1.6.05
Um Hotel que acaba de fechar
Este é o rapaz que na cadeira de rodas difama a mãe e pragueja contra a vida.
Um dos quadros do espectáculo "Hotel Tomilho", que acabou esta semana a sua saga de várias noites em Lisboa. No fabuloso espaço da Casa dos Dias d'Água (experimentem !), uma visita sem guia pelos quartos de um hotel imaginário, acabando com os espectadores a tomar pequeno-almoço, todos juntos.
A criação dos Laika e do Teatro Regional da Serra de Montemuro é surpreendente.
Mas não para os iniciados neste tipo de "teatro participativo", onde o espectador fala com as personagens.
Seja uma empalhadora, uma televisão que nos assalta o espírito, um tocador de tuba sem calças, em cima de um frigorífico...
Não mais me esquecerei daquele louco que guardava água de trovões, explicando quão diferente esses líquidos eram de água de relâmpagos, por exemplo...
Já percebi por que razão estes holandeses adoraram trabalhar com portugueses.
Ambos somos povos que flutuam, vivem sobre botes e inventam terra.
A diferença é que os holandeses jogam com paixão, mas com rigor, pintam superiormente e pedalam desde a nascença.
Mas nós somos um país mais bonito. Acreditem.