3.4.05

 

R.I.P.b.q.p.* (dora pê)

Num tempo que se vive à pressa também a morte tem de ser rápida. Em qualquer conflito ou catástrofe os jornalistas tentam sempre dar mais mortos que a concorrência..quem conseguir ganha. É considerada mais fidedigna a fonte que conta mais cadáveres.

É por isso que os moribundos são desconcertantes... Numa altura em que só é notícia estar ainda vivo, os jornalistas de todo o mundo estão mergulhados na mórbida ansiedade de decretar a morte de um homem. Até pode morrer em paz...mas só se já não perceber, de facto, o que se passa à sua volta...com tanta gente de dedo no gatilho na ânsia de ser o primeiro a disparar primeiro a palava "morreu".

*Rest In Peace but quickly, please...

(escrito às 20h52m - 02.04.05 e em suspenso até agora por medo do poder das palavras)

Agora que a palavra foi pronunciada... é súbito e frio o silêncio apesar do ruído de fundo almofadado. É alívio? Ou respeito pela morte de uma notícia?

Comments:
Novamente a minha opinião: esta senhora continua a não dizer uma para a caixa.
Pedro Miguel Soares
 
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