8.8.05
No rastilho da demagogia
Com o país a arder, o senhor Secretário de Estado da Administração Interna decidiu aparecer numa televisão, vestindo um fato de fagulhas demagógicas. Enquanto o seu ministro ia jurando pela suficiência dos meios, o sub-governante decidiu prometer a compra de helicópteros e aviões de combate aos fogos. Promete-se que o Estado deixa de alugar caro passando a comprar - não se sabe se mais barato e aos mesmos que aluga em cima da hora.
Este tipo de anúncios mostram que somos governados por gente de cabeça quente, quando não completamente perdida.A compra de meios aéreos no quadro do Ministério da Administração Interna é um absurdo.
Dou de barato que os meios são insuficientes. De facto não é humanamente possível combater esta incúria, esta inconsciência dos portugueses que fazem queimadas, não limpam mato, não vigiam e não deixam de pôr fogo.
Olhando para Espanha, talvez se aprenda algo. Eles têm mais meios, mas queixam-se agora que as bases aéreas estão obsoletas. E os fogos não deixam de ser gigantescos e assassinos. O que mostra que o Sul da Europa, com incúrias distintas, é um pasto quase natural.
Antes de comprar helicópteros para o MAI, sugiro que os políticos tornem os fogos uma questão tão importante como o défice. Não se percebe por que razão não nos sentamos à mesa com os espanhois para criar uma frente comum para a criação - inevitavelmente abençoada por Bruxelas - de um dispositivo ibérico de combate aos fogos. A Europa tem que ser solidária com o combate à desertificação na Península.
Por outro lado, é bem melhor reforçar os meios aéreos do Exército e requisitar cada vez mais os militares para o combate aos fogos. Têm de certeza uso não-sazonal e o povo compreenderia. Só os submarinos não ajudam a combater fogos.
Comprar helis é partir do princípio que há inevitavelmente uma industria privada do fogo. Ao menos que seja pública, sustentável e ibérica.
Este tipo de anúncios mostram que somos governados por gente de cabeça quente, quando não completamente perdida.A compra de meios aéreos no quadro do Ministério da Administração Interna é um absurdo.
Dou de barato que os meios são insuficientes. De facto não é humanamente possível combater esta incúria, esta inconsciência dos portugueses que fazem queimadas, não limpam mato, não vigiam e não deixam de pôr fogo.
Olhando para Espanha, talvez se aprenda algo. Eles têm mais meios, mas queixam-se agora que as bases aéreas estão obsoletas. E os fogos não deixam de ser gigantescos e assassinos. O que mostra que o Sul da Europa, com incúrias distintas, é um pasto quase natural.
Antes de comprar helicópteros para o MAI, sugiro que os políticos tornem os fogos uma questão tão importante como o défice. Não se percebe por que razão não nos sentamos à mesa com os espanhois para criar uma frente comum para a criação - inevitavelmente abençoada por Bruxelas - de um dispositivo ibérico de combate aos fogos. A Europa tem que ser solidária com o combate à desertificação na Península.
Por outro lado, é bem melhor reforçar os meios aéreos do Exército e requisitar cada vez mais os militares para o combate aos fogos. Têm de certeza uso não-sazonal e o povo compreenderia. Só os submarinos não ajudam a combater fogos.
Comprar helis é partir do princípio que há inevitavelmente uma industria privada do fogo. Ao menos que seja pública, sustentável e ibérica.
Comments:
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Lamento muito dizer isto, mas este post é de quem não faz memso ideia de como a bola pincha. Aviões do exército (?) e tropas a combater o fogo é aumentar ainda mais as boas vontades a combater o fogo em vez de técnicos competentes. E os meios pagam-se em 3 ou 4 anos com o que custa todos os anos o aluguer, com o Estado de cócoras na mão de um par de empresas. Lamento dizer, mas é ao contrário, acho eu...
Tem razão mcjaku.
De facto, queria dizer Força Aérea.
Quanto à compra de meios aéreos, mantenho. Prefiro equipar a vertente aérea militar para o ano inteiro (incluindo uma ajuda sazonal nos fogos) do que comprar aviões do Ministério da Administração Interna.
Os meios pagam-se a 3 ou 4 anos ? Talvez a Defesa também o consiga. Lobbies há nos dois sectores.
O Estado reforçaria a sua posição e deixaria de estar (tanto) de cócoras. Até por uma razão. Os militares são mais disciplinados que os politicos. Estamos sempre dependentes de duas ou três empresas, porque os politicos só fazem alugueres em Maio e não em Novembro. Pois é... Em Lisboa, no Natal, quem quer saber dos fogos ?
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De facto, queria dizer Força Aérea.
Quanto à compra de meios aéreos, mantenho. Prefiro equipar a vertente aérea militar para o ano inteiro (incluindo uma ajuda sazonal nos fogos) do que comprar aviões do Ministério da Administração Interna.
Os meios pagam-se a 3 ou 4 anos ? Talvez a Defesa também o consiga. Lobbies há nos dois sectores.
O Estado reforçaria a sua posição e deixaria de estar (tanto) de cócoras. Até por uma razão. Os militares são mais disciplinados que os politicos. Estamos sempre dependentes de duas ou três empresas, porque os politicos só fazem alugueres em Maio e não em Novembro. Pois é... Em Lisboa, no Natal, quem quer saber dos fogos ?
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