27.9.05

 

Super choque

Se apreciada com humor a economia é coisa que até vale a pena. O problema é que geralmente não dá vontade de rir.

As últimas Contas Regionais do INE apresentam números quase revolucionários para o senso comum. Aparentemente, o Norte apresenta o mais baixo nível de vida do país entre 95 e 2002.
Ou seja, as estatísticas mostram exactamente o contrário do que muita gente pensava: que o Norte é que tinha o dinheiro, grandes carros, roupa boa,etc.

Das duas uma.

Ou o INE está a apresentar uma fraude estatística. Ou teremos todos que ir à Multiopticas. Porque quando eu vou ao Norte ( e para efeitos do INE, estes números são do Grande Porto, Minho-Lima, Cávado, Ave, Tâmega, Alto Trás-os-Montes, Douro e Entre Douro e Vouga) é isto que eu vejo - bons carros, boas roupas e sinais de alguma riqueza.

Mas esta não é a estatística que mais doi na alma a quem como eu ama o Norte, como seu filho e neto.

Li no Expresso que o consumo de alcool é agora maior no Sul que no Norte.
Como é que é possível ?

Comments:
A estatística do dinheiro não me supreende, já que diz respeito a 95-2002. Esse Norte "rico-exibicionista" de que falas é do pós-revolução, quando a economia nacional estava em pantanas e era aqui que se produzia e ganhava algum dinheiro.
Depois de 86, com Cavaco e, principalmente, com a CEE, a coisa mudou.
 
esuqeci-me de dizer, quanto ao alcool, que a única diferença clara entre norte e sul... melhor: a única grande diferença entre a noite do Porto e a de Lisboa é que as doses cá são generosas e aí são a cortar. Arsas sabe-o bem e lembro-me da surpresa de Jellygina, mirando o seu copo de Jameson...
 
lol, RPS, como assim?? esse tal norte rico e exibicionosta, se existiu, foi justamente com cavaco silva, com os seus apoios para a agricultura que acabaram em carros!!!

não percebo, JPF, acho que o norte só era capital de uma coisa: trabalho, coisa que entretanto deixou de existir.

que coisa tão absurda!
podem haver 15 industriais em felgueiras com Ferraris, mas com a densidade populacional que para ali há não faz grande diferença, quando montanhas de gente vive na míserea!!

tudo bem, falas de todo o norte, mas falas do que não sabes!! há quanto tempo não vais/vens ao norte com os olhos bem abertos, menino da capital, neto e filho de gentes do norte???!!???!!!???!!??


que alarvidade!!!

não gozes com os pobres, isso é MUITO FEIO!!!!!!!!!!!

MUITO FEIO!!!!!!!!!!!


e a conclusão do alcool foi muito triste!!
e agora??

devia ir emborrachar-me para inverter as estatisticas???

a malta do norte bebia para acalmar das roupinhas e dos carrinhos e das cuisines franceses???????
 
Eu acho que voces andam pouco no resto do país. Porque havendo miséria disseminada pelo país, no Norte encontro mais BMW's, Mercedes, Audi's, etc.

Sento-me numa esplanada e vejo os consumos. Apenas confesso o que vejo. E é isso que a estatística não confirma. É seguramente superior a qualidade de vida na Maia face a Loures, por exemplo.

Quanto ao alcool, não quis ofender ninguém, everything. Talvez RPS tenha dado a resposta.
 
eu não sou o INE nem me ofendes nada com a questão do alcool, que, apesar de em alguns fins-de-semana beber, noutros tantos nem lhe toco!

claro q encontras mais BM's no norte do que no alentejo, mas olha a densidade populacional.

sim, a maia realmente tem muita qualidade de vida, quando entra(va)s lá tinhas um placard a dizer: sorria, está na maia!

loures... há loures e loures, meu caro JPF, tu deve-lo saber melhor que eu. claro que há muita lata e os seus bairros por lá, mas tb há muita, muita pasta.

eu só sei uma coisa: isto cá em cima era a capital do trabalho, agora é a capital do desemprego.
e eu acho que ainda vou ter q ir programar para lx, que isto aqui está muito lixado...

claro que se há montanhas de desemprego as esplanadas estão cheias...
 
Em Loures há menos papel que na Maia. Disso tenho a certeza.

Se há tantos BM's no Minho e Douro Litoral, com tanto desemprego, só posso concluir que, independentemente do centralismo lisboeta (que o existe), o Norte também roubou muito o Norte.
 
Jpf, o assunto do qual todos se desviaram é o seguinte: há MENOS dinheiro do que havia em todo o lado e, contra qualquer estatística, há MAIS demonstração de riqueza do que nunca. Há no Porto pessoas com salários miseráveis com telemóveis de décima geração, e em Lisboa meninas bonitas que compram boiões de creme para a cara com um salário. Difícil de explicar... ou não?

PS: o consumo de álcool de que fala o expresso é do outro, do farmacêutico... para as feridas
 
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