13.11.06
Da imprensa do fim de semana (RPS)
JN e Público de sábado e de domingo. Expresso, Sol, várias revistas em atraso. O meu fim de semana, em particular o domingo, teve horas de leitura de actualidade e de opinião. Seguem-se dois destaques.
Notável (como é habitual, de resto) o artigo de José Cutileiro, na última página do Expresso de sábado. Fala-nos das recentes eleições americanas e lembra-nos:
O Iraque contou, não tanto pelas razões queridas aos europeus amantes da paz (...) que viram na invasão militar de 2003 uma expressão brutal de imperialismo. O que a maioria dos americanos não perdoou a Bush foi a ocupação ter sido, catastroficamente, tão mal feita.
Nestes tempos de fácil anti-americanismo primário (sim, como é fácil detestar Bush e, mais prosaicamente, embirrar com as manias daquele povo...) José Cutileiro adverte para a necessidade de Europa e América cooperarem. Da Europa valorizar a relação transatlântica. E chama a atenção para uma soma de factos cujo significado pode passar despercebido: um japonês dirige a UNESCO, uma chinesa acaba de ser eleita para dirigir a OMS, o próximo secretário-geral da ONU será coreano e a China ultrapassará, em três anos, as emissões de CO2 dos Estados Unidos. Pois é: estamos já no século da Ásia. Conclui Cutileiro: interesses e valores ocidentais serão mais bem garantidos se Europa e América do Norte fizerem causa comum.
Basicamente, compro o Expresso para ler Cutileiro: na última página e nos obituários. Excepcionais.
O segundo destaque vai para o artigo de João Bénard da Costa, no Público de domingo. Extrardinariamente bem escrito, como é habitual. E esta semana, como noutras, comovente. Não digo mais: comprem o jornal. O texto de JBC vale o custo.
Notável (como é habitual, de resto) o artigo de José Cutileiro, na última página do Expresso de sábado. Fala-nos das recentes eleições americanas e lembra-nos:
O Iraque contou, não tanto pelas razões queridas aos europeus amantes da paz (...) que viram na invasão militar de 2003 uma expressão brutal de imperialismo. O que a maioria dos americanos não perdoou a Bush foi a ocupação ter sido, catastroficamente, tão mal feita.
Nestes tempos de fácil anti-americanismo primário (sim, como é fácil detestar Bush e, mais prosaicamente, embirrar com as manias daquele povo...) José Cutileiro adverte para a necessidade de Europa e América cooperarem. Da Europa valorizar a relação transatlântica. E chama a atenção para uma soma de factos cujo significado pode passar despercebido: um japonês dirige a UNESCO, uma chinesa acaba de ser eleita para dirigir a OMS, o próximo secretário-geral da ONU será coreano e a China ultrapassará, em três anos, as emissões de CO2 dos Estados Unidos. Pois é: estamos já no século da Ásia. Conclui Cutileiro: interesses e valores ocidentais serão mais bem garantidos se Europa e América do Norte fizerem causa comum.
Basicamente, compro o Expresso para ler Cutileiro: na última página e nos obituários. Excepcionais.
O segundo destaque vai para o artigo de João Bénard da Costa, no Público de domingo. Extrardinariamente bem escrito, como é habitual. E esta semana, como noutras, comovente. Não digo mais: comprem o jornal. O texto de JBC vale o custo.
Comments:
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não posso comprar, por aqui... rs*
mas detesto o bush desde os tempos em que não era assim tão simpático detestá-lo.
há seis americanos que eu adoro: Ross Geller, Phoebe Buffay, Rachel, Joey Tribniani, Monica Geller e Chandler Bing.
:o))
mas detesto o bush desde os tempos em que não era assim tão simpático detestá-lo.
há seis americanos que eu adoro: Ross Geller, Phoebe Buffay, Rachel, Joey Tribniani, Monica Geller e Chandler Bing.
:o))
Estou absolutamente de acordo contigo: o preço do "Público" de Domingo passado vale cada cêntimo.
As tuas notas (que subscrevo) acrescento apenas o artigo de Eduardo Cintra Torres sobre os documentários na televisão actual ("O mais insuportável teledocumentário que vi organizava-se em torno de uma historiadora que se deslocava ao Egipto em busca da sepultura da rainha Nefertite. Esta figura exerce um poderoso fascínio menos pelo seu papel na História do que pela sua representação por uma obra de arte, das mais admiráveis que existem, e se pode ver em Berlim. A protagonista não era, porém, Nefertite mas a insuportável e irritante historiadora americana mais a sua tara fetichista. O que sente ela ao entrar no Vale dos Reis? E no Museu do Cairo? E será que esta múmia é da Nefertite? A música electrónica barata acentua a insustentável insuportabilidade do programa...
... Que interessa Nefertite, morta há milhares de anos, quando há uma humana, mesmo que desinteressante e irritante, que chora, fala, treme e sua? A televisão abusa do presente, mesmo quando aborda o passado.")
e esta frase:
"Num país normal, quem abrisse a boca para dizer "modernização" seria imediatamente corrido e sovado. Aqui, não. Aqui, o indígena gosta dessa velha missa e venera o oficiante.". De Vasco Pulido Valente, pois claro. De quem mais havia de ser?
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As tuas notas (que subscrevo) acrescento apenas o artigo de Eduardo Cintra Torres sobre os documentários na televisão actual ("O mais insuportável teledocumentário que vi organizava-se em torno de uma historiadora que se deslocava ao Egipto em busca da sepultura da rainha Nefertite. Esta figura exerce um poderoso fascínio menos pelo seu papel na História do que pela sua representação por uma obra de arte, das mais admiráveis que existem, e se pode ver em Berlim. A protagonista não era, porém, Nefertite mas a insuportável e irritante historiadora americana mais a sua tara fetichista. O que sente ela ao entrar no Vale dos Reis? E no Museu do Cairo? E será que esta múmia é da Nefertite? A música electrónica barata acentua a insustentável insuportabilidade do programa...
... Que interessa Nefertite, morta há milhares de anos, quando há uma humana, mesmo que desinteressante e irritante, que chora, fala, treme e sua? A televisão abusa do presente, mesmo quando aborda o passado.")
e esta frase:
"Num país normal, quem abrisse a boca para dizer "modernização" seria imediatamente corrido e sovado. Aqui, não. Aqui, o indígena gosta dessa velha missa e venera o oficiante.". De Vasco Pulido Valente, pois claro. De quem mais havia de ser?
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