4.11.06

 

Do incompreensível (RPS)

Por "rtp grandes portugueses", obtem-se, no Google, esta imagem:



Ela por si só basta como argumento para afirmar que este Big-Brother-De-Famosos-Que-Vêm-Nos-Livros-De-História-E-Nos-Jornais é uma fantochada.

Tinha decidido não escrever sobre o assunto, mas abro uma excepção para dar conta da minha estranheza: duas pessoas minhas amigas - ele, um homem feito, ela uma jovem beleza esfuziante, ambos inteligentes e pessoas com quem aprendo - votaram na fantochada.

Mesmos os melhores têm atitudes incompreensíveis.

Comments:
Obrigado pelo elogio. Votei no Afonso de Albuquerque, pelas razões que expus em comentário feito no blog do Bikoka Frita. A iniciativa é interessante, põe as pessoas a falar um pouquinho de História e não ofende ninguém. Não consigo entender alguma aversão que suscitou. Acho, sinceramente, que o síndrome da maledicência nacional alastrou nos últimos anos para limites pouco saudáveis. Com excepção do futebol. Afectou muita gente insuspeita. Mesmo alguns dos meus amigos mais inteligentes. Se as "jovens belezas esfuziantes" escaparam valha-nos isso...
 
Em absoluto acordo com RPS. Em absoluto desacordo com Zekez.

1- A iniciativa não é interessante. É aberrante. Pôr os portugueses a discutir se o maior português de sempre foi D. Dinis ou é Diogo Infante não é discutir um pouquinho de História. É simplesmente alardear falta de senso e de sentido das proporções.

2- Não é verdade que o concurso não ofenda ninguém. Ofende a inteligência.

3- Não há nenhum síndrome de maledicência nacional. A Nação é que se dá ao ridículo de promover concursos como este e, depois, nós, os poucos que ainda quedamos lúcidos, temos que vir chamara a atenção para a realidade.

4- Afonso de Albuquerque é uma escolha anti-nacional.
Um país de poetas deve abster-se de escolher como seu maior um tipo que se destacou pela bordoada.
 
Cá veio João da Ega, encarnado em Funes o Memorioso, admoestar o concurso mas sem evitar: 1. Criticar não a ideia ou a essência do concurso em si, mas sim a escolha das personalidades elegíveis; é óbvio que incluir nelas Diogo Infante é ridículo, mas eu nem sabia que ele estava incluído; como sempre o desdenhoso Funes está mais dentro dos assuntos do que quer confessar; 2. Pronunciar-se sobre a minha discutível escolha mas sempre, sempre, pela negativa: Portugal é um país de poetas logo deveria ter sido escolhido um poeta, mas não se diz qual, só se diz que Afonso de Albuquerque não.
 
Eu também votei!!
 
Em absoluto desacordo com RPS e, ainda mais, com Funes; só parcialmente de acordo com Zekez.
Vejamos: trata-se de um programa de entretenimennto para as massas. Nesse sentido, não só não me parece mal, como me parece muito melhor da generalidade dos programas concorrentes, e nem preciso des tar aqui a dizer de que falamos...
Pessoalmente, não gosto, ou melhor, não ligo, não me interessa, como não me interessa a programação da generalidade dos canais generalistas
É evidente que existe uma campanha de maledicência geral e Funes é a prova provada da sua existência
Além do mais, comoveu-me esta semana a crónica de Carla Hilário Quevedo (Bomba Inteligente se chama o blogue desta graça e recomendo-o) sobre o concurso:aprestava-se ela a votar nos candidatos já nominados, quando resolveu acrescentar mais um, o seu pai, de que não diz o nome e eu não faço ideia quem seja, embora tenha ficado com a ideia que é médico

PS só para Funes

E dos Poetas, como é que tu queres que te diga se Fernando Pessoa é melhor que Herberto Helder ou que Eugénio ou que Sophia ou que Camões ou que...
 
Filipa, então és a segunda jovem beleza esfuzianteminha amiga a aderir à fantochada.
 
Pode ser uma fantochada, uma chuchadeira aquilo que quiserem chamar, mas pelo menos ‘obrigou’ as pessoas a questionarem-se sobre quem deveria ser eleito. Acredito mesmo que aqueles que não votaram fizeram esse exame de consciência.

Eu votei. Votei através de um meio simples e barato: e-mail, caso contrário, e por mais acessível que fosse o acto não o faria.
E votei em Fernando Pessoa, pela escrita, pela criatividade e pela capacidade de criar heterónimos de uma forma tão real, com todo uma história envolvente pensada ao pormenor. Só uma grande mente é capaz de tal!

Sinto-me lisonjeada com tamanho elogio.
 
