8.7.05
Stirling Moss, Campeão do Mundo (RPS)
Há corridas na Boavista! Até que enfim. Toda a vida ouvi falar disso: à minha Avó, ao meu Pai... A minha Mãe ainda hoje fala das corridas nos anos 50.
É uma excelente iniciativa da Câmara do Porto. Pela animação, pelo turismo de qualidade que trás ao Porto e, principalmente, porque faz a cidade mergulhar na sua própria memória. Isso é muito bom, só por isso já valia a pena.
Vários amigos meus e colegas de trabalho vociferaram contra "os balúrdios que isso vai custar". Perguntei quanto era. Nenhum sabia. Já não fiz a pergunta sobre o retorno que pode originar.
Prolifera, agora, por aí, literatura sobre as corridas do passado no Porto, duas delas, em 58 e 60, com Fórmula 1 no programa. Li novamente uma história, passada em 58. Envolve um dos meus ídolos do desporto automóvel. Aliás, um dos meus ídolos ponto final. Do desporto automovel e de tudo o resto. Um tipo admirável. Não é "do meu tempo" mas tornou-se meu ídolo há longos anos, exactamente por coisas que li sobre ele. Chama-se Stirling Moss. Nunca foi Campeão do Mundo.
Em 58, Moss venceu o GP de Portugal, no Porto, circuito da Boavista.
O seu grande rival, nesse ano, era Mike Hawthorn. Na corrida do Porto, Hawthorn foi desclassificado. Teria empurrado o seu Ferrari numa zona proibida do longo (mais de sete quilómetros) circuito da Boavista. Não havia câmeras de televisão, os comissários davam informações pouco precisas. Moss saiu em defesa do rival: tinha visto a cena e Hawthorn nada tinha feito de irregular. Os comissários reclassificaram Hawthorn, que assim somou mais alguns pontos. No final do campeonato, estava em primeiro lugar. Com um ponto de vantagem sobre Moss.
Há muitos mais anos, li outra história de Moss.
Numa qualquer corrida, o piloto inglês surgiu imparável. Foi o mais rápido nos treinos, saiu na frente. Ganhou enorme vantagem e foi ultrapassando todos os adversários, um a um. Volta de avanço atrás de volta de avanço. Imparável, Moss.
Chegou a vez do terceiro classificado. Moss passa - mais uma volta de adianto.
Só faltava passar o segundo. Pelo que se estava a ver, ia ser fácil. Moss aproxima-se do carro à sua frente, conduzido por Juan Manuel Fangio, pentacampeão do mundo, o "senhor das pistas" nesse tempo. Chegou-se e levantou o pé. Para pasmo geral, deixou-se ir atrás de Fangio até ao fim da corrida.
No final, os repórteres fizeram a pergunta que se impunha: "porque não ultrapassou Fangio?...". Moss deu uma resposta seca: porque ninguém dá uma volta a Fangio.
Striling Moss é um homem, foi um desportista admirável. Para mim, foi Campeão do Mundo.
É uma excelente iniciativa da Câmara do Porto. Pela animação, pelo turismo de qualidade que trás ao Porto e, principalmente, porque faz a cidade mergulhar na sua própria memória. Isso é muito bom, só por isso já valia a pena.
Vários amigos meus e colegas de trabalho vociferaram contra "os balúrdios que isso vai custar". Perguntei quanto era. Nenhum sabia. Já não fiz a pergunta sobre o retorno que pode originar.
Prolifera, agora, por aí, literatura sobre as corridas do passado no Porto, duas delas, em 58 e 60, com Fórmula 1 no programa. Li novamente uma história, passada em 58. Envolve um dos meus ídolos do desporto automóvel. Aliás, um dos meus ídolos ponto final. Do desporto automovel e de tudo o resto. Um tipo admirável. Não é "do meu tempo" mas tornou-se meu ídolo há longos anos, exactamente por coisas que li sobre ele. Chama-se Stirling Moss. Nunca foi Campeão do Mundo.
Em 58, Moss venceu o GP de Portugal, no Porto, circuito da Boavista.
