15.10.06

 

Praxes (RPS)

À conversa, ao telemóvel, esta semana, com um pessoa amiga...
(...)
- Desculpa, mas não ouvi a tua chamada...
- OK, tudo bem...
- Estava no supermercado... A minha irmã cravou-me para lhe comprar tomates maduros...
- Tomates maduros?...
- Pois, vê lá tu!... Diz que não sabe comprar tomates maduros...
- Tudo bem, que não saiba... Mas tomates maduros para quê?...
- Precisa para amanhã, para a praxe... Vão atirar tomates e ovos uns aos outros...
(...)


Atirar tomates maduros e ovos a terceiros, tentando escapar das investidas adversárias, até pode ser, do meu ponto de vista, um exercício com algum interesse. Só não percebo como pode enquadrar-se num ritual de praxe académica.
Não percebo a importância desta prática para a promoção da integração de jovens estudantes em instituições universitárias. Desta prática e de outras, como, por exemplo, obrigar um jovem aluno a andar de quatro, simulando que urina como um canídeo, ou colocar uma jovem aluna deitada numa carteira a simular orgasmos. Ou por ambos a simular uma cópula.

No meu tempo, escapei a esta decadência, também com a ajuda do facto destas práticas não obterem, por onde andei, grande adesão. Felizmente. A palhaçada, contudo, não tinha, de um modo geral, a dimensão que tem hoje.
Sinto que se hoje tivesse 18 ou 20 anos e entrasse numa universidade, acabava o primeiro dia numa esquadra da PSP. Ou num hospital. Mas, garanto-vos: não iria sozinho.

Comments:
Clap, clap. Não percebo como subsiste. Não percebo a aderência. Não percebo também a condescendência.
 
Sou completamente anti-praxo nos moldes em que vejo ser feita hoje em dia! Recusaria qualquer humilhação (sim, porque humilham os caloiros) e, provavelmente, acabaria na mesma esquadra que tu!
 
correcção: anti-praxe! (isto enerva-me, pá!)
 
Toda a história de como escapei a três anos seguidos de praxes em http://altodapenha.blogspot.com.
 
Estou a 100% contigo RPS. As actuais praxes não são mais que um pretexto para os jovens mais mal formados dsarem livre curso aos seus intintos mais reles. Os que mais se distinguem serão provavelmente maus alunos, que andam nas faculdades para passar o tempo sem estudar e adiarem a entrada na vida adulta de uma forma sociualmente desculpável. Não fui praxado porque pertencia à geração dos fundadores do meu curso. Julgo que também reagiria mal às praxes que, a meu ver, deveriam ser proibidas.
 
então somos dois.........
jocas maradas
 
Praxes é, muitas vezes, um eufemismo. O que se pratica, com frequência, são crimes. Não vale a pena ocultar-lhe o nome.
Claro está que a comunidade se está hoje nas tintas para esses crimes (até parece que já houve um homicídio), como se estava há trintas anos nas tintas para a pedofilia. O crime também é uma questão de modas.
Se calhar daqui a 10 anos, vão todos descobrir horrorizados que a praxe envolve a prática de crimes e vão começar a perguntar: "como é que foi possível?" "Como é que ninguém ouviu as denúnicas?"
Com a habitual demagogia, vão todos começar a exigir a prisão dos reitores que toleraram passivamente estas práticas, sem as combaterem.
 
O facto da irmã não saber comprar tomates maduros tem alguma graça. A praxe não tem graça nenhuma.

Há dias vi uns quantos desgraçados sentados na rua amarrados com cadeados a um poste da luz e um grupo de turistas à volta deles, espantados, boquiabertos a olhar para eles.
 
Sim,de tudo isto se retira que dos energúmenos que,hoje em dia,fazem parte das comissões de praxe(se ainda se chamam assim para os meus lados) e os seus seguidores/implementadores,alguns estariam bem melhor na prisão que na universidade.
Com o beneplácito de quem tem responsabilidade na matéria...
 
Percebo-te. Fiz a universidade toda com um rótulo na testa: Excomungada.
Preferi que assim fosse.
O pior é que essa cambada representa a futura classe dirigente, até dói.
 
No supermercado:
-P'ra que queres tomates e ovos?
-P'ra uma guerra entre o pessoal da turma.
-Manda-os à merda!Não te vais sujeitar a isso, pois não?
- Tem de ser. Quem não levar é castigado com..... (Uma série de penalizações)

Os gajos não deixam de ser espertos.
Nada como instalar um clima de medo para garantirem o bom desempenho dos caloiros sujeitos, já, a uma lavagem cerebral, desde o início.

"O pior é que essa cambada representa a futura classe dirigente, até dói."

Assusta.
 
de acordo, claro.
 
Completamente de acordo, se bem que devo fazer notar a alguns que não são as praxes de agora que são más (sim, Funes tem razão, são crimes e deveriam ser tratadas como tal) sempre foram más, porque sempre lhes esteve associada a ideia de obrigatoriedade e de humilhação. Nas escolas, nas casernas e em tantos outro lugares...
 
A praxe é imbecil. Os adeptos da praxe [ao que vejo, a esmagadora maioria dos estudantes universitários] são imbecis.
 
Constato que ninguém veio aqui defender a praxe. No fundo, não me espanta. É muito duvidoso que essa gente saiba ler e escrever.
 
Momentos antes de ler este post, recebo no email da UA, que a praxe nesta universidade foi oficialmente proibida!

E esta, hein?!
 
A PRAXE É APANÁGIO DAS BESTAS QUE AS PRATICAM.

SÓ UMA MENTE DOENTIA PODE ACEITAR ESTAS PRÁTICAS - DITAS INOFENSIVAS.

A REINTEGRAÇÃO ESTUDANTIL, PROFISSONAL OU DE OUTRO QUALQUER GÉNERO PEDE E DEVE SER FEITA NATURALMENTE E NÃO COM ACTOS QUE DESPREZAM OS DIREITOS DE CADA UM.

É TEMPO DE A SOCIEDADE SE OPÔR A ESTAS ACTIVIDADES COERCIVAS E DE INTIMIDAÇÃO. É QUE NA NOSSA MEMÓRIA ESTÃO ACTOS DE SERES ABJECTOS QUE GOZARAM E GOZAM COM O ESCÁRNIO E HUMILHAÇÃO DOS SEMELHANTES, CUJOS TERRÍVEIS NOMES DÃO POR HITLER E BIN LADEN, PARA NÃO DIZER MAIS.

SEI QUE MESMO ASSIM HAVERÁ QUEM CONTINUE A GOSTAR DE SER GOZADO. ESSES, NÃO SE ESQUEÇAM... PASSEM NO ZOO MAIS PRÓXIMO E INSCREVAM-SE COMO BESTAS, POIS NÃO FALTARÁ QUEM OS MONTE.
 
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