16.8.05

 

LX Station



Para me redimir da ausência de 1993, fui a Alvalade ver se os U2 ainda eram uma bomba ao vivo. Pois que sim e que não.

Coloquemos de lado a inovação musical. Disso já sabia que não encontrava nada. Mais de um terço das canções já tinham sido interpretadas em Portugal. E os discos mais recentes não estão propriamente no melhor rock do mundo. Também já sabia que o espectáculo não era tão espectacular como a ZooTv ou PopMart.

Mas confesso que não estava à espera de um tão acentuado regime greatest-hits-em-versão-paz-e-amor. Os Xutos e Pontapés fazem o mesmo com mais energia e menos neons. E ninguém acaba um concerto como os U2 o fizeram em Alvalade, chocho e murcho.

Uma vez perguntaram a Keith Richards quantas vezes ia ao ginásio para manter a forma aos 62 anos. Ele riu-se e respondeu "ouça, eu toco nos Roling Stones". Os U2, quinze anos mais novos, estão mais pesadotes.

O que mais impressiona é a constatação de que Bono é hoje, por mérito e falta de concorrência, uma personalidade galáctica. Esqueçam os outros. Ninguém abraça o mundo como Bono o faz nos passadiços que entram pela relva dos estádios sempre esgotados. O vocalista dos U2 é pregador rocker a que temos direito. Um bocadinho meloso às vezes, mas sempre contra o vento.

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