Estou com a escolha de um Poeta.
De Camões a Sophia, com vários outros pelo meio, todos merecedores, pela inteligência com que olharam o mundo e pela arte com que no-lo descreveram!
*************
Adoro os temas que lanças, RPS.
 
Quem vota nessa porcaria é ingénuamente complacente com um tema artificial que visou justificar o glorioso "come Back" de uma vivaça, desempregada

Como Alencar, exclamo:

"..Ali todos eram homens de asseio, de sala, hem? Então, que não se mencionasse o excremento!"

É que não tem ponta por onde se lhe pegue...pior que "a revolta dos pasteis de nata " do estapafúrdio boina Borges...

PS - Em comparação, até J H Saraiva parece serviço público...valha-nos Deus !...
 
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
 
Não tem razão Zekez. Não tem razão McJaku. Não tem razão Filipa. Não tem razão nenhuma, nenhum dos três.

Comecemos por Zekez: Não é verdade que eu tenha criticado as personalidades elegíveis e não o concurso em si. Estou-me nas tintas para as personalidades elegíveis. O que está mesmo em causa é o concurso em si, como (equivocadamente) acreditei que tinha transmitido.
O que escrevi foi:
"A iniciativa não é interessante. É aberrante. Pôr os portugueses a discutir se o maior português de sempre foi D. Dinis ou é Diogo Infante não é discutir um pouquinho de História. É simplesmente alardear falta de senso e de sentido das proporções."
E ao fazê-lo não estava a pensar se D. Dinis foi maior do que Diogo Infante ou vice-versa. Estava a ridicularizar as comparações de incomparáveis. Citei Diogo Infante (que nem sei se faz parte da lista dos nomeados, como não sei se o faz D. Dinis), como podia ter citado Bulhão Pato ou Neca Rafael. Só para dar um exemplo que, por contraste, evidenciasse o absurdo das comparações absurdas. Não para julgar Diogo Infante cuja obra, de resto, desconheço.
Se eu no café perguntar a Zekez se o melhor atleta português de todos os tempos foi Eusébio, Joaquim Agostinho, Carlos Lopes ou Livramento, ele responde-me ajuizadamente que a minha pergunta é absurda.
Como é que se pode comparar o talento de um jogador de futebol com a garra de um ciclista?
Não pode, evidentemente.
Agora, imagine-se comparar o génio político de D. João II com o charme do bigode de Artur Agostinho.
Faz sentido?
Não faz.
E porque o não faz, não tem razão Filipa. O disparate é, precisamente, pôr-se as pessoas a discutir quem deve ser eleito.
Por mim, posso garantir-lhe que não fiz exame de consciência nenhum. Eu, mesmo limitando a escolha aos reis portugueses, hesito entre D. Dinis, D João I, D. João II e D. Pedro V e não me decidiria nem que pensasse cem anos, como é que quer que perca tempo a escolher entre os milhões de portugueses de todos os tempos? Não perco.

Como entretenimento, podia admitir-se a eleição dos cem portugeses mais estimados ou, se se quiser, mais ilustres. E isto, na condição de se se distinguir, como parece que se fez em Inglaterra, entre vivos e mortos.
Era só entretenimento e nada demonstraria quanto ao valor intrínseco dos cem eleitos. Mas revelaria o sentido dos valores que estão a ser incutidos nos portugueses.
Eleger o maior português de todos os tempos, nem entretenimento é. Feita uma escolha qualquer, esta não revela nada, a não ser o vazio absoluto que povoa a cabeça de quem se lembrou do concurso.

Pergunta Mcjaku: E dos Poetas, como é que tu queres que te diga se Fernando Pessoa é melhor que Herberto Helder ou que Eugénio ou que Sophia ou que Camões ou que...

Pois o problema é todo esse e, por isso, é que o concurso é absurdo. Tudo o que se pode dizer é que o pobrezito do Eugénio de Andrade está a mais no elenco de poetas que enumeras. Escolher o maior, utilizando outro critério que não o da altura que constava nos respectivos bilhetes de identidade, é absurdo.
Pode ser entretenimento para as massas, mas é absurdo e disparatado.
E ao entretenimento absurdo e disparatado chamavam os marxistas alienação. Não me interessa discutir se maior ou menor que a Floribela ou os Morangos com Açucar.

