8.7.06

 

Coreia e Japão 2002 (RPS)



A imagem que retenho deste Mundial é a do seleccionador português, António Oliveira, de canadianas, junto ao banco de suplentes, a gritar, sem convicção, umas quaisquer instruções parao campo. Aquela era a imagem de Portugal: de muletas, cada um a berrar para o seu lado.
Depois da barraca do primeiro jogo, com Vítor Baía e a defesa a comprometer, percebeu-se que não havia equipa. Portugal ganhou, a seguir, à Polónia, por 4-0, criando a ideia, falsa, de que o primeiro jogo tinha sido um acidente. No jogo decisivo, frente à Coreia, Portugal voltou a perder. 1-0, num jogo em que Vítor Baía livrou a selecção de uma goleada.
Há uns meses, numa entrevista à RTP-N, Sérgio Conceição disse que nessa equipa havia vários jogadores que nunca estiveram com o seleccionador e que, quando assim é, não se conseguem grandes resultados.
Nestas entrevistas, os jogadores nunca dizem tudo e, assim, Sérgio Conceição não disse que na selecção dominava um grupo constituído por Vítor Baía, Jorge Costa e ele próprio, entre outros, facto que outro grupo, liderado por Luís Figo e Rui Costa, contestava por ambicionar deter esse domínio.
O sr. Gilberto Madaíl resolveu o diferendo, com recurso a uma solução clássica: correr com os gajos do Porto. E, sem Vítor Baía, Luís Figo tinha caminho aberto para ser o recordista de jogos na selecção.
As principais responsabilidades devem ser atribuídas ao treinador. Se não era capaz de unir o grupo, afastava quem não estava com ele. Oliveira teve medo. Quis estar sempre de bem com todos e com a imprensa lisboeta.

O Brasil foi Campeão do Mundo. Ronaldo corrigiu a prestação do Mundial anterior e brilharam, ainda, Rivaldo, Cafú e Roberto Carlos. Lembro-me do jogo dos terceiros e quartos, com a Turquia a ganhar, felizmente, aos irritantes coreanos, levados ao colo pelas arbitragens, ao longo da prova. Nos oitavos-de-final, a Coreia eliminou a Itália de forma escandalosa.
A Argentina ficou pela primeira fase, caindo aos pés da Inglaterra e da Suécia. A França apareceu completamente irreconhecível e também só fez três jogos. Perdeu com o Senegal e, pela primeira vez na história dos Mundiais, um país colonizado ganhou ao país colonizador.

Comments:
A primeira parte deste post não merece sequer que a comentem. É matéria para o divã de um psicanalista com paciência.
Quanto ao campeonato do mundo propriamente dito: não vi muitos jogos, por uma razão ou por outra, e também por causa dos horários. Do que vi ficou-me a ideia de ter sido o pior campeonato a que assisti. A maior parte das selecções europeias chegou com os jogadores cansados, talvez por efeito do novo sistema de didputa da Liga dos Campeões, na qual maior parte dos seus jogadores havia participado e que comportava muitos jogos. O Brasil foi incontestavelmente o melhor, com Rivaldo, Ronaldo, Klebersson e Roberto Carlos em grande. AAlemanha, à ciusta de uma boa defesa, do Kanh na baliza em grande forma e do Ballack a pautar jogo no meio campo fopi saltando obstáciuulos, com mais ou m,enos dificuldade e chegou à final, onde deu luta ao Brasil mas perdeu 2-0. A Turquia, de Hakan Sukur e outros com nomes que não recordo foi a grande surpresa da prova e chegoiu com justiça ao terceiro lugar. Já a Coreia do Sul foi levada ao colo pelos a
árbitros até às meias finas e acabou em quarto. A Inglaterra tombou frente ao Brasil nos quartos de final, com 2-1 mas o Brasil a jogar com dez jogadores a maior parte do tempo. O Senegal bateu a França, com Zidane ao pé coxinho, no jogo de abertura da prova e chegou até aos quartos de final. E Portugal? Nâo sei se por excesso de confiança, se por deficiente preparação, fez um horrível jogo de abertura onde perdeu 3-2 com os Estados Unidos, equipa de estilo inglês mediano. Baía sofreu um frango, Jorge Costa meteu um golo na própria baliza e os outros afinaram pelo mesmo diapasão. No segundo jogo boa exibição contra a Polónoa e 4-0 com hat-trick de Pauleta. As coisa pareciam endireitar-se mas, no terceiro e decisivo jogo, contra a anfitriã Coreiado Sul, veio a tremideira e só o Sérgio Conceição remou contra a maré: ficou 1-0 e viemo-nos embora, começando então a caça às bruxas e toda a gente a dizer mal dos outros, como após o México 86.
 
Os "gajos do Porto" foram muito bem corridos! Vê-se pelo resultado do Euro e deste Mundial...

"Os jogadores nunca dizem tudo"... O que é que terá acontecido nesse mundial para os jogadores estarem tão desconcentrados?

Sim, "as principais responsabilidades devem ser atribuídas ao treinador", nunca às vedetas do Porto!

Este post não é nada tendencioso!
 
O Mundial da Coreia/ Japão ficou marcado sobretudo pelas más arbitragens que, nomeadamente, levaram as equipas da casa ao colo. Mas também é preciso dizer que ambas jogavam bom futebol, sobretudo a Coreia superiormente comandada por Gus Hidink.
O Brasil ganhou bem, quase que por falta de comparência dos seus maiores adversários, a Argentina e a França, que não passaram a fase de grupos. A equipa construída por Scolari, chamado à última hora para conseguir a qualificação em risco para o Mundial jogava em 3-5-2, com 7 jogadores a defenderem e os 3 R's (Ronaldo, Ronaldinho e Rivaldo), três grandes jogadores a fazerem a diferença. Ganhou tranquilamente todos os jogos, porque nunca teve opositor à altura, que nunca seria uma Alemanha vulgar,a jogar nos limites e a ter no guarda redes Kahn, considerado o melhor jogador do torneio, a sua figura. Mas até Kahn borrou a pintura numa final que não pude ver por motivos profissionais que dariam um post cómico, se não desesperado.
Quanto a Portugal:tanto a dizer, tanta estupidez e incompetência junta acho que nunca mais se vai conseguir arranjar: partiu de Lisboa candidato a campeão (!), estagiou em condições absolutamente impróprias em Macau, onde os treinadores aproveitavam para ir às putas e jogar no Casino, acabou em campo, com um Figo que metia pena a toda a gente menos ao treinador que não o tirava, um João Pinto de cabeça perdida, um Beto adaptado e aflito, uma cabine cheia de alho... e poderia continuar. Aquele Mundial foi, para Portugal. obra desenganada e esperemos, irrepetível.

PS Como todos os meus amigos sabem, sou dos que penso que Ricardo deveria ter sido o guarda redes. Merecia-o por toda a qualificação e pelo último jogo de preparação, contra o Brasil, em que esteve brilhante. Mas não culpo Vitor Baía nem um pouco pela eliminação!
 
Analisados os últimos quatro anos da Selecção, só me resta concluir que se "correr com os gajos do Porto é uma solução clássica", então que joguemos sempre de forma clássica. É melhor do que fazer tristes figuras e nunca jogar para ganhar. Quanto à "teoria da conspiração", estou como o "zekez", é matéria de psicanalista!
 
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