10.11.05

 

A acção da CGTP em prejuízo dos trabalhadores (RPS)

Estava sem paciência e saí do edifício mais cedo do que é hábito. Decidi-me por uma volta mais prolongada pelo meu amado Chiado. Assim, na boa rotina das quintas-feiras, apenas se alteravam os tempos.
Lá fui à Benárd, evitando a sempre pantanosa Brasileira... Olhei transeuntes e montras, entrei na Bértrand. Numa velha livraria da Rua Anchieta, comprei o livro que, na montra, há várias quintas-feiras chamava por mim. Voltei à Garret e desci até aos Grandes Armazéns. Voltei a subir, entrei na Casa da Sorte, na esquina da Rua Ivens, e fiz o euromilhões. Subi de novo, até ao Camões, para apanhar o táxi, à hora de sempre.

Saiu-me um taxista conversador, solícito, simpático. Barrados na Calçada de São Francisco, o homem faz inversão de marcha e tenta o acesso ao Cais do Sodré. De novo barrados. Percebemos que há uma manifestação da CGTP. O homem insurge-se. Eu, pobre assalariado, contemporizo: deixe lá... se estão a lutar pelos interesses dos trabalhadores, só temos a ganhar. Tinha mais que tempo. Tinha, mas comecei a deixar de ter. Proponho Rua do Ferragial, até à Rua do Alecrim, para subirmos, depois, até à Rua da Misericórdia e descer ao Rossio, passando pelo Largo do Carmo.
Foi brilhante, de facto, a ideia, mas do Rossio não se passava para baixo. Aí propõe ele, já a par da minha urgência de apanhar o Alfa: vamos pelo Campo de Santana. Aí já não chegavam os meus conhecimentos, mas anuí. Chegamos lá rapidamente, mas lá... novo entupimento.. E prosseguimos a saga, continuamos de fuga em fuga, mas deparando sempre com novas barreiras.

Ligo para o meu companheiro de jornada, de quem me separara, mas imaginei barrado noutro táxi, noutro ponto qualquer da cidade. Estava certo. De Nokia para Siemens, conscienzializámo-nos da inevitabilidade da perda daquele Alfa. Tínhamos o Intercidades uma hora depois, a demorar mais meia hora no percurso.
Dois pobres assalariados, saídos do Porto às sete da manhã, ali estavam, no final de uma jornada de trabalho, pendurados por mais uma hora, a trezentos quilómetros de casa. Maldito patrão?... Maldito chefe?... Não. Maldita CGTP que não sabe o que se passa nas empresas e marca manifestações em quintas-feiras, ao final da tarde, em prejuízo de dois pobres e honrados trabalhadores.

Comments:
Tanta treta só para dizer que estiveste em Lisboa... É um texto meio provinciano!
 
Era a ala transmontana da CGTP!
 
Preguiçoso. Ias a pé e incorporavas algum tempo a manifestação. Isso é que seria digno de um trabalhador.
 
Fosses de metro pá...mas tu como bom burguês e burgesso provinciano tinhas que andar de táxi...mas eu compreendo...ainda te perdias...é que este não é à superficie..
 
lol
 
Vai trabalhar, malandro
 
Não posso deixar que conheces muito bem pelo menos parte de Lisboa: a capital do império e do mal, e sobretudo home de Benfica e Sporting, os hediondos mouros. aqui e além detecto até alguma simpatia pelos meandros da cidade. Lisboa não está a arder. Fazes bem. Podemos gostar da nossa cidade do Porto sem deixarmos de gostar de Lisboa.Essa é uma lição que os superdragões desta vida nunca vão aprender.
PS Do Chiado até Sta Apolónia, bem podias ir a pé. Ou podias ter apanhado o comboio no Oriente, de Metro ou de taxi.
 
Mcjaku... Vai ser moralista lá para os Carvalhos ou Canelas. Está bem?
 
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