Quanto à maledicência, há nos juízos de Zekez é McJaku uma clara inversão da causa e do efeito.
Usarei a metáfora futebolística: se o Benfica perder dez jogos seguidos, os sócios e os adeptos começam a dizer mal do treinador.
Será maledicência?
Não, evidentemente. A maledicência é a consequência directa e imediata da crise que vai no clube.
Aqui é a mesma coisa.
Como Zekez e Mcjaku não ignoram, o país está de rastos e as televisões conseguem descer abaixo do país. Peranta isto, o que é que querem que eu faça?
Que me arme em Candide e diga que vivemos no melhor dos mundos possíveis?
 
mais cinco, rps...esta iniciativa é uma verdadeira sandice....
 
esqueci-me do beijo ;)
 
Completamente de acordo, meu amigo! Não voto, não quero saber os resultados e estou-me a marimbar para o melhor português de sempre! Afinal de contas Portugal está como está!É sinal que ninguém foi suficientemente bom!!!

eheheh!! Saudações infernais!
 
"(...) hesito entre D. Dinis, D João I, D. João II e D. Pedro V e não me decidiria nem que pensasse cem anos (...)"

Funes, se chegou a esta conclusão é porque pensou no assunto!
 
Pois pensou Filipa. E julgo que terá até pensado em concorrer. Provavelmente concorreu mesmo! E depois veio para a blogosfera desdenhar o concurso. O professor Funes é assim mesmo: publicamente sempre do contra. Em privado aberto ao mundo e às sua iniciativas interessantes, com um radioso sorriso de optimismo (que só esconde dos empregados de restaurantes e Cafés, contra os quais o move um misterioso rancor).
 
Acho que o Funes tem toda a razão e eu nunca conseguiria dizer tão bem.
Voto no Funes.
:)
 
E se o pior português for uma mulher? podemos ser muitas coisas, mas ninguém nos pode acusar de machistas. Assim, vamos incluir na nossa lista algumas mulheres, posto que estas merecem o opróbrio tanto como os homens, conforme nos ensina a lei da paridade de José Sócrates:





Cinha Jardim

Maria da Graça Jardim, nascida na Beira, em Moçambique, simboliza a retornada, a portuguesa habituada a ser servida por uma legião de negros assustados e que, de volta a Portugal, com uma mão atrás das costas, enoja-se com o País e considera-se superior a este. Comem o croquete do “new money”, esticam a pele à custa de propaganda a clínicas e são o modelo ideal das sopeiras do século XXI. Ainda por cima, têm o hábito de namorar e/ou casar com colunáveis, tendo os restantes portugueses de levar com as fronhas, bronzeadas pelos solários, nas revistas sociais. Pior, só mesmo quando uma delas resolve verter a sua inigualável experiência de vida em romances light.





Padeira de Aljubarrota

Brites de Almeida simboliza, como poucas, a mulher portuguesa alarve e com a mania que é má, que ainda hoje vemos em vários mercados do País. Para mais, simboliza o sentimento de justiça popular que está escondido no cérebro de todos os portugueses ignorantes e analfabetos. Como se não bastasse, ao matar e queimar sete castelhanos dentro do forno onde, coitados!, se haviam escondido, inventou o pão com chouriço, uma das maiores aberrações oferecidas por Portugal ao mundo. Fosse hoje, estava numa cela de vidro a ser julgada pelo TPI, como merecia.




AS MANTORRAS ou as portuguesas que quase entraram na lista, mas que não sobreviveram ao lápis azul e aguardam a sua vez, sentadas no banco dos suplentes:




Catarina Eufémia

Vetada pela ala comunista, que tem vergonha de ir ver o Fernando Girão aos urros na Festa do Avante!, mas que continua a acreditar que o agente da GNR que a assassinou foi enviado do futuro, pelo Marcelo Caetano, para matar a mãe do salvador de Portugal, como no filme “Terminator”.




Maria de Lurdes Pintassilgo

Misto de catolicismo ortodoxo e socialismo cheio de boas intenções, vetada pelo António Guterres, que prometeu cuidar dos refugiados do PUBLICO, quando o jornal der o berro.




Após termos recebido milhares de cartas anónimas na nossa redacção, no Martim Moniz, achamos nosso dever avisar os leitores que o inquérito que estamos a levar a cabo para apurar os piores portugueses de sempre, para o qual pedimos a colaboração dos nossos leitores, não deve servir para vendettas pessoais, nomeadamente para denunciar amigos, familiares ou colegas, hábito comum durante o período em que funcionou o Tribunal do Santo Ofício, que pensávamos erroneamente ter caído em desuso. Os nomeados da lista não enfrentarão, repetimos, qualquer espécie de processo judicial ou linchamento público. Não é por colocarem o vosso director de departamento no Index Prohibitorum que o seu corpo será queimado em auto-de-fé – como aconteceu ao Giordano Bruno – ou pendurado pelos pés numa praça – como aconteceu ao Benito Mussolini. Para terminar, deixem de nomear o caixa do Serviço de Atendimento ao Público da Carris em Alcântara. Afinal, quem nunca tirou três horas de pausa para almoçar todos os dias que atire a primeira pedra.
 
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