25.8.05

 

Fazem falta egos destes (RPS)

Já não se fala de ciclismo. Aliás, uma das coisas boas do ciclismo é que não se ouve falar dele durante mais de trezentos dias no ano. Não nos saturamos, portanto.
Mas volto ao ciclismo para prestar homenagem (singela) a este senhor:





Normalmente, nestas coisas do desporto, não adiro aos fenómenos de popularidade massiva. Isto é, por uma qualquer razão que não sei explicar, tendo a não "torcer" pelo melhor ou pelo mais popular, mas antes a "ser contra" o vencedor crónico, o ídolo das multidões, e a apoiar mais um "segunda linha".

Cândido Barbosa, contudo, é para mim uma excepção. Estou naquele grupo de portugueses que, durante a última Volta, "puxava" pelo Cândido. Um grupo imenso e que, por força do tamanho do seu ego, o Cândido designava como "o país inteiro".

Sou, contudo, um pioneiro. Comecei a ser fã do Cândido Barbosa há uns bons anos (seis, sete, oito, sei lá!...) por força das vitórias que começou a conseguir ao sprint e das declarações que proferia no final das vitórias. Não eram declarações de um português comum. Tinham forte carga positiva, eram de alguém que acreditava em si mesmo e que pretendia e trabalhava no duro para conseguir ser melhor. Alguém ligado ao ciclismo disse, um dia, que "o Cândido tem um ego do tamanho do pelotão". Talvez tenha, mas acho muito bem.

Um dos problemas do país é falta de egos. Claro que há por aí muito ego grande, mas balofo, mas não me refiro a esses. Refiro-me a egos grandes, assentes em fundações minimanente sólidas. Tipos de facto bons, com a noção de que são bons e querem ser melhores. Como o Cândido Barbosa que, de excelente sprinter, se transformou num ciclista completo. Ele merece e eu acredito que um dia ele ganhará a Volta a Portugal.

Comments:
carago, é o expresso de lordelo!
 
A verdade é que a volta a Portugal é uma voltinha, uma espécie de campeonato de III divisão do ciclismo. Ganhá-la não representa especialmente nada.
O único verdadeiro ciclista português continua a ser Joaquim Agostinho. E mesmo esse não tem no ciclismo a dimensão que o Eusébio ou o Figo têm no futebol, ou que o Carlos Lopes tem no atletismo.
Com ego ou sem ele, Cândido Barbosa é um ciclistazinho.
 
Calma calma camarada Funes que não é bem assim.
Manuel Cunha era um grande ciclista. Venceu a volta em 87 e hoje é o proprietário do Café Roda D'Ouro... É significativo!
 
Eu era a fã número um do Vítor Gamito, o eterno segundo que lá ficou em primeiro uma só vez; desolada por ter deixado a competição.

susana.
 
Eu acho que a próxima edição vai ser a Volta a Portugal em carro de bombeiros.
 
Dantes a volta era ir ter com o país. Uma forma de entrar pelas casas, pelas aldeias, uma espécie de circo.

Hoje tudo isso são os incêndios.

Quanto ao Cândido não consigo simpatizar. Todo o sprinter que se preze tem um ego grande. Havia um rapaz chamado Paulo PInto, do Feirense, que se fartava de fazer sprints irregulares para depois se dizer um injustiçado.

Leitores do Fado Falado, este blog é feito de gente que gosta de ciclismo, essa é que é essa !
 
e houve aquele Rodrigues que ganhou cá uma volteca e teve direito a ir para espanha ganhar sotaque, em apenas 2 anos.

esse sim, é o Figo do ciclismo!
 
Eu gostava que o Fado Falado "postasse" sobre modalidades em que os seus intervenientes não tivessem de fazer depilação:)
 
Tenho horror a ciclismo... quando era mais nova todos os verões era obrigada a ver a volta a portugal pelos meus tios e primos... era horrível...
 
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