6.9.05

 

Há alguém vivo aí no Marsh ?

Bob ainda está longe de casa, tanto quanto sei. Através do e-mail soube que está bem, está vivo. É isso que importa. Foi ele o nosso anfitrião em New Orleans. Um biólogo, regente da cadeira de Comunicação Ambiental da Loyola University, um amigo.

Ainda lembro o meu tremor quando nos disseram, “vamos lá embarcar”, pois sim, numa caixa de fósforos. Foi a minha primeira e até agora única viagem de hidroavião. O meu tradicional pânico de voar esmoreceu quando percebi que se caíssemos ali perto do Golfo do México, teríamos sempre a hipótese de planar sobre as águas.
Digo-vos: aterrar ou descolar num hidroavião é fantástico.

Bob queria mostrar-nos o efeito da intrusão da água salgada nas zonas pantanosas que separam New Orleans do Golfo do México a sério. O que é que isto tem a ver com o Katrina ? Bom, a água salgada vai comendo e matando um conjunto de vegetação pantanosa no delta do Mississipi, ou seja, aprofundando a erosão costeira, pela perda de terra. Para quem já está debaixo de água como NO, estes mecanismos são assassinos.

Durante muitos anos eu e os outros 4 jornalistas portugueses que lá estiveram (seria giro que os patrões soubessem quem têm nas redacções por estes dias…) brincámos com aquele sinónimo de pântano –o “marsh”… Foi uma ensaboadela de quatro dias (acho que foram quatro…) sobre pântanos, crocodilos, água salgada e furacões.

Muitos pés acima da água, vimos como os oleodutos do Golfo do México podem estilhaçar as protecções naturais de uma cidade. Depois, deram-nos alojamento no Lumcon – um laboratório marítimo onde devem ter ficado alguns cientistas a estudar este furacão diabólico.Fica numa zona que deve ter sido estilhaçada pelo Katrina.

Será que está alguém vivo por lá ?

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