18.10.06

 

Não há pachorra... (RPS)

Ainda faltam alguns meses - não há sequer data - para o famigerado referendo do aborto. Mas já não tenho pachorra para o assunto, para os debates nas tv's, nas rádios, nos blogues, em todo o lado, em todas as conversas... Não há pachorra...

Comments:
Talvez não haja pachorra. Infelizmente, uma tendência dos debates sobre o aborto permanece: a atitude paternalista face às mulheres. Estas são quase sempre vistas como desprotegidas e não sabendo bem o que querem, ou não argumentando bem. Então, vão todos, os pró e os contra, explicar melhor, dizer as verdadeiras razões ou não razões do aborto. Para isto é que eu já não tenho pachorra.
 
Como desta o PS, sob as ordens de Sócrates, se vai mobilizar, e já houve a experiência do que dá ficar em casa, pode ser que este referendo nos permita deixar este assunto em paz.
Mas verdadeiramente incomodado fico com as notícias regulares de mais mulheres acusadas e de mais mortes ou estropiamentos por abortos clandestinos.
PS Também fico incomodado com os que defendem a manutenção da actual lei, mas acham que nãos deve ser aplicada e ainda me custa a crer que Zita Seabra tenha passado da extrema esquerda para a extrema direita dos costumes (mas, enfim, dizem que os extremos se tocam...)
 
Bom dia RPS!
...concordo! Até porque devia ser uma decisão politica e ponto. Não se pode permitir a uma parte da população, mesmo que seja a maioria, decidir sobre a vida privada de outra parte. Porque essa primeira parte, se impoe o nascimento de crianças que não têm condições para viver e se indigna quando vê imagens de crianças maltratadas, vira a cara quando ajuda é necessária. Essa gente pretende condenar à existência- sim, porque para muitas crianças a existência é uma condenação- seres que não são desejados. E depois marginalizam violentamente os adultos tolhidos que surgem desses acasos. Essa gente só fala em direito à vida, mas apenas deseja que as mulheres sejam forçadas a parir, porque ninguem se oferece como voluntário para cuidar, alimentar ou amar as crianças indesejadas.

Bjicos
 
Já somos 2 que não temos pachorra!
Mas não posso deixar de comentar o comentário de Rosário Andrade. Ninguém à nascença está condenado. Quantos e quantos grandes homens e mulheres nasceram não desejados e, segundo a sua visão, estavam condenados à nascença.
Para se ser condenado, algum crime teve se se cometido e no caso de uma criança por nascer acho dificil ela cometer algum crime no ventre da mãe.
Se não podemos condenar as mulheres que abortam também não podemos condenar as crianças que vão nascer.
 
Nem sei porque é que se discute um assunto sobre o qual todos têm opinião formada. É passar logo para o referendo e pronto...
 
É triste um homem morrer, sem ter chegado a nascer
 
Quero acreditar que esta questão fica resolvida desta vez.
 
Gostaria de saber o que o Funes pensará da matéria! Aliás só visito este blogue para beber gotas da mundividência desse insigne pensador dos Galitos de Botaréu!
O RPS é muito bom, mas o Funes é superlativo!
 
Mais: irei mais longe!
O Funes é o Mourinho da blogosfera, um borgiano com laivos de Kerouac!!
 
A questão não ficou resolvida da outra vez? só ficará resolvida se ganhar o "sim"? E se ganhar o "não"? Fazem-se tantos referendos quantos os necessários até ganhar o "sim"? E se ganhar o "sim"? Daqui a 10 anos faz-se outro referendo para ver se as pessoas ainda acham que "sim" ou se já mudaram de ideias outra vez? Que palhaçada!
 
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