O seu grande rival, nesse ano, era Mike Hawthorn. Na corrida do Porto, Hawthorn foi desclassificado. Teria empurrado o seu Ferrari numa zona proibida do longo (mais de sete quilómetros) circuito da Boavista. Não havia câmeras de televisão, os comissários davam informações pouco precisas. Moss saiu em defesa do rival: tinha visto a cena e Hawthorn nada tinha feito de irregular. Os comissários reclassificaram Hawthorn, que assim somou mais alguns pontos. No final do campeonato, estava em primeiro lugar. Com um ponto de vantagem sobre Moss.
Há muitos mais anos, li outra história de Moss.
Numa qualquer corrida, o piloto inglês surgiu imparável. Foi o mais rápido nos treinos, saiu na frente. Ganhou enorme vantagem e foi ultrapassando todos os adversários, um a um. Volta de avanço atrás de volta de avanço. Imparável, Moss.
Chegou a vez do terceiro classificado. Moss passa - mais uma volta de adianto.
Só faltava passar o segundo. Pelo que se estava a ver, ia ser fácil. Moss aproxima-se do carro à sua frente, conduzido por Juan Manuel Fangio, pentacampeão do mundo, o "senhor das pistas" nesse tempo. Chegou-se e levantou o pé. Para pasmo geral, deixou-se ir atrás de Fangio até ao fim da corrida.
No final, os repórteres fizeram a pergunta que se impunha: "porque não ultrapassou Fangio?...". Moss deu uma resposta seca: porque ninguém dá uma volta a Fangio.
Striling Moss é um homem, foi um desportista admirável. Para mim, foi Campeão do Mundo.
Comments:
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Não conhecia essas histórias de Striling Moss. Se são verdadeiras, esse gajo era um senhor e merece também tornar-se o meu ídolo.
Quanto às corridas no Porto, e tirando o facto irritante de elas me condicionarem o acesso ao escritório, nada tenho contra as mesmas. Mas não sei bem porquê, cheira-me a um capricho do Senhor Presidente. Com um custo menor e um retorno maior era capaz de haver outras iniciativas mais interessantes...
Quanto às corridas no Porto, e tirando o facto irritante de elas me condicionarem o acesso ao escritório, nada tenho contra as mesmas. Mas não sei bem porquê, cheira-me a um capricho do Senhor Presidente. Com um custo menor e um retorno maior era capaz de haver outras iniciativas mais interessantes...
Eu recordo com saudades as corridas da Boavista, mas de mota (de brincar), que eu fazia pela Rua NªSra. de Fátima abaixo. Aí, tinha por claque o sr. Neves, (do São Miguel), a Mimosa (da loja de lavores), o gajo da bomba de gasolina, que me abastecia(a fingir) e o X9, que era a meta. Esta claque era decisiva para as minhas consecutivas vitórias, mas, um a um, foram impedidos de me apoiar. É a lei da vida! Por isso é que nunca tirei a carta...
O que diria Moss do Manoel de Oliveira?
RPS também já não és do tempo do cineasta da câmera lenta, pois não?
Será que Oliveira apareceu nos cromos?
susana.
RPS também já não és do tempo do cineasta da câmera lenta, pois não?
Será que Oliveira apareceu nos cromos?
susana.
Funes:
Tenho essas e outras histórias do Moss como verdadeiras. Li-as em publicações credíveis. A do GP Porto anda por aí em muitos relatos.
O homem era (ainda é, tem 76)inglês: encaixa-se no perfil. E encaixa-se com o seu tempo. O tal tempo dos Gentlemen Drivers...
Quanto à iniciativa já explico no post porque a acho positiva. Não me parece capricho.
Muitos dos que cá dizem mal se vissem uma organização destas em Valência ou Sevilha diriam que os espanhóis são uns gajos do caraças, que lá há imensa animação.
Cá criticam e dizem que não estão para dar dinheiro a chulos. Mas cravam credenciais e convites...
Susana:
por acaso o Manoel de Oliveira é do meu tempo. E do teu. E do nosso, porque ainda anda por aí. Não aprecio o produto, mas é admirável andar por aí a trabalhar aos noventa e tais.
Aristóteles:
fazes o favor de pegar neste comment e vais fazer um post para o teu blog.
Everything:
Tudo o que se chame Vidal é que me parece cabelereiro. Por causa do Vidal... não sei como se escreve, mas já deves estar a ver o que é.
Tenho essas e outras histórias do Moss como verdadeiras. Li-as em publicações credíveis. A do GP Porto anda por aí em muitos relatos.
O homem era (ainda é, tem 76)inglês: encaixa-se no perfil. E encaixa-se com o seu tempo. O tal tempo dos Gentlemen Drivers...
Quanto à iniciativa já explico no post porque a acho positiva. Não me parece capricho.
Muitos dos que cá dizem mal se vissem uma organização destas em Valência ou Sevilha diriam que os espanhóis são uns gajos do caraças, que lá há imensa animação.
Cá criticam e dizem que não estão para dar dinheiro a chulos. Mas cravam credenciais e convites...
Susana:
por acaso o Manoel de Oliveira é do meu tempo. E do teu. E do nosso, porque ainda anda por aí. Não aprecio o produto, mas é admirável andar por aí a trabalhar aos noventa e tais.
Aristóteles:
fazes o favor de pegar neste comment e vais fazer um post para o teu blog.
Everything:
Tudo o que se chame Vidal é que me parece cabelereiro. Por causa do Vidal... não sei como se escreve, mas já deves estar a ver o que é.
Diz Zekez Carvalho: Vidal Sassoon meu caro RPS. Não te lembras das bocas do Audomar sempre que alguém aparecia mais penteadinho aos treinos?
Diz Zekez Carvalho: outra para o RPS - O Stirling Moss teve durante anos uma crónica semanal no Primeiro de Janeiro, na época em que e tu éramos putos de escola. Não te lembras?
mesmo o manolo vidal, que é meio careca??
"lo que manolo diz no me preocupa nada, que és muy bon chico..."
"lo que manolo diz no me preocupa nada, que és muy bon chico..."
a iniciativa até pode ser engraçada, mas cheira a naftalina. e é única. e é à beira das eleições.e é ao mesmo tempo que o Rivoli não tem dinheiro para substituir as lâmpadas que fundem quanto mais uma programação de geito... a mim o circuito - a grande iniciativa de Rio em matéria de animação no seu mandato - parece-me uma cortina de fumo para as obras na Boavista e no castelo, que por sua vez me parecem uma cortina para coisas como porem a Metro a pagar os terrenos do Parque da Cidade.
PS - A ideia de porém as bancadas em terreno particular e não darem cavaco aos donos é boa. Mas afinal de contas até o circuito - viaduto pelo menos - está em terreno particular há não sei quantos anos e no passa nada.
PS2 Meu caro Zekez, essa de saber os cabeleiros de cor, vinda de ti, tem mesmo piada
PS3 A seguir ao Vidal Sasson, que sim, existe mesmo, quem eu gostava de saber se existe é a Marta Neves das Selecçoes do Readers Digest
PS - A ideia de porém as bancadas em terreno particular e não darem cavaco aos donos é boa. Mas afinal de contas até o circuito - viaduto pelo menos - está em terreno particular há não sei quantos anos e no passa nada.
PS2 Meu caro Zekez, essa de saber os cabeleiros de cor, vinda de ti, tem mesmo piada
PS3 A seguir ao Vidal Sasson, que sim, existe mesmo, quem eu gostava de saber se existe é a Marta Neves das Selecçoes do Readers Digest
Diz mcjaku: a iniciativa até pode ser engraçada, mas cheira a naftalina.
O que quer dizer isto? Que mcjaku é a favor ou contra?...
Já agora: achará mcjaku que a Feira Medieval de Santa Maria da Feira cheira à peste da época?...
Caro Zekez: não me lembro dessas crónicas, apesar do velho "Janeiro" constituir uma das mais fortes memórias da minha infância...
O que quer dizer isto? Que mcjaku é a favor ou contra?...
Já agora: achará mcjaku que a Feira Medieval de Santa Maria da Feira cheira à peste da época?...
Caro Zekez: não me lembro dessas crónicas, apesar do velho "Janeiro" constituir uma das mais fortes memórias da minha infância...
Diz Zekez Carvalho: meu caro MC Jaku essa de criticares um presidente de Câmara do PSD vinda de ti tem ainda mais piada...
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