12.9.05

 

Maricas! (RPS)

Apesar de um ou outro contratempo, considero-me um gajo com sorte. E um dos momentos de maior sorte na minha vida foi ter passado à reserva territorial.
Ainda foi no tempo do SMO de 16 meses, com quatro de recruta (dois anos perdidos, como aconteceu a vários amigos meus). Mafra seria o destino mais provável. Impossibilitado de recorrer a mais adiamentos e sem acesso a "cunhas", comecei a mentalizar-me para o desfecho mais que certo: chegar lá, desatinar, mandar um superior para destino desagradável e acabar preso.
Conformava-me a ideia de que cumpriria pena no presídio da Rua de São Brás, no Porto. Sempre respiraria o ar de casa.

Num dia de Maio (curioso: fixo bem datas e não retive esta) lá fui, com o mundo às costas, ao DRM, na Avenida de França. Ao verificar as listas, fiquei tão eufórico que fiz um esforço de auto-controlo. Nem reagi por recear a minha reacção. Vim embora como se nada fosse. Feliz e aliviadíssimo, claro.
Lá escapei. Carrego, claro, esse terrível handicap: ao contrário dos verdadeiros homens, eu não sei marchar...

Com questões como a da tropa, vem ao de cima a minha faceta mais radical, mais anarca. Mas é exclusivamente uma questão entre mim e tropa (não, não é trauma, não sou filho de militar nem há militares na minha família próxima ou distante). É embirração mesmo.
Na verdade, compreendo a necessidade da existência Forças Armadas, mesmo num país periférico, pequeno, pouco populoso, pouco desenvolvido, dependente.
Tratando-se um pilar do Estado, não me choca que os militares gozem, até, de alguns previlégios face a outros grupos profissionais. Mas exactamente por isso, já me choca que assumam comportamentos semelhantes aos de outros grupos.

Vem isto a propósito desta polémica dos militares. Confesso que ignoro detalhes, mas, basicamente, protestam contra o fim de alguns direitos e compensações várias e pretendem fazer uma manifestação. Parece que é ilegal... Enfim, um filme político-sindical com ingredientes jurídico-legais. Que não fica bem à tropa.

Não sei se é efeito da entrada das mulheres nas casernas, mas estes militares de hoje são uns maricas. Militares a sério só fazem uma de duas coisas: calam-se e obedecem ou, então, pegam nas armas, peças de artilharia, carros de combate, barcos, helis e aviões e fazem um Golpe de Estado. Mai'nada!

Maricas!

Comments:
Se fossem mulheres que entrassem nas casernas os militares não davam em maricas, o problema é que a maior parte das que lá entram são mais machos que eles.
 
Eles que mandem os tanques para a rua!!!
Nós fazemos a festa... de cocktail (molotov) na mão!
 
Ah pois! Ir para a tropa para se fazer um homenzinho! Esta é tão gira!
 
O servico militar devia ser voluntario! So para os que necessitam de se fazer homems... ai talvez o exercito acabasse. Mas tambem o que é que se perdia? O que é que esses gajos fazem? Estao a coca-los todo o dia nas casernas?
Abracicos!
 
Alguém cantava nos anos 80:

"O Armando é um comando
não há que o negar
Foi para a tropa
num homem se tornar"
 
Também passei à reserva mas tenho de confessar q o dia em q fui à inspecção, com imensos amigos, foi dos dias em q mais me ri da minha vida...

Abraço ÚÁÁ da Zona Franca
 
Não têm nada que fazer, entretêm-se com o que têm: a engomar fardas e a chatear as hostes.

SM
 
...barcos, helis e aviões... não sei porquê mas gostei ;)
bjo
 
Seja bem regressada, Maria Heli! Já andaram por aqui à sua procura.
Volte sempre.
 
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