6.9.06

 

Irritações pelos caminhos de Portugal (RPS)


Quando conheço uma terra, um lugar, uma cidade coloco-a logo numa das listas: das terras de que gosto ou das terras que detesto. Por vezes, revejo posições e terras há que saltam de uma lista para a outra ao longo do tempo. O certo é que poucas terras, lugares, cidades me são indiferentes. Mas uma há, pelo menos, em relação à qual, desde que me lembro, não me consigo definir. Não me é indiferente, mas também não a consigo encaixar na lista boa nem na lista má. Nem nos respectivos subgrupos. Trata-se de Espinho.

Não é antipática, a cidade, mas não deixa de me suscitar algumas embirrações.
Durante anos, embirrei com a linha férrea que atravessa a cidade e a divide ao meio. Contudo, quando se anunciou o enterramento da linha, embirrei de imediato com a linha enterrada.
Gosto de vento e de praia com vento (só com vento é suportável), mas embirro com o vento de Espinho.
Gosto da piscina de Espinho, mas a cada Verão, depois de lá ir uma vez, passo para a da Granja.
Gosto de feiras, mas sempre que vou (que fui...) à feira de Espinho fiquei saturado ao fim de dez minutos.

Profundas, verdadeiramente profundas, são outras três embirrações: o presidente da Câmara, a bancada do estádio que tem os pilares pousados na via pública e o sistema das ruas numeradas.
Não me venham dizer que facilita a orientação! É uma mentira. Seria verdadeiro se todas as ruas tivessem a mesma extensão. Pelo menos, que as paralelas ao mar tivessem - todas - a mesma extensão e, igual ou diferente à de estas, todas as prependiculares fossem também do mesmo comprimento.
Já me aconteceu: circula o cidadão, por exemplo, na Rua 16, à procura da 25. A cada esquina, olha a placa da prependicular. 15, 17, 19, 21, 27... 27??? E onde raio estão a 23 e a 25, que procuro?! Pois está visto que a 23 e a 25 não cruzam a 16, onde circulo, nem nela desembocam. E agora? Viro na próxima ou mais à frente? Viro à esquerda ou à direita? Serão a 23 e a 25 para baixo, ou seja, começam junto ao mar e terminam antes de chegarem à 16, ou, pelo contrário, só se abrem para cima, para nascente?
Pois está o incauto cidadão completamente desorientado, apesar do "eficaz" sistema de ruas numeradas...

Afinal, Espinho é mesmo uma terra irritante.

Comments:
No fundo Espinho é um espinho.
Não sei como o Mona Lisa se decidiu por tão espinhosa urbe

Quando pedem o bilhete no autocarro os seus moradores, referem-se-lhe como "espuinho":
- Era pra Espuinho, sor moterista...

Semnpre detestei Espinho.
Falta ali qualquer coisa
 
RPS,

Põe Espinho na lista das cidades de que não gostas e acaba-se o problema.
Às vezes, pareces um "bocadinho picuinhas"...
Oh pá...quem não gosta, não estraga, põe de lado...
;)
 
Eis uma cidade sobre a qual não tenho nada a dizer.
Não conheço o suficiente e, por isso, até sou capaz de acreditar no que aqui está escrito.
 
Ó RPS quantos uísques tinhas emborcado quando, circulando pela Rua 16, não encontraste a 23 nem a 25? Arre... só se tivessem fugido nessa ocasião. A única rua de Espinho que provoca confusão é a 62, que não está onde devia estar e em vez de ser recta tem curvas. É a única que tem.
 
ZekezCarvalho: no exemplo dado, os números são arbitrários. Queres um exemplo real? Descendo a 19, nunca se encontra a 34...
 
Encontra sim. À beira do prédio dos correios de Anta, logo acima do entroncamento com a rua 32. Só que a 34 interrompe a meio e a metade sul só tem entrada de automóveis pela 33. Desculpa lá mas tens razão em todas as críticas que fizeste à cidade excepto nesta. Em Espinho ningém se perde.
 
saturado....embirrações....irritadosaturado ....listas......opssssss
obvio q não gostas.....estás indeciso pq? rsrsrs
jocas maradas
 
Estou com Zekez, nesta guerra.
Além disso, Esmojães (que já não se nomeia por números) e a Rua 34 guardam memórias gratas dos meus amores passados.
 
As ruas numeradas dão a grata vantagem de nomear as ruas a partir de humores do momento. Por exemplo, a uma rua cheia de detritos caninos poderíamos chamar Rua Pedro Abrunhosa...
 
Concordo com Zekez.
Gramo as ruascom números, pois são facéis pontos de orientação.

E, pelo menos, não mudam com as revoluções...

Verdadeiramewnte chato é a porcatia da linha de comboio que divide a cidade. Até parece Berlim antes da reunificação...

Agora, insinuar que o nosso estimado RPS estivesse entornado, tssk tssk, não se faz...*
Zekez não disse isso !
Zekez não esteve aqui !

* - Não resisti. Tive que botar peçonha...
 
Conheço pouco...que me lembre estive lá duas vezes, sendo que uma delas foi coisa de poucas horas em trabalho... não me lembro bem de nada em especial...de tudo o resto que visitei a seguir lembro-me! Será que isto quer dizer alguma coisa?
 
Ah Espinho e o meses de Julho da minha infância, com casa alugada na Rua 16...
Terá certamente defeitos (estacionar lá é um inferno e as hordas de passeantes ao fim de semana) mas Espinho é a minha infância. E o Cinanima
PS1 É claro que Zekez tem razão. Nimguém se perde em Espinho, apesar de ele próprio morar numa rua que não se apanha assim à primeira.
PS2 Voltei um dia destes à piscina de Espinho. Reencontrei-a como a tinha deixado, há mais ou menos 30 anos. e não me parece que seja grande elogio. Sim, RPS, a piscina da Granja é melhor (acho eu, que também já não lá vou à um par de anos)
 
Espinho é um subúrbio litorenho do Porto/Aveiro, crescido à sombra da linha férrea, dos ventosos banhos alternativos, da amaldiçoada ciganagem feirante (dse contrafacções...) mailo vicioso casino, desgraça local e alrredores distantes

Até a miserabílissima V N Gaia é um mal menor, ainda que horrendamente feia...
 
Odeio feiras.
 
Caro Funes:

Teu afilhado, odei-as mais do que tu
Era pbrigado a percorrê-las de lês a lés,(pó, calor, berros dos feiranmtes, música pimba aos berro, avistamento de matarroanos) acolitando-me na demanda dos meus 150 (grandes e pesados) pisa-papeis em vidro e que depois ajudava a carregar para a viatura, muito ranzinza e resmungão - o madraço !
 
Assim se percebe porque é que o desditoso afilhado de Funes ameaçou em illo tempore meter o pai num asilo de velhos...
 
Funes, também já andei a comer uma gaja de Esmojães... por acaso, bem boa...
 
Ah bandido que me comeste a carna mas não roeste os ossos e ainda te gabas...
 
quem vai à baía dos porcos arrisca-se a borrar-se...
 
Enviar um comentário

<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?