio activo no sangue. Há ainda outros medicamentos, tais como os usados para as doenças inflamatórias do intestino que possuem caracteristicas especificas e os comprimidos desagregam-se em partes determinadas do intestino. Excepto essas situaçoes, não há razão nenhuma para deixar de prescrever um genérico quando disponivel.
O SNS é um monstro com muitas cabeças mas completamente acéfalo... e ninguém consegue colocar-lhe uma coleira para dominar o bicho... e porque há uma (mais uma vez conveniente) falta de informação, os utentes não reclamam os seus direitos e não usam a melhor arma que se pode ter: o poder de decisão sobre o próprio tratamento, o que aqui chamamos "patient empowerment".

Comments:
Adianta?!Os médicos devem continuar a ir aos resorts....

(uns módicos 995.00€, mas conheço uma querida que pagou mais!...rs
com estes money tb preferia um resort)
 
não há razão nenhuma para deixar de prescrever um genérico quando disponivel.
..............
pelos vistos há imensas e todas elas economicas, jogos de interesse........

jocas maradas
 
Os genéricos, aqui, são bastante utilizados. Se o médico não prescreve, o paciente vai à farmácia e termina perguntando se há genérico. Infelizmente, há laboratórios não muito confiáveis, que lançam "similares", deixando que o consumidor acredite que são "genéricos". Isso é um grave problema!
 
Bom dia RPS!
...andei afastada da blogosfera durante uns dias. So hoje ao ler os posts perdidos durente esse dias reparei neste teu post. É de facto um assunto que merece consideraçao uma vez que os medicamentos sao bens que mais cedo ou mais tarde toda a gente consome e que tem um peso enorme nao só no orçamento pessoal mas também no orçamento do pais.
Bjicos!
 
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