29.6.05
A. da Silva O. (RPS)
Dobro a esquina de Júlio Dinis para a Rotunda e deparo com o Oliveira! O A.
da Siva O.!
Ao longo de anos, encontrei-o com frequência. Muito pela baixa, também pela Boavista, em cafés... Por aí, por vários cantos da mais linda cidade do mundo. Mas já não o encontrava há muito tempo: 5-6 anos, talvez até mais...
A conversa foi rápida, mas fiquei a saber algumas coisas e uma novidade: que A. da Silva O. continua a escrever e a publicar, que as Edições Mortas continuam vivas e que - a grande novidade para mim - o A. da Silva O. tem uma livraria. Chama-se Pulga. Fica ali mesmo no primeiro piso do Parque Itália, ao lado do Swing, em frente à Petúlia.
Senti uma enorme saudade dos meus "early twenties" e, ao mesmo tempo, ficou a sensação de que tinha estado com ele há meia dúzia de dias. "Aparece", disse ele... "mas aparece mesmo"...
E apareci, dois dias depois, a meio da tarde de uma sexta-feira de temperaturas elevadas, inicialmente destinada ao sono até ao cair da noite.
Foi bom rever o A. da Silva O. que conheci nos idos de 85 ou 86 na Rádio Caos. Na magnífica Caos, a melhor rádio do espectro, no saudoso tempo das piratas ou rádios-livres. Só não digo que é a melhor rádio da História por dever de ofício, mas, vá lá: a segunda melhor rádio da História.
Verifiquei, para minha alegria, que o A. da Silva O. continua igual. Com a mesma saudável loucura. Saudável e enorme, do mesmo tamanho do seu coração.
Folheei livros: os dele - dos quais recordava alguns - e os de outros, editados pelas Edições Mortas e vendidos na Pulga. Li textos, falamos da Caos, da vida... Comprei "Punhetas de Wagner", a mais recente edição assinada por A. da Silva O., lançada - soube então - por alturas e a propósito do Euro-2004. Deixo-vos um excerto das Punhetas de Wagner e uma
sugestão/conselho: visitem a Pulga. De segunda a sábado, entre as 15 e as 20, é garantido que o próprio A. da Silva O. vos recebe.
(...)
Camões leva a moeda ao ar
E escolhe a bola, engolindo a moeda. Chuta a bola Que Fernando Pessoa agarra com grande frescura e leitura de jogo Fodendo a cabeça a Fernando Assis Pacheco que se vê obrigado a rasteirá-lo e numa desenfreada corrida contra o tempo Coloca a bola na terra de ninguém onde Florbela Espanca se masturba.
(...)
Cerca-se as quatro linhas
Com arame farpado: ide ó bestas misericordiosas Comei a relva A concentração é tudo Estamos todos fartos de vitórias morais Que corra a cerveja Por essas gargantas sedentas E que o circo arda
(...)
Vejam mais aqui
da Siva O.!
Ao longo de anos, encontrei-o com frequência. Muito pela baixa, também pela Boavista, em cafés... Por aí, por vários cantos da mais linda cidade do mundo. Mas já não o encontrava há muito tempo: 5-6 anos, talvez até mais...
A conversa foi rápida, mas fiquei a saber algumas coisas e uma novidade: que A. da Silva O. continua a escrever e a publicar, que as Edições Mortas continuam vivas e que - a grande novidade para mim - o A. da Silva O. tem uma livraria. Chama-se Pulga. Fica ali mesmo no primeiro piso do Parque Itália, ao lado do Swing, em frente à Petúlia.
Senti uma enorme saudade dos meus "early twenties" e, ao mesmo tempo, ficou a sensação de que tinha estado com ele há meia dúzia de dias. "Aparece", disse ele... "mas aparece mesmo"...
E apareci, dois dias depois, a meio da tarde de uma sexta-feira de temperaturas elevadas, inicialmente destinada ao sono até ao cair da noite.
Foi bom rever o A. da Silva O. que conheci nos idos de 85 ou 86 na Rádio Caos. Na magnífica Caos, a melhor rádio do espectro, no saudoso tempo das piratas ou rádios-livres. Só não digo que é a melhor rádio da História por dever de ofício, mas, vá lá: a segunda melhor rádio da História.
Verifiquei, para minha alegria, que o A. da Silva O. continua igual. Com a mesma saudável loucura. Saudável e enorme, do mesmo tamanho do seu coração.
Folheei livros: os dele - dos quais recordava alguns - e os de outros, editados pelas Edições Mortas e vendidos na Pulga. Li textos, falamos da Caos, da vida... Comprei "Punhetas de Wagner", a mais recente edição assinada por A. da Silva O., lançada - soube então - por alturas e a propósito do Euro-2004. Deixo-vos um excerto das Punhetas de Wagner e uma
sugestão/conselho: visitem a Pulga. De segunda a sábado, entre as 15 e as 20, é garantido que o próprio A. da Silva O. vos recebe.
(...)
Camões leva a moeda ao ar
E escolhe a bola, engolindo a moeda. Chuta a bola Que Fernando Pessoa agarra com grande frescura e leitura de jogo Fodendo a cabeça a Fernando Assis Pacheco que se vê obrigado a rasteirá-lo e numa desenfreada corrida contra o tempo Coloca a bola na terra de ninguém onde Florbela Espanca se masturba.
(...)
Cerca-se as quatro linhas
Com arame farpado: ide ó bestas misericordiosas Comei a relva A concentração é tudo Estamos todos fartos de vitórias morais Que corra a cerveja Por essas gargantas sedentas E que o circo arda
(...)
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Comments:
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Constato que, apesar dos anos passados sem ver o A. da Silva O., este não se tornou para RPS no Cardoso do Aristóteles*.
Aceito o conselho. Assim que tiver oportunidade, lá passarei pela Livraria Pulga.
*- Cf. http://interrupto.blogspot.com/
Aceito o conselho. Assim que tiver oportunidade, lá passarei pela Livraria Pulga.
*- Cf. http://interrupto.blogspot.com/
A da Silva O... não terá ligações à musica moderna portuguesa ? Tenho a vaga noção de ler esse nome associado a edições como a saudosa Ritual...não tenho a certeza.
Uma coisa é certa, ó RPS: tanta energia negativa contra gajos dos Carvalhos e vens sempre cá cair... Um dia destes ainda vens comungar a Pedroso, como o Barbed! O A. da Silva O. é, com toda a certeza, um dos nossos mais misteriosos conterrâneos!
"Tanta energia negativa contra os gajos dos Carvalhos" e agora vem falar de um que mora no bairro carvalhense das Fontaínhas, com influências perosinhenses...
Cá para mim o sonho do rps é morar nos Carvalhos!
Cá para mim o sonho do rps é morar nos Carvalhos!
Sim jpf, A. da Silva O. escreveu uns textos para a Ritual! Já não me recordo qual a temática , mas escreveu!
Arlindo do Rego said:
"Pulga" ?
"Piolho da púbis" teria sido mais adesivo, embora menos conciso...
Já agora: o sujeito em causa não será uma versão pálida (nortenha) de Luíz Pacheco ?
"Pulga" ?
"Piolho da púbis" teria sido mais adesivo, embora menos conciso...
Já agora: o sujeito em causa não será uma versão pálida (nortenha) de Luíz Pacheco ?
isto tudo para descobrir que existe neste mundo quem pense e diga coisas como "versão masturbatória do Luiz Pacheco